As Duas Faces Do Meu Anjo escrita por MS Productions


Capítulo 43
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Capitulo finalll!!!!
É intenso...
Acompanhem :D



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Margarida PDV

Como eu adoro as folgas. Isto está tão calmo que até assusta, sem demónios sem anjos sem nada que nos aborreça.

Mesmo assim sentia-me nervosa estes dias, apenas a presença do Diogo me sabia acalmar.

Sentia que algo estava para acontecer, mas não sabia o quê.

Estava neste momento a sair do supermercado, tinha vindo no carro do Diogo, o minimercado perto de casa estava fechado e tive que vir a um mais longe, até estava animada a por as compras no carro, quando um arrepio me correu até a espinha, o silêncio tomou conta do local, algo não estava bem…

O tempo parou – Pensei para comigo, olhei para todos lados a confirmar aquilo que sentia, as pessoas que por ali se encontravam, estavam a minha volta paradas, congeladas no tempo.

- Isto não é bom sinal! – Exclamei em voz alta, e então de todos os lados surgiram luzes negras, caiam do céu e parando a minha volta, anjos negros.

Pensa margarida…Pensa! O carro, corri para dentro do carro, larguei os últimos sacos no chão.

Não havia tempo para pensar seja no que quer que fosse.

- Trabalha por favor! – Pedi para que o carro trabalhasse naquele momento, com medo que também estivesse perdido na paragem do tempo. Ele pegou. – Uff! – Suspirei e dei marcha no carro, tentando manter a calma, isto não ia dar resultado.

Andei ainda uns bons metros, até ele se desligar, ficou parado no meio da estrada.

- Merda! – Soquei o volante. Até isto eles controlam.

Saí do carro, os anjos negros eram as centenas, não me atacavam, apenas observavam cautelosamente cada movimento meu.

Comecei a ficar furiosa, olhando para os seus rostos que formavam um sorriso sarcástico e por um lado até medonho.

Andei calmamente, olhava para todos os lados, observando aquilo que parecia ser uma marcha silenciosa atrás de mim, cada vez mais anjos.

Isto não podia estar acontecer, todos eles me rodeavam, não se aproximavam totalmente de mim, mas os seus olhares estavam focados nos meus movimentos.

Naquele momento só pensava se os meus amigos estariam em segurança, a Clara e o Tiago, tinha tanto receio por eles.

Por isso não poderia dirigir-me de volta a cidade, teria que seguir para a periferia, para um local em que se a batalha começasse sem haver nenhum humano por perto.

Pânico! Estava totalmente em pânico, tanto que a minha mão tentava a todo o custo forçar uma iluminação, era automático, era sinal que estava em perigo e o meu corpo já reagia por si próprio a estes instintos. Fechava o punho com força enquanto continuava a caminhar para fora do foco populacional.

Um trovão se ouviu e de seguida um raio se rasgou no céu, uma luz negra formou-se a minha frente e dela surgiu Beliel, com um sorriso igualmente malicioso. Onde é que andam os anjos bons nestas alturas?

- Margarida… No meio do mato? – Perguntou-me e ai dei conta do que já tinha andado, estava mos numa estrada rodeada de floresta, suspirei. – Julguei que querias passar os teus últimos momentos no meio da cidade! – Afirmou confiante.

- Porque que eles estão aqui? Não consegues resolver as coisas sozinho? – Olhei em volta para todos os anjos que afastados ainda nos rodeavam.

- Por precaução! – Riu-se – Eu tenho um plano, e para concretiza-lo preciso de todos fora do meu caminho.

- Tu sabes que não tarda, eles estarão todos aqui! Manda os embora, resolvemos tudo apenas entre nós! – Disse-lhe

- Hum… Cada vez mais corajosa! É bom saber que Azazel te tem ensinado algo mais do que… - Fez um sinal obsceno, que indicava sexo e os outros anjos riram-se. – Tu sabes!

- Sempre com as tuas piadas! Agora manda-os embora! – Ele sorriu malicioso, não pensei que ele o fizesse, mas tinha que tentar.

- Vão dar uma volta! – Disse Beliel aos seus capangas. – Matem tudo o que se mexer e tenha asas! Melhor dizendo, todos os anjinhos que por ai andarem!

Num momento todos desapareceram, ficando apenas eu e ele.

O silêncio total pairou naqueles momentos em que ele continuava no mesmo sitio olhando fixamente para mim, com o seu sorriso habitual nos lábios.

- Eles já foram. – Disse quebrando o silencio – Estou a perder tempo e o tempo é precioso!

Riu-se, mas o sorriso apagou-se quando viu que eu não me estava a divertir nada com aquilo.

- Tu não queres isto Beliel! – Disse-lhe. Queria tentar tirar aquela ideia louca de rebelião da cabeça dele.

Ele veio mais perto de mim e parou tomando atenção a todas as palavras.

- Não me consegues demover, Margarida! – Ele agarrou-me o braço, via o seu olhar mudar de feição constantemente. – A questão já não és tu, entendes?

- Então é o quê? Eu tentei ajudar-te, tentei que visses as coisas de outra maneira, mas não consigo! – Olhei-o desiludida.

- Eu não sou Azazel! Quantas e quantas vezes já te disse isto? Mete na tua cabeça! – Gritou-me.

- Faz um esforço! Eu já te mostrei que há coisas bem melhores do que tudo o que tu fazes! – Disse-lhe ele largou-me o braço.

- Pára de mexer com a minha cabeça! Tu não és nada! – Respondeu-me com toda a sua raiva, mas não me deixei ir abaixo.

- Sou… Para ti fui uma amiga! E tu o que fizeste? – Perguntei-lhe.

- Não existe amizade comigo, Margarida! – Disse-me mais calmo.

- Existe sim! Tu espantaste-a! Preferiste seguir algo que o monstruoso do teu pai mostra! – Disse-lhe e o seu olhar mudou de expressão.

- Tu! – Gritou-me. – Não podes chegar num momento e quereres que tudo se modifique, a criação de Deus foi esta!

- Eu estou-te a dar a oportunidade de mudares isso tudo! – afirmei-lhe.

- Eu não quero mudar nada! Foi esta a decisão de meu pai, são estas as regras! – Ele afastou-se e sentou-se numa pedra que por ali estava.

- Olha para mim! Fizeste-me muito mal, todos os dias só me pensava vingar de ti, por tudo o que aprontaste para mim e para os meus, mas há uma parte de mim que te quer salvar e eu não vou desistir de ti! - Gritei indo na sua direcção.

- Tu não sabes de nada Margarida! – Ele olhou para mim. – És apenas um objecto na mão de todos, tanto seres celestiais e infernais, és um simples boneco.

-Não sou! Por favor, apela a algo que de bom que haja ai dentro e termina de vez com isto! – Pedi-lhe mais uma vez.

- Desiste Margarida, não vais conseguir mudar nada! – As palavras dele foram firmes

- Então deixa-me em paz, deixa todos em paz! Se não consigo mudar nada, como tu dizes, deixa-nos em paz!

- Não posso… Tu atrais e vais sempre atrair tudo e todos não nos vais conseguir afastar!

- Beliel? – As lágrimas surgiram-me como nunca esperei que acontecesse, pelo menos a frente dele. –Olha para mim…

Ele olhou, mas nesse momento luzes negras e brancas se viram nos céus, os anjos já estavam a lutar entre si, nós olhamo-nos, sabia que já não haveria nada a fazer.

- A batalha começou! – Ele disse e levantou-se, agarrando em mim e puxando-me para uma zona do mato menos densa.

De repente Diogo materializou-se ao meu lado, atrás de Beliel todos os anjos negros, e do meu outro lado Miguel e os anjos guerreiros. O meu olhar suplicava que Beliel parasse com aquilo, por mais que tentasse não conseguia mexer com a cabeça dele, Diogo deu-me a sua mão e apertou a minha com força.

- Se tivesses aceitado ficar do nosso lado, Azazel, nada disto teria que acontecer! –Disse-lhe Beliel.

- Sabes qual é o teu problema ? – Disse-lhe Diogo olhando com desdém. – Não admites que tens algo superior a ti!

Beliel deu uma gargalhada firme. Sabia que esta troca de acusações iria acabar mal, por isso larguei a mão de Diogo e dei um passo em frente, todos os anjos negros me olhavam fascinados e em posição de defesa.

- Desiste margarida! – Disse criando uma bola de fogo nas mãos. – Ataquem!

Tudo foi muito rápido porque fui mandada pró chão por Diogo, e tinha Miguel a minha frente. A confusão de luzes a minha frente era absurda. Diogo e Beliel lutavam entre si, não era suposto ser assim, não era suposto haver guerras sem lógica nenhuma.

Com dificuldade ajoelhei-me no chão de ervas e folhas de arvores, o barulho de raios e pequenos tremores de terra era sentido, o pânico instalara-se em mim, todos os anjos guerreiros me defendiam.

A raiva tomou conta de mim quando um anjo caiu violentamente a minha frente, vi a sua dor estampada no olhar, mas mesmo assim ele sorriu, desaparecendo como por magia deixando apenas um rasto de penas brancas a pairar no ar. Fiquei desolada, tremia descontroladamente, de uma mão uma luz negra surgiu, ao mesmo tempo que da outra a luz branquinha surgia.

“Vingança…Salvação”

As duas palavras corriam a minha mente, levantei-me, um som ensurdecedor, aumentava a cada tremelique meu fez com que todos os anjos cessassem os ataques, olhassem para mim chocados.

Beliel pousou a minha frente, o que me fez sentir o perigo gerando com mais força o poder que surgia das minhas mãos.

Todos me olhavam tentando perceber o que se passava comigo, Diogo aproximou-se de mim, o seu olhar estava preocupado.

Num acto sem controle e de puro silencio, as minhas mãos uniram-se criando uma faísca entre si, senti o meu olhar bloquear, um turbilhão de novas de sensações se apoderavam de mim.

Num segundo, todos os anjos negros caíram como pedras, entrando em transe no chão, gemendo num grito agonizante de dor. Estava cega queria controlar tudo aquilo mas não conseguia.

Aquilo também me afectava, Beliel contorcia-se numa dor inexplicável.

Senti um forte abraço, os meus poderes faiscavam insanamente contra o seu peito, o Diogo fraco apertava-me com toda a força que tinha.

- Margarida! – Ouvi Miguel, estava a meu lado, mas a sua voz estava longe. – Margarida…Tu consegues controla-te!

O cenário que via a minha frente era macabro.

- Diogo! – Gritei, soltando as minhas mãos e abraçando-o, o aperto dele enfraqueceu.

- Está tudo bem,Margarida! – Sorriu quando se afastou e vi o que tinha feito contra o seu peito, estava ferido, bastante por sinal, os gritos de agonia deixaram-se de ouvir.

- Ataquem-nos agora! – O grito de Beliel, foi o suficiente para todos os anjos negros se erguerem do chão e atacarem.

Tentava manter-me calma, mas cada vez que tremia descontrolava-me, estava parada assitir a uma serie de mortes angelicais e infernais, enquanto uns me protegiam e outros me atacavam.

Um forte baque no chão fez extremecer tudo a minha volta, Beliel encontrava-se com esforço levantar do chão enquanto Diogo pousava e caminhava na sua direcção, ele ia dar o golpe final no seu irmão, via no seu rosto a fúria com que ele estava.

- Força Azazel… Termina comigo! – Dizia Beliel enquanto diogo lhe apontava uma chama de fogo.

O diogo não foi capaz de terminar, o que a sua mente desejava.

-Vai-te embora, Beliel! – Disse-lhe virando costas.

- Ès um fraco! –Gritou Beliel e levantou-se num ápice fazendo crescer um ataque eminente na sua mão.

Corri o mais rápido possível.

- Não Beliel, não! – Num impulso abracei-o, fazendo a luz de fogo que se criava na sua mão evaporar. Diogo virou costas nesse momento, assistindo absorto a situação.

Todos pararam de novo as suas guerrilhas e focaram-se em Beliel caindo de joelhos a minha frente, afastei-me, ele olhava-me confuso.

- Desculpa. – Uma lágrima surgiu no meu rosto e pousei a mão na sua cabeça, a luz branca surgiu naquele momento. Todas as imagens negras dele passaram por mim, assistia a cada momento da sua reles vida infernal.

Tirei a minha mão e afastei-me, a sua negritude afogava-me, caminhei para me controlar, todos olhavam para mim, mais uma vez sem perceber o que se estava a passar.

Ouvi um raio, um barulho ensurdecedor e uma dor enorme atingir o meu peito, caí devagar, toquei no peito, não sei como o sangue escorria violentamente sujando toda a minha roupa, enfraqueci.

Olhei em frente, Samael sorria vitorioso.

- Nãoooo! – Beliel e Diogo gritaram em uníssono, senti Diogo agarrar-me e Beliel olhar-me desesperado.

- Margarida, Não! Não me deixes! – Diogo dizia, afagando o meu cabelo e me pressionando contra o seu corpo.

- Arcanjo! – Beliel gritou desesperado. – Salva-a! – Mais um par de olhos pousou sobre mim, sorri para Miguel.

Miguel acariciou a minha face, ajoelhando-se perante mim.

- Não há nada que possamos fazer! – Observou a enorme ferida. – Foi um raio mortal.

Ele abaixou o olhar, eu sabia que tinha chegado a minha vez.

- Olha por ela! –Disse Diogo. Num movimento rápido o vi levantar, as suas asas cresceram, mudavam de cor, o seu corpo enrijecia a fúria o completava.

Cada vez que os meus olhos fechavam e abriam com dificuldade, via o Diogo atacar Samael e todos que se metiam na sua frente.

Ele ia mata-lo, consegui sentir isso quando ele focou o seu olhar negro no meu.

Um raio lançou milhares de arvores pelo ar, tinha começado a sua vingança, Diogo tinha deixado o poder de Azazel apoderar-se, a sua face negra  ia iniciar o castigo ao seu irmão.

Samael sorriu e então nesse momento os ceus cobriram-se num negro medonho, Diogo fez crescer das suas mãos duas esferas de fogo que cresciam a cada momento.

Fechei os olhos por segundos, a vista já traía, quando abri vi os sorriso de Samael desaparecer, e um turbilhão de raios o atingir, mortalmente.

O céu cobriu-se de penas negras caindo e Samael destruído tornou-se em pó, senti o aperto de Beliel contra mim. Fechei os olhos, enfraquecida.

- Voltem! A batalha terminou! – Gritou Diogo. – Quando abri os olhos todos permaneciam no mesmo local, sem se moverem.

- Façam o que ele está a dizer! – Disse Beliel, naquele momento todos os anjos negros se retiraram, Beliel encarou-me mais uma vez.

- Podem se retirar! – Afirmou Miguel para os seus anjos e estes desmaterializaram-se em pequenas luzinhas brancas e subiram aos céus, era tão bonito, brilhante.

A dor estava a ser mais forte do que imaginava, Diogo voltou para perto de mim, sorriu tentando me confortar e eu sorri de volta, respirava com dificuldade, queria dizer tanta coisa, mas a voz saia-me em sussurro.

- Eu estou feliz. – Disse sorrindo. – Chegou finalmente a minha hora!

- Não…Não…  - disse Diogo desorientado – Miguel, por favor, dá-lhe a minha vida! Eu prefiro morrer em vez dela.

- Não! – Gritei-lhe. – Miguel não! Amor? – Diogo olhou para mim, e soltou uma lágrima. Passei a minha mão na face dele. – Eu estou bem, não quero que faças nada, está bem?

Ele assentiu, agarrando a minha mão e beijando a minha testa.

Continuei, sentindo os meus pulmões a falharem.

- Lembra-te que te amo, sempre te amarei… - Suspirei – Protege a Clara e o Tiago…Eu vou ficar bem – Sorri-lhe

- Não – Gritou, as lágrimas cobriam-lhe o rosto, aquilo fez-me chorar também. – Não te posso perder agora!

- Azazel… - Falou Miguel, a sua voz era melodiosa, quase que me embalava. – Não há nada que nós possamos fazer!

- Eu vou para um sítio melhor, não é? Lá vou estar feliz. – Sorri e suspirei. – Beliel?

Beliel que tinha ficado este tempo todo calado, olhou para mim, ele estava arrependido, sentia-se culpado.

- Desculpa por tudo, Margarida! – Baixou o seu olhar, posso jurar que soltou uma lagrima, mas a visão já se tornava complicada.

- Promete-me que te vais portar bem! – Era o mesmo que falar com uma criança.

- Eu prometo! – Olhou para mim e sorriu, com os seus olhos marejados.

- Miguel? Estou pronta! – Olhei para o Diogo, ele olhava para mim com incredibilidade. – Amo-te!

Sorri, a dor tomou-me por completo e fechei os olhos.


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Notas finais do capítulo

Depois virá um especial diogo e o epilogo :D
Espero que tenham gostado



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