As Duas Faces Do Meu Anjo escrita por MS Productions


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Mais um :D
Não está nada fácil para a Margarida e aqueles dois parecem fazer pior!
Esperemos que gostem :)



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Dias depois…

Tinha pesadelos horríveis, sempre com aquilo que se passara a poucas noites atras. Cada minuto pensava no que poderia fazer para mudar, chegava sempre a mesma conclusão, se eu não existisse tudo ficaria bem. Poderia até ir embora, mas eles acabavam por me descobrir, o melhor seria morrer, por isso já encaixava a minha morte certa na cabeça.

Não podia deixar de viver estes últimos momentos, e tinhas metas atingir, tinha sonhos a realizar, se ia morrer, morria com tudo resolvido.

Peguei nas chaves do carro do Diogo que ele tinha deixado, e dirigi-me a faculdade, embora com esforço, este seria o meu último exame e depois disso, começaria um estágio na biblioteca, ao menos isto me dava um sorriso de vitória.

- Estás nervosa? – Perguntou-me o Gonçalo, que entrava ao mesmo tempo na sala de exames comigo.

- Claro, tu não estas?

- Não, e acho que também não devias estar, estudamos muito para este exame e vamos conseguir!

- Deus te oiça! – Disse-lhe – Sabes…Muita merda!

- Supersticiosa! – Riu-se – Muita merda também para ti!

Entramos, Chamados por ordem alfabética, sentamo-nos nos lugares marcados, os professores indicaram todas as informações e deram ordem para iniciar.

*

- Acho que devíamos sair para comemorar… - Disse muito sorridente o Gonçalo, o exame tinha corrido bem aos dois, mas não tinha muitas razões para festejar para alem dessa.

-Tenho que trabalhar hoje, vamos ter imenso trabalho, fim de exames, sabes como é… Passa lá, eu ofereço-te um copo.

Um sorriso correu-lhe de orelha a orelha, sempre que lhe dizia para ele passar por lá, ele acabava a noite a engatar uma miúda qualquer e praticamente de rojo.

O meu telemóvel tocou e eu fiz um adeus para o Gonçalo e atendi-o enquanto me dirigia ao carro. Era a Clara.

-Olá…

- Tudo bem por ai? – Perguntou-me

- Claro…Fiz o último exame hoje! Correu bem, como ta o casalinho?

- Estamos bem, o Tiago está na sala de volta do trabalho, sorte nossa que pode trabalhar por aqui, senão estávamos bem tramados, e eu estou aqui no banco do alpendre! Estamos a pensar em voltar… - Aquela informação deu-me a volta a cabeça, eles não podiam, logo agora que estava tudo mal!

- Tu precisas de descansar mais uns dias! Está tudo calmo e se o Tiago pode resolver cenas do trabalho a distância é bom!

- Eu sei, mas sabes que não consigo estar parada! –

- Mas precisas, e nem discutas, tens de repousar! Tenho a certeza que o Tiago está de acordo!

- Quanto a isso nem vale a pena dizer nada! Ele concorda contigo!

- Então pronto, fiquem a vontade, não se preocupem com nada, vou pra casa agora, descansar um pouco.

- Fazes bem, Tira uns dias para vires para aqui também, o Diogo também precisa de certeza!

- Ah, pois… vou falar com ele depois ligo-te ta bom? – Menti-lhe.

- Fico a espera! – Disse-me – Beijinho

- Beijinho! – Desliguei, detestava mentir, mas era para protege-los, se os convencesse a ficar lá mais tempo, era uma vitória para mim. Destranquei o carro e entrei, ficando sempre envergonhada com os olhares que se juntavam a minha volta, quando viam o carrão.

Dei marcha para casa, estacionei mesmo em frente da porta do prédio e subi as escadas, meti a chave na porta e dou de caras com a pior visão que poderia ter estes dias. Ele…

- Olá! – Cumprimentou-me, olhando para mim malicioso! Fechei a porta devagar, isto não estava acontecer. – Espero que o meu carro esteja intacto, tenho-te visto a sair com ele!

- O que estás aqui a fazer?

- Moro aqui lembras-te? - Bolas.

- Tens mais sítios onde ficar! Não tens de ficar aqui!

- Gosto daqui! Não pretendo ir embora… - Levantou-se e veio aos poucos aproximando-se de mim – Alem disso, tenho de estar de olho, em ti!

- Não te preocupes, não vou fazer nada contra ti ou os da tua laia, deixem-me em paz que eu faço o mesmo – Calma margarida, dizia-me a mim própria, desprezo… Tu aguentas, despreza-o!

- Uh… - Disse irónico – Tens ai em cima o dinheiro, da renda!

- Não quero nada teu! – Disse-lhe rapidamente.

- Tu precisas, não sejas ingrata margarida!

- Não quero nada vindo de ti! – Ai, ele olhou-me furioso

- Vais andar na linha, eu vou continuar aqui, a aborrecer-te um pouco!

-Faz como quiseres… - Passei-me, virei costas e entrei no meu quarto, assim que bati com a porta as lágrimas surgiram, desprezo, com desprezo ele deixa-te de chatear. Respirei fundo, acalmei-me e deitei-me sobre a cama.

- Não vou ser um boneco para eles. – Sussurrei e fechei os olhos, não sei como mesmo com as lágrimas a correr, adormeci, tinha-me deixado levar pelo cansaço.

Estava num sonho bom desta vez quando abriram a porta de repente e gritaram,

- Acorda! – Abri os olhos assustada – Vem jantar que tens que ir trabalhar! – Gritou o Azazel.

- Deixa-me em paz! – Gritei-lhe de volta.

- Oh querida – num tom sarcástico – Levanta-te! – Virou as costas.

Não ia jogar estes joguinhos parvos não ia de certeza, mesmo assim levantei-me e dirigi-me a casa de banho, levando tudo atras. Tomei um duche demorado e vesti-me, prendi os cabelos ainda molhados e fui a cozinha, não para comer o que ele tinha preparado, mas sim comer uns cereais que tinha começado a ser a minha refeição normal. Espantada vi o Beliel sentado a mesa com Azazel, ignorei-os. Calma.

-Estas atrasada, vais comer o que te preparei frio!

- Não quero, comer isso! – Comecei a vazar os cereais numa tigela e o leite logo de seguida.

- Isso não é comida! – Disse-me

- Pra mim é! – Respondi-lhes.

- Margarida, o Azazel está apenas a cuidar de ti, custa muito fazeres o que ele pede? – Bufei.

- Não te quero aqui, nem tu nem ele. – Olhei com raiva para o Azazel.

- Oh quanta raiva, fofinha! – Beliel levantou-se e tocou-me no braço.

- Não me toques – Soltei-o e encarei-os a gargalharem, furiosa fui para a sala, sentei-me a comer e a pensar como é que iria desenvencilhar-me deles. Terminei, deixei a tigela na cozinha e quando ia pegar uma maça, o Azazel falou.

- Vamos la ter contigo ao bar! – Sorriu

- Não.

- Não sejas assim, tão mal humorada! Só te fica mal.

- Qual é parte de deixa-me em paz que não entendeste? – Gritei-lhe

- Não voltas a levantar-me a voz menina! – Ele levantou-se e tive que olhar para cima para o encarar. O olhar dele estava negro, assustador.

- Não tenho medo de ti!

- É Bom que tenhas, pois a partir de agora vou-te fazer a vida num inferno! – Disse-me enquanto o Beliel ria maliciosamente numa gargalhada sem fim. Sai emburrada dali, trinquei a maça, penteei os cabelos, vesti o casaco, agarrei na bolsa e quando sai no meu quarto, eles estavam os dois sentados na sala. Agarrei nas chaves do carro e sai. Nem me preocupava se levava o carro dele, por que para mim, aquele seria sempre o carro do Diogo, não deste monstro.

Claro que cheguei ao trabalho de mau humor, tive que pedir desculpa a miúda do bar, por ter gritado com ela, apenas lhe disse que tava com problemas e que ela não tinha culpa, ela sorriu, disse não havia problema. O quanto eu a invejava, a vida dela era normal, sem anjos, sem monstros para lhe estragar o dia.

- Olá! – Olhei para o balcão, o Gonçalo sempre tinha vindo.

- Olá! Queres o quê? Decide que eu ofereço! – Sorri-lhe.

- Quero 2 shots potentes! – Olhou para a miúda, e piscou-lhe o olho.

- Ah! – Sorri – Vanessa faz ai dois shots para este menino, mas não abuses no álcool, porque tenho a certeza que ele te vai oferecer um! – Ela riu, e deixei-a preparar a bebida.

-Isto ta cheio! – Tinha razão, final de exames como já tinha previsto, bar a barrote.

- Podes crer! Vou levantar umas mesas! – Sorri-lhe para ele ficar a conversa com a miúda.

Deixei-os e fui levantando uns copos, o pessoal estava todo animado, o quanto eu gostaria de estar como eles agora, infelizmente a vida não é boa para todos.

Um grupo animado aproximou-se de mim…

- Boas… querem alguma coisa? – Entreguei-lhes a lista de bebidas, enquanto eles se sentavam numa mesa.

- Estas na lista? – Perguntou-me, um rapaz loiro, com ar mais novo, com um ar de brincalhão.

- Infelizmente não – Ri-me – Já volto, vão escolhendo!

Virei as costas. Era normal ouvir cenas destas, normalmente de rapazinhos que tinham pinta de ser sacanas, mas levava na brincadeira. Pus os copos na máquina, e fui ao balcão, o Gonçalo continuava a falar com a vanessa, enquanto ela servia outras pessoas.

-Como estava o shot? – Perguntei-lhe.

- Não tao bom como aqui a Vanessa – disse me com um riso malandro. – Estava óptimo, estou a brincar. – Ela corou de repente, entre eles ia haver festa de certeza. Ri-me.

- Aquele ali não é o teu namorado? – Perguntou-me a Vanessa.

- Oh… - Mudou logo o meu humor todo – Vou ali atender uma mesa!

- Vocês tao chateados? – Perguntou o Gonçalo,

Assenti, não lhe ia dizer a verdade, é logico. Dirigi-me a mesa.

- Já escolheram? – Perguntei ao grupinho.

- 5 Imperiais para já. – Disse um moreno

- E o teu numero de telemóvel. – Disse o brincalhão de há bocado.

- 5 Imperial… - Ri-me – Quanto ao resto, não temos! – Os amigos riram-se da minha resposta. – Mais alguma coisa?

- Um beijinho teu! – Ri-me,

- Não pode ser, aqui só vendemos bebidas, carinho e beijinho, talvez encontres a uns quarteirões daqui! – Eles voltaram a gozar com o rapaz.

- Oh, só um! – Pediu o pobre coitado.

- Ela não da beijinhos a ninguém! – Oh, era o que faltava, Azazel… Arrastei-o dali antes que ele dissesse mais alguma coisa, O Beliel olhava para nós, ao balcão a tomar uma bebida.

- Vanessa tira 5 imperiais, por favor! - Olhei para ele – Tas louco? Não podes chegar aqui e fazer tudo o que te apetece!

- E esses miúdos não podem babar-se para cima de ti! – Respondeu-me furioso.

- Tu não vais fazer nada, vais para pé do teu irmão e vais deixar-me trabalhar!

- Obriga-me! – No meu trabalho, ele esta a fazer isto no meu trabalho… Não acredito.

- Azazel! Peço-te que não faças nada! – Ele olhava furioso para o grupo.

- Eles tão a olhar para ti, anda cá! – Afastei-o, nem pensar – Eles não te vão dizer mais nada se virem que tu és minha!

- Azazel! Deixa-me em paz! – Andei para ir buscar as imperiais e fui deixa-las na mesa, sorri-lhes. Vou até ele – Não me metas em confusões! – E virei costas.


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Notas finais do capítulo

Até para a semana! :D
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