As Duas Faces Do Meu Anjo escrita por MS Productions
Diogo (PDV)
- Há alguma pista para onde tenha ido? - Perguntou me Miguel, estava desorientado, onde é que ela estava?
- Rondei tudo, até no submundo, nada! Falei com a amiga e a ultima vez que comunicou com ela foi de manhazinha, dizendo que ia visitar uns familiares afastados, que eu tenha conhecimento, não há nenhuns. Estou desesperado Miguel!
- Ela talvez precisou de se afastar, mas em breve saberemos, já mandei alguns procura-la. O que é que aconteceu ontem? Depois de falares com ela?
Baixei a cabeça, sabia que ele me ia condenar pelo meu acto, preferi manter o silêncio.
- Vou para casa, talvez ela apareça! – Disse.
-Azazel! Se não fores capaz de controlar esse teu amor por ela, terás que deixar o teu posto!
- Miguel – A minha fúria veio ao de cima – Nada nem ninguém me vai tirar a margarida, eu vou protege-la como me foi ordenado!
- Não esperava outra coisa de ti, comunica se tiveres novas informações…Vou estar por aqui!
Parei em casa, corri todas as divisões, mas nada, onde é que ela se tinha enfiado? Já tinha escurecido, o tempo mudara, a chuva corria a potes na rua. Só saberia onde encontra-la se ela me chamasse ou se tivesse em perigo, até agora nem uma palavra da parte dela.
Margarida (PDV)
Até acordei assustada e com fome, já tinha escurecido, a único barulho que se ouvia da televisão, levantei-me enrolada nas mantas ia preparar alguma coisa para comer, uns ovos mexidos com salsichas e saber-me mesmo bem da maneira que o meu estomago roncava, antes teria que tomar um banho, liguei o aquecimento e fui tomar um duche quentinho.
Vesti o pijama e penteei o meu cabelo, estava a precisar de um corte, talvez quando voltasse desse um jeito nele. Deixei-o secar ao natural e dirigi me a cozinha, preparei o meu jantar e voltei para a sala, sentei-me confortavelmente no sofá, mudei varias vezes de canal enquanto comia, nos noticiários só desgraças, parei num estava a dar os Simpson, ainda me ri bastante com as aventuras do Homer.
Peguei no meu prato e dirigi-me a cozinha para lavar a loiça, assustei-me quando ouvi uma madeira a ranger.
-Calma, margarida! – Ri-me de mim própria – Não estás habituada ao silêncio.
Fiz um café bem quentinho e fui para o alpendre, trouxe uma dose extra de cobertores, continuava a chover, era espectacular observar as gotas a caírem no lago e ouvir os grilinhos a cantarolar. Outro rangido, desta vez não liguei, a casa já era velhinha, embora estivesse em boas condições já não era a mesma de há 20 anos atrás.
A chuva intensificou-se e o frio também, reparei que estavam barrotes de madeira junto a porta, o Sr. Antunes também devia ter preparado isso. Eram tao queridos tanto ele como a sua esposa.
Tranquei a porta para o alpendre e fechei as portadas, pousei a caneca de café na mesinha de centro e deitei-me a ver televisão de novo, não me importava de estar assim mais vezes, puxei da bolsa com os apontamentos da faculdade e comecei a dar uma vista de olhos, tinha mesmo que puxar pela cabeça nos próximos exames, se queria concluir tinha que me esforçar.
O tempo passava rápido, olhei para o meu relógio de pulso, estava há horas vidrada naquelas folhas todas, pousei-as. Fui a casa de banho e quando me voltei a sala me espreguiçando, dei de caras com ele.
- És difícil de encontrar… Gosto do sítio, confortável! – Beliel, dizia enquanto se repostava no sofá.
- O que queres? – Disse-lhe ficando em pé em frente dele. – Vai te embora daqui!
- Apenas saber como estavas! Estou a pensar ficar por aqui a fazer-te companhia…
- Não quero a tua companhia, quero estar sozinha, sai! – Gritei-lhe.
Ele levantou-se, um dos problemas dele era ser alto demais, se o queria encarar tinha que me por num escadote, e sorriu-me.
- Eu sabia perfeitamente que tinhas algo de especial, nunca pensei que fosse algo desta grandeza. – Ele tirou a sua expressão sarcástica e trocou-a por um fraco sorriso enigmático, tocou-me na face, fechei os olhos quando a sua mão fria me acariciou. – Tu não imaginas o quanto és importante, pois não?
- Beliel – Virei a minha cara e de seguida voltei a encara-lo – Eu não quero mais problemas, só quero ser feliz, só quero estar sozinha para esquecer isto tudo! - Pausei e baixei-o olhar – Eu não aguento, eu não sou forte como tu ou Diogo e outros anjos que por ai andem, eu sou apenas eu. Pode ir contra a tua maneira de ser, aceitares um pedido meu, mas só te peço por favor deixem-me um pouco em paz, eu não quero prejudicar ninguém.
- Tu achas que quero fazer-te mal? Achas? Podes ser a miúda mais respondona que conheci, aquela que me tira a pouca paciência que tenho e pronto, é da minha natureza ser mau, mas… - Ele olhou para todo o lado, apertou-me com força, assustei-me. – Não faças barulho!
Estava alguma coisa aproximar-se da casa, ele disse qualquer coisa, e tudo desapareceu, ficamos apenas nos no meio da floresta, ele ainda me agarrava junto a ele, quando vi quem se aproximava, não sabia quem era, mas pelos vistos um anjo negro junto de uns outros 5 da mesma espécie.
- Não esta aqui nada – disse um deles. Enquanto os outros passavam a nossa frente onde supostamente estava a casa e não nos viam.
- Vamos, temos que achar a rapariga dê por onde der! – Disse outro, com aspecto de ser o chefe daquele grupo, e voaram para longe. Aos poucos o meu chalé foi aparecendo, depois do Beliel ter dito umas palavras indecifráveis.
- Chama o Azazel! – Olhou para mim de novo enigmático – Chama-o agora Margarida!
Olhei para ele, confusa, mas obedeci as suas ordens.
- Azazel!
Em segundos uma onda de luz entrou pela casa e o Diogo materializou-se na sala.
- Margarida? - Olhou para mim preocupado – Beliel?
Corri para o abraçar, ele apertou-me e ficou a olhar preocupado, estava prestes a partir para cima do Beliel, quando me afastei e pus a sua frente.
- Diogo, pára! Ele não fez nada… - Olhei para o Beliel, o negro cobria totalmente o seu olhar. O Diogo aproximou-se de mim e puxou-me para mais perto dele.
- Que é que queres então? Já te tinha dito para te afastares dela…
- Samael, ele teve aqui a procura dela – Disse Beliel, aos poucos voltava com o seu olhar ao normal.
- Quem é esse? É aquele que falou de mim? – Perguntei, estava confusa.
- Nosso irmão – respondeu Diogo – Sabes o que ele quer?
- Margarida… - Beliel disse isto e olhou para mim, senti afecto naquele olhar – Temos que a proteger!
- Desde quando a queres proteger? Há uns tempos atras andavas a inferniza-la!
- Eles já sabem da verdade sobre ela. A margarida é um alvo abater!
- Como? – Fiquei sem palavras, isto não podia estar acontecer – Não! Não… Eu não fiz nada, não chateei ninguém. Sai dali para me deixarem em paz por uns dias! Eu odeio-vos, a todos!
Gritei, soube-me bem gritar, afastei-me e tranquei-me no quarto. Só quero estar bem, só quero estar feliz, e ninguém me deixa.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!