Acordou e encarou o despertador, ainda faltava uma hora e meia para que ele precisasse começar a se arrumar, mas não se importando muito com chegar cedo, ou não, ao colégio, foi para o banheiro tomar banho e etc.

Minutos depois lá estava ele secando os cabelos com uma toalha branca e encarando o espelho do armário. O garoto sabia que possuía uma beleza descomunal, os cabelos ébano levemente bagunçados, a pele alva e os profundos olhos negros davam a ele um ar de anjo mau.

Pegou um jeans escuro, o velho all star preto, uma camisa branca e a boa e velha jaqueta preta que havia ganhado do irmão mais velho em seu último aniversário.

No caminho para a cozinha viu uma palheta alaranjada jogada no chão “Dobe...”, murmurou em pensamento, pegou-a e colocou no bolso, seu melhor amigo devia ter esquecido na sexta-feira quando ambos, sem nada para fazer, se juntaram e começaram a cantar e compor algumas, poucas, músicas.

Olhou para o relógio, ainda faltavam duas horas para a aula começar, abriu a geladeira pegou algumas coisas e montou um sanduíche, pegou também um suco de qualquer coisa que sua cunhada fizera da última vez em que estivera ali com seu irmão. Terminado o café dirigiu-se ao quarto novamente, pegou a mochila, a carteira e o telefone celular.

Caminhou lentamente pela cidade parando para comprar uma caixa de chocolates com menta e logo estava na porta do colégio (N/A ainda não pensei em um nome), suspirou, odiava aquela escola com todas as forças de seu corpo. O lado bom é que ele tinha alguns amigos, quatro, e que as garotas se importavam , brigavam e se matavam, com e por ele.

Não que ele realmente gostasse disso tudo, mas era divertido às vezes, o problema (o maior deles no caso) era Karin, uma ruiva da sala dele que se achava a poderosa namorada. Ele não é o cara super popular, gente boa e atacante do time de futebol. Pelo contrário, ele é o garoto problema.

Continuou a caminhar para dentro da escola, subiu dois lances de escada, andou até o fim do corredor, virou a esquerda e lá estava a sala do 2º ano B “Merda de sala!” pensou antes de entrar e se sentar na última cadeira da última fileira ao lado da janela.

Pegou os fones de ouvido e um caderno em branco dentro da mochila, escutava Wake Me Up When September Ends e escrevia a letra no caderno, o tempo passou e passou rápido de mais, logo a sala estava cheia.

Um grupo de garotas conversava e vez ou outra uma olhava para ele e sorria, deveriam estar comentando algo sobre alguma grande festa, pois algumas, poucas, vezes gritinhos histéricos se fizeram ouvir.

E minutos depois lá estava, ela, acompanhada de Tayuya, Matsuri e Kin, é Karin chegara e apenas se ele estivesse muito enganado ela tinha alguns fios cor-de-rosa  presos no anel e a boca um pouco cortada. Ela olhou para ele e sorriu “Irritante...” pensou.

- Amor! Bom dia!- Ela se sentou na carteira ao lado da dele.

-Karin você está no lugar do Naruto – a voz rouca e fria do garoto fez o grupo de garotas antes citado se calar.

-  Desculpa...- a garota murmurou se levantando e saindo triste.

- Yo Teme!- o loiro grita animadamente sentado ao lado do amigo e lhe estendendo o punho

- Oi Dobe- tocou o punho do loiro- sua palheta. - entregou o pequeno objeto

- Valeu, achei que tinha perdido.

Ambos levantaram os olhos e viram os outros dois integrantes do grupo, Shikamaru e Neji, chegarem e se sentarem atrás de si. Os quatro engataram em uma conversa sobre um festival de música e só pararam quando o professor, como sempre atrasado, entrou na sala e mandou que todos se calassem.

-Bem classe, hoje eu realmente tive um bom motivo para não chegar no horário e para seu esclarecimento senhor Hyuuga não foi um gato preto- o homem fez com que Neji não pudesse terminar o comentário- enfim, hoje recebemos uma aluna nova, ela veio transferida de outra cidade então tratem a garota bem. Ouviram quarteto fantástico?- O professor olhou para os quatro amigos sentados ao fundo.

Ele caminhou até a porta e pediu que a tal garota entrasse. Alguns murmúrios correram pela sala, a garota vestia uma saia preta uns quatro dedos acima do joelho, uma camiseta branca, uma blusa de frio preta meio aberta com o capuz cobrindo os cabelos e calçava um all star cano médio preto. Usava três anéis e um colar com uma caveira em chamas. Ela era não tão alta, mas nem tão baixa, parecia ter a pele bem clara e olhos muito, mas muito verdes, usava uma maquiagem um pouco pesada nos olhos, mas era a única que marcava o rosto de traços finos.

- Gente essa é a Sakura, querida sente-se naquela cadeira por gentileza- ele apontou para o lugar vago à frente de Sasuke- e, por favor, tire o capuz.

Ela caminhou um tanto quanto rápido, parecia não querer atenção. O que foi impossível ela não receber quando abaixou o capuz, seu longo cabelo era rosa, e parecia ser natural, pois não havia nenhum traço de qualquer outra cor ali.

Agora Sasuke sabia de onde haviam saído os fios cor-de-rosa do anel de Karin, mas o que ele realmente queria saber é por que a tal aluna nova arrumou confusão com a ruiva antes mesmo de pisar na sala de aula.

As três primeiras aulas correram rápidas a novata não fazia perguntas, apenas anotava uma coisa ou outra que os professores falavam e voltava a escrever uma história que Sasuke não pôde ler pelo tamanho da letra. A garota também não reclamou quando o grupo de amigos retomou a conversa sobre o festival o meio da aula de física, ela,na realidade, pareceu um pouco interessada no assunto, virando um pouco a cabeça quando os garotos disseram que qualquer um poderia entrar.

O intervalo chegou, a rosada se levantou pegou um bloquinho, uma caneta preta e saiu. O moreno observou atentamente cada movimento da garota, ela era como diria ele, irritantemente diferente das outras. Não era só a cor do cabelo, era o jeito de olhar para as pessoas, a letra inclinada e longa e o fato de ela não se mostrar para ele.

Saíram da sala e desceram para o pátio onde viram Karin se adiantar na direção de Sakura, mas ser impedida por uma loira e uma morena que eles conheciam. Ino, amiga de Naruto, e Hinata, prima de Neji, Sasuke duvidava que ambas conhecessem a novata, mas sabia que independente de qualquer coisa elas odiavam aquela ruiva com a mesma proporção que ele odiava aquela escola.

A rosada ergueu o rosto e esboçou um sorriso, se levantou caminhou lenta e graciosamente na direção de Karin, pôs a mão sobre seu ombro e sem nenhum aviso deu um murro no estômago da garota.

- Nunca mais na sua fútil existência diga uma palavra sobre o meu pai. - a rosada disse em voz alta. “Bela voz.” e moreno pensou e antes que ele tomasse consciência Ino e Hinata se aproximaram.

- Ohayo!- A loira disse sorridente ficando na ponta dos pés para dar um beijo no rosto de cada um dos garotos.

- Oi meninos- Hinata murmurou olhando pra baixo. Como elas podiam ser assim tão diferentes?

Ino olhou de Sasuke para a rosada, agora sentada embaixo de uma árvore

-Sasuke, ela é legal... Devia falar com ela – A loira realmente o conhecia. - Olha Shikamaru sua namorada ta chegando.

Temari, uma loira de olhos verdes, realmente bonita, tudo no lugar inclusive a cabeça o que vindo da namorada do Nara era algo inesperado.

O resto do intervalo passou com a clássica normalidade, tirando apenas o fato de Karin encarar a novata com mais ódio do que era possível pelos limites da física. As aulas de biologia e artes que seguiram não foram tão chatas quanto se era de esperar, pois a rosada respondeu todas as perguntas direcionadas a ela corretamente e a mesma fizera a melhor paisagem já vista naquela sala de aula.

O último sinal tocou, todos se levantaram correndo e saíram da sala, em pouco tempo só restavam Sasuke e Sakura, acredite ele pensou inúmeras vezes antes de fazera pergunta que lhe vinha a mente, mas ela simplesmente fugiu-lhe aos lábios

- Por que bateu na Karin?- a novata pareceu se assustar com a voz dele

- Desculpa ferir sua doce namoradinha, mas ela falou do meu pai então não pude evitar. - ela o observava ameaçadora

- Ela não é minha namorada e quem é o seu pai?

- Então diga isso a ela Uchira, e, por favor, não se meta nos meus assuntos!- ela pegou a mochila e se foi, rápida e silenciosamente, do jeito que chegou. “É isso foi realmente estranho.” Murmurou consigo.

Pegou suas coisas e caminhou para fora do colégio, ainda pensava nela, chegou em casa na mesma falta de empolgação de sempre, deitou na cama e olhou pensativo para o teto “ O que ela tanto escrevia naquele caderno?” acabou dormindo pensando em inúmeras possibilidades.