O Fim da minha vida escrita por N Cotton


Capítulo 1
O dia da minha morte


Notas iniciais do capítulo

Bem, essa é minha segunda história, a primeira eu achei horrível e deletei. Mas essa é a primeira história Original, então qualquer coisa, avisem. É uma oneshot, mesmo que eu não goste muito de oneshots.



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            Medo da morte? Não, eu nunca pensei em morrer... Mas um dia ela chega. Eu vivia reclamando, mas só agora percebo o quanto tinha, e o quanto acabei perdendo por ser ambicioso.

            Eu podia ter uma família, sim, eu podia... Mas quando conheci a mulher ideal para mim, simplesmente a abandonei por uma farra, e agora vou morrer sozinho... Isso é tão triste!

            Emprego? Tive, fui muito bem-sucedido em tudo, por isso acabei me tornando frio e calculista, meus amigos se afastaram e todos no meu trabalho me odeiam, agora eu penso: pra que o dinheiro vai me servir se não vou ter ninguém para estar do meu lado nesses últimos instantes?

            Se eu não estivesse em um cargo tão alto na empresa... Não me chamariam, e outra pessoa morreria no meu lugar, ou não, ela iria com outro meio de transporte e não aconteceria o que aconteceu comigo...

            Hoje de manhã, eu acordei em mais um tedioso domingo, sem amigos, sem planos para sair, seria outro domingo irritante na frente da televisão... Mais um dia sem trabalho. O tal trabalho que me tirava dessa vida triste de ser odiado por tantas pessoas.

Assim que levantei fui tomar banho, escovei... Higiene básica que todos conhecem, e logo em seguida fui tomar meu café. A bondosa senhora que trabalhava para cuidar da minha casa já tinha preparado tudo. Um café da manhã como todos os outros, apenas um pouco de café e um ovo mexido. Acabei minha primeira refeição do dia e fui escovar novamente. E como todos os outros domingos, sentei no sofá e comecei a assistir algum documentário aleatório na televisão.

            Mais ou menos na metade do documentário sobre as tartarugas marinhas o meu celular tocou. Maldito celular! Se eu não tivesse atendido essa ligação da empresa eu estaria em casa, assistindo mais um documentário tedioso sobre as pirâmides do Egito. Eu precisava mandar um arquivo urgente para meu sócio, e o preguiçoso estava em casa, sem nada para fazer, assim como eu. Por que mesmo eu aceitei ir ao escritório?

            O que o tédio não faz com uma pessoa...

Me levantei do sofá e comecei a me arrumar, a mesma roupa formal padrão no trabalho. Penteei meus cabelos para trás, como fazia sempre que ia ao meu ambiente de trabalho e já estava pronto.

            Saí de casa a pé, afinal o meu trabalho era tão perto da minha casa... Me arrependo de pensar assim agora.

            Na esquina do meu trabalho senti uma mão no meu ombro, uma mão gelada e branca. Assim que me virei para ver o dono dessa mão, me deparei com uma capa preta definindo os contornos do ser que muitos humanos mais temem. A dama de preto segurava uma foice assustadoramente afiada. A segunda coisa que pensei foi: ‘Ela vai me matar com isso?’ (sendo óbvio que a primeira coisa que me veio a cabeça foi associar a dama de preto com a morte)

            Criei coragem de perguntar se ela ia me atacar com a foice, e ela foi simpática em dizer que só veio me mostrar uma coisa.

            Ela apontou com seus dedos esqueléticos para um carro que vinha desgovernado, me assustei, mas não consegui me mover, pois era inevitável, e tudo já estava pronto para acontecer. Mas estranhamente o carro mudou de direção e não veio para cima de mim, bateu num posto, do outro lado da rua. A última coisa que me lembro antes de apagar foi ver o fogo da explosão que tinha acontecido a alguns metros de mim.

            Acordei num hospital com a senhorita ainda me encarando... Como alguém tão bela podia trazer tanto sofrimento? Por que eu sentia tantas dores pelo corpo? Ela sorriu para mim e me disse que faltava pouco mais de alguns minutos, foi aí que o desespero me pegou. Comecei a pensar em tudo que eu podia ter feito, eu podia ter uma família, podia ter amigos... Desesperado, pedi outra chance. Ela negou, não podia mudar o que já tinha sido mandado.

Como última esperança, perguntei a ela se sabia se eu ia para o céu ou o inferno, e ela riu, riu como se fosse a melhor piada que já ouvira. Continuei olhando para ela, com a expressão séria, e finalmente ela percebeu. E me contou a coisa que eu mais temia ouvir...

‘Quem disse que existe algo depois da morte?’

Isso me assustou completamente, e perguntei o que acontecia. Ela deu um sorriso singelo. Eu já desesperado perguntei a ela para que servia a vida, e ela me disse ‘A vida? Serve para todos aproveitarem tudo ao máximo, o que eu percebo que você não fez.’ Olhei para o relógio e perguntei ‘não dá para mudar nada? Eu vou simplesmente desaparecer?’ ela acenou positivamente a cabeça.

Pensei na Anne, aquela qual eu tinha rejeitado por causa de uma festa. Eu agora percebi que a amava, e que se tivesse sido um pouco mais inteligente poderia estar com ela ao meu lado, pensei nas pessoas que poderiam ter sido minhas amigas, e logo vi o meu sócio entrando pela porta do quarto de hospital.

‘Tudo feito querida? Já podemos ir?’

Ele perguntou para a minha ceifadora, ela olhou para mim e para o relógio e falou algo em tom baixo para ele, algo que eu não ouvi. Ele olhou para mim e me perguntou como ainda me restavam esperanças. Eu apenas dei um sorriso amarelo e falei que era o arrependimeto antes de morrer, perguntei se ele não me daria outra chance. E ele deu risada do meu pedido.

‘Mais do que já teve? Muitas chances de mudar passaram e você nem olhou para elas, esses são seus últimos minutos... Diga adeus para esse mundo!’

Simplesmente desapareceram na minha frente e me deixaram sozinho... Até que meus olhos começaram a escurecer e eu parava de sentir meu corpo. Percebi que estava ao lado do meu corpo agora, como um espírito, e via os médicos fazendo o possível para me reanimarem, até que desistiram.

Não posso dizer que foi uma vida boa... Mas sei que existem casos piores...

A pior coisa foi sentir que estava desaparecendo. Mas sei que foi o fim. E esses foram meus últimos momentos de vida.


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Notas finais do capítulo

bem, é isso, deixem reviews por favor. Acho que me saí bem nessa fic =/



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