Quase todos nós haviamos conseguido um pedaço de pergaminho, que montou um enigma. Alguns dos pergaminhos estavam em grego, mas nós nem haviamos percebido até que Frederich disse: Ei, eu não entendi. Isso é grego ou algo do tipo?

Não entendemos como não haviamos percebido isso antes, pois estava bem na nossa cara. Alinne que está montando tudo, disse que está meio fácil, só que muito confuso.

Ela está juntando os pergaminhos e escrevendo certinho em outro, mais limpo e tudo mais. Está faltando um pedaço, ela sabe disso, mas acha que dará certo a tradução de tudo. Annie, quando voltou, nos trouxe mais um pedaço de pergaminho, algo que está sendo crucial para que Alinne decifre tudo.

Como tem grego, está sendo mais dificil, porém, não impossível. Alinne ficava trancada em seu quarto tentando se concentrar, para ficar no silencio ouvindo uma música calma e a chuva cair. Ela precisava disso pra se concentrar.

Era apenas mais uma tarde fria e chuvosa, como o tempo havia mudado rápidamente, o que só atrapalhou certos planos nossos. Eu estava meio preocupada com Luna e Julieta, pois elas iriam sair em uma "missão" a procura de pistas em um parque de diversões... Eu ia ir no lugar de Julieta, mas ela insistiu que eu não estava completamente curada... E, realmente, eu não estava. Adam havia me marcado, por tempo indefinido. Creio que usando a sua varinha, ele fez um corte fundo em meu braço, apenas quatro letras... "Weak". Talvez ele soubesse que não conseguiria me matar, então fez isso. Era isso que eu pensava, olhando a chuva, sentada em uma rede.

Eu estava com frio, sem casaco algum. Meu cabelo estava sobre meu rosto, mas ignorei completamente esse detalhe. Meus pés estavam totalmente encharcados pelas gotas que caiam do teto. Eu ouvia um baixo toque de violão, supus que fosse Annie e Liz compondo algo, o que elas faziam muito.

Meus pensamentos foram cortados por um beijo de Frederich, que se sentou ao meu lado. Ele parecia querer chorar apenas por me ver daquele jeito, triste, sem vida... Ele me abraçou, puxando-me para perto de si. Fui forçada a colocar meus pés dentro da rede, já que ele sempre foi mais alto que eu. Ele fez o mesmo, cantando uma música calma... Que fez-me chorar mais, essa não era a intenção dele, mas deixou que eu chorasse... Afinal, era só isso que eu sabia fazer durante esses dias.

Eu devo ter adormecido, pois, só me lembro de Alinne gritando pela casa, espantada, surpresa... Ela parecia histérica, então, eu e Fred nos levantamos de impeto da rede, e fomos ao seu encontro.

– Alinne? O que foi? O que descobriu? Endoidou? Alguma maldição que te desmiolou? - Annie disse, ela havia chegado antes de nós.

– N-não! - Alinne disse, respirando fundo. Ela entregou o pergaminho a Annie, sentando-se no sofá. - Quer que eu traduza? - Ela perguntou, enquanto Annie observava atentamente o pergaminho. Aproximei-me para olhar também.

– Sim, por favor. - Annie falou, confusa. Entregou o pergaminho a Alinne que começou a falar.
– Bem, Filhas dos três grandes, enviadas ao mundo dos mortais, cada uma a uma família, não necessáriamente separada... Essas famílias tinham uma ligação com o Olimpo, entendem? - Balançamos a cabeça. - Entenderão depois, enfim, continuando, Allynne, Gina, Hermione... Annie, Elizabeth, Luna, Julieta... Alinne. Não percebem? Somos nós.
– Não, Alinne, ainda tem mais gente com A. Tipo... Eu não posso ser uma semideusa... Não tem lóg... - Falou Annie, incrédula
– Desculpe, Annie, mas eu nunca me engano. Enfim, Filhas de Poseidon, deus dos mares. - Observei Luna e Julieta levantarem a cabeça, elas estavam pensando em algo. - Luna, Julieta... E Annie. - Annie ficou mais incrédula do que já estava.
– Eu? Poseidon? O que? É brincadeira, né? - Ela berrou. Estava maluca, completamente.
– Já disse que não me engano. Filhas de Hades, deus dos mortos.
– Eu. - Hermione levantou a mão. Como ela sabia aquilo? Alinne não havia terminado. - Já desconfiava a um bom tempo... - Acrescentou, sentando-se ao lado de Alinne.
– E Allynne, Gina e... Elizabeth. - Alinne disse, parando para respirar. Liz ficou tão incrédula quanto Annie, ou até mais.
– E eu, filha do deus dos céus. Zeus, é por isso que gosto de grandes alturas... Entendem? É tudo tão claro agora! - Continuavamos confusas. - Argh.
– Ok, eu te ajudo a explicar, Alinne... - Delcroxs falou, olhando para todas nós. - Vocês entendem grego, certo? Então... Isso é uma das caracteristicas de semideuses...
– Mas nós não temos... Dislexia. - Eu falei. Sabia um pouco sobre semideuses, algumas coisas que Annie havia me dito, pois, seu pai contava muitas histórias sobre mitologia para ela. Opa, seria isso uma coincidencia?
– Talvez... Seja por que somos bruxas, e nós não estamos relativamente ligadas aos trouxas, que não tem nenhum tipo de "sangue especial". - Alinne falou, arqueando as sombrancelhas.
– Eu tinha dislexia, nossa mãe nos... Ajudou muito, hoje nós... Podemos até ler normalmente, quase que sem as letras dançarem aos nossos olhos, mas é bem diferente com o grego, que nunca tivemos... - Julieta começou, mas foi interrompida por Luna.
– Difículdade. Mas a dislexia não foi um problema tão difícil de ser... Superado. - Luna parecia mais decidida, sem medo.
– Wow, acho melhor nós irmos, por falar nisso... - Julieta acrescentou, olhando o horário. - Temos que ir ao parque de diversões a procura de... Pistas, Luna. - Alinne virou o rosto, encarando o nada. Achei estranho, mas assenti para Julieta.
– Julieta está certa, Luna. - Arfei, abraçando as duas.