The Strenght Of Love escrita por Cherry


Capítulo 20
Um Novo Lar


Notas iniciais do capítulo

Hey leitores! :) Aqui vai mais um capítulo, e bem grandinho. A música é You Me At Six-No One Does It Better, aproveitem!



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Senti os raios do sol em meu rosto vindos da janela, me aquecendo. Demorei alguns segundos até ter completa consciência de onde estava. Dei um leve sorriso ao lembrar da noite passada e do quão maravilhosa havia sido.

Abri lentamente os olhos, ainda sorrindo, e olhei para o lado. Eu estava abraçando um travesseiro. Abri totalmente os olhos e me sentei confusa. Olhei para o quarto e havia roupas para todos os lados, inclusive as minhas. Mas uma coisa estava faltando. Onde está Bill Kaulitz?

Tirei os lençóis brancos que cobriam meu corpo nu e me levantei. Começei a ouvir sons de vozes vindos de baixo, e reconheci a voz dele. Mas havia outra, e pelo que parecia era a do Tom. Esses sons foram ficando mais altos até se tornarem berros que me assustaram.

Olhei perdidamente para o quarto tentando achar qualquer coisa que fosse para eu vestir e encontrei novamente aquela camisa branca em cima da poltrona. Coloquei minhas roupas íntimas que estavam no chão e depois a camisa.

A porta estava entreaberta. Fui até ela e sai para fora do quarto e depois até o corrimão lateral da escada. Olhei para baixo e Bill estava com uma bandeja na mão, que continha algumas comidas.. E Tom estava em sua frente, com uma expressão que parecia estar irritada.

Voltei para dentro do quarto, era melhor, talvez eles pudessem me ver dali. Fechei um pouco mais a porta deixando apenas a lateral do meu rosto e meu ouvido esquerdo para fora e comecei a ouvir a conversa.

– Isso é sobre a banda Bill! - gritou Tom.

– Será que você pode falar mais baixo, ela vai acordar! - disse Bill em um tom um pouco mais baixo.

– Então que acorde! - Tom gritou ainda mais desmonstrando provocação.

– Vai se fuder Tom, eu vou subir... Isso é besteira! Foi só ontem. - respondeu Bill com a bandeja na mão indo em direção á escada.

– Vai você fuder a Clara. - disse Tom atrás de Bill provocante.

Meu coração ficou descontrolado ao ouvir essa última frase. Eu estava totalmente confusa. Porque o Tom falaria desse jeito? Eu nunca o vi assim. O que estava acontecendo?

Enquanto tentava pensar em algum motivo para aquilo ouço um barulho de alguma coisa caindo no chão em um estrondo forte. Ouço os dois gritarem cada vez mais alto e eu fui ficando cada vez mais sem reação.

Sai correndo do quarto como um vulto, eu tinha que parar aquela briga antes que houvesse qualquer tipo de ataque físico. Desci as escadas rapidamente e os dois estavam a poucos centímetros um do outro. Tom estava quase encostando seu nariz contra o do Bill quando me coloquei entre eles e abraçei o Bill levando-o para trás.

– Parem! Porfavor! - implorei gritando.

Nenhum dos dois respondeu. Ficaram apenas se olhando como dois touros bufantes. Bill apertava seu peito contra mim tentando ir perto do Tom, mas eu tentava força-lo para trás de todo o jeito.

– O que está acontecendo? - perguntei confusa.

– Pergunte ao idiota do seu namorado. - disse Tom olhando rancorosamente para Bill.

Tom saiu andando cabisbaixo em direção a escada e subiu. Fui me soltando do Bill e olhei ao redor. Havia pedaços de lanche para todo lado e a bandeja também estava jogada no chão. Me virei para ele e olhei em seus olhos inconformada.

– Clara, porque você fez isso? - perguntou Bill após um longo tempo.

– Porque eu não deveria ter feito? - perguntei me afastando dele.

– Isso não é da sua conta!

– Então também não era da sua conta as mensagens do meu celular. Quer dizer, eu acho que eu devo falar tudo a você, mas você não deve nada pra mim, não é? Você queria que eu ficasse parada apenas vendo vocês se matarem? Enfim, isso não importa.

Sai de perto dele andando de modo acelerado e subi as escadas. Entrei no quarto e me sentei na cama olhando para baixo. Eu odiava quando ele falava desse jeito comigo. Eu estava com raiva. Ele acha que o que eu fiz foi errado? Pela primeira vez senti vontade de estar no Brasil.

Aproximadamente cinco minutos se passaram e eu continuei ali pensando, segurando minhas lágrimas, eu não demonstraria fraqueza. Ouvi alguém subindo e logo Bill apareceu na porta. Continuei olhando para o chão fingindo que ele não estava ali.

– Me desculpa por ter falado daquele jeito com você? Eu fico assim quando estou irritado, e foi tudo culpa do Tom, eu não pude me controlar. Você não ouviu o que ele disse? "Vai você fuder a Clara". Porfavor, eu prometo nunca mais ser grosso com você. Eu sou um idiota, nós acabamos de ter uma noite perfeita e eu estrago tudo. Eu não quero brigar de novo. - disse ele após sentar-se ao meu lado.

– Você vai me contar o que aconteceu? Eu ouvi o meu nome, então eu devo estar envolvida nisso... - disse ainda olhando para o vazio.

– Não é isso. Ele está bravinho porque ontem eu não dei a cara no estúdio e eles passaram a noite fazendo músicas pro novo álbum. Mas o problema é que ele não entende que a gente precisava de um tempo juntos, ele é um idiota. Esquece isso agora, ok? - disse ele passando o braço pela minha cintura.

– Bill... Ele está certo. E é tudo culpa minha, agora eu entendo. É sempre culpa minha. Porque você não disse que tinha que ir para o estúdio? Agora se alguma coisa der errado, a culpa é minha, e sua também. Eu odeio estragar tudo. Eu devia ter voltado, eu devia, eu devia... - disse e me deitei para trás com as mãos na cabeça frustrada.

– Clara, você não estragou nada. Para de achar que tudo o que você faz é errado. Eu não iria deixar você ir embora daquele jeito, e eu senti muito a sua falta. Aí vem o Sr. Cabeça de Bagre dar um de machão pra cima de mim e você acha isso? Foi só um dia. Hoje eu vou ao estúdio e tudo vai ficar bem. Você vai ver. - disse ele sorrindo.

– Mas como você consegue ainda ficar normal em uma situação dessas? Você... você jogou tudo no chão! - disse indignada.

– Porque é sempre assim. A gente joga o que tiver na frente, cadeira, mesa... Você vai se acostumar. - disse ele mexendo no meu cabelo apoiando-se com o cotovelo.

– Acho que não... Você é louco. - fechei os olhos.

– Você também é louca. - disse ele rindo e eu senti o cheiro dele bem perto de mim.

Ele deitou parte de seu peito sobre mim e antes que eu pudesse abrir os olhos ele me beijou fervorosamente. Sempre em nossos beijos eu fazia carinhos em sua nuca, e isso o agradava. Ele passou sua mão direita sobre minhas pernas subindo devagar, até entrar por de baixo da camisa.

– Será que dá pra parar de roubar minha camisa? - perguntou ele fingindo estar bravo.

– Ela está em todo lugar. E eu sei que você gosta. - disse com um olhar provocante.

– Eu adoro... Clara, o que você achou de ontem? Você gostou? - perguntou ele mudando de assunto.

– E eu ainda preciso responder? - mordi meu lábio inferior.

– Precisa.

– Bem eu...

Hurricanes and Suns interrompeu minha resposta. Meu celular começou a tocar e eu corri até minha bolsa para atender.

– Oi.

– Clara! Que saudades, eu sabia que você iria fazer a coisa certa. Bem, eu só liguei pra te avisar que estou indo aí te buscar na casa do Bill. Você vai ter um surpresa. Se quiser levar ele junto tudo bem... Mas é melhor ele se comportar. Vá se arrumar. Tchau! - disse Yo ferozmente.

– Mas como assim... Yo? Yo espera!

Tarde demais. Minha prima louca já havia desligado. Mas como assim surpresa? Ela só pode estar aprontando mais uma comigo, como sempre.

– Quem era? - perguntou Bill curioso.

– Yollanda, e ela disse que está vindo aqui, dá pra acreditar? Disse que tem uma surpresa pra mim.... Você pode ir junto? Não, é melhor você ficar e ir para o estúdio. - disse indo guardar o celular na bolsa.

– Você acha que eu vou ficar aqui com o chato do Tom até de noite? É claro que não, nós vamos para o estúdio muito tarde e ficamos até de madrugada.

– Ok, mas você vai embora cedo! - disse em um tom autoritário.

– Ta bom, sua mandona.


(...)


Esperei Bill terminar de se trocar para ele me ajudar a descer as malas, nós já havíamos escutado a buzina de Yo. Dessa vez ele foi mais básico colocando apenas calça jeans preta, sapato e uma camisa branca um pouco transparente. Colocou óculos e se encheu de perfume.

– Você está ótimo, chega de perfume. Vamos. - disse puxando-o para pegarmos as malas.

Descemos cada um com uma e ele abriu a porta para sairmos. Andamos até o carro e a janela foi descendo até eu ver meu pai no banco do motorista e Yollanda no de passageiro.

– Pai? - disse em português nervosa e sem jeito.

– Deixa que eu te ajudo com suas bagagens.

Ele saiu do carro me deu um forte abraço, mas não cumprimentou o Bill. Pegou minhas malas para guardar no porta malas, voltou para o carro e nós nos sentamos no banco de trás.

O carro começou a andar e eu olhei confusa para o Bill. Ele só me olhou quieto, parecia estar tenso pelo meu pai. Tomei coragem e perguntei o porque dele estar aqui.

– Pai, me desculpa por ter voltado. Mas pro Brasil, eu também não vou voltar. - disse rapidamente atropelando o nervosismo.

– Calma, quando a gente chegar nós vamos conversar sobre isso. - disse ele calmamente.

– Chegar aonde?

Ás vezes eu odeio surpresas, sou ansiosa demais pra ficar esperando. Mas não demorou nem 15 minutos e paramos na frente de um grande prédio, que aliás, eu achei lindo.

Todos descemos do carro e meu pai e Bill tiraram minhas malas. Depois entrelacei minha mão com a outra livre do Bill para mostrar que estávamos mesmo juntos e meu pai nos conduziu até o elevador. Paramos no oitavo andar e Guilherme pegou uma chave de seu bolso. A chave era do apartamento número 48.

– Bem-vinda a sua nova casa Clarinha. - disse meu pai abrindo a porta e colocando minha mala na parede.

Olhei para ele sem entender nada do que ele estava fazendo. Ele me empurrou para frente e eu soltei a mão do Bill. O apartamento era pequeno mas pelo o que pude ver a sala e a cozinha eram lindas.

– Pai, eu não estou entendendo... - perguntei na minha língua de berço me virando e olhando para ele.

– Vamos sentar no sofá.

Eu, Bill, Yo, e ele nos sentamos lado a lado em um sofá lilás maravilhoso. Meu pai estava sorrindo para mim e isso era estranho. Ele não devia estar querendo me matar por eu ter fugido daquela forma?

– Primeiro: sua mãe está no Brasil Clara. Segundo: não pense que ela está bem, ela ainda está pirando. - começou meu pai.

– Eu imagino! Você não está bravo comigo? - perguntei e olhei para o Bill ao meu lado que não estava entendendo nada.

– Eu fiquei muito furioso, mas o que você fez nos fez perceber que não podíamos fazer nada quanto aos seus desejos. Eu e sua mãe decidimos, não pense que foi fácil, principalmente para ela, mas nós conversamos e vimos que não podemos mais te prender. E você sabe filha, eu sempre fui contra tudo o que a sua mãe fez, e agora chegou a hora de você viver sua vida sem nossa interferência, por isso estou te dando esse apartamento. Sabia que eu já morei em LA? Eu morei nesse apartamento, mas mudei todos os móveis para você. - disse ele me mostrando tudo ao redor.

– Pai, eu não estou acreditando! É sério mesmo?

– Sim, mas com uma condição... - ele colocou as chaves de volta em seu bolso.

– Qual? - meus olhos brilhavam.

– Você vai precisar de um emprego, sua prima não vai te sustentar a vida inteira certo? - disse ele obviamente.

– Mas é claro que não! Eu já estava me sentindo mal por estar tanto tempo na casa dela, com certeza eu vou achar algum emprego... - disse pensativa.

– Não se preocupe Clara, até você encontrar me chame quando precisar! - disse Yo sorridente.

– E sobre o seu... namorado... não vai me apresentar, eu posso arriscar meu inglês. - ele engoliu saliva.

– Pai, esse é Bill Kaulitz, o meu namorado. Bill esse é Guilherme. - disse em inglês.

– Olá. - Bill se levantou para cumprimentar meu pai com um aperto de mão tímido.

Foi um tanto que engraçado ver meu pai e o Bill se conhecendo. Meu pai o olhava desconfiado e com uma postura rígida, típico dele. Guilherme continuou em pé e me puxou para eu levantar.

– Filha, eu preciso voltar ao Brasil agora. Yollanda vai me deixar no aeroporto. O voo é daqui uma hora, e eu já estou super atrasado. - disse me pai me abraçando.

– Mas pai, quando nós vamos nos ver de novo? Está sendo tudo tão rápido... - encostei minha cabeça em seu ombro.

– Eu vou voltar pra te visitar. Agora a sua mãe, eu já não sei. Bom, vamos Yo? Clarinha, porfavor, cuide-se e me ligue sempre. O papai te ama. E se ele fizer qualquer coisa que você não queria, me avise eu quebro a cara dele. - disse meu pai olhando o Bill dos pés a cabeça.

– Pai... Isso não vai acontecer. Eu te amo também. - disse deixando uma lágrima escorrer sobre meu rosto.

– E você, cuide bem dela. - disse meu pai em inglês para o Bill.

– Pode deixar Sr. Miller. - ele respondeu.

Acompanhei meu pai e Yollanda até a porta do apartamento. Ele me entregou a chave e nos despedimos com mais um abraço forte. A Yo eu veria frequentemente, por isso só deu um beijo de despedida.

Olhei os dois entrarem do elevador e não pude conter lágrimas que já eram de saudade. Eu me sentia totalmente feliz com tudo o que meu pai estava fazendo por mim, era até mesmo irreal. Minha vida estava uma verdadeira montanha russa de emoções.

Fechei a porta não acreditando que agora aquele apartamento era só meu. Olhei para trás e Bill estava sentado no sofá sorrindo para mim. Continuei parada uns segundos e depois fui correndo com um grito de felicidade abraçá-lo.

– Amor, eu estou tão feliz! Esse apartamente agora é meu. - voltei ao inglês.

– Bem, eu não estava entendendo nada, é obvio. Mas fico muito feliz por você! - disse ele e depois me abraçou.

– Agora você vai poder vir aqui.

Mais uma vez outro celular atrapalhou nossa conversa, e dessa vez foi o do Bill. Ele se desgrudou de mim e tirou o celular do bolso. Esperei ele conversar apenas alguns minutos até ele desligar.

– O que foi? - perguntei vendo ele se levantar.

– Clara, desculpa, mas parece que tenho que ir para o estúdio agora. O David acabou de chegar aqui em LA e está indo pra lá.

– Quem é David? - perguntei me levantando.

– David Jost, é o nosso produtor. - ele pegou minhas mãos.

– Que pena... Mas é melhor você ir. Não quero me sentir culpada depois. Anda, anda, anda. - empurrei ele até a porta.

– Então é assim? Você não vai me dar nem um beijo de despedida? - perguntou ele com uma cara maliciosa.

– Só um.

Nos beijamos durante alguns minutos. Eu o empurrava para trás mas ele forçava sua boca contra a minha e me levou até a parede.

– Bill, chega. Você precisa ir... - disse após o meu impacto e rindo.

– Tudo bem. Eu te amo minha pequena.

– Pequena?! Eu só sou alguns centímetros menor que você. Pode ir parando com isso. - disse esnobe.

– Eu só estou brincando. Tchau.

– Hey... Eu te amo. Adeus. - dei um selinho nele.

Abri a porta para ele ir embora e depois a tranquei. Agora eu estava sozinha. Todo mundo estava ocupado e eu sentia falta disso. Andei para conhecer o resto do apartamento. A cozinha era fofamente pequena, e logo ao lado ficava a lavanderia. No corredor, havia um banheiro pequeno, porém bonito. E por fim, mais a frente, ficava o meu mais novo quarto. Me surpreendi ao entrar nele. Havia uma cama de casal mais do que suficiente para mim, com roupas de cama com estampas florais lilás. O guarda roupa era branco e grande, cobrindo um parede inteira. Também tinha uma janela para que o sol pudesse me acordar todo dia agora.

Sai do quarto andando lentamente sorrindo maravilhada com o apartamento. Comecei a sentir minhas pernas moles, e sem força. Minha visão ficou turva e uma escuridão invadiu minha cabeça, novamente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu preciso mais do que nunca saber se a descrição está boa pra vocês, se vocês estão gostando da história, portanto porfavor, deixem reviews bem legais ok? E obrigada a aqueles que sempre acompanham a fic! Beijos, até o próximo ♥