POV Rachel

            Depois do que aconteceu no meu quarto, eu e Noah começamos a pegar mais leve. Tínhamos mais liberdade um com o outro, mas aprendemos nossos limites. Estávamos conversando muito ultimamente, ele agora se sente mais livre para conversar comigo, era bom, apesar de nós ficarmos frequentemente, ele continuou sendo um bom amigo, na verdade, ele até melhorou. Começou a prestar mais atenção no que eu falo, acho que no começo éramos daquele jeito por que era novidade. Agora ele era um amigo que eu gostava de beijar. Ele morreu de ciúmes quando falei que ia sair com o Finn, quase não deixou eu ir me seduzindo dentro de casa, e eu quase que não fui. Cheguei atrasada, mas eu estava lá e foi ótimo. Finn era um cavalheiro, ele sabia se insinuar sem ir longe demais. Ele sabia que no momento eu não estava “disponível”, ele continuou com a mania de me roubar um selinho. Passei a não me importar mais, era bom ter ele do meu lado. Noah fala que ele é um tarado que só quer se divertir comigo, ele é tão fofo com ciúmes. Eu Finn já saímos quatro vezes, nunca no mesmo lugar. Ele sabia me surpreender, não aconteceu nada demais ainda. Estou ainda estou muito ligada ao Puck, esses dias quase fomos pegos por um dos meus pais. Depois do susto rimos da situação. Eu estava em casa sozinha com Puck, íamos tentar ver um filme.

-O que está fazendo Berry? – Ele perguntou me abraçando por trás e beijando meu pescoço.

-É uma surpresa Noah.

-Hmm.. adoro surpresas. – Ele começou a morder. Fechei os olhos, foco Rachel.

-Pois é – Falei me desvencilhando dele – Se você continuar fazendo isso, você vai ter uma surpresa queimada. – Ele me abraçou de novo.

-Só um beijinho Berry.

-Noah.. Com você NUNCA é só um beijinho.

-Por favor? – Ele fez biquinho. Beijei ele, e como sempre, o beijo vai crescendo, e tudo em volta vai sumindo.

-Noah.. vai queimar. – Avisei entre o beijo

-Deixa queimar.

-Não, para! – Me soltei dele e fui desligar o fogo. Ele murmurou algo que não entendi.

-Afinal, o que você está fazendo? – Ele disse com raiva.

-Morango com chocolate. – Falei parecendo uma criança boba quando acaba de ganhar um doce.

-Hmm, já gostei dessa surpresa. – Ele avançou para mim

-Deixa de ser pervertido Noah, é só uma sobremesa que eu vi na internet e resolvi testar.

-Vem cá para eu testar uma coisa. – Ele me agarrou, pegou um morango, passou no chocolate e colocou na minha boca. Realmente era uma mistura muito boa, depois ele me beijou, foi uma das melhores experiências que tive, o beijo tinha um gosto incrível. – Delicioso Berry – Ele falou me soltando. – E depois não quer que eu passe dos limites. – Ele avisou. Ele foi fazer de novo, mas a campainha tocou. – Merda! Logo agora.

            Ele foi atender a porta, aproveitei para colocar o chocolate derretido na mesa junto com os morangos. Ele voltou meio emburrado.

-Você tem visita Berry. – Estranhei o jeito dele falar, logo depois vi o Finn fechando a porta.

-Desculpa, ele falou que eu podia entrar. – Finn disse.

-Ta tudo bem, você é bem vindo. – Noah revirou os olhos. Finn deu um enorme sorriso. – Quer sentar?

-Er.. eu não quero atrapalhar. – Ele falou encabulado

-Não ta atrapalhando – Noah olhou para mim e eu revidei o olhar. – Eu e o Noah..

-Puck, meu nome é Puck. – Ele me interrompeu

-Enfim, eu e o Puck – Dei ênfase no nome dele – Íamos ver um filme, meus pais raramente ficam em casa e como ele é meu melhor amigo, veio me fazer companhinha.

-Ham.. Kurt resolveu redecorar o quarto. – Ele não precisou dizer mais nada, comecei a rir, Kurt devia estar uma pilha, cheio de idéias, papéis de parede, cores, móveis. – Pois é. Não deu para ficar em casa, por isso vim aqui. Mas já estou indo.

-Porque? – Perguntei

-Bom.. Não quero interromper nada. – Nessa hora Noah deu um sorriso. Dei um leve chute nele.

-Não vai, fique conosco, acabei de fazer uma sobremesa nova muito boa. Podemos ficar conversando.

-É, essa é uma ótima idéia. – Puck falou irônico.

            Sentamos o três na mesa, no principio o silencio era constrangedor, mas depois eles começaram a elogiar a minha sobremesa, Noah começou a me zoar, Finn ficou rindo das brincadeiras dele. Depois eles engataram numa conversa de homens, futebol, baseball, vídeo game, etc. Me senti um patinho fora d’agua,  eu não tinha noção do que era um Home run, pelo menos o clima melhorou. Acho que depois de uma hora e meia boiando, Finn disse que era melhor ir embora.

-Mas já? – Reclamei

-Tem um tempão que estou aqui, não quero chegar muito tarde em casa. Tenho que ver ainda onde eu vou dormir. Meu quarto hoje, sem chance.

-Ahh, então ta bom. Eu te acompanho até a porta.

-Tchau Puck. Bom te conhecer. Cuida bem dela ta? – Finn falou

-Tchau Finn, até a próxima. Pode deixar que essa daí não vai aprontar nada.

            Os dois apertaram a mão um do outro, fui levar Finn até a porta.

-Tchau Rach, até. – Ele deu um sorriso de canto e roubou o famoso selinho.

-Tchau Finn. Até amanhã.

            Fechei a porta e voltei para a cozinha.

-Você pode me dizer o que foi isso? – Puck perguntou

-Isso o que?

-Ta ficando com outro na minha frente!? – Ele perguntou incrédulo

-Ahh isso! – Comecei a rir – Não é nada, ele sempre faz isso. Desde que viramos amigos.

-Isso não é ser amigo! – Ele levantou nervoso

-Você não é a melhor pessoa para falar disso Puck! – Levantei a sobrancelha esperando a resposta.

-Você é impossível Berry! – Ele começou a ir embora.

-Deixa de ser ranzinza Noah. Não é nada demais.

            Ele voltou e me abraçou.

-Boa noite princesa. – Assim era bem melhor.

-Boa noite Noah.

-Me responde uma coisa. – Ele voltou.

-Hm.

-Você gosta dele? – Suspirei, eu precisava ser honesta.

-Gosto.

-Como você gosta de mim?

-Não, com você, eu não sei explicar. Nós temos uma química inegável quando estamos juntos, mas eu ainda gosto de você apenas como um amigo.

-E com ele?

-Eu gosto dele mais do que como um amigo. – Admiti – Eu só não estou com ele, por sua causa.

-Por minha causa?

-É, não consigo ficar longe de você.

-E se eu te deixasse livre?

-A questão não é você, sou EU que não consigo resistir a você.

-Saiba que é recíproco.

-Pois é, até eu conseguir ficar perto de você sem querer te agarrar, nosso trato continua de pé.

-Entãão.. Beijo de boa noite? – Ele ofereceu.

-Beijo de boa noite. – Ele me beijou e depois foi embora.

            Depois meus pais chegaram, fiquei um pouco com eles e depois subi para dormir. Hoje foi um dos melhores dias da minha vida, não aconteceu nada demais. Mas eu adormeci com esse sentimento.