POV Rachel

Meu nome é Rachel Berry, tenho 17 anos, moro com meus dois pais gays em Lima, Ohio. Estou no ultimo ano da escola, participo do Glee, sou uma ótima cantora, meu sonho é ser famosa na Brodoway. Tenho uma quedinha pelo Finn que faz duetos comigo, mas nada que eu não possa superar.

Eu estava entediada, não tinha nada para fazer, ninguém para conversar. Estava sozinha em casa, não tinha muitos amigos, não verdadeiros. Eu tenho uma ótima relação com o Kurt, e de alguma forma Puck e eu estamos conectados. Ele é badboy com todo mundo, mas comigo ele é carinhoso. Ele é meu vizinho, temos um tipo de parceria que nem eu entendo.

Noah não é muito de falar sobre seus sentimentos, ele é bem fechado. Quando estamos juntos ele basicamente só ouve, eu fico tagarelando o tempo todo. Ele também é judeu e é muito gostoso. Ele é meu amigo e eu posso falar dele assim, eu não sou de se jogar fora, mas nós dois não fomos feitos para ficar juntos e eu tinha plena certeza sobre isso. Voltando.. Como não tinha nada para fazer, resolvi chamar Kurt para sair, ele disse que não podia e me convidou para ir na casa dele para conversarmos. Como não tinha nada para fazer acabei concordando. Sai de casa pouco tempo depois.

–Porque está andando sozinha Berry?

–Ai Noah que susto! – Coloquei a mãe no peito – Você tem que parar com isso menino. Vai acabar me matando.

–Você sabe que eu não quero isso. – Ele falou me dando um abraço muito apertado. – Porque está sozinha na rua?

–Primeiro: Eu não sou criança, tenho pernas e posso andar livremente por aí! – Ele olhou para as minhas pernas sugestivamente – Segundo: Eu estou indo na casa do Kurt, não tinha nada para fazer. – Admiti

–Eu sou seu vizinho sabia? Poderia ter passado lá.

–Você pode ser meu vizinho mas você também precisa ter uma vida, você passa a semana toda comigo, resolvi te dar um descanso no fim de semana. – Falei e recomecei a andar.

–Tu sabe que eu adoro ficar com você né? – Ele passou o braço em cima dos meus ombros.

–Eu sei Noah, prometo que fim de semana que vem te dou mais atenção. Agora eu não posso furar com o Kurt.

–Ta, você pode me recompensar indo numa festa comigo amanhã a noite. – Ele levantou a sobrancelha

–Vou pensar no seu caso – Comecei a rir da cara de desconfiado que ele fez – Posso ir agora?

–Posso te acompanhar?

–Claro, estamos quase chegando.

Ficamos conversando e abraçados até chegar na casa de Kurt, eu quase me perdi e Puck riu litros da minha cara. Era a primeira vez que eu ia na casa do Kurt então não sabia direito onde era. Ele me deixou na porta e tocou a campanhinha, me deu um beijo na bochecha e foi embora. Segundo ele, ele tinha “coisas” para fazer.

–Rachel! - Kurt me abraçou – Que com que veio. Sinceramente achei que não viesse. – Dei um sorriso sem graça.

–Eu disse que viria não disse?

–É você disse – Kurt revirou os olhos – Vamos para o meu quarto. – Ele agarrou meu braço e me arrastou para o seu quarto que ficava em “baixo” da casa. O quarto dele era muito bonito, típico de Kurt, sempre preocupado em estar na moda. Reparei que tinha duas camas e fiquei muito confusa a respeito, mas não perguntei, não queria incomodar.

Basicamente eu passei a tarde conversando com Kurt, nós dois adorávamos musicais, era como falar comigo mesma.

–Então, ta ficando com o bonitão do Puck? – Kurt mudou o assunto da água para o vinho me deixando sem graça.

–Quem? Noah? – Dei uma gargalhada – Não, nós não temos nada. Somos amigos.

–Amigos é? – Kurt perguntou ainda desconfiado.

–Colorida?

–NÃO! Eu hein.. para com isso menino.

–Ok, não está mais aqui quem falou. – Tive que rir – Mas ele é super gato ele é! – Dei um tapa em Kurt.

–Desde quando virou pervertido Kurt?

–Eu não sou pervertido, só estou falando o que você não tem coragem de falar.

–Vai sonhando Kurt.

Depois de um tempo Kurt finalmente parou de falar besteira sobre eu e Puck. Ficamos conversando durante muito tempo, muito tempo mesmo. Depois fomos ver Mamma Mia!

–Eu tenho que ir – Eu disse enquanto Kurt retirava o filme do DVD.

–Mas já? Fica para o jantar.

–É melhor não, é a primeira vez que venho aqui e não quero abusar. E eu tenho que resolver algumas coisas com o Puck ainda.

–Com o Puck né?!

–Tarado.

–Você que fica mentindo para você mesma.

–Tchau Kurt. – Comecei a andar pelo quarto e fui em direção a escada que levava ao andar de cima. Quando comecei a subir me deparei com alguém.

–FINN!? – Gritei de susto e quase caí da escada.

–Ei, ei, ei. Cuidado pequena. – Ele falou me segurando, quase que eu rolei bonito pela escada. Se não fosse por ele..

–Desculpa, você me assustou – Admiti

–Mas como eu te assustei? – Ele estava intrigado

–Porque está aqui Finn? – Aquilo já estava me matando de curiosidade. Será que ele e Kurt.. ? Ele levantou uma sobrancelha tentando entender meus pensamentos.

–Eu moro aqui – Ele disse calmamente. Arregalei os olhos.

–V-Você?? Como? – Eu estava perdidinha

–A mãe do Finn é casada com meu pai Rachel – Kurt explicou por fim.

–Ahhh – Disse quando a ficha caiu. – Que vergonha. Eu vou embora.

–Ei! Não precisa ter vergonha. Tem certeza que consegue subir as escadas sozinha sem cair? – Ele deu um sorriso debochado.

–Hahaha muito engraçado Hudson. Tchau pra vocês, até segunda.

Sai da casa do Kurt atordoada, tinha pagado o mico do século. Como eu podia adivinhar que eles são ‘irmãos’? Eu não sou vidente. Cheguei em casa e fui tomar um banho para não ficar pensando muito nisso, reparei que eu estava com o cheiro do Finn. Era tão bom, ele era tão grande, tão masculino e ainda protetor. Sacudi a cabeça, não queria ficar pensando no Finn, fiz um lembrete mental de não voltar na casa do Kurt. Ouvi alguém me chamando.

–Que foi Noah? – Sai do banheiro gritando. Fui em direção a varanda.

–Posso? – Ele perguntou apontando para a arvore. Revirei os olhos.

–Pode, mas existe porta sabia? – Num pulo ele estava do meu lado.

–Pode até ser, mas assim é mais rápido. – Ele me abraçou – Então.. ?

–Então?

–Você vai na festa comigo ou não?

–Porque você quer que eu vá nessa festa?

–Porque você é minha amiga, minha parceira e eu só confio em você. Quando eu estou com você eu não apronto – Levantei minha sobrancelha desconfiada - .. Muito.

–Ta bom Noah, eu vou na festa com você. – Eu disse conformada.

–Tchau Rachel, muito obrigado – Ele falou subindo na árvore e chegando do outro lado – E talvez você queira colocar uma roupa.

Quando ele falou isso reparei que ainda estava de toalha, corei violentamente, passei esse temo todo com ele e nem reparei que estava apenas de toalha. Ele ia me atormentar por isso por um bom tempo.

–Boa noite pra você também Noah

–Boa noite princesa. – Ele falou e fechou a cortina.