Love Come Down escrita por Lustin


Capítulo 10
Why stop now?


Notas iniciais do capítulo

Pra ser sincera, esse capítulo tá bem chatinho mesmo... O Justin não vai aparecer (ah! D:), mas o capítulo é essencial para a continuação da fic e para ter algum sentindo. Mesmo sendo um pouco chatinho, acredito que muitas de vocês vão se identificar... Nos falamos lá embaixo, pequenas!
ENJOY! ♥



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Capítulo anterior...


''Peguei o outro papel, por fim, abrindo-o com cuidado.

'Marine.

Você deve estar se perguntando o porquê da passagem.

Simples.

Lembra-se quando disse 'nos vemos em breve'?

Faz sentido, não?

Espero você hoje a noite, o voo está marcado para as 18:30. Você deverá chegar em Porto Alegre lá pelas 21:30, 22 horas. Irei lhe esperar no portão especial.

Abraço, Justin.

PS: Essa camiseta é para colocar quando estiver vindo para cá. Quero te ver com ela. Haha!' ''


Não conseguia pensar em absolutamente nada.

Minha mente foi invadida por um véu brando que deixava turvo qualquer pensamento.

Parecia que nesse instante eu só poderia sorrir. Sorrir era a única coisa de que eu me propunha a fazer.

Eu estava for do ar completamente. A coisa mais bizarra de todo o mundo poderia passar em minha frente e eu continuaria com o sorriso bobo no rosto.

Depois que li as palavras de Justin, meu mundo tomou cor e tudo pareceu mais... Vivo. Mais intenso. Mais bonito. Sentia como se pudesse flutuar e a realidade - ainda - não tinha forma.

O engraçado é perceber como em poucos dias, o mundo pode girar de tal maneira e contradizer todos os seus mais criteriosos conceitos de vida. Nesse pouco tempo vi realmente que o mundo dá voltas e... Cedo ou tarde, te faz acreditar da forma mais bonita mais bonita possível. Sim, eu provavelmente estaria ''viajando'' demais pensando coisas assim, mas... Tudo parecia improvável demais uns dias atrás e hoje... Hoje o garoto que guardava meu sonho no olhar estava fazendo parte de meu mundo. E eu, do mundo dele. Em partes.

Quando digo ''fazer parte de meu mundo'' não quer dizer que antes ele não esteve presente. Muito pelo contrário. Justin é o meu mundo inteiro. E sempre foi. O conceito de amor, aprender como amar. O conceito de respeito, eu aprendi com esse sonho, mesmo acreditando muito pouco. Mesmo sem esperar qualquer amor recíproco. Mesmo sem esperar algo muito grandioso... Mas mesmo assim, com pessoas me julgando e dizendo que isso jamais seria possível, eu o amava. Amava Justin - ainda amo. Amava ainda mais os seus defeitos e falhas. Sem mesmo perceber eu esperava por ele, sempre permaneci esperando minha vez. Acho que isso se chama esperança, não? Não sei responder. Não tenho como. Sempre sonhei do meu jeito. Do jeito em que a realidade sempre obscurece tudo depos do mais belo pensamento.

E agora, minha chance estava a poucos passos de mim.

Não posso negar que Justin - ou como gosto de chamá-lo, meu sonho - foi meu passado e está sendo meu presente. E não duvido que seja parte de meu futuro, também. Querendo ou não, ele marcou minha vida e tenho certeza de que não foi só a minha. Por mais que tenha doído muitas vezes, sei que sou secretamente grata a ele por me fazer conhecer o amor puro. Aquele que não espera por nada, que espera mesmo com as dores, que suporta, que transmite carinho em meio a lágrimas. Aquele amor que ajuda sem reconhecimento.

E... Caramba, meu Deus! Estava sendo difícil de acreditar que meu sonho estava chamando por mim...

Não espero que Justin se apaixone. Pelo menos, não por mim. Até hoje, nem um garoto sequer havia se apaixonado e muito menos me amado, então eu pergunto: porque aconteceria com Justin? O garoto que pode ter todas e bem melhores do que eu. Não existem respostas racionais para isso.

Devo confessar de que poder estar ao seu lado e poder assistí-lo sorrir parecia a coisa mais convidativa de todo o mundo.

Mas havia algo em meus pensamentos que não me deixou prosseguir com a infinita alegria. A minha realidade estava sempre rondando, sempre a espreita, como uma cobra pronta para atacar. Silenciosa, certeira.

Minha vida era simples. Simples demais e... Como poderia ir para Porto Alegre? Meu pai jamais permitiria.

Mas porque parar agora e me contentar com a ''realidade''? Eu poderia ter tudo o que eu sempre quis.

Não poderia me contentar com pouco. Não mais.

Meu corpo foi invadido por uma sensação de confiança sem igual. Sorri decidida. Minha mente já trabalhava a mil por hora, colocando todo o plano repentino para revisão.

* * *

Passagem nas mãos. Mochila pronta. Taxi chamado. Tinha duas pernas e uma boca, então poderia ir para qualquer lugar do mundo. Não nasci grudada em ninguém.

Essa era minha única chance de perseguir meu único e maior sonho. E não deixaria passar por puro medo.

Tinha minhas economias de quatro anos, que davam mais ou menos uns quatrocentos reais. Era pouco pra uma viajem, mas acho que dava parar tapear alguns dias.

Depois de um longo banho, vesti a camiseta que Justin havia mandado. Soltei um riso irônico me olhando com aquela blusa.

Repentinamente, uma onde de adrenalina me puxou.

Eu estava realmente fugindo de casa?

Tudo poderia mudar de acordo com essa decisão.

O som estridente do telefone me fez assustar.

– Alô?! - corri para atender.

– Oi filha, tá tudo bem por aí? - a voz de meu ai ecoou. Meu coração palpitou.

– Tudo em ordem - tentei parecer o mais calma possível.

Sabia que não era justo o que estava fazendo. Uma parte de meu coração estava dolorida por isso. Mas... Eu precisava correr atrás da minha tão sonhada e esperada felicidade.

– Que ótimo! Hoje consegui sair mais cedo do trabalho para ficar um tempo com você... O que acha que sairmos, vermos um filme? - sua voz mantinha o tom animado, sorrindente, meu coração apertou - daqui dez minutos estou chegando.

Engoli seco fitando a passagem em minhas mãos. ''Voo 1441 para Porto Alegre. 18:30. Poltrona 4.''

Meu coração estava a mil por hora. Decidi escrever um bilhete para ele. Minha letra saiu um garrancho total, não parava de tremer.

''Eu amo você, jamais se esqueça disso.

Vou ficar um tempo fora.

Uma vez o senhor me disse que devíamos correr atrás de nossa felicidade sem olhar para trás e estou seguindo suas palavras.

Sei me cuidar, prometo mandar notícias.

Com muito amor, Marine.''

Deixei o bilhete dobrado em cima da mesa de centro, na sala.

Ajeitei um pouco a casa e decidi esperar o taxi no portão.

Abri a porta de casa calmamente e permaneci esperando olhando os detalhes da rua. Não estava movimentada, o asfalto era velho, mas não tinham buracos, algumas formigas passeavam para lá e para cá.

Fixei o olhar em um carro que estava vindo, estava longe. Assim que se aproximou um pouco mais, percebi que era meu pai.

Um jorro de adrenalina fez meu coração pulsar forte de uma vez, fazendo com que todos os meus pensamentos se bloqueassem instantâneamente.

Enquanto o carro de aproximava, eu procurava desesperadamente um lugar onde poderia não ser vista.

A uns passos de minha casa, uma enorme caçamba estava parada. Corri até ela em uma fração de segundos, me agachando para não ser vista.

Fiquei espiando silenciosamente meu pai parar o carro em frente a garagem e sair para abri-la. Ele estava com a expressão leve, com um meio sorriso enfeitando o rosto. Logo entrou no carro novamente, posicionando o carro dentro da garagem. O taxi se aproximava e depois de poucos segundos, parou em frente a minha casa.

Levantei ajeitando a roupa e dando uma última olhada para checar se não haveria mais nenhum problema.

Corri até o taxi, abrindo a porta com tudo e me jogando dentro do mesmo.

O taxista mantinha a expressão assustada, desconfiado.

– Por favor, moço, saia rápido daqui! - minha voz saiu urgente, entre minha respiração ofegante.

O homem acelerou e em poucos segundos estávamos longe de minha casa. Suspirei aliviada, me ajeitando no banco.

– Para onde? - perguntou o homem, olhando-me pelo retrovisor.

– Aeroporto de Congonhas, por favor - sorri.

Eram 17:50, chegaria a tempo.

Logo o medo desapareceu e felicidade tomou conta. Eu estava indo encontrar minha felicidade. Meu sonho.

Abri minha bolsa que estava ao meu lado e peguei meu pequeno caderno de lembranças.

''Taxi, as 17:50. Indo para o aeroporto!

Quantidade de dinheiro: 400. Horas longe de casa: 05 minutos.''


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Notas finais do capítulo

Fiz de tudo para que não ficasse tão cansativo... E, pequenas, vou fazer uma ''revisão'' na fic, para tirar errinhos e coisas assim, eu sou realmente muito perfeccionista. Então não se assustem se entrarem aqui e verem o nome de um capítulo diferente, tá bom? Não vou mudar nada na história. Deixem reviews se acharem que mereço ♥