O Guardião escrita por tsubasataty


Capítulo 17
Capítulo 17




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-Não vai acabar tarde, Carlos, eu prometo.

-Hoje é domingo. As pessoas querem descanso.

Ele era um osso duro de roer mesmo.

-Eu confio nestes garotos. E os shows anteriores deles são a prova disso. Todos os moradores veem a apresentação e se divertem, sim. Não tem como negar isso.

Ele me fuzilou com os olhos. Durou uma eternidade aquele olhar.

-O show tem até 10h da noite pra acabar, entendido?

-Obrigado – disse antes de ir embora.

O fim do dia se aproximou mais depressa do que queríamos. Corríamos de um lado para o outro chamando moradores, carregando caixas de som e preparando tudo.

Todos tinham que estar às nossas vistas para conseguirmos protegê-los. O curandeiro já havia feito a sua parte, a irmandade já tinha seu papel, a intérprete nos informaria quando o perigo se aproximasse, e a escritora e eu éramos o Juízo Final, aqueles que, ao lado de Melissa, enfrentariam as criaturas.

Ao meu lado, a escritora criará feitiços, frases e encantos que pararão as criaturas. O guardião encontrará sua arma para detê-las. E serei eu quem os mandará de volta para o mundo que realmente pertencem.

Essas foram as últimas palavras de Melissa antes de cada um cuidar de nós da sua função. Eu não tinha ideia sobre qual era essa arma que precisava encontrar, mas enquanto andava de um lado ao outro de do apartamento, tentei encontrar qual seria o artefato que deteria as criaturas.

Alguma coisa dentro de mim martelava em dúvida, como se fosse incapaz de encarar o que estava por vir. O meu único medo era que esta parte crescesse e tomasse conta de mim, deixando que o papel que estava em minhas mãos escapasse sem eu nunca mais conseguir encontrá-lo de novo.

-Boa noite a todos! – o show começou; todos os moradores estavam ali presentes – Nós somos os Guntz e decidimos fazer hoje um show surpresa a todos vocês. Espero que curtam!

Roberto, o baixista; Antônio, o baterista; e Luiz, vocalista e guitarrista.

Que comece o espetáculo.

-Ascenda todas as luzes – em meio ao barulho, Melissa veio até mim, murmurando isso no meu ouvido.

Clara estava no fundo da plateia e encarava tudo, procurando por qualquer sinal que revelasse as criaturas. Ana estava ao lado de Melissa, segurando fixo um caderno entre as mãos. Se seria ela quem faria os encantamentos, folhas em branco eram o detalhe que não podiam faltar.

Diante de toda a música, eu sentia a tensão que envolvia a nós, os escolhidos. Não era brincadeira, não era um jogo. Mesmo com o turbilhão de descobertas daquele dia, não havia como fugir da verdade. Talvez se tivéssemos mais tempo, poderíamos ter criado novas táticas e estratégias também, mas como nem tudo acontece como a gente quer, o que nos resta fazer é dar o nosso melhor quando a prova final nos aguarda.


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