The Creepy History escrita por Ju Winchester


Capítulo 4
Capítulo 4 - A espera


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não é um capítulo muito importante, e pra falar a verdade, eu não gostei muito dele.
Tentei reescrever, ter outras idéias, mas no final continuei com sentimento de desagrado :(
Não sei o que há de errado, mas enfim, prometo que darei o melhor de mim nos próximos capítulos! ;D



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Olhei através da janela do hospital e lá fora o sol já se escondia, a noite caia sobre o céu, mas o tempo parecia passar com uma lentidão excessiva. Eu havia dormido, e acabara de acordar. Um dos médicos veio falar comigo, avisando que eu teria alta em dois dias, no máximo. Pouco tempo, pensei, ansiando para deixar logo aquele lugar. Uma notícia boa, afinal. Observei o relógio. Já marcavam 18h39. As visitas terminam às 19 horas. Comecei a ficar preocupada, imaginando se os detetives haviam se esquecido de mim ou algo do tipo. Talvez não tenham esquecido, pensei, devem estar investigando outro caso. Ninguém tinha aparecido para me visitar durante todo o dia, mas isso não me deixou abalada. Não muito. Na verdade, as únicas pessoas que eu queria que estivessem ali eram os tais detetives – como é que se chamavam mesmo... Ah, Steven e Collins. Mas só desejava que eles estivessem lá porque queria compartilhar com eles o acontecimento, saber mais detalhes, discutir sobre as provas, evidências, pistas e suspeitos, e dentro de dois dias quem sabe, sair atrás do culpado disso tudo. Olhei para o relógio novamente: 18h53. Dessa vez o tempo passou rápido até demais. Eles não viriam mais essa noite, disso eu tinha certeza. Deitei-me na cama e virei de costas para a porta de entrada do quarto, decidida a tirar da cabeça aquele homem cujos olhos – claros e profundos – tinham me trazido tanto conforto naquela manhã. Levou apenas alguns minutos e eu adormeci novamente. Estava bem mais exausta do que sentia.

Acordei no dia seguinte junto com o raiar do sol. Alguém tinha deixado a cortina aberta, e os raios luminosos preenchiam o meu quarto de maneira acolhedora, brilhando em cada pedaço da decoração branca. Minha cabeça já não doía mais, e eu me sentia bem mais leve. Durante maior parte da manhã eu permaneci deitada na cama – encontrei o controle remoto da televisão enfiado entre alguns lençóis que estavam em uma mesinha – e levantei apenas para ir ao banheiro e dar uma volta pelo hospital. Era um lugar que me desagradava muito, então desisti da excursão e voltei ao quarto para assistir a Sessão de desenhos infantis. Só me dei conta que já era hora do almoço quando uma enfermeira adentrou o quarto com uma bandeja.

- Comida de hospital, que delícia. – Disse com ironia, observando a bandeja recém colocada em cima das minhas pernas.

- Você acha isso porque nunca experimentou a comida do Steven. – Retrucou uma voz masculina, com um tom zombeteiro. Levantei o olhar e me deparei com os Collins parado à porta do quarto, com um sorriso divertido no rosto. Logo atrás dele estava Steven. Senti meu coração bater mais rápido do que o normal. Minha tarefa de esquecê-los tinha sido cumprida com êxito na noite anterior, e até o momento não havia pensado neles. Mas agora que eles estavam lá, parados na porta, olhando pra mim, eu novamente não pude conter minha ansiedade. Dei um sorriso tão grande que até eu mesma me assustei. Porque eu me sentia tão bem quando eles estavam ali comigo? Eles estavam sendo para mim como uma mão fria sobre uma testa febril, mas o motivo ainda era desconhecido.

- Finalmente! – Exclamei, e dei um suspiro de alívio. Coloquei discretamente a bandeja de lado e com um salto fiquei de pé.

- Nós estivemos aqui ontem a noite, mas você já estava dormindo. – Explicou Steven, colocando-se a frente de Collins e vindo até mim. Tive que levantar a cabeça alguns graus para pode enxergar o rosto dele.

- Nossa. – Eu disse, admirada. – Você é realmente alto hein. - E bonito, pensei, enquanto ainda o observava. Não tinha reparado nisso no dia anterior.

- O que foi? Tem alguma coisa em mim? – Ele perguntou, passando a mão pela bochecha, tentando limpar-se. Eu provavelmente tinha olhado-o mais tempo do que devia, e senti minhas bochechas ficarem quentes e meu estômago deu um nó. Desviei o rosto antes que ele pudesse ver que eu tinha ficado vermelha.

- Não, não é nada. É que você parece com alguém que eu conheço, só isso.

Collins deu uma risada discreta. Olhei para ele, e ele ergueu as sobrancelhas duas vezes para mim. Era impossível não entender o gesto. Ele havia percebido o que aconteceu. Sacudi a cabeça negativamente, afinal, não era hora de perder tempo com uma besteira dessas.

- Bom, agora é com você, Sam... ahn, Steven. – Collins deu uma piscadela, e saiu do quarto, antes de ver o olhar de reprovação que Steven lançou-lhe, o que me deixou meio confusa. Steven sacudiu a cabeça e virou-se para conversar comigo. Eu estava com uma expressão de indagação inconfundível no rosto.

- Onde ele foi? – Perguntei.

- Até seu apartamento, para investigar. É melhor nos sentarmos, para conversar. – Ele puxou a cadeira e sentou-se, e eu me acomodei na cama, mas sabia que ele só estava era desviando o assunto. E porque ele errou seu nome? Seria minha segunda pergunta, e Steven sabia, porque olhou para mim e disse, com calma:

- Olha, deixe de lado as preocupações desnecessárias, ok? Estamos aqui para ajudá-la, e faremos todo o possível para isso. – Os olhos dele estavam grudados no meu. Senti como se ele estivesse me hipnotizando. – Sei que é difícil falar sobre esse assunto, mas nós temos que fazer o nosso trabalho, e isso é muito importante. – Ele havia se inclinado para frente enquanto falava, e daí parou de falar e ficou apenas me encarando, durante o que me pareceu uma eternidade.  E então subitamente ele voltou para a posição original, encostado na cadeira, me tirando do transe.

Concordei com a cabeça. Em poucos minutos, havia adquirido uma tremenda confiança em tudo que ele me dizia.

Pensei no que era importante no momento. O que veio a seguir foi um turbilhão de sentimentos que eu havia reprimido durante toda aquela manhã, e que agora se afloravam de novo. Enfim, eu iria poder desabafar.

 


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