The Creepy History escrita por Ju Winchester


Capítulo 10
Capítulo 9 - There's no place like home.


Notas iniciais do capítulo

A história tá um pouco sossegada agora, mas nos próximos capítulos já volta a esquentar! ahahaha
Obrigada a todos que estão lendo, e continuem mandando reviews xD



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Tomei um longo banho, demorei lavando os cabelos e tirando cada mínima mancha de sangue que tivesse em minha pele. A água morna escorrendo por todo meu corpo me fez relaxar e esquecer por alguns minutos todos os meus problemas. Quando meus dedos já estavam enrugados e o banheiro estava repleto de vapor, eu saí. Enrolei-me na toalha, que me pareceu extremamente macia, e me fez questionar porque todas essas sensações bobas me pareciam tão boas agora. É claro, eu tinha nascido de novo depois do incidente, então era esperado que eu começasse a dar valor para essas pequenas coisas.
Fui para o meu quarto, esquecendo completamente que eu tinha companhia na casa. Entrei, tranquei a porta e fiquei de costas para o resto do quarto, abri a toalha e estava prestes a tirá-la completamente quando uma voz soou atrás de mim. Enrolei-me novamente e segurei a toalha com firmeza, sentindo os pelos do meu braço se arrepiarem instantaneamente. Um frio percorreu minha espinha.
- Ehr... Emily...
Gritei. Foi a única coisa que consegui fazer. Minhas pernas balançaram e cederam, e eu cai no chão, com os braços em volta da cabeça, tremendo assustada. Então senti duas mãos, grandes e muito quentes, me tocando com leveza nos ombros. Elas afagaram o pedaço das minhas costas que estava de fora, e também o meu cabelo. Não eram ameaçadoras e sim... acolhedoras. Abri os olhos devagar e espiei por entre as mechas de cabelo que caiam pelo meu rosto. Era Sam Winchester.
No mesmo momento, alguém começou a bater na porta.
- Sam, Emily, esta tudo bem? – Ele socou a porta com força. Sua voz soava preocupada. – Eu ouvi um grito.
- Não, esta tudo bem, Dean. – Sam respondeu, sem tirar os olhos de mim. Ele parecia avaliar o quanto eu estava amedrontada. Dei um longo suspiro e relaxei, me largando no chão do quarto, tentando me afastar um pouco de Sam. Ele colocou-se de pé e estendeu a mão para me ajudar.
- Você está bem? – Perguntou ele, quando eu já estava de pé também. – Você parece estar muito traumatizada... – Ele aproximou-se novamente, acariciando meu braço, que pareceu arder com seu toque. Senti meu rosto queimar. Devia estar vermelha como uma pimenta.
- Você... Você... Você quase me matou de susto! – Gritei irritada, dando um soco no peitoral dele, o que pareceu não surtir nenhum efeito. – O que você ta fazendo aqui?
- Eu estava dando uma olhada, procurando pistas... Escute Emily, me desculpe... Mesmo. – ele parecia tão constrangido quanto eu. Desviei o olhar, ainda sentindo meu sangue correndo quente pelas minhas veias. Que calor, estava muito calor ali, logo eu começaria a suar. Fiquei quieta por um minuto, encarando-o. O calor não passou, apesar de eu estar trajando apenas uma toalha molhada. Queria responder-lhe, xingá-lo mais uma vez por ter me assustado daquela maneira, mas não conseguia achar palavras. Tinha me esquecido como fazia para falar. Então uma leve batida na porta me lembrou.
- Sam? – Dean chamou novamente.
- Tudo bem. – Respondi enfim. Não consegui ser grossa com Sam da maneira que eu queria. – Saia daqui. Agora.
Ele aquiesceu-se, lançou um olhar meio magoado e abriu a porta do quarto. Do lado de fora, Dean esperava ansioso. Ele ergueu as sobrancelhas para Sam, tentando entender o que estava acontecendo. Então parece que uma luz surgiu em sua mente quando ele me viu parada apenas de toalha dentro do quarto. Ele sorriu com tamanha malicia que eu fiquei com vontade de desaparecer.
- Sammy, Sammy... quem diria, hein? – Ele riu e deu um tapinha orgulhoso no braço de Sam, e depois disso ficou assim todo sorridente. Nem eu e nem Sam nos demos ao trabalho de explicar o que havia acontecido realmente.
Não demorei muito para me trocar. Vesti uma calça jeans, uma camiseta branca e um moletom cor-de-rosa. Coloquei por cima de tudo uma jaqueta de couro. Para onde iríamos, com certeza estaria fazendo frio. Arrumei uma mala não muito grande, com tudo aquilo que talvez fosse necessário, muitas roupas, produtos de higiene e vários curativos. Então me lembrei de uma coisa. Abri a ultima gaveta do meu armário, e dentro de uma caixa, debaixo de varias tralhas, encontrei uma enorme faca de prata, extremamente bonita, pesada e muito afiada. Tinha as iniciais E.H. gravas com uma caligrafia impecável. Enfiei a faca em sua capa de couro e prendi no cinto. Tinha sido um presente de meu pai, quando eu era muito menor, e desde então tinha ficado jogada dentro do meu armário, intocada, pois eu nunca tive a oportunidade de usá-la.
Olhei no relógio e resolvi me apressar. Saímos de carro lá pelas 21h30, e a viagem demoraria mais ou menos 13 horas, então chegaríamos em Seattle (onde minha família mora) apenas no dia seguinte. Acomodei-me no banco traseiro do carro, ignorando quando Dean disse para Sam a frase “Pode sentar-se ali atrás se quiser” carregada de mensagens subliminares e o outro respondeu “Não, obrigado” com censura. Encostei a cabeça no vidro e rapidamente fiquei sonolenta. A atmosfera confortável dentro do carro parecia me embalar, conduzindo-me ao sono profundo. Poderia descansar e tirar o atrasado de todas aquelas horas mal dormidas no hospital. No fundo, uma música baixa tocava, um rock’n’roll bem clássico. E o sono foi chegando sem que eu percebesse...
- Hora de acordar, bela adormecida. – Chamou uma voz no pé do meu ouvido. Eu gemi e abri os olhos lentamente, e quase fiquei cega com a claridade. Estiquei os braços e levantei, pois havia deitado no banco enquanto dormia. Esfreguei os olhos, abrindo-os completamente e observei em volta.
- Onde nós estamos? – Perguntei para Dean, que estava sentado no banco da frente, enquanto tentava ajeitar meus cabelos.
- Seattle, docinho! – Respondeu, tomando uma golada de café. Olhei para o banco do carona, e ele estava vazio, a não ser por um papel amassado que provavelmente deveria ser do café da manha de Dean.
- Onde esta Sam?
- Foi buscar algo para você comer. – Ele nem se deu ao trabalho de me olhar. Encostou no banco do carro e fechou os olhos, provavelmente exausto por ter dirigido a noite inteira. – Esta com fome?
- Acho que sim... – Não tinha pensado nisso ate agora, mas a pergunta parece ter despertado algo dentro da minha barriga. Ela roncou alto.
- É, eu percebi mesmo. – Ele riu.
No instante seguinte, Sam entrou no carro, segurando dois copos cheios de café e um saco de pães. Ele me entregou o saco e um copo, e eu sorri. Dean deu a partida no carro, e eu fui dando as indicações para ele do caminho que deveríamos seguir. Minha irmã morava com a minha tia em uma fazenda nos arredores da cidade. Assim que chegamos, eu senti um frio na barriga. A casa estava igualzinha. Um sobrado branco, grande e cheio janelas. Uma escada velha de madeira levava ate a varanda da frente, onde a porta já estava aberta. Desci do carro, caminhando pelo chão de terra cheio de pedrinhas. Dean tinha estacionado o carro debaixo de uma enorme árvore, que projetava uma imensa e fresca sombra na frente da casa. Os dois irmãos pararam no meio do caminho, admirando a casa e a propriedade em volta. Do outro lado da arvore havia um rancho, pintado de vermelho. Era uma fazenda extremamente comum, nada de mais.
Subi a escada com certa relutância, mas os degraus gemeram sob meu peso e me denunciaram. Uma garota de cabelos loiros platinados e pele bronzeada apareceu na porta. Ela arregalou os olhos claros para mim e cobriu a boca com as duas mãos.
- EMMY! – Elena esticou os braços e jogou-se em cima de mim, me dando um abraço apertado. Eu não queria retribuir, mas foi impossível. No fundo eu sentia falta dela.
- Uau. – Ouvi a voz de Dean atrás de mim. Eu estava de costas, mas podia imaginar a sua expressão ao ver Elena. Ela me soltou e olhou para os dois rapazes altos parados ao pé da escada, e acenou para eles.
- Vamos entrando, gente! – Convidou, com um sotaque diferenciado. Eles a seguiram em direção a sala de entrada. Ela era extremamente bonita: magra, alta, loira, olhos claros, pele bronzeada e corpo em forma. Ela fazia o queixo dos rapazes abrirem crateras no chão, e eu tinha orgulho de ter uma irmã tão linda, apesar de eu não ser grande coisa perto dela. Mas pela primeira vez senti uma pontada de ciúmes de sua beleza ali, naquele momento, quando eu vi o olhar de admiração de Sam para ela.
Mas eu escondi a minha irritação, dei um longo suspiro e forjei um sorriso, no mesmo momento em que colocava os pés dentro da minha casa, pela primeira vez nos últimos 4 anos.
Ah, minha casa. Não há nenhum lugar como nossa própria casa.

Elena Harrison

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Notas finais do capítulo

Eu não gosto nem um pouco da Jessica Simpson, mas eu achei ela simplismente perfeita para ser a Elena Harrison. AHUHUAHUA É a vida né, fazer o que.