Estrelas Cadentes escrita por Luuh


Capítulo 14
O Lugar a que um Coração Pertence




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Meus olhos não acreditaram no que eu via. Pisquei várias vezes, estava escuro, podia ser uma ilusão, havia mesmo alguém sentado na pedra mirando às águas do lago. Tentei inutilmente reconhecer a pessoa que sozinha passava o tempo em tal lugar, mas àquela distância era impossível. Não conseguia ver o rosto da criatura, porém o fato de estar no meio da madrugada, me deixou intrigado.

Aproximei-me devagar, não podia chamar muita atenção para minha presença. Passos calmos, passos calculados, se fizesse algum movimento brusco, poderia assustar quem quer que fosse que estava ali. Quando estava ao lado da pedra, a criatura se virou em minha direção, surpreendendo-me; não havia feito barulho algum. Mais surpreso estava pelo fato de reconhecer tal pessoa.

Aquela era a garota que tantas noites assombrara meus sonhos. O que ela fazia ali? Por tanto tempo eu a procurara e agora ela estava diante de meus olhos. Meu coração estava desesperado, sentia-o batendo em cada parte do meu corpo, que tremia, não permitindo que eu tomasse uma atitude.

O efeito daquela mulher era tão grande que eu não conseguia me mexer, não por vontade própria. Eu estava enfeitiçado por ela e nada mudaria aquela situação. Mesmo diante daqueles olhos tão aterrorizantes, tudo que eu sentia era desejo. Eu a queria mais perto de mim.

Sentei ao lado dela e com movimentos precisos, pus-me cada vez mais próximo de tal. A mulher não desviou, parecia me chamar para mais perto. Hipnotizado, meu corpo se moveu mais rápido; quando notei, ela estava deitada, meu corpo por cima e nossos rostos estavam muito próximos. Minha respiração estava ofegante, sentia meu peito dilatar e desinchar em um ritmo muito rápido. Ela, no entanto, não apresentava nenhuma alteração, sua respiração estava normal e não sentia seu coração bater rápido.

Eu a olhava com medo, então ela se adiantou e selou meus lábios com um beijo. Meu medo se dissipou, entreguei-me, retribuindo o beijo. Estava sentindo meu corpo muito quente, mas em especial o lado do meu peito esquerdo, exatamente onde ela repousava a própria mão. Conforme tal local esquentava, o resto do meu corpo esfriava.

Comecei a sentir frio, foi quando interrompi o beijo; meu corpo estava ficando cansado, mal conseguia manter os olhos abertos. Olhei em direção a mão dela e tudo que consegui ver foi meu coração batendo entre seus dedos.

Meus olhos começaram a se fechar e meu corpo parecia congelado. Eu sabia o que estava acontecendo, eu estava morrendo, em alguns instantes o torpor da morte iria me apagar para sempre. A única visão diante de meus olhos era a ninfa que tantas vezes eu sonhara.

Por algum motivo, aquela me parecia a morte ideal. Apesar de todo o frio, o local onde antes estivera meu coração permanecia quente; eu ainda o sentia bater. Apesar de tudo, ele estava no lugar certo, no lugar ao qual sempre pertencera.

-Você será para sempre meu e eu vou te amar eternamente – eu a ouvi dizer antes de apagar por completo.


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