Já se passaram uma semana desde daquele dia. Eu passava a maior parte do tempo com o meu filho para esquecer que ele existia. As vezes quando eu estava na sala de balé eu podia sentir o olhar dele sobre mim, mais quando eu olhava ele não estava lá e eu não sabia se isso me deixava triste ou feliz. Eu estava horrível tinha emagrecido, não comia direito, não dormia direito, estava tendo tonturas, enjoos e muito sono. Um dia estava sentada na espreguiçadeira olhando Dan brincar. Eu podia sentir o olhar do Tom sobre mim mais quando olhei para a sua varanda não vi ninguém.

- Mamãe eu posso tomar banho na piscina¿ - perguntou Dan.

- Tudo bem, deixa eu ir pegar sua sunga e não entre na água – falei levantando e entrando em casa.

Fui até o quarto, peguei a sunga dele e quando eu estava descendo as escadas Tom entrou pela porta da frente correndo direto para o quintal. O terror se apoderou de mim com tanta força que eu literalmente tropeçava nele. Com muita dificuldade consegui chegar até o quintal e vi Tom tirar Dan de dentro da piscina desmaiado.

- Não não não – gritei correndo até ele e caindo de joelhos no cimento.

- Um ... dois ... três – contava Tom enquanto ele fazia massagem cardíaca no Dan e depois soprava a boca dele.

- Salva ele Tom ... por favor – eu falava desesperada – Dan ... amor por favor acorda.

Parecia que tinha um peso enorme sobre o meu peito, eu não conseguia respirar direito vendo meu filho pálido e com os lábios roxos.

Dan virou pro lado cuspindo uma enorme quantidade de água e começou a chorar.

- Mamãe – disse ele chorando.

- Eu disse pra você não entrar na água – pegando ele no colo e o abraçando – Eu não agüentaria perder você.

- Foi a sua cachorra que o fez tropeçar e ele caiu na piscina – disse Tom sentando no chão respirando cansando.

- Loise – disse Eve aparecendo acompanhado de Bill e Alan – Ah meus deus o que aconteceu¿

- O Dan caiu na piscina e o Tom o salvou – expliquei resumidamente.

- Tom você tá bem¿ - perguntou Bill indo até o irmão parecendo surpreso.

- Sim eu só estou ... cansando – disse ele respirando fundo levantando cambaleando um pouco.

- Vem Loise – falou Alan me ajudando a levantar.

- Não conta nada pra mamãe sobre isso Alan – falei desesperada.

- Mais Loise ela precisa saber – disse ele.

- Não ... pelo menos não agora – falei – Se não ela vai querer levar ele de volta hoje mesmo.

- Tudo bem – disse ele suspirando – Vem vamos tirar essa roupa molhada dele e chamar um médico.

- Mamãe ... eu não ... quero agulhas – disse Dan baixinho.

- Ele não vai usar agulha amor – falei entrando dentro de casa – É só pra ele ver se estar tudo bem com você.

Bill acompanhou Tom até em casa e não voltou. Dan estava deitado na cama todo embrulhadinho dormindo depois do exame do médico que disse que ele estava bem e só precisava de um descanso.

- Oi – disse Eve entrando no quarto acompanhada por Bill e Alan.

- Oi – falei voltando a olhar para o rostinho do meu príncipe.

- Como ele está¿ - perguntou Bill baixinho.

- Está bem, só precisa descansar – falei.

- Ainda não posso acreditar que o Tom o salvou – disse ele como se não acreditasse nas suas próprias palavras.

- Por que¿ - perguntei confusa.

- Você não sabe¿ - falou ele confuso.

- Não sei do que¿ - perguntei começando a ficar preocupada.

- É que o Tom tem pavor de água – disse ele. ( Lembrando que é só uma história )

- O-o-o que¿ - perguntei chocada.

- Quando nós tínhamos 7 anos os garotos da nossa escola nos achavam ... estranho pelo jeito que a gente se vestia e uma vez na aula de natação um garoto empurrou Tom dentro da piscina, só que ele não sabia nadar direito e o professor ainda não tinha chegado, então ele quase ... morreu – Bill engolindo em seco - Mais tinha uma garota na nossa turma Jessica, ela nadava desde cincos anos e foi ela que salvou o Tom, quando o professor chegou Tom já estava fora da piscina e a salvo. Depois daquele dia ele nunca mais chegou perto de qualquer piscina ou um lugar onde tivesse muita água – falou ele.

Eu não podia imaginar o que levou Tom a fazer aquilo pelo Dan, eu sei muito bem como é difícil enfrentar os traumas.

Depois da primeira vez que eu cai do Black eu nunca mais quis chegar perto dele e de nenhum outro cavalo, mais meu pai me ajudou, ele montava junto comigo, me incentivava, então aos poucos eu fui perdendo o medo. Mais pelo o que o Bill disse Tom nunca mais chegou perto de uma piscina o que significa que ele não tinha enfrentado o seu trauma de água.

- E ... ele está bem¿ - perguntei.

- Agora sim – disse ele – mais quando eu o levei pra casa ele teve um ataque de pânico. Mais agora ele está bem, pelo menos foi o que ele disse depois de sair do banheiro com uma garrafa de vodka na mão.

- Eu vou lá falar com ele – falei soltando a mão do Dan – Se acontecer alguma coisa me chamem.

Bill me deu um olhar de insentivo, ele parecia esperanço.