E Que A Sorte... escrita por Juh11


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, último capítulo muito maior do que o resto e com presentinho no final. Espero que vocês gostem e me façam feliz mais uma vez deixando seus últimos reviews. :)



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Capítulo 44

No momento em que Marcus sai do quarto, Juliet presta atenção ao seu redor. Ela está presa na cama pela cintura e só consegue levantar poucos centímetros, seu braço esquerdo está conectado a um tubo por onde provavelmente corre soro hospitalar. Tudo no quarto é branco, à exceção de seus lençóis que são verdes, e ela sente cheiro de antisséptico. Sua mente deseja fortemente que ela esteja no pequeno hospital que existe ao sul do Distrito 3, construído e mantido pelos moradores sem a interferência da Capital. Apesar de nunca ter ido lá, duvidava da capacidade de um hospital improvisado ter uma aparência tão profissional.

“Por favor, seja um sonho. ” A menina pensou cerrando bem os olhos e esperando acordar. Ouviu um barulho da porta abrindo e visualizou o seu pai acompanhado de uma moça vestida de branco dos pés a cabeça e com uma máscara hospitalar.

—Olá, querida – ela parecia sorrir por debaixo da máscara enquanto falava com Juliet –Está sentindo alguma dor ou desconforto? – Juliet negou com a cabeça. – Seu pai mencionou que talvez você estivesse com problemas de memórias, você sabe onde você está? – a menina nega novamente. – Você está no Centro de Reabilitação da Capital, se recuperando dos Jogos. Você venceu os Jogos, lembra-se disso? – a vitoriosa confirmou com a cabeça e então a moça voltou-se para Marcus. – Bom, é comum os tributos acordarem desorientados após o procedimento de cura e também é normal eles evitarem falar, mas aparentemente, está tudo bem, ela deve fazer sua apresentação em poucos dias. Fique tranquilo, estamos trabalhando para o melhor da nossa vitoriosa. – e dizendo isso, a médica/enfermeira se retirou do quarto.

—Então foi real? – Juliet balbuciou com a voz por um fio – Eu perdi Caius? – ela encarou o pai pedindo consolo –Por um pequeno momento, pensei que isso pudesse ter sido apenas um pesadelo – ela continua com os olhos cheios de água, Marcus trincou a mandíbula – Papai, como vai ser agora? – ela disse se debulhando em lágrimas.

—Teremos que nos adaptar, assim como nos adaptamos com a morte da sua mãe – Marcus respondeu com lágrimas também nos olhos.

—Caius me ajudou a superar a morte da mamãe. Por favor, papai, não saia mais do meu lado. Não sei o que eu faria se eu perdesse você. – então, pai e filha se abraçaram e Juliet colocou para fora todas as lágrimas que não havia chorado durante os Jogos.

Vinte minutos se passaram com Juliet soluçando abraçada ao pai, até que ambos ouviram passos vindo no corredor.

—Se perguntarem, eu dormi desde que a última enfermeira entrou. – ela sussurrou para Marcus e fingiu estar dormindo no tempo exato de uma equipe de três médicos entrar no quarto.

—Está tudo bem com ela? – perguntou o homem mais alto que havia no grupo a Marcus.

—Ela acordou mais cedo, mas um pouco desorientada. Comuniquei a uma enfermeira e ela me disse que estava tudo normal, que é comum os tributos acordarem desorientados, Juliet dormiu logo em seguida que ela saiu.- o mais velho Wisebit respondeu.

—Que bom! – exclamou a menina do grupo que estava trocando o soro de Juliet – A apresentação dela como vencedora deve ser em três dias no ritmo que ela está se recuperando.

—Bom, vamos indo. – disse o mais alto novamente.

Quando o terceiro integrante que havia ficado calado estava prestes a passar pela porta, ele virou e perguntou:

—Está tudo bem com o senhor, senhor Wisebit? Noto que seus olhos estão avermelhados. Isso seria choro?

—Sim – pode-se ouvir a mandíbula de Marcus cerrando. – Estou orgulhoso da minha filha ser uma vitoriosa igual a mim. Acho que isso é o sonho de todo pai.

Pode-se ver um esboço de sorriso por trás da máscara cirúrgica que o garoto utilizava e este saiu do quarto.

Em exatos três dias, Juliet estava completamente recuperada. Vestindo um traje igual ao que usou para ir aos jogos, inclusive com sua faixa de cabelo no lugar, ela vai ao encontro da equipe com um sorriso no rosto. Seu pai lhe dá um beijo com olhos lacrimosos, Louise aperta-lhe a mão com sua maquiagem impecável de sempre e Robert está extremamente entusiasmado abraçando a garota.

—Você não vai acreditar no modelito lindo que eu criei para a cerimônia, não mesmo. – ele fala com aquele sotaque forte e carregado e totalmente feliz. Juliet abriu um sorriso que quem a conhecesse, saberia ser forçado. –Vamos logo, vamos subindo. – ele disse tocando os ombros da menina a conduzindo. Ela apenas teve tempo de mandar um beijo pro pai.

Tributo e estilista subiram o elevador rumo ao terceiro andar onde se encontraram com Ellis, Aurie e Reitum. O trio recebeu a menina com muitos sorrisos elogiando-a por sua performance e comentando os momentos preferidos dos Jogos. Juliet ignorou os comentários, ela iria ao ar ao vivo em apenas poucas horas, não poderia pensar no irmão que perdeu ou em Luke, esses dois a fariam chorar se pensasse demais e isso não faria bem para a imagem de uma vitoriosa.

Ao terminarem de preparar a garota, Robert aparece com dois vestidos na mão.

—Robert, por que dois vestidos? Eu sou apenas uma – a menina perguntou curiosa. Um dos vestidos era preto enquanto o outro era um belíssimo azul degradê.

—Bem – Robert engoliu em seco – Eu sei que é estranho, mas nem eu mesmo sei porque eu fiz isso. Não sei o que vocês fazem no Distrito 3, porém, aqui na Capital, quando perdemos alguém de quem gostamos, vestimos preto em sinal de luto, pensei que talvez você quisesse algo para homenagear Caius.

Juliet parou atônita. Tinha certeza de que o vestido fabuloso ao qual Robert se referia poucas horas atrás era o azul em seu braço direito, ainda assim, ele, uma pessoa da Capital, teve compaixão em pensar que talvez ela preferisse um vestido de luto. Um nó se formou na garganta de Juliet, ela precisava segurar o choro ou então não pararia mais.

—Que gesto mais lindo, Robert! – a menina exclamou, segurando o choro. – Contudo, eu vou querer o original. Não estou em luto, sou uma vitoriosa, e o mundo merece ver esse trabalho espetacular que você desenhou. – o coração da menina doía, entretanto, ele também era aquecido pelo sorriso infantil de Robert ao ver que sua obra prima agradava a garota.

Sim, internamente, Juliet estava um caco, mas ela não permitiria que outras pessoas soubessem disso. Nunca permitiria que alguém se satisfizesse vendo suas derrotas pessoais. Ela não tinha escolha a não ser permitir que o irmão a protegesse naquele momento. Então ela decidiu fazer o que toda garota magoada faria: vestiria um vestido bonito, pintaria seu rosto e abriria o maior sorriso que tinha. Quem olhasse por fora, pensaria que ela estava mais feliz do que nunca, afinal, ninguém precisava saber o quanto ela estava quebrada por dentro.

—Por que está me apertando com esta faixa? – Juliet pergunta para o estilista que pressionava uma faixa sobre seus seios.

—Bom, é complicado. – respondeu Robert. – Meio constrangedor, mas digamos que eles queriam alterar os seus naturais, dando mais enchimento.

—Como é? – a menina perguntou confusa, realmente, não tinha seios fartos, mas também, ela só tinha 14 anos!

—É, é, é comum alterarem pequenas coisas cirurgicamente dos vitoriosos, já percebeu que suas cicatrizes sumiram? – ele questionou e ela começou a procurar alguma cicatriz por seu próprio corpo, não encontrou nada. – Bem, seu pai alegou que você ainda era muito nova e ainda não tinha se desenvolvido completamente, acredite quando falo que ele quase quebrou meio hospital por isso. – o estilista riu brevemente.- Marcus me fez prometer que você parecesse o mais nova possível, isso significa, menos seios para a Srta. Wisebit.

“Ao menos papai é sensato”, Juliet pensou, apesar daquela faixa a estar incomodando. “O incomodo é bom, me faz desviar meus pensamentos”.

A mais nova vitoriosa colocou o vestido azul em degradê, ele variava do mais claro azul bebê no topo e ia até o mais negro azul-marinho na borda, sua saia era rodada e um pequeno movimento parecia que vários fios de computador estavam brilhando ao redor de Juliet. Mais uma vez, um chip gigante, mas dessa vez azul.

Após o resto da equipe se aprontar, eles subiram no elevador ao nível do centro de treinamento. Ellis, Reitum e Aurie são os primeiros a subirem ao palco através da placa de metal. Robert foi o próximo e em seu rosto era visto uma expressão de quem recebeu presentes de Natal adiantado. Em seguida, foi Louise com o queixo erguido e sua maquiagem sempre impecável.

—Boa sorte lá em cima. – disse Marcus após beijar a testa da filha poucos segundos antes de subir pela placa metálica.

Juliet inspirou fundo, não podia demonstrar fraqueza na retrospectiva, não agora. Ela estava sozinha e o nervosismo já tomava conta. Expirou o ar dos pulmões e inspirou mais uma vez. A placa já estava embaixo à espera dela, a multidão esperava uma vitoriosa orgulhosa e não uma criança chorona. Ela não choraria por agora, talvez mais tarde. Certamente mais tarde, ela pensou subindo a placa. A placa de meta começa a se erguer e a menina faz um último exercício de respiração antes de abrir um enorme sorriso para o público.

—E aí está ela! – escuto a voz de Caesar Flickerman levando o público à loucura. – A vitoriosa da septuagésima primeira edição dos Jogos Vorazes, do Distrito 3, Juliet Wisebit.

O público a aplaude mais ainda, Juliet sorri e acena para todos. Passados cinco minutos, ela se dirigiu para a bela cadeira com estofado roxo e braços e pernas dourados com diversos detalhes em que ela não se prendeu. Sentou-se pois suas pernas estavam prestes a tremer a qualquer momento e ela não gostaria de demonstrar fraqueza.

As luzes diminuíram e o filme começou, as cenas vieram em flashes na cabeça da menina. Felizmente, quem quer que tenha editado o vídeo, focou o menos possível em Caius. Na colheita do Distrito 3, apenas mostraram ela sendo chamada. Durante o desfile, pegaram as imagens em que Caius estava em pior ângulo, mal dando para reconhece-lo. Mostraram sua nota de treinamento o que fez Juliet sorrir na hora, sim, ela tinha orgulho de ser tão nova e ter uma nota daquelas. A entrevista dela é mostrada quase na íntegra e é mais uma cena que a faz sorrir, com toda certeza ela foi a que menos apostaram dos finalistas. Foi feita uma cobertura completa sobre o banho de sangue, mostrando em seguida a aliança da menina com Amber. A parte dos fantasmas foi ocultada e Juliet se questiona se aquilo também havia aparecido para o público, se sim, Capital estava demonstrando explicitamente que tudo havia sido armado. Mostram seu beijo com Luke. Mostram alguns momentos dela com Caius, mesmo sendo poucos, mostram Caius dando sua vida para salvá-la e a menina não consegue conter uma única lágrima que sai de seus olhos. Mostram a luta de Luke e Zac no final intercalada com Juliet montando sua armadilha. Zac caindo na armadilha, juliet desmaiando. Fim.

As luzes se acendem , o hino de Panem toca novamente e o próprio Presidente Snow aparece junto a uma menininha de uns sete anos com tranças negras, ela carregava uma almofada com uma coroa. A vitoriosa se levanta com um olhar orgulho e recebe a coroa do Presidente. Ele lhe dá um sorriso forçado antes de se retirar. Caesar dá boa noite ao público.

Juliet e sua equipe seguem para a mansão do Presidente Snow para seu Banquete da Vitória. Lá ela fica apenas tempo suficiente para falsificar sorrisos e falar com pessoas importantes da Capital, alega estar cansada e seu pai não discorda sobre voltar mais cedo para o Centro de Treinamento. A verdade que nem ele nem ela aguentavam mais fingir estar felizes e orgulhosos depois de perder Caius. Ao chegarem, Juliet se trancou em seu quarto e passou o resto da madrugada chorando, se forçou a dormir pois sabia que o dia seguinte seria cheio.

Louise acordou a vitoriosa do Distrito 3 ás cinco da manhã no dia seguinte para começar os preparativos para a última entrevista.

“Respire fundo, Juliet” falou a menina para si mesma “Só mais essa etapa, mais isso e casa. Respire fundo”.

Após um café da manhã simples com um pão francês e chocolate quente, ela foi a encontro da equipe de preparação e passou a manhã inteira sendo arrumada por eles. Mais uma vez, ela teve de usar a faixa e sua aparência estava ainda mais jovial com o vestido floral que Robert havia desenhado.

Juliet se dirige à sala em que seria realizada a entrevista onde Caesar Flickerman já se encontra com seus cabelos laranjas. Ele veio em sua direção a cumprimentando com um abraço caloroso.

—Veja se não é  a pequena Juliet! – ele exclamou contente –Está tudo bem querida? – ele perguntou olhando fundo nos olhos dela e Juliet podia jurar que ele sabia da verdade.

—Apenas nervosa com a entrevista. – ela respondeu, mas aqueles olhos castanhos continuavam a questionando, até que Caesar deu uma risada.

—Não precise se preocupar, tudo ocorrerá muito bem. Vamos, sente-se. – ele disse gesticulando a poltrona branca que estava a frente de sua cadeira.

—Entraremos no ar em: Cinco. Quatro. Três. Dois. Um. – falou um dos rapazes com a câmera.

—Boa tarde, Panem! – falou Caesar com seu tom animado. – Estamos aqui ao vivo com a nossa mais nova vitoriosa, vinda do Distrito 3 e filha de um dos nossos antigos campeões, Juliet Wisebit!.

—Boa tarde Caesar, Boa tarde a todos os cidadãos de Panem que estão nos assistindo.  – ela disse timidamente com um sorriso.

—Vamos ao que interessa a todos, Juliet, vamos desde o começo. Alguma vez você se imaginou indo para os Jogos? – Caesar perguntou com sua sobrancelha arqueada.

—Não – respondeu Juliet. – Mas sempre tive orgulho de meu pai fazer parte do grupo restrito de vitoriosos, contudo, sempre pensei que um raio não pudesse cair duas vezes no mesmo lugar, mas coisas estranhas acontecem no Distrito 3.

—Coisas estranhas? – questiona Caesar com um certo tom de humor.

—Sim, quando você cresce ao lado da casa de Beetee, barulhos de explosões e máquinas estranhas se tornam comuns, você passa a acreditar que tudo é possível. – a menina respondeu e o entrevistador começou a rir.

—Acho que todos nós amamos Beetee e suas invenções estranhas. Agora nos conte, qual foi a sua reação quando foi chamada como tributo?

—Bom, confesso que fiquei assustada. Ficava pensando “Agora? Logo agora? Estou prestes a fazer 14 anos, esse sorteio não poderia eu ficar um pouco mais velha primeiro?”. A maioria dos tributos ganham quando tem 16,17 ou 18 anos, mas Finnick ganhou com a mesma idade que eu, então continuei com a esperanças.

—E quando seu irmão foi chamado? – o entrevistador perguntou e Juliet engoliu em seco, não podia travar justo agora.

—Tive certeza de que esse ano o vitorioso seria do nosso Distrito. – ela respirou fundo mais uma vez, iria ela mesma finalizar o assunto de Caius e torcer para que Caesar mudasse pra outro. –Eu fiquei emocionada quando ele foi enfrentar Zac, podia ter sido o inverso, mas ele acreditava que eu poderia ganhar e aqui estou eu.

—Que declaração mais linda. – disse Caesar com uma expressão emocionada no rosto, porém esta foi substituída rapidamente por uma de curiosidade. – Agora uma pergunta importante, qual foi a sua sensação em ganhar os Jogos com aquela armadilha incrível?

—Eu sabia que combate direto não era vantajoso para mim, olha meu tamanho. – disse Juliet que com aquele vestido floral só aparentava ser mais nova –A armadilha foi a maneira que encontrei de ganhar uma vantagem. Agradeço a todos os patrocinadores que me ajudaram com ela. – a menina mandou beijos para a câmera. – agora, sobre a sensação de ganhar os Jogos, eu não lembro: desmaiei assim que o hino começou a tocar. Entretanto, tudo tem sido maravilhoso desde que sai do hospital.

—Acho que todos vimos o seu desmaio, Juliet. – Caesar disse rindo –E imagino que tudo esteja indo maravilhosamente bem. Infelizmente, nosso tempo está acabando e eu só posso fazer mais uma pergunta. Responda-nos, Juliet, o que você pretende fazer quando voltar pra casa?

—Vida normal. Sabe, Caesar, apesar de eu não gostar muito, ainda tenho uma escola pra terminar antes de poder servir a Capital.

—Essa menina é um exemplo! E aqui fechamos nossa entrevista com a vitoriosa exemplar Juliet Wisebit.- disse Caesar por último, um dos câmeras disse corta.

O entrevistador se despediu da menina com um afetuoso abraço novamente e ela foi de encontro ao pai.

—Como eu fui? – ela perguntou com certo receio.

—Você foi ótima! – Marcus exclamou – Bom, e agora esse é o momento em que voltamos para casa.

A viagem de trem havia sido menos tranquila do que Marcus esperava. As crises de choro que Juliet tinha quando estava sozinha mudaram pra crises agressivas: todos os vasos do trem haviam sido quebrados, vários lençóis rasgados e até panquecas se encontravam presas ao teto. Talvez isso fosse normal, para vitoriosos, ele ainda lembra de ter ficado dentro de seu vagão sem falar com ninguém e sem comer nada, o estresse pós-Jogos deixava qualquer um louco e Juliet ainda estava de luto. De todo modo, ela não aparentava isso quando desceu do trem no Distrito 3 e abraçou Isis assim que a viu.

—Caius cumpriu sua promessa. – disse a menina loira. Apesar de sua cara inchada demonstrar suas noites de insônia chorando, ela parecia feliz pela irmã do menino que amava estar a salvo.

Um ano depois...

O último ano havia sido loucura. Depois de ganhar os Jogos Vorazes e ter ido ao funeral de seu irmão, Juliet pensou que nunca voltaria a vida normal, pensou que o luto nunca a abandonaria, mas ela conseguiu superar. As porções de grãos extras que chegavam ao Distrito, a felicidade de ver as crianças mais pobres terem o que comer, até faziam a vitória valer a pena. Além disso, Juliet continuava morando com seu pai, de maneira que seu salário como vitoriosa em nada fazia diferença em casa, então todo o dinheiro ia para a família de Isis, tinha certeza de que Caius adoraria isso. Feron ainda a visitava e a tratava como uma irmã mais nova, nem mesmo os garotos do Distrito ele deixava se aproximar dela. Na medida do possível, tudo estava bem, e mais uma vez ela estava voltando da Capital para seu Distrito após o Tour da Vitória.

—Pai? – ela perguntou ao homem que estava na poltrona do trem assistindo TV. – Posso te fazer uma pergunta estranha?

Marcus estranhou, mas voltou-se para a filha confirmando com a cabeça.

—No baile da Mansão do presidente, vieram me mostrar Seneca Crane como Idelizador Chefe dos Jogos, disseram que ele já ocupava aquele cargo desde o ano passado, mas eu não lembro dele, apenas lembro do Caius comentando sobre um tal de Galius alguma coisa...

—Juliet – falou o pai com uma expressão séria no rosto. – Não ouse desmentir a Capital. Sim, ano passado havia sido Galius, mas se eles estão tentando convencer a todos de que já era o Seneca, algo sério aconteceu a Galius. Algo que eles não querem comentar, e nós não temos nada haver com isso.

Juliet apenas concordou. Já não tinha muita sorte na vida, não precisava se meter em problemas que não eram seus. Era realmente melhor deixar a curiosidade de lado.

—Então, como está indo? – perguntou Amanda, uma moça de cabelos negros-azulados que tinha por volta de uns 20 anos. – Muitos tem problemas para se adaptar as rotinas do 13.

—Tudo está, mas eu só queria poder ter agradecido a Galius de maneira melhor. Ele foi capturado enquanto me salvava... – disse o menino de olhos verdes, Caius Wisebit.

—Bom, Galius sabia dos riscos, eu também fui resgatada quase morte de dentro da arena. Você não é o único que sente por ele. – disse a menina. – Agora vamos, temos uma rotina para cumprir. – disse indicando a tatuagem temporária em seu braço.

FIM

Então pessoal, finalmente chegamos ao final de E Que a Sorte. Não era bem o final que eu queria, mas foi o mais próximo que eu consegui.

Gostaria de agradecer a todos que leram e que chegaram até aqui. Principalmente a Duda 104 e Juh P Mellark que comentaram em absolutamente TODOS os capítulos. Obrigada, meninas, vocês me motivaram a terminar essa fic. Também um agradecimento especial a Marina Horan, Aimeek, Spy, Sofi, Gabriela Aguiar, Claire Waters Mellark, B Chan e novamente a Duda, também as duas pessoas que excluíram suas contas e aparentam como “Anonimo” por terem gasto tempo e dedicação de suas vidas escrevendo incríveis recomendações.

Gostaria de pedir desculpas pela demora para atualizar e finalizar, foram três anos de cursinho pré vestibular, um acidente familiar grave e um primeiro ano de faculdade para se adaptar. Eu nunca esqueci vocês, meus leitores, mas a vida as vezes completa. E SIM, CAIUS ESTÁ VIVO NO DISTRITO 13!

Agora, por que estou escrevendo isso para vocês aqui no capítulo e não nas notas finais? Porque eu tenho um presente pra vocês. Curiosidades sobre a fic, vamos lá, são 20:

1- Inicialmente, a fic seria uma trilogia de três fica: E que a sorte..., Esteja Sempre... e A seu Favor.

2- Esteja Sempre... começaria com a descrição do tour da Vitória de Juliet, com a descoberta que Caius estava vivo e no Distrito 13 e terminaria com os irmãos Wisebit vendo a vitória de Katniss e Peeta.

3- A seu Favor se passaria durante a revolução. Juliet e Caius acompanhariam a saga de Katniss de longe, tendo suas próprias funções durante a revolução.

4- A inspiração de Caius veio de meu próprio irmão mais velho, Caio.

5- Apesar do nome, Juliet e eu não temos nada em comum, eu morreria nas primeiras horas dos Jogos.

6- A ideia inicial era de que Caius ganhasse os Jogos, mas eu não saberia como iria fazê-lo lidar com a morte de Juliet

7- Nunca pensei em um confronto final entre irmãos, iria parecer muito com o original. A ideia sempre foi que o confronto final fosse com Zac.

8- O nome de Zac foi pedido da minha melhor amiga, que na época era apaixonada pelo Zac Efron

9- Feron foi baseado no melhor amigo de meu irmão, na época que eu escrevi a fic, ele vivia mais na minha casa do que na sua própria.

10- Isis foi apenas uma projeção de uma namorada que eu gostaria que meu irmão tivesse, na época, ele nunca tinha namorado.

11- Não, o nome do meu pai não é Marcus, mas com toda certeza ele seria do Distrito 3.

12- Eu desanimei depois que matei Caius, a escrita fluía muito mais na versão dele no que na de Juliet.

13- Após definir que Juliet seria a vitoriosa, toda a história já estava formada na minha cabeça, só faltou escrevê-la, mas isso acabou demorando tempo demais.

14- Luke era pra ser uma pequena versão de Finnick, um garoto simplesmente apaixonante.

15- A cena de Juliet recusando o vestido de luto não era da fic. Foi um desabafo meu após ter reprovado no meu segundo vestibular pro que eu queria e ter que ir a uma premiação de uma olimpíada onde todas as pessoas que me desejaram mal estavam.

16- Meu trecho favorito da fic inteira é a conversa de Marcus e Finnick na cafeteria "A vida é formada pelo equilíbrio Entre doces e amargos. O café puro é o amargos, o cubo de açúcar é o doce. O que seria a vida?

—Um café adoçado? - o mentor do Distrito 3 supôs.

—Exato- respondeu Finnick - Você não acha que já recebemos amargos demais da vida para mantermos esse equilíbrio? - ele perguntou colocando outro cubo de açúcar na boca"

17- Não, eu não passei no meu segundo vestibular pro que eu queria, mas a vida também pode ser feitas de planos B e eu estou bem feliz com isso.

18- Um dos meus maiores bloqueios pra terminar a fic foi a minha escrita. Sim, ela começa ruim no início na fic, mas antes de eu parar, eu (acho) que ela estava muito boa. Era decepcionante escrever um capítulo e não achar que ele estivesse bom o suficiente.

19- Eu vibrei com casa review dessa fic, obrigada a todos que comentaram e principalmente quem continuou acompanhando até o final. Gostaria de dar um abraço em vocês pessoalmente.

20- Acho que já falei demais, mas gostaria de dizer que essa experiência foi incrível pra mim e eu tenho muito orgulho de ter terminado essa fanfic


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