E Que A Sorte... escrita por Juh11


Capítulo 29
Capítulo 29 - Especial


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Feliz dia dos namorados, eu não tenho um, mas tenho uma fanfic e resolvi fazer algo diferente para dar de presente aos meus leitores, o proximo capitulo já está em construção, esse é apenas um extra



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Capítulo 29 – Por Caius

Sombras. Correrias. Bestantes. Sons de carne sendo cortada. Isis numa clareira com um vestido branco manchado de sangue, morta.

Esse se tornara um dos meus pesadelos mais comuns por esses dias. Pelo menos o ultimo sonho valera a pena, não exatamente o ultima, mas foi o eu não sonhei com ela sendo morta, parecia ser tão real que eu poderia jurar que estávamos tendo um encontro de verdade.

E então uma chuva de lembranças invade minha mente...

Eu tinha 6 anos e estava de mãos dadas com minha mãe. Era meu primeiro dia de aula e Juliet chorava em seu colo por querer ficar perto de mim.

-Não chore, bebê – minha mãe falava calmamente – Um dia você também virá para escola também

-Mas eu quero ficar brincando com o Caius – minha irmãzinha falou com as palavras meio emboladas

-Prometo que quando voltar para casa a gente brinca de montão – falei conseguindo fazê-la parar de chorar, seus olhinhos começavam a brilhar

-Promete? – ela me perguntou ainda chorosa

-Prometo – respondi e ela me abriu um sorriso

-Ei, Caius, já está na hora de entrar – falou minha mãe com seu habitual tom doce e um sorriso - Tenha uma boa aula, filho – ela falou se abaixando para poder beijar meu rosto, eu retribui o beijo e ela me levou até uma fila onde se encontrava crianças da minha idade.

-Tchau mamãe – falei acenando enquanto eu a via se afastar

Eu continuava ali junto ao grupo enquanto esperava o resto da turma chegar, foi quando me bateu um desespero, eu estava ali sozinho e não conhecia ninguém e com um esbarrão eu conheci quem seria meu melhor amigo futuramente.

-Desculpa – falou o garoto com uma pele um pouco mais bronzeada que a minha e olhos verdes iguais aos meus e de minha irmã

-Tudo bem - falei tentando ser educado também

-Seu primeiro dia também? – o garotinho me perguntou curioso

-Sim – respondi, eu era um tanto tímido

-O meu também, você tem alguma idéia do que faremos aqui? – ele perguntou

-Nenhuma – respondi novamente com uma única palavra

-Qual é o seu nome? – o menino perguntou, ele estava realmente com vontade de puxar assunto, foi quando eu olhei ao redor e notei que a maioria das crianças já se conhecia e era poucos os que estavam sozinhos

-Caius, e o seu? – perguntei

-Feron – o meu futuro melhor amigo respondeu, essa foi nossa primeira conversa.

A professora chamou a turma e entramos em uma salinha onde as cadeiras estavam dispostas em círculos, sentei ao lado de Feron e de outro garoto o qual não me recordo o nome.

-Então, sejam bem vindos – a professora falou com um tom infantil e um sorriso enorme no rosto - Como nossa primeira aula, quero que conheçam o alfabeto... Alguém sabe que letra é essa? – ela perguntou pegando um papel onde se encontrava uma letra enorme ao centro, foi quando uma mão se levantou.

Todos voltaram o olhar para o dono da mão, e descobrimos que na verdade era uma dona. Pele branca, olhos claros cuja cor eu não conseguia identificar de longe, com um vestido lilás e uma fita da mesma cor prendendo o cabelo em um rabo-de-cavalo, era essa a menina que sabia qual era a letra que a professor mostrava no papel.

-É a letra A – ela falou com a voz fraca e aguda enquanto tremia um pouco

-Muito bem, Isis – a professora falou a elogiando e ela corou um pouco, aquela foi a primeira vez que eu a vi, mas não falei com ela naquele dia.

Apenas uma semana depois que nós nos falamos, Feron apostou comigo que eu não teria coragem de puxar o rabo-de-cavalo dela, e assim eu o fiz.

-Ai! – Isis exclamou quando sentiu o cabelo sendo puxado e ao se virar em minha direção, pude notar que seus olhos eram cor-de-mel

-D-desculpe – eu falei envergonhado enquanto fulminava Feron com o olhar, o qual ria sem parar do outro lado da sala, ele sabia que eu não gostava desse tipo de coisa

-E qual desculpa que você vai dar? Que puxou sem querer? – a menininha perguntou irritada

-N-não – respondi encabulado –E-eu realmente n-não queria fazer isso.

- E então por que fez? – perguntou a mini-Isis ainda irritada

-Porque duvidaram de mim – falei ainda envergonhado e então ela mudou de expressão

-E quem duvidou de você? – ela perguntou agora interessada soltando o lápis de cor na mesa

-Meu amigo, Feron, ele falou que se eu não fizesse isso, iria me colar na cadeira. – respondi

-Colar você na cadeira? – confirmei com a cabeça - A propósito, qual é o seu nome?

-Caius – respondi

-Me chamo Isis – ela me respondeu antes que eu fizesse a pergunta – E então, Caius, o que acha de passarmos cola na cadeira do seu amigo?

Depois disso, passamos cola na cadeira de Feron. Ele não ficou colado como esperávamos, mas sua roupa sujou bastante, e então todos rimos e nem lembrei ao certo como viramos melhores amigos.

Agora tínhamos 12 anos, estávamos todos em nossa primeira colheita e Isis chorava torrencialmente.

- E se eu for sorteada? – ela falava entre lagrimas quando tirava o rosto da minha melhor camiseta que a essa altura já estava encharcada

-Você não vai ser sorteada – Feron tentava me ajudar a consolá-la

-Mas eu tenho fichas extras, assinei pelas tesseras – ela falava ainda chorando demais

-Acalme-se, Feron mesmo já disse, você não vai ser sorteada – eu também argumentava enquanto os dois passavam a mão pelos cabelos dela, que hoje estavam soltos.

-Ou pior, e se um de vocês dois forem sorteados? – Isis falava soluçando demais

-Nossos nomes não são nada lá dentro – Feron dizia - Olha a quantidade de gente com 18 anos, muitos ali assinaram pelas tesseras muito mais vezes que você. Eu e Caius somos apenas duas fichas.

-Mas ele é um Wisebit – ela falou me apertando ainda mais no abraço - E vocês sabem o que eles fazem com filhos de vitoriosos

-Tenho apenas 12 anos, eles irão esperar que eu cresça mais para dar mais emoção – falei e ela chorava ainda mais na minha camiseta – Vamos Isis, precisamos ir para a nossa fila

-Fiquem comigo – ela pediu nos olhando com os olhos inchados –Os dois.

Seguimos para frente do palco com ela agarrada a minha mão o tempo inteiro, como sempre, Louise surge com suas roupas berrantes.

-Primeiro as damas – ela falou fazendo muita cerimônia ao pegar o papel - E a nossa tributo feminina desse ano é Is... –a pronuncia das duas primeiras letras fez Isis apertar ainda mais minha mão - Isabella Fiquer! – e então minha amiga desmaiou, dando tempo apenas de eu segura-la de mau jeito antes que Feron notasse que eu precisava de ajuda.

Tínhamos catorze anos agora, e eu me via com Isis chorando incondicionalmente em minha camiseta novamente, seu pai havia morrido em um acidente de serviço. Isis teve que procurar um emprego para ajudar a mãe e os irmãos mais novos.

E a próxima lembrança vinha meses depois, era uma coisa boba, mas que ficara marcada em minha mente.

Eu estava andando na rua quando encontrei Isis saindo do seu emprego, ela parecia mais velha com as roupas de secretaria do prefeito e aquele coque, mas havia algo de errado com aquilo.

-O que houve com seu cabelo? – eu perguntei, e colocando a mão pude sentir que estava espetando

-Meu cabelo, Caius! – ela exclamou novamente – Você bagunçou todo, agora terei que desfazer o coque.

-Eu apenas toquei – respondi enquanto ela ia retirando os grampos

-Igual quando você ‘tocou’ quando estávamos no primário – ela respondeu e a quantidade de grampo que ela retirava do cabelo era enorme, agora eu entendi porque o cabelo espetava

-Você ainda lembra disso? – perguntei perplexo

-Claro, não é todo dia que um idiota aparece puxando seu cabelo – ela diz ainda retirando grampos

-Tem razão, alguns dias esse idiota prefere estragar coques – falei rindo, o que a fez rir também

-Isso mesmo – ela falou agora com os cabelos totalmente soltos –Mas não se engane porque estou rindo, ainda estou irritada com isso – ela falou fazendo bico e eu tive que rir, já estávamos na porta da casa dela, quando a mãe de Isis apareceu pela janela cantarolando.

-Vocês dois ainda vão dar namoro – fazendo ambos ficarem vermelhos iguais a uns pimentões

-Eu e ele? – Isis perguntou ainda corada - Claro que não, ele é o garoto mais chato que eu conheço

-E ela é a garota mais irritante que eu conheço – completei

-E é por isso que eu digo que vocês ainda serão um casal – a mãe dela completou e voltou para dentro da casa

-Desculpa – falou Isis ainda corada – Ela tem dito coisas sem sentido desde... Você sabe, desde o acidente... Mas obrigada por me trazer em casa.

-Sem problemas – eu falei, também devia estar corado – De nada. – e então me despedi dela lhe dando um beijo na bochecha o qual ela também retribuiu

E em seguida vinha a melhor de todas as lembranças, se as circunstancias não fossem tão ruins, o beijo que ela me deu antes de eu sair do Distrito 3 em nossa despedida. E não tinha mais como negar, a mãe dela tinha razão, nós ainda formaríamos um casal e eu estava apaixonado por ela. Malditos sejam esses tais de Jogos Vorazes...

Sou tirado dos meus devaneios com um:

-Caius, está sonhando acordado? - dito pela voz de minha irmã

E eu poderia dizer que sim, que estava sonhando com um anjo, um anjo que está longe de mim, lá no Distrito 3.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Fiz na pressa pra dar de presente pra vcs e to correndo para estudar matematica... Mas o Caius criança para mim ficou tão fofinho *---* Ok, deixem reviews rsrs Vejo vocês no proximo capítulo



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