E Que A Sorte... escrita por Juh11


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Ah Não!Ah Não!Ah Não!Ah Não! "E que a sorte..." na terceira página? Isso pode produção?
Haha
Oii gente, mais um capítulo aii pra vocês, espero que gostem tambem. Queria agradecer pelos reviews que apesar de eu pedir, eles sempre estão aii animando minha semana. Desculpem ao atraso do capítulo, mas estava tendo testes na escola semana passada.
Aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/190738/chapter/13

Capítulo 13 – Por Caius


“É hoje”. Esse foi o meu primeiro pensamento ao abrir os olhos, hoje era o dia, o dia em que eu iria para a arena da morte. Era incrível como o povo da Capital não se importava com isso, pelo contrário, para eles era motivo de festa e piada. Como eu queria voltar para o Distrito 3 agora... Poderia estar treinando arco e flecha com Feron, uma coisa que sempre fizemos juntos, ou até mesmo andar na rua de mãos dadas com Isis... Isis... Qual terá sido a reação dela quando falei sobre ela na televisão? Será que ela estaria assistindo a TV esse ano? Talvez... Isis nunca gostou de assistir aos Jogos, mas algo me diz que esse ano ela acompanhará atentamente, só espero que Feron a ajude a aguentar tudo isso.


Tomei o que será o ultimo banho de chuveiro na minha vida e vesti uma roupa qualquer, em breve teria que trocar pelas roupas que usaria na arena. Após me vestir, resolvi ir falar com Juliet para ter a chance de conversar com ela uma ultima vez fora na arena, a única coisa que ela me falou ontem depois da entrevista foi: “Por que você não me contou?” e em seguida bateu a porta com força.


Caminhei em direção ao seu quarto e a encontrei conversando com meu pai. Pude ouvir Juliet dizer algo como: “Eu sei, já falei não contarei nada a ele” e deduzi que talvez ‘ele’ se referisse a mim, talvez fosse sobre a sessão de treinamento. Empurrei a porta sem ao menos bater, isso chamou a atenção de meu mentor.


–Ei Caius – meu pai me cumprimentou enquanto eu abria a porta – Entre, entre. Preciso falar com vocês dois, e parece que só temos mais 20 minutos antes de precisarmos ir ao telhado. – eu sabia que não era só isso que ele gostaria de dizer, não eram apenas 20 minutos para irmos ao telhado, esses seriam os últimos 20 minutos que teríamos para conversarmos juntos. –Vocês sabem que eu não tenho tempo, então apenas quero que me escutem. – eu e Juliet concordamos com a cabeça – Vocês dois irão fazer uma aliança entre si, certo? – concordamos novamente – Porem não basta só a aliança, vocês vão precisar de uma arma. – ele parou por um minuto

– E o que isso quer dizer? – perguntei para que ele voltasse ao assunto

–Não sabemos o que tem na arena, eu quero utilizar o dinheiro dos patrocinadores somente para o que for extremamente necessário.

–E isso quer dizer... – perguntei novamente, para quem queria economizar tempo, ele estava enrolando demais

–Um de vocês dois terá que ficar para o banho de sangue na Cornucópia para conseguir alguma arma – ele falou em um fôlego só, isso também não parecia agradá-lo

–Eu fico – se ofereceu Juliet

–Não! – exclamei – Você não pode ficar lá! Eu ficarei. Sou mais rápido, pegarei uma arma e depois sairei correndo para encontrar você

–Eu sou menor, eles mal em enxergariam lá – ela rebateu

–Você não é tão pequena assim e Isabel é muito menor que você, você acha que vão esquecer-se de vocês duas? – respondi irritado

–Acho que Caius tem razão – meu pai interferiu na discussão, não tínhamos muito tempo – É melhor ele ficar na Cornucópia, na pior das hipóteses, ele consegue uma aliança com os Carreiristas até te encontrar.

–Usarei isso apenas como última opção – refleti alto

–Ok – ela respondeu contrariada, será que ela queria morrer? Porque pelo que falava parecia que Juliet queria cometer suicídio – E como nós dois iremos nos encontrar?

–Eu sei que vocês dois possuem alguns códigos, certo? Batidas na porta, assobios... – falou nosso mentor e concordamos novamente com a cabeça – Assobios seria uma ótima opção, passará despercebido se houver pássaros por ali. Depois dos tiros de canhão, assobiem a cada 20 minutos, se ouvirem alguma resposta assobie em seguida, mas com um ritmo diferente. Vocês conseguem fazer isso? – novamente concordamos – Ótimo. – ele ficou em silencio novamente

–Algum outro conselho? – perguntou Juliet com um fino de voz

–Quando vocês estiverem na arena... – ele abaixou os olhos, eu sabia que ele tinha pesadelos de lá que ainda estavam vivos -... E precisarem matar alguém... – para Marcus devia ser difícil dizer isso, porque apesar de ter se tornado um assassino, ele nunca quis isso para nós -... Dê dignidade para a pessoa morrer em paz. Se precisar matar, faça-o, mas dê ao inimigo a menor quantidade de dor que for possível, sem tortura ou coisa parecida, a maioria não escolheu estar ali e mesmo os que forem para cima de vocês, lembrem-se: eles também possuem uma família, eles só estão fazendo esse tipo de coisa para própria sobrevivência.Não os deixem tira-lo de si. – ele parou de falar, todos nós ficamos em silencio por alguns minutos

–Apontarei a direção que eu correrei antes do gongo soar – falou Juliet quebrando o silencio– se não conseguirmos nos ver, seguirei para o norte da Cornucópia

–Vocês dois venham cá – meu pai abriu os braços e nos aproximamos, ele nos abraçou e retribuímos – Não importa o que aconteça na arena, saiba que eu amo vocês dois e que os dois são os melhores filhos que um pai pode ter. Eu tenho muito orgulho de vocês e os amo – meu pai não é muito de chorar, mas era possível enxergar lágrimas em seus olhos, assim como era possível ver nos meus e nos de Juliet, esse seria nosso ultimo abraço. Ficamos ali mais alguns minutos quando Louise bateu na porta


–Sinto muito interromper – ela falou, e parece que a cena também a emocionou, porque lágrimas também eram visíveis em seus olhos - O aerodeslizador e a equipe de preparação já estão esperando por eles no telhado

–Obrigado Louise – meu pai respondeu desfazendo o abraço – Vocês dois, lembrem-se do que eu disse, ficarei vigiando e que a sorte esteja com vocês – ele se despediu de nós com um abraço e um beijo no rosto de cada um e em seguida fomos guiados por Louise até o telhado


Eu estava sentado em um sofá branco massageando constantemente meu antebraço esquerdo. “E ela disse que não iria doer” pensei enquanto esfregava mais ainda a área onde foi injetado o rastreador, a médica da Capital me dissera que eu não sentiria nada, mas minha pele não para de formigar, isso sem contar que acho que ela o colocou mal, ele parecia estar muito mais superficial do que deveria.

–Qual é a necessidade disso? - perguntei a Leonard, era a única pessoa que estava comigo na Sala de Lançamento, era o local que eu permaneceria até entrar na arena - Eles não precisam disso para saber onde estou na arena, eles estão olhando tudo o tempo inteiro.

–Isso não serve apenas para te rastrear - Leonard falou serio, acho que era a primeira vez que eu o via assim, normalmente ele passava o tempo todo falando sobre roupas e outras futilidades

–Não? - perguntei confuso, nunca tinha ouvido falar de outra finalidade do rastreador

–Não - ele afirmou novamente e eu o encarei nos olhos, eu estava realmente curioso - O rastreador também serve para contar batimentos cardíacos, é por isso que o canhão sempre soa na hora exata, eles sabem exatamente quando você morrerá.

Eu voltei a encarar o chão e a pensar, ninguém nunca havia comentado sobre isso, mas fazia sentido, por muitas vezes me perguntei enquanto assistia aos Jogos na TV como o canhão soava na hora exata, agora eu já tinha a respostas, mas Leonard voltou a cortar meus pensamentos.

–Você pode esperar mudanças climáticas com essas roupas aí - ele tinha que mencionar o assunto das roupas! Por um momento achei que ele conseguisse falar sobre outra coisa, mas parece que eu estava enganado. O que exatamente eu esperava de um estilista da Capital? Era claro que ele só pensaria em roupas, ele vivia para criar trajes para adolescentes que provavelmente morrerão num reality show idiota.

Também não poderia dizer que ele estaria errado, as roupas eram planejadas para o clima da arena, se forem finas era esperado um tempo quente, se forem grossas pode ter certeza que terá que aguentar temperaturas bem baixas e assim por diante. Porem o traje que eu usava agora era um dos mais estranhos que eu já vira em alguma edição dos Jogos Vorazes: camiseta branca, calça camuflada, jaqueta camuflada e uma espécie de coturno. Até então não havia nada de anormal tirando o fato que parecíamos soldados daqueles filmes antigos que as vezes passava na TV, porem tinha um detalhe, o que fazia o traje ser tão peculiar, as mangas da jaqueta e as pernas da calça eram destacáveis podendo transformá-los em uma camiseta com mangas curtas e uma bermuda.

Peguei uma garrafa d’água e comecei a beber sem nem sequer olhar a comida. Eu havia tomado um bom café da manha e comer mais agora me deixaria lento, na realidade nem estava com sede, a água seria apenas uma distração pro nervosismo. Bebi mais um gole e olhei para meu pulso direito, ali estava a pulseira que Isis havia me dado, fico feliz que ela tenha passado nos testes, ouvi falar que o colar da menina do Distrito 6 havia sido barrado por se transformar numa faca, mas isso me cheira a mentira.

–Chegou a hora- falou Leonard enquanto eu terminava a garrafa de água. Levantei-me do sofá e fui em direção ao cilindro de vidro que me levaria para os pesadelos reais

–Robert me pediu para avisar que estará torcendo por você e por sua irmã - ele falou enquanto ajeitava minha jaqueta - E que a sorte esteja sempre com vocês.

Pronto. Agora eu morreria na Cornucópia. Parece que ninguém entende que eu não tenho sorte nenhuma e repetir essa frase besta às vezes só faz piorar.

Comecei a ser elevado e logo o rosto de Leonard foi substituído por uma escuridão. Quinze segundos depois eu estava na arena com a qual meu olho estava tentando se acostumar com a claridade. A primeira coisa que enxerguei foi a Cornucópia, o grande chifre dourado, e pude identificar algumas armas que foram usadas no treinamento.

–Sejam bem vindos - ecoou a voz de Claudius Templesmith pela arena - Está aberta a septuagésima primeira edição dos Jogos Vorazes

Sessenta segundos. Era esse o tempo que eu teria para observar a arena e traçar uma estratégia. Olhei ao meu redor rapidamente, uma montanha alta com o pico coberto por neve um pouco distante, um pedaço de água também ao longe que ainda não sei ao certo se é um lago ou uma praia e ao redor da Cornucópia existe uma densa floresta. Quarenta segundos. Parecia que o tempo não passava, olhei os tributos ao meu redor, estavam todos equidistantes, a minha direita estava Agatha e a esquerda a garota do Distrito 10 que eu não sabia o nome. Trinta segundos. Eu precisava enxergar Juliet, mas onde ela estava? Metade do tempo já havia se passado e nada de eu vê-la. Vinte e cinco segundos. Droga,vai ser difícil achá-la se não tivermos uma direção pré-combinada, tenho certeza que se ela tentar seguir o “norte” acabará indo a oeste. Vinte segundos. Finalmente eu a encontrei, a uns sete tributos de distancia, por pouco eu ainda conseguia vê-la, parece que ela também estava com problemas para me achar, mas quando notou que eu a olhava apontou imediatamente para a direção da floresta, no lado oposto da montanha. Vinte segundos. Eu já sabia para qual direção ela correria, agora preciso pensar em uma boa arma. Quinze segundos. Tem uma lança que me parece boa. Dez segundos. Talvez um dos arco-e-flecha, eu já treinei muito com Feron antes de vir para cá. Cinco segundos. Quem saber? Tentarei pegar qualquer arma, não quero morrer agora no primeiro dia. Três segundos. Estou no círculo me preparando para correr assim como os outros. Um segundo. Falta pouco e… BOOOM! O gongo soou. Que comecem os Jogos.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi de novo galera. NÃO ME MATEM! Não me matem por não colocar o Luke nesse capítulo, mas é dificil coloca-lo quando está tudo se passando pela visão do Caius, acho que ninguem aguenta mais aquela historia de ciumes.
O combinado é o de sempre, 4 review para o proximo capitulo, mas claro, se quiserem deixar 5 ou 6 ou 7 ou 10 a autora agradece ;)
Amo vocês, beijos, até o próximo
PS: Se alguem tiver alguma ideia para a capa da fic, é bem vinda =)