Quando os alunos entraram no castelo, Hagrid apresentou a professora Minerva McGonagall, que imediatamente os levou ao salão.

O Salão Principal estava decorado para a vez de começo de ano letivo. Pratos e taças de ouro refulgiam á luz de centenas e mais centenas de centenas de velas que flutuavam no ar; As quatro mesas longas das Casas estavam cheias de alunos que falavam sem parar, no fundo do salão, os professores e outros funcionários estavam numa quinta mesa olhando para os estudantes.

-Boa noite!- Disse professora McGonagall aos alunos.

-Para quem? – Resmungou Maryle sozinha, uma por Violet estar solta por aí, será que ninguém cuida dos animais por aqui não? E outra por estar ali.

Então deu se o começo da seleção, ela colocou um banquinho de três pernas diante dos novos alunos e, em cima, um chapéu de bruxo, extremamente velho, sujo e remendado. Os garotos arregalaram os olhos. E todo o resto da escola também, principalmente Maryle que olhou com certo nojo para o Chapéu Seletor:

-Harry, aquela não é a garota do trem? – Perguntou Hermione que não estava vendo muito em de longe

-Acho que sim... Eu não tenho certeza! – Exclamou Harry

Por um instante, fez-se silêncio no Salão Principal. Em seguida um rasgo junto á aba se escancarou como uma boca e assim o chapéu começou á cantar:

Há mil anos ou pouco mais,
Eu era recém-feito,
Viviam quatro bruxos de fama,
Cujos nomes todos ainda conhecem:
O valente Gryffindor das charnecas,
O bonito Ravenclaw das ravinas,
O meigo Hufflepuff das planícies,
O astuto Slytherin dos brejais.
Compartiam um desejo, um sonho,
Uma esperança, um plano ousado
De juntos, educarem jovens bruxos,
Assim começou a Escola de Hogwarts.
Cada um desses quatro fundadores
Formou sua própria casa, pois cada
Valorizava virtude vária
Nos jovens que pretendiam formar.
Para Gryffindor os valentes eram
Prezados acima de todo o resto;
Para Ravenclaw os mais inteligentes
Seriam sempre os superiores;
Para Hufflepuff, os aplicados eram
Os merecedores de admissão;
E Slytherin, mais sedento de poder,
Amava aqueles de grande ambição.
Enquanto vivos eles separaram
Do conjunto os seus favoritos
Mas como selecionar os melhores,
Quando um dia tivessem partido?
Foi Gryffindor que encontrou a solução
Tirando-me da própria cabeça
Depois me dotaram de cérebro
Para que por eles eu pudesse escolher!
Coloque-me entre suas orelhas,
Até hoje ainda não me enganei.
Darei uma olhada em sua cabeça
E direi qual a casa do seu coração

  Os aplausos ecoaram pelo Salão Principal quando o Chapéu Seletor terminou.

-Ninguém merece um chapéu velho, remendado que canta... – Cochichava Maryle constrangida com a mão no rosto.

-Não foi essa música que ele cantou quando fomos selecionados! – Disse Harry fazendo coro aos aplausos gerais

-Cada ano ele canta uma diferente – Falou Rony – Deve ser uma vida bem chata, não é, a de um chapéu? Vai ver ele passa o ano compondo a nova canção.

-Que casa será que ela vai cair? – Se perguntou Hermione olhando em frente

A Professora Minerva agora desenrolava um grande pergaminho.

-Quando eu chamar seu nome ponha o Chapéu e se sente no banquinho – Explicou aos alunos, entre eles Maryle que estava impressionada – Quando o chapéu anunciar a sua casa, vá se sentar á mesa correspondente.

-Aih, Corvinal, Corvinal... Que eu seja da Corvinal, Grifinória, Lufa-Lufa... Menos Sonserina... – Pensava Maryle nervosa

-Ackerley Stuart! – Um menino se adiantou tremendo visivelmente da cabeça aos pés, e apanhou o Chapéu, colocou-o e se sentou no banquinho.

-CORVINAL! – Anunciou o Chapéu

-Baddock, Malcolm!

-SONSERINA!

-“Pelas barbas de Merlin...”- Maryle viu Baddock sendo aplaudido pelos alunos da Sonserina e vaias dos Alunos da Sonserina – “EU QUERO MINHA PRIMA!” – Pensou Maryle dominada pelo pânico

- Branstone, Eleonora...

-LUFA-LUFA!

- Cauldwell, Owen...

-LUFA-LUFA!

- Creevey, Dênis... 

-GRIFINÓRIA!

A seleção prosseguiu, garotos e garotas expressando nos rostos variados graus de medos se adiantavam um á um, até o banquinho de três pernas, e a fila foi diminuindo á medida que a Professora Minerva passava a letra “L”.

-Qual será o nome dela? E se for da Grifinória, vou perguntar por que saiu do vagão!- Disse Hermione astuta sobre a menina.

-Ah, anda logo... Ninguém quer andar logo... – Gemeu Rony massageando o estomago

   -Ora Rony, a seleção é muito mais importante do que a comida... – Disse Nick Quase Sem Cabeça

-Madley, Laura...

-LUFA-LUFA!

-Claro que é, se a pessoa já está morta...

-McDonald, Natália...

-GRIFINÓRIA...

-Myrot, Maryle...

-Olha ela lá Harry! –Apontou Hermione fazendo Harry desviar a atenção á Maryle – Então ela é a Myrot?

-Hum... – Disse o Chapéu Seletor – Tem coragem...

-Oh mentira, sou mó medrosa! – Disse Maryle deixando isso bem claro – Também não sou ignorante, e respeito todos os sangues-ruins e trouxas! Mais é bem claro que eu sou uma Sangue-Puro! – Maryle estava esbanjando nervoso naquele minuto – Nem forte eu sou... E também não sou tão inteligente quanto pareço... Mais se contar, eu sou divertida e leal á todos os meus amigos – Pensou Maryle.

-Difícil. Muito difícil. Bastante coragem é o que eu vejo garota, e Astucia! Arrogância...

-“NÃO ME PÕE NA SONSERINA!” – Os pensamentos de Maryle estavam ao extremo.

- Não por você na Sonserina? – A voz do chapéu ecoava em sua mente, com certeza ela sonharia com isso – Tem certeza?

-Chapéu, eu tenho muita certeza, eu quero ir pra qualquer casa que não seja Sonserina...

-Você quer ir para Beauxbatons! – Ajudou o chapéu

-Olha o pior é que você é muito bom em saber disso... – Sorriu Maryle. – É eu era da casa de Juste... Lá era preciso ser Justo, Paciente e ter Bondade... E eu tenho tudo isso! Eu era Apanhadora sabe...

Maryle já estava conversando com o chapéu á um bom tempo, todos esticavam pescoços para ver a decisão, a Professora parou um minuto e sorria pela demora do Chapéu;

-Você está sendo difícil...

-Por favor, diga que é tudo um engano e eu preciso voltar pra Beauxbatons...

-Hoje você não vai mais sentir falta...

-Por quê?

-Algumas alunas da Beauxbatons vêm para cá!

-AAAARGGH! – Todos do Salão a encararam assustados

-Fique quieta, estava zoando!

-Nossa... – Maryle se chateou – Agora me fala que Casa que eu to!

-Difícil dizer... Você tem Astúcia... Como um aluno da Sonserina; Mas tem Força como uma aluna da Grifinória; Porém aí quando vejo bem a Sabedoria e o Conhecimento de alunos da Corvinal; e quando parece que acabou, tem a lealdade e a Diversão de alunos da Lufa-Lufa... Isso é impressionante.

-O Chapéu, vai logo...

-Seus pais deviam ser da Sonserina, por isso tem o sangue para ser da Sonserina...

-Mais eu não quero!

-É como uma tradição! – Insistiu o Chapéu

-Eu quero mudar a tradição! –Maryle pensou chorando, e que se todos pudessem ouvir, com certeza iam rir dela

-Mas vejo você bem na Sonserina... Você sempre quis ser grande não é?

-Aff, grande eu já sou! Você nem notou que eu sou a maior das criançinhas aqui! – Disse Maryle cruzando os braços

-Seus amigos da Corvinal esperam você...

-Aih Chapéu que bom que você não é um Chapéu rasgado e velho, fedorento e ranzinza... – Disse Maryle batendo palmas, á essa altura Rony pode exclamar quase amarelo de fome:

-Pra que essa demora? Fala logo Lufa-Lufa e pronto! – Retrucou Rony

- Acho que o Chapéu está com problemas pra decidir em que Casa ela vai cair... – Disse Harry

-Aposto que ela cai na Grifinória! – Disse Rony

- Acho que na Lufa-Lufa! – Disse Hermione, que realmente estava prestando atenção na seleção.

-Não, acho que na Corvinal, não dizem que lá estão às meninas mais belas? – Falou Harry, assim Hermione se virou rindo para ele:

-Não acredito nisso! – Falou Hermione contente

-Nem eu... Ele ainda não decidiu! – Disse Rony nervoso

-Chapéu vai logo... – Pensou Maryle angustiada – Diz minha casa...

-Está difícil escolher...

O Chapéu Seletor já pensara muito, muito mesmo. Minerva já esperava á com certeza 20 minutos, era para todos os outros alunos já terem ido ás suas Casas e com certeza já era hora do jantar, porém com a demora do Chapéu atrasou tudo. Quando Maryle cruzou os dedos e não pensou em nada...  Era uma técnica que aprendera em Beauxbatons; técnica de calma:

-LUFA-LUFA!

Depois de muito tempo todos aplaudiram aliviados pela tensão, e Hermione dizia enquanto batia palmas: Maryle sorriu por não ser da Sonserina e desceu do banquinho toda aliviada de tudo que passou.

-Não falei? – Só bastou Hermione fechar a boca que antes de Minerva chamar o próximo aluno, o Chapéu gritou repetidamente:

-SONSERINA! SONSERINA! SONSERINA! MARYLE MYROT DEVE SER DA SONSERINA!

Todos se calaram e ninguém sabia se gritava, batia palmas, vaiava ou se mexia, até Rony parou por um momento pra entender o chapéu:

-Chapéu o que ouve? – Perguntou Minerva indecisa – De que casa ela é?

- Sonserina! – Maryle arregalou os olhos e passou a mão no rosto enraivada

Todos aplaudiram e se entre olharam indecisos, ela sentou-se na mesa da Sonserina de olhos abertos e totalmente tremendo. Maryle suspirou bem fundo antes de olhar para um Sonserino, já que pela boa dos outros, descobriu que eram os piores alunos da escola:

-Prazer, sou Pansy Parkinson... – Pansy esticou o braço, pois estava na frente da garota

-Ahm... Oi! – Disse Maryle sem encostar-se na mão da garota

-Só por curiosidade; nunca ouvi falar de seus pais...

- Hum, eles são Sangue-Puro! – Disse Maryle com as características que achava que eles eram

-Ora, ora, ora... – Uma voz conhecida surgiu entre a mesa Maryle não sabia se gritava ou corria chorando pra casa, aquela casa realmente era assustadora – Então a mal-educadinha do trem é Sangue-Puro?Bem; acho que não caiu na Corvinal

Arrasada Maryle respirou fundo e olhando para Harry que estava na sua frente sorrindo para ela.

-Eh, - Maryle sorriu discretamente á Harry – Se estou na Sonserina, não cai na Corvinal... Mesmo querendo!

Crabble e Goyle deram uma risada franca de Malfoy, mais logo o riso, sumiu, pois Draco os olhos friamente e eles enterraram a cabeça na mesa:

— Então! — exclamou Dumbledore, sorrindo para todos. — Agora que já comemos e molhamos também a garganta ("Hum!", fez Hermione), preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos. O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir Ioiôs berrantes, Frisbees dentados e Bumerangues de repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la.

-Aih, aih... – Disse Maryle colocando o cotovelo na mesa:

— Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série.

— Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as casas.

-Eba, sem Quadribol esse ano!- Exclamou Maryle – Aquela Copa deve ter sido o fim do Quadribol! – Pensou Maryle em silencio

-Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts... Gostaria de apresentar o novo professor de Defesa Contra A Arte das Trevas – Disse Dumbledore – Professor Moody.

-Aih, credo! – Exclamou Maryle com os olhos fechados

— Como eu ia dizendo — recomeçou ele, — teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts

Enquanto a tensão invadira o Salão Principal, Maryle vira uma pequena sombra se mexendo de um lado para o outro e pensou:

-Violet...

— O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa, entre as três maiores escolas européias de bruxaria: Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades, até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.

A palavra “Beauxbatons” ecoou pelos ouvidos de Maryle se suspirou e abriu um sorriso, quando Draco interrompeu seu sorriso:

-Essas escolas são melhores do que Hogwarts, mais preferia Durmstrang do que a Beauxbatons... Lá só tem meninas!

-Nada disso! Tem muitos meninos! – Quando Draco a olhou irritado, Maryle voltou sua atenção á Dumbledore que continuou:

— Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio — continuou Dumbledore —, nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal. Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um juiz imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.

-“Era isso que Juliet falou na carta... Hum, safadinha...”

Ansiosos como eu sei que estarão para ganhar a Taça para Hogwarts — disse ele —, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto — Dumbledore elevou ligeiramente a voz — é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima séries sejam capazes de dar conta delas. Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. Portanto peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos.

— As delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo. Sei que estenderão as suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco, e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E agora já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começar as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir! Vamos andando!

-Aff, mais se for do jeito que eles falam... Juliet não podem vir! Ah,mais ela é a aluna favorita da Diretora Maxime... – Pensava Maryle encarando a janela vendo Violet se debatendo contra o vidro: - Aih que Corujinha mais triste...

-Fala sozinha Myrot? – Riu Pansy

-Aff...

Depois do jantar, Maryle foi até as masmorras, onde era o seu dormitório e lastimou até o último segundo tudo o que passou. Quando menos espera, Violet vem voando e pousa do lado de Maryle:

-Hunf... Você é uma pessoa arteira! – A coruja a olhou indignada – Coruja! Uma coruja que não dá pra controlar! Tem que mandar pra prima... Que não vai ficar muito feliz...

“Cara prima Aline Nills,
sou eu, Maryle;
Assim que embarquei no Expresso de Hogwarts
Draco Malfoy já aparentemente me encheu o saco...
Tanto como vários outros Sonserianos. Assim
Éh no caso venho trazendo minha decisão...
E posso dizer que não foi nada boa.
O Chapéu além de demorar mais do que
o normal pra me escolher,
me mandou pra Lufa-Lufa.
Antes de eu chegar a Casa, ele berrou para todos ouvirem:
 “Sonserina!Sonserina ”
Estou aqui escrevendo do Salão Comunal da Sonserina...
Esperando noticias:
 Maryle Myrot.”

Violet voou janela a fora, fazendo suas acrobacias no ar e totalmente desengonçadas sumiu no horizonte. Maryle foi para seu quarto e deitou-se... Esperando que sua prima não desse lhe uma bronca. Mais até achou legal... Pois aí poderia voltar pra Beauxbatons.