Taemin P. D. V.

Mais uma vez, eu tive que acordar cedo para ir ao colégio. Porque as segundas tinham que existir? Levantei a contra gosto e fui me arrumar, tomei o café da manhã com os rapazes. Key voltou a me lembrar de pegar um casaco. De vez em quando, o Key me faz lembrar minha mãe. Eu me dirigi ao colégio sem paciência nenhuma para estudar ou para pensar em estudar.

A professora Kinomi entrou na sala de aula e nos cumprimentou. Logo depois, cinco meninas muito bonitas e diferentes entraram na sala. Uma delas tinha a pele morena, cabelos lisos e olhos negros azulados e... Eu devo admitir, a garota tinha belas curvas. A segunda era um pouco mais baixa, mas tinha uma carinha de criança! Ela era uma garota que exalava doçura e meiguice. Cabelos ruivos, olhos castanhos esverdeados. Tinha pele muito branca, e as mesmas curvas se destacavam. A terceira era uma boneca viva, cabelos ondulados e loiros, olhos verdes e a pele levemente bronzeada. A quarta era ou tinha descendência asiática, cabelos negros e olhos castanhos escuros, pele branca e novamente, aquelas curvas. A última garota tinha os cabelos negros, a pele branca e os olhos de um azul elétrico.

- Turma, essas meninas são estudantes de intercâmbio brasileiras que vão estudar conosco até a formatura. - disse a professora - Meninas, por favor, se apresentem.

A primeira garota, a morena, resolveu falar primeiro. A segunda adquiriu um olhar de pânico, olhou para o chão e corou violentamente, chegando a parecer que ela era um tomate.

- Meu nome é Samira Santos. - disse a morena, com a voz doce - Prefiro que me chamem de Sam ou Samy. Tenho 17 anos e vim para a Coréia com as minhas amigas por ser uma boa oportunidade para as faculdades mais tarde. Eu quero ser veterinária, mas meu sonho é dançarina profissional.

Admito, eu me identifiquei com a Samira. Eu amo a dança mais que tudo. Eu podia apresentá-la ao pessoal da SM, se ela for muito boa nisso, mas espero que ela não seja mais uma das garotas interesseiras que buscam ficar perto de mim só por isso.

- Meu nome é Lívia Moraes - disse a ruiva, corando mais ainda. A voz dela pareciam sinos de ventos. Doce, aguda e gentil - Meu apelido é Líh. Também tenho 17 anos. Vim para a Coréia pelo alto nível de escolaridade daqui. Eu quero ser advogada, mas eu sonho mais que qualquer coisa em cantar.

Eu a ouvi sussurrando alguma coisa para a amiga morena que riu baixinho. A terceira foi se apresentar também, dando um passo a frente.

- Meu nome é Bruna Vieira. - disse a castanha, sorrindo - Também tenho 17 anos, prefiro que me chamem de Bruh. Vim para Coréia por amar a cultura daqui. Eu quero ser pediatra.

A asiática deu dois passos a frente e corou um pouco. Era meio estranho para ela, eu acho.

- Meu nome é Ana Carolina Seki, pode me chamar de Lina – disse ela, corando um pouquinho – Meu avô e pai são orientais, mas minha mãe é brasileira como eu. Como minhas amigas, eu tenho 17 anos. Vim para a Coréia por insistência da Líh. E eu não tenho nada em mente ainda, mas não importa o que seja que eu escolha, vou saber na hora certa.

E a última delas sorriu abertamente para a turma e dando um passo a frente, começou a se apresentar:

- O meu nome é Suellen Castro... Como eu detesto esse nome, por favor, me chamem de Sulley. Como todas as minhas amigas, tenho 17 anos. Eu não vim para cá por nada que as minhas amigas disseram. Eu vim para cá pela chance de ter um bom intercâmbio. Eu quero muito ser médica. Não tenho nenhum ramo da medicina especificado ainda, mas sei que vou me decidir logo.

As cinco se sentaram nas últimas cadeiras, e pelo visto, não muito felizes com isso. E por sentar mais atrás, elas acabaram ficando nos lugares mais próximos a mim. Muito coradas, a castanha me perguntou:

- Você não é da banda SHINee?

- Sou - respondi... Ih, ferrou. Elas são fãs - Lee Taemin, prazer.

- Bruna Vieira... Pode me chamar só de Bruh, não gosto muito do meu nome.

- Então me chama de Tae – eu disse, reparando que ela não ia me atacar.

As aulas passaram com as garotas prestando toda sua atenção nos professores e eu prestando minha atenção nelas. Alguma coisa nessas meninas era diferente. O olhar meigo era ao mesmo tempo convidativo. Eu sei que elas são ocidentais, mas elas são diferentes até para isso.

Finalmente, o sinal do almoço toca. Liberdade! Paguei pelo meu almoço e me sentei numa mesa afastada, não queria aquelas meninas me irritando de novo. Infelizmente, isso é verdade. Costumam me chamar de esquisito porque eu sou tímido, mas sou completamente normal.

Aquelas meninas novas vieram na minha direção outra vez. A ruiva perguntou com uma educação extrema até se poderiam sentar comigo. As outras mesas já não tinham mais lugar. Elas realmente são muito educadas. Espero que eu possa ter a chance de ter amigos dessa vez.

- Arrumou amiguinhas, Lee? – perguntou Kim SeungHo, uma das garotas que sempre me perturbava.

- Com licença, mas quem é você para falar assim com ele? - respondeu Líh, levantando indignada - Caso não tenha percebido, Taemin é tão humano quanto você. E por ser humano, deve ser igualmente respeitado. O sistema de castas só funciona na Índia, ok? E se por falta de QI a senhorita não souber, estamos na Coréia do Sul.

- Cale-se, novata – disse Kajo Yue, uma das seguidoras de SeungHo- Não sabe de nada. Ele é só mais um esquisito. Se quiser ser reconhecida como alguém legal por aqui, venha conosco.

- Prefiro ser dita como esquisita e ter dignidade a ser popular e virar uma garota hipócrita e mesquinha.

- Olha aqui, garota, cala a boca! – SeungHo estalou os dedos e Yue apertou o braço da Líh... Agora sim, ferrou de vez! Pelo pouco que sei, a Líh faz Tai-Chi-Chuan japonês ¹ desde os onze anos - Nosso grupo manda, entendeu? Nosso colégio, nossas regras!

- Caso não tenha notado, nós também estudamos aqui. E gostaria que me soltasse. - Líh deu um olhar frio e penetrante. Parecia que ela mataria Yue se ela dissesse mais alguma palavra. Eu nunca vou admitir isso, mas senti medo do olhar dela - Seria uma excelente idéia largar meu braço.

Yue cometeu o erro de não soltá-la. Líh se esquivou do aperto com um único golpe. Ela virou o corpo em um ângulo que torcia o braço de Yue, obrigando-a a soltá-la. Yue recebeu o golpe com surpresa. Líh voltou a sua postura normal, ajeitou sua farda e o cabelo.

- As senhoritas poderiam, por favor, retirar-se? Como vêem sua presença não é bem vinda.

As meninas saíram enquanto Lívia se sentava de novo. O que houve com a meiguice dela? É, pelo visto, ela é meiga com quem ela acha que é digno da meiguice dela. Admito, eu fiquei meio assustado com a repentina mudança de estado de espírito da Líh. Ela é realmente muita amigável e gentil, mas, percebo que ela também pode ser bem agressiva e fria quando quer.

O restante do dia, nós tivemos aulas juntos e as meninas se soltaram comigo. Fico feliz de conseguir amigos, mesmo que sejam garotas. Nós nos divertíamos rindo dos professores, fazendo piadas internas, mudando de assunto do nada, zoando uns aos outros. Essas garotas sabem mesmo como viver, se divertir, ser felizes.

Descobri duas boas coisas com essas brasileiras. A primeira é que ser feliz não consiste em não ter problemas. A segunda é que não ligar para a opinião dos outros nos faz muito melhor do que ficar pensando no que eles acham que devíamos ser.

Espero que esse dia se repita muitas e muitas mais vezes.