— P... Pa... Para! – ela ria como uma criançinha de cinco anos, enquanto tentava escapar de Lucas. Ele a segurava e continuava fazendo cócegas nela. Sua risada o deixava contente, era como se fosse um remédio, ele se esquecia de tudo e todos só a ver o sorriso de Gabrielle, muito mais ainda quando ela ria. Na opinião dele, a risada dela era a mais perfeita do mundo.

— Não! – Ele ria também. Gabrielle, então, entre risos, deu um empurrão em Lucas e pegou seu travesseiro e o pôs no rosto do garoto. Uma ideia maligna, na opinião de Lucas, muito maldosa, por sinal. Então, ela começou a socar Lucas com força. Mas ainda continuava no tom de brincadeira entre os dois. Lucas revidou, puxando Gabrielle pelo pé direito. Livrou-se do travesseiro com facilidade, e estava pronto para encher Gabrielle de cócegas novamente quando percebeu a proximidade de seus rostos.

— Gabrielle?

— Isso foi maldade. – Ela riu levemente.

— Voc... – Ele não teve coragem o suficiente para terminar. Seu coração batia acelerado e ele esperava que Gabrielle pensasse que isso fosse pelas travesseiradas que ela o lançou, pois, sentiria-se muito envergonhado se ela pensasse outra coisa. Pensou em algo rápido para completar a frase. - ...ê poderia entrar na banda da Debby. - Improvisou, dizendo algo mais improvável do que iria dizer antes. – Espera, onde estou da cabeça. A banda da Debby é pequena pro talento que você possuí. – Ele afirmou, com certo tom de desafio na voz. Era verdade. Gabrielle tinha uma voz doce, serena... Ele a chamaria para cantar sempre que ele tivesse pesadelos, mas isso era impossível.
— Talento inexistente que só você enxerga não vale. – Ela respondeu. – Mas já percebi que quer que eu cante pra você, certo? – Acrescentou, sorrindo irônica.
— Mil palmas para a pessoa mais perceptiva do universo! – Ele respondeu, brincando. Gabrielle riu, pegando seu travesseiro que estava no chão e jogando em Lucas.
— Sabe, foi maldade. – Ela falou, desprendendo seus cabelos ruivos. – Você não deveria ter puxado meu pé. Terá de pagar fiança. – Seu sorriso era um misto de maldade com sarcasmo. Lucas olhou-a desconfiado, e então, ela começou a socá-lo novamente, mas agora sem o travesseiro.