Alguém Muito Especial escrita por Luisavick
Na semana seguinte, Freddie continuou observando Debbie e seu namorado, tanto que presenciou ela sendo chamada a atenção por uma das professoras.
_ Debbie Nelson! Faça o favor de vir até aqui, por favor! – disse a professora de educação física. – Matar aula e deixar o colégio com o garoto do carrão vai te dar duas semanas de detenção durante as manhãs.
_ Oh, nós só estávamos conversando, professora. – respondeu Debbie sorrindo e com um olhar inocente.
_ Se quisessem apenas conversar, poderiam ter feito isso sem saírem do colégio. – argumentou a professora. O sorriso de Debbie murchou.
_ Oh, o que a senhorita está querendo dizer, professora?
_ Nada que já não tenha sido dito antes, Debbie. Agora vá para dentro.
Debbie balançava a cabeça se sentindo injustiçada.
_ Vá para dentro, Debbie! Leia meus lábios. Vá!
_ Não é justo! – disse Debbie com voz chorosa.
Freddie, que observava aquela cena, teve a idéia de aprontar alguma coisa para ficar em detenção também. Ele foi até o alarme de incêndio em frente a sala do diretor e leu atentamente a mensagem do vidro: EM CASO DE INCÊNDIO, QUEBRE O VIDRO. E foi o que ele fez. Só que não havia incêndio. Em vez de correr, ficou parado para ser pego e foi o que aconteceu. Freddie foi para detenção.
No dia seguinte e nos outros dias também, não havia nem sinal de Debbie na detenção. Ela havia enrolado o professor da detenção, Sr. Howard, que era meio careca:
_ Você não deveria faltar às aulas de educação física, Debbie. – disse o professor.
_ Foi incrivelmente legal da sua parte não me deixar com aqueles garotos, Sr. Howard... Eu me sentiria estranha sendo a única garota.
_ Eu achei que não teria problema se você cumprisse a detenção na minha sala.
_ Oh, professor – disse Debbie com voz melosa. – Eu tive uma idéia melhor... Estava pensando se eu precisaria cumprir a detenção se prometesse não fazer mais isso.
_ Ok, Debbie, mas manteremos isso apenas entre mim e você, certo? – disse o professor.
_ Oh, o senhor é um doce, senhor Howard... Obrigada! Eu adoro o jeito que penteia o seu cabelo...
_ Verdade? - perguntou o professor, passando a mão pelos poucos fios que ainda lhe restavam, se sentindo um astro de filme hollywoodiano.
_ Todas as garotas falam isso. – disse Debbie, sorridente.
_ Não. – disse o professor.
_ Oh, sim, verdade! Sério... – o professor se desmanchava em sorrisos – O senhor é o melhor orientador que existe... Obrigada. Muito obrigada!
_ De nada. Tchau, Debbie.
_ Tchau – respondeu Debbie, feliz com sua vitória.
Sam achou muito esquisito o fato de Freddie ir para detenção e pressionou-o até que ele confessasse o porquê disso tudo.
_ Debbie Nelson não te conhece. Não dá a mínima pra ti. Está tentando o impossível. Quantas vezes tenho que te falar isso? Eu não sei. Quantas? – Sam disparava, enquanto gesticulava e tomava seu milkshake no Shake da Hora e enfiava bolinhos goela abaixo. Tudo ao mesmo tempo.
_ Você sabe o tipo de cara que o Greg é? – Freddie perguntou a Sam.
_ Charmoso, rico, atlético, popular, quente, sexy e capaz de transformar sua cabeça num borrão de tinta na parede. Tudo que você não é, NERD! – respondeu Sam.
_ Greg é um panaca! – disse Freddie, parecendo nem escutar as palavras de Sam. – Ele apronta com ela, trata ela como lixo, não a respeita.
Sam arqueou as sobrancelhas, estupefata.
_ E está claro que ela gosta, Frediota! Você é um perdedor!
_ Você não sabe como me sinto, Sam. – respondeu ele já de saco cheio – Então, por que não pára de se intrometer?
_ Eu sei como se sente. – disse Sam, sem pensar.
_ Ah, você sabe! Mesmo? – ele disse sarcástico – Já se apaixonou alguma vez?
_ Tem muita coisa sobre mim que você não sabe, NERD. – Sam devolveu.
_ Oh, é verdade? – Freddie disse cada vez mais debochado – E por quem você já se apaixonou? Hã?
Sam balançou a cabeça, desconcertada. Por essa ela não esperava. Revidou, desviando da pergunta de Freddie e se levantando para sair:
_ Se quer se machucar, fique à vontade. – disse enquanto limpava a boca e jogava o guardanapo sobre ele.
Freddie segurou-a pelo braço, mas permaneceu sentado. Sam não se virou para olhá-lo.
_ Olha, Puckett, quem não aposta não ganha, certo?
_ Freduardo. Uma vez otário, sempre otário, certo? – Sam puxou seu braço de uma vez e saiu da lanchonete. Freddie acompanhou-a com o olhar.
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