O Erro de John Winchester escrita por AngelSPN


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Nem sempre temos o que queremos, mas a vida prega peças. Peças que estão jogadas ao mundo. Como será que os Winchesters saírão desta?



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Bobby desceu do carro, seguiu cautelosamente pela entrada principal. Desviou de uma pedra e entrou. Seguiu para direita, a lanterna foi ligada. Viu um corpo no chão, prendeu a respiração e aproximou-se lentamente. Conhecia aquele homem, era Joseph. Passou a mão pelo rosto do morto, cerrando-lhe os olhos abertos. Ouviu um murmúrio, um soluço? Apurou os ouvidos, voltou e começou a seguir pela esquerda. Um rato cruzou seu caminho, pingos de água talvez uma goteira ouvia-se naquela imensidão silenciosa. Outro murmúrio, empunhou sua arma. Pôde ver alguma coisa se mexendo na penumbra, focou a lâmpada, um homem de costas. Sentado, embalando-se ou embalando alguém. Resolveu arriscar.

                - John? – Lentamente foi chegando perto, havia muito sangue. A visão era aterradora, pedaços humanos eram encontrados espalhados pelo caminho. O homem não respondeu, continuava no mesmo ritmo.  

                - John, é você? – O Homem parou de insistir naquele embalo nefasto, virou o corpo para visualizar quem o chamou. Bobby viu em John a própria morte, um frio pela espinha percorreu-lhe o corpo.

                - Bo...bby...ele...ele..se..foi. Minha culpa, meu egoísmo.

                Bobby aproximou-se, viu o que mais ele temia em ver. Ajoelhou-se sobre o corpo inerte do jovem nos braços de John.

                - Dean...o que fizeram com você, meu garoto! – O caçador tentou achar algum indício de respiração, nada. Todo o peito do jovem estava encharcado de sangue, do canto de sua boca ainda havia um filete vivo daquele líquido vermelho. Bobby conferiu novamente, não queria acreditar que viveria para enterrar Dean. Não isso não estava na ordem natural das coisas, filhos é que devem enterrar os pais.

                - John, largue-o. Vamos levá-lo para um hospital, você já deveria ter feito isso, homem! O que há com você? – Bobby empurrou-o para o lado, pegou com cuidado o corpo ainda quente do jovem, e com carinho de um pai amoroso depositou um beijo discreto em seus cabelos e caminhou em direção a saída daquele lugar que cheirava a morte. Voltou o olhar para o homem ainda de joelhos e falou rispidamente:

                - Não sei o que aconteceu aqui, John. Mas vou descobrir. Pare de se fazer de vítima, levante e lute pela vida de seu filho, ele o ama tanto que sinto ódio de vê-lo sendo tratado com tanto rigor. Não tenho a mínima pena de você, mas Dean me mataria se eu dissesse algo de mau sobre você, então faça alguma coisa que preste nesta sua vida.

                - Fazer o quê Bobby? – Pela primeira vez Bobby conseguiu trazê-lo das profundezas das trevas.

                - Reze, John. Reze. – E Bobby seguiu em frente, carregando gentilmente o menino loiro, carregando o seu filho. O filho que nunca teve.

                Sam sentia seu peito doer tanto, que parecia que não iria agüentar. Respirava com dificuldade, que sensação seria essa? Olhou no mapa, poucos metros do local indicado por Bobby. Parou o carro, entrou na casa que estava escancarada. Na mesa um embrulho, salgados e uma torta...a tão estimada torta de Dean. Odiava sentir-se perdido, sem saber como estavam todos, como estava Dean! Pegou o telefone, ligou para Bobby. Sam não sabia o motivo, mas não queria ligar para John.

                -Bobby, sou eu. Onde vocês estão?- Um silêncio se fez. – Qual hospital? Certo, estou indo imediatamente.

                Sam não esperou a resposta, pelo tom de voz de Bobby pôde perceber a gravidade da situação. Sam voltou para o carro, e sem perceber rezava pelo bem estar do irmão. Como a vida era cruel, a poucas horas brigava com Dean pelo telefone e agora...não sabia o que pensar. Apenas uma coisa era certa, caçaria Azazel até os confins do universo! O maldito já havia desgraçado a família, o que mais queria? Talvez John tivesse razão, agora Sam podia compreender a fixação do pai pelo demônio. Começou a sentir-se culpado por ter deixado Dean sozinho nesta guerra.

                A poucas horas dali, Bobby indagou:

                - Por favor, enfermeira. Alguma notícia de Dean? Ele...ele está vivo? – Como foi difícil para Bobby perguntar e esperar pela resposta.

                - Senhor, logo o Doutor falará com vocês e...- A enfermeira foi interrompida, um jovem alto e bonito adentrava o hospital ferozmente.

                - Sam! Ele é o irmão do Dean, enfermeira...Grey. – Ela o olhou, viu o sofrimento no olhar do rapaz. Ficou penalizada.

                -Verei o que posso fazer, aguardem. – E saiu.

                _ Bobby, como ele estava? – Sam esperava que Bobby dissesse “Todo ferrado, mas vivo”.

                - Sam...ele estava muito mal...eu...- Não havia o que falar. Apenas abaixou o olhar.

                - Nã...não..não. Ele já escapou de armadilhas muito piores! Cadê o pai? – Procurou com o olhar o caçador.

                - Não sei, seu pai meio que pirou. Entrou no hospital, mas logo saiu.

                - Como ele pôde deixar Dean!

                - Sam se você visse em que estado encontrei os dois...nunca mais vou esquecer. Desculpa, filho!- Bobby estava se controlando, suas forças também estavam se esvaindo.

                O médico apareceu, seu rosto cansado não era boa coisa.

                - Vocês são da família do rapaz?

                - Sim! – Ambos falaram juntos.

                - Eu sinto muito. Os ferimentos foram muito graves, e a perda de sangue piorou ainda mais. Qual o medicamento ele costumava tomar? Talvez ele tenha exagerado na dose e talvez tenha dormido na direção.

                - Medicamento? Não, meu irmão não toma nenhum medicamento, ele tem pavor de remédios.

                - Hã...sei. Estamos fazendo o possível, podem ir vê-lo. – O doutor falou e saiu.

                Os dois se olharam, o médico deu a chance deles se despedirem de Dean. Sam não conseguia mais manter as lágrimas presas. Entraram silenciosamente, e ao verem a palidez  no irmão foi um soco em seus estômagos. Bobby foi o primeiro a falar.

                - E aí Dean? Eu não esqueci de sua torta, ela está esperando por você, garoto! – A voz embargada do caçador era muito triste.

                - Ouviu, Dean? – Sam segurou a mão do irmão na sua. – Qual é mano, você é mais forte que isso, você é o Dean Winchester! O caçador destemido, paquerador, guloso e amado por todos nós. Quem vai cuidar de mim? Me dar bronca?

                Os apitos das máquinas aumentaram a intensidade, Bobby correu para chamar ajuda.

                - S...Sammy...

                - É, é...estou aqui. Não se esforce ta? Tudo vai ficar bem, vou colar seus caquinhos de novo e prometo...prometo não te deixar, nunca mais.

                - O..pai...está bem? – Sam engoliu em seco, e uma voz rouca respondeu por ele.

                - Estou bem, filho. Poupe energia, ok! – Sam olhava para o homem que se aproximava, aquele não poderia ser seu pai, ele...estava...acabado, abatido. Percebia-se que havia chorado muito. Logo atrás estava Bobby, contento a respiração ofegante.

                - Que...bom – Disse com dificuldade, fechou por alguns instantes os olhos e reabriu-os para terminar o que tinha a dizer.

                - Pai, Bobby...eu deixo com vocês a prot...proteção de Sammy...e você moleque...se cuide...........

                - Não será preciso Dean, você continuará me cuidando e eu cuidarei você. Vamos sair dessa e...

                Dean sorriu, e cerrou os olhos para um descanso eterno.

                - Dean? Não...não...n...não! – Sam ouviu o som continuo do aparelho, foi afastado pelas enfermeiras, o médico tentava em vão a reanimação. O filho guerreiro, o soldado, o irmão, um menino...deixava seu corpo para descansar daquela vida. Em algum quarto alheio ao que acontecia, alguém escutava uma música...carry on my wayward son....


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Notas finais do capítulo

Eu sei, eu sei...fui má. Mas continuem lendo, e comentem seus comentários me ajudarão no desfecho desta história. Espero que gostem. Beijos.



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