Night Watchers - Primeira Temporada escrita por MS Productions
Toda a satisfação que foi sentida durante o dia fora retirada à força… E o que Abaddon menos gostava era de ser interrompido quando tudo estava a correr tão bem… O demónio estava furioso por Vanda ter conseguido retomar momentaneamente ao seu corpo. Mas estava ainda mais chateado por ela ter fugido e por nenhum dos seus seguidores ter reparado. Se não fosse Carlota, as coisas podiam ter sido bem piores…
Abaddon - Indecente… E eu a pensar que podia contar convosco! Eu podia ter morrido… Se acontecesse alguma coisa à Vanda poderia ter sido o meu fim! Sabem o quanto isso é grave?
Lunatik e Verin estavam envergonhados e de cabeça baixa. Giovanni ria-se e Carlota mantinha a sua postura, bastante séria.
Giovanni - Abaddon, nem todos nós estamos aqui para fazer de baby-sitter!
O vampiro ancião mostrou que não tinha de estar a levar com o feitio de Abaddon. Ele apenas estava ali a fazer um favor, nada mais.
Abaddon - Eu sei… Não me ouviste a referir nomes pois não? Se te sentiste provocado, o problema é teu!
Giovanni voltou a rir-se e desviou o olhar como forma de desprezo.
Abaddon - Se não fosse a Carlota, aquela criatura tinha acabado com a humana e consequentemente comigo!
Verin - Mas eu pensava que eramos os únicos que habitavam estas grutas!
Respondeu com calma e em defesa.
Abaddon - Verin… És um demónio! Já devias saber que as trevas espreitam em todas as esquinas!
A metamorfo já tinha reparado que existia ali um elemento a mais, Verin. Assim que soube quem ele era, percebera que a informação que Carol tinha adquirido já não era um segredo. Abaddon já tinha conhecimento de tudo acerca do feitiço para matar uma alma humana e livrar-se de Vanda.
Carlota - Então este é que é o Verin…
Disse ao olhar para o demónio.
Abaddon - Sim Carlota… Como deves calcular, o teu contacto conseguiu obter a informação que eu procurava! E nem foi preciso seres tu a dar-me, Verin deslocou-se de propósito até aqui para ajudar-me! Mesmo assim, tens os meus parabéns… Eu sempre soube que ias conseguir!
Carlota fez um sorriso falso para Abaddon, a fingir que estava agradecida pelo que ele dissera.
Abaddon - Já festejámos e tudo… Tenho pena de não teres regressado mais cedo. Mas talvez se o tivesses feito, ninguém teria conseguido ajudar-me… Chegaste na hora certa! Por onde andaste?
Perguntou curioso.
Carlota - Andei a divertir-me… A causar problemas pela vila! Então e qual é o próximo passo?
Mentiu e mudou de assunto para disfarçar. Assim podia saber o que ia acontecer em seguida…
Abaddon - O próximo passo é encontrar a localização exacta do feitiço e acabar com Vanda de uma vez por todas!
Respondeu com ar de triunfo.
Carlota - E como tencionas fazer isso? Pode estar em qualquer lugar destas grutas! Nós nem sabemos o tamanho deste sítio!
Sem dar nas vistas, Carlota ia retirando o máximo de informação que podia… Queria saber tudo o que ia na cabeça do demónio, só assim é que poderia estar um passo à sua frente.
Abaddon - É fácil… Por alguma razão temos um feiticeiro entre nós! Vamos aproveitar isso!
A metamorfo percebeu de imediato que Abaddon queria encontrar o feitiço com Magia e ia usar Lezard para isso. Ao falarem no feiticeiro, Carlota reparara que ele não estava ali presente…
Carlota - Lezard… Por falar nele… Onde é que ele está?
Carlota estava curiosa, mas fingiu estar confusa.
Abaddon - Enviei-o lá cima para a acabar com as Night Watchers e com os outros! Ele passava a vida a insistir que o queria fazer… E como estávamos a celebrar as novidades, entusiasmei-me e deixei-o ir!
A metamorfo ficou gelada… Apenas pensou em Leonardo e no facto de ele poder estar em perigo. Carlota nunca pensou vir a preocupar-se tanto com alguém, ainda pra mais um humano. Pela primeira vez sentiu-se aflita e aos poucos começava a perceber que esta nova fase da sua vida ia trazer-lhe muitas surpresas e sentimentos que desconhecia.
Abaddon - Mas já estou arrependido… Tou farto de estar à espera! Quero que esta minha partilha por um corpo acabe! Está na hora de acabarmos com a Vanda! Quero descobrir onde está o feitiço, agora!
Abaddon estava farto de subtilezas, queria evoluir… Queria estar pronto pra reunir-se com os restantes demónios da ordem superior para executarem o “Grande Projecto”, cuja sua definição ainda era desconhecida…
Giovanni - Estava a ver que não! Até eu estou ansioso por isso!
O demónio desprezou-o…
Abaddon - Carlota, neste momento és aquela em quem confio mais…
Lunatik rosnou como um animal em forma de protesto… Era ele o favorito de Abaddon e não a metamorfo. Aquilo provou que o demónio não fazia a mínima ideia do que Carlota andava a fazer nas suas costas.
Abaddon - Lunatik, estou desapontado contigo… Não tens direito em reclamar!
O mascarado voltou a ficar sossegado. Abaddon tinha razão, como sempre. No entanto, Lunatik sentiu que tinha de voltar a ganhar a confiança do demónio e faria tudo por ele.
Abaddon - Continuando… Carlota, quero que voltes lá cima! Encontra o Lezard… Quero-o imediatamente aqui! Preciso dele!
Carlota ficou satisfeita e mostrou-o. Era exactamente aquilo que ela queria... Sair e encontrar Lezard, antes que acontecesse alguma tragédia.
Carlota - Descansa… Vou encontrá-lo mais rápido do que pensas!
*
Decididamente, o dia não estava a correr nada bem… Ou melhor, os últimos dias. Pedro Dias estava farto de ser o único a não saber de nada. Ao seu redor, todos pareciam ter algum segredo obscuro. E o pior de tudo isto era o facto de as suas investigações não revelarem nada em concreto. Não era suposto sentir-se inferiorizado, mas não tinha outra alternativa.
Primeiro, não conseguiu sacar informações ao seu ex-chefe… Em segundo, cruzara-se com Lezard e deixara-o escapar. Por último, dedicou o resto do seu tempo à procura do feiticeiro, mas não tivera qualquer sucesso. Pedro estava cansado e saturado de tanto azar que andava a ter… Então, enfiara-se num restaurante para almoçar e começara a beber vinho como se aquela fosse a última vez que podia beber na sua vida. Depois de uma boa dezena de copos, teve a mínima consciência de que estava a ficar embriagado. E quando decidiu que ia beber o último copo, entornou-o sob si. Para o ex-detective aquilo tinha sido a gota de água. Sentia-se humilhado, como se a vida tivesse a pregar-lhe uma partida de mau-gosto. Depois de pagar a sua conta numa triste figura, o homem saiu do restaurante e começou a dirigir-se até casa… Era o melhor que tinha a fazer.
Enquanto caminhava pelas ruas, murmurava vários tipos de palavrões… Ia a falar sozinho, danado. As pessoas que passavam por ele olhavam-no com ar reprovativo. Pedro não queria saber, estava farto de fazer o que era certo. Toda a sua vida fora assim e agora, sentia que tinha de mudar. O seu comportamento habitual não estava a levá-lo a lado nenhum.
Como por milagre, no momento em que estava a tirar estas conclusões avistou alguém… Alguém que também queria muito encontrar… Leonardo Almeida atravessara a rua. E ia bastante apressado.
Para Pedro aquilo foi como um sinal… No momento em que se sentira pior, apareça algo para ele não perder a esperança. E foi exactamente isso que o ex-agente fez… Não deixou escapar aquela oportunidade. De forma desordenada e um pouco cómica, Pedro começou a seguir o jovem… Não o podia perder de vista.
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