Hunters escrita por lissaff


Capítulo 20
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora.



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Demoramos um pouco para tocar a campanhia, até que eu –nervosa – toquei duas vezes seguidas.

A porta mal abriu e alguém me abraçou fortemente, abracei retribuindo até perceber que era a irmã de Júlia, Alexis, meu pescoço já estava molhado com as suas lágrimas, eu não conseguia me segurar, eu lutava, mas as lágrimas saíram de novo.

Dean e Sam estavam parados, somente olhando o passarinho passar.

- Alexis. – Comecei a falar. -;eu sinto tanto, eu não queria que isso acontece. – Ela fungou limpando o nariz com o lenço.

 – Obrigada Ana, você vai fazer bem aqui. – Ela fungou outra vez e então olhou para trás de mim, eu sorri sem graça.

- Alex, esses são Sam e Dean. Meus amigos. – Eu sabia que Dean não gostava da imagem ‘namorado’, mesmo me dando um anel e mesmo me tratando tão carinhoso como ele é, mas ele gostava que alguns segredos ficasse entre nós três, Alex sorriu torto, sem vontade de dizer algo, eles só sorriram de volta também.

- Entrem. – Ela disse com a voz triste.

Meu pé direito pisou dentro da casa deles e as lágrimas vieram de novo, tudo parecia voltar, eu estava sendo tão idiota. A mãe de Júlia se levantou e me abraçou logo.

- Eu sinto muito.

Disse logo quando ela me abraçou, ficamos um tempo ali conversando Sam e Alex conversaram bastante, eu senti um pouco de ciúmes, confesso. Mas seria bom.

- Ana, Dean, venham aqui por favor. – No meio da conversa Sam nos chamou onde ele estava com Alex.

- O que foi? – Dissemos ao mesmo tempo.

- Bom, a Alexis sabe de algumas coisas. – Ele dizia sem jeito.

- Que coisas? – Eu me desesperei.

- Bom, ér...melhor vocês ouvirem dela. – Ele saiu andando para aonde ela tava, eu e Dean nos olhamos por um momento tentando entender o que tava acontecendo.

- Alex, pode falar de novo? – Sam pediu ainda sem jeito.

- Bom, não foi um humano que matou minha irmã. Quer dizer, tinha alguma coisa nele que não era muito normal. Disseram para vocês que a policia achou ela, mas fui eu que achei, e quando achei a pessoa estava com os olhos pretos.

Tudo estava explicado, eu não estava escutando mais nada que ela dizia até que meu raciocínio funcionou perfeitamente.

- Quem pode ser? – Sussurrei para Sam que estava em minha frente.

- Qualquer um. – Ele disse. – Mas eu acho que é algum demônio suspeito demais. Precisei de meus dotes de leitura labial para entender o que ele disse. E Alex continuava falando.

-...eu sei que vocês vão me achar louca, mas eu sei o que eu vi e não foi fantasia. – O tom de voz dela estava forte e limpo, eu sabia como era aquilo depois de tanto tempo vendo as pessoas falarem assim e é sempre a mesma coisa.

- Alex, olha você não é louca. Mas agora você precisa dar forças a sua família, depois conversamos ok? – Falei com o mesmo tom só que um pouco mais baixo, ela assentiu em um sorriso de agradecimento por finalmente alguém ter ouvido ela.

- Sabia. – Eu já estava xingando antes mesma de sair um pouco mais de perto dela.

- Sabia, sabia, sabia. – Eu falei várias vezes até chegarmos perto da mãe dela e estava muito mal.

- Olha, porque vocês não vão ver isso enquanto eu fico aqui? Minha melhor amiga morreu e eu preciso ficar um tempo de luto. – Falei desabafando, os dois somente assentiram, se despediram e saíram da casa, então eu desabei no sofá chorando, a mãe de Júlia me abraçou, ela estava do mesmo modo sentimental.

- Não se preocupe. – Eu fungava. -; vou descobrir quem fez isso. – Ela não disse nada, somente me abraçou mais e ficamos em silêncio até Alexis chegar e nos abraçar também. Ficamos algum tempo ali, somente “curtindo” o momento. Sei que ela não ia gostar de me ver somente chorando por ela, “Você vai ser honrada amiga.” Pensei fechando os olhos somente focando nela. “Sei que nesses últimos tempos, não fui a melhor amiga do mundo, mas você foi e eu agradeço por isso.” Eu parecia estar orando, mas pode ser a convivência com caçadores e ter se tornado uma, mas parecia que ela estava ali comigo. “Eu te amo Júlia.” Pensei sorrindo torto, atitude louca é eu sei. Abri os olhos logo e voltei ao meu momento com a família dela. Depois de um tempo, a mãe de Júlia levantou e fez algumas coisas para nós comermos, foi ai que eu percebi que eu estava faminta, comi quase todos os bolinhos de chocolate. Os meninos chegaram logo depois um pouco animados, aquilo era bom, teríamos uma caçada pela frente.

- O que acharam? – Perguntei logo.

- Não muita coisa, aquele colégio ta um inferno desde que você saiu de lá. – Sam falou dando um cutucão em Dean.

 – E como conhecem o Dean, fica mais difícil. Toda pessoa ia lá falar com ele. - Dei uma olhada para Dean que fez ele se render.

- O que eu posso fazer? Eu sou um charme! – Suas mãos estavam levantas se rendendo, dei um tapa em seu braço.

- É, mas se controle. – Já dei respostas muito mais feias, que fez a gente brigar muito. Ele não gostava de ter “coleira”, Dean sorriu para mim de um modo que não pude resistir, ele fazia aquilo por ser o mesmo Dean de sempre, mas ele sabia e eu sabia que seu coração era só de uma mulher.

A campanhia tocou duas vezes seguida.

 – Eu atendo. – Disse indo até a porta, abri lentamente. Era Luciano, com o rosto caído e as lagrimas escorrendo lentamente, abri um pouco os braços depois de ele ver que a minha aparência não tava assim tão boa.

Ficamos parados na porta abraçados por um bom tempo, ele apertou minha cintura até sua mão levantar um pouco de minha blusa, mas eu não ligava, na verdade eu sentia falta daquilo, daquele abraço, de tudo. Meu coração pareceu se aquetar quando ele me abraçou tudo parecia completo e como antes.

- Eu sinto muito. – Sussurrei em seu ouvido, ele então me soltou limpando o seu rosto.

- Eu também. – Ele deu um sorriso espontâneo, eu também sorri com aquilo, o puxei para dentro da casa, ele cumprimentou a família de Júlia.

- Meninos, esse e o Luciano, meu amigo. – O apresentei aos Winchesters, que até reagiram bem, depois que Luciano pegou um copo de suco, nós sentamos-nos à mesa.

- Agora me conta tudo. – Disse tentando dar um sorriso, aquele não era o momento para fofocar. Ele engoliu um seco se preparando e deu aquele sorriso de galã de novela mexicana, ele também percebeu que Júlia não iria querer todos chorando por ela.

- O que quer saber?

 Sua voz grossa me deu um pequeno susto, tinha tempo que eu não ouvia.

- Tudo, até o momento que eu fui embora.

Ele respirou fundo e começou a contar, contou de como começou o namoro com a Júlia e como ele começou a gostar bastante dela, contou sobre o baile, que eles ganharam rainha e o rei, para ele não era novidade. Ganhava todo ano com uma garota diferente, mas para Júlia, eu queria ver como ela reagiu.

- Ela ficou frenética, dançava toda hora, quase tive que dar um sonífero para faze - lá voltar para casa. – Eu dei uma risada alta, que fez todos olharem para mim. Ele contou como eles estavam indo e o acidente.

- Eu estava no ginásio, eu disse para ela não estudar na biblioteca à noite. Estava muito estranha aquela noite Ana. – Ele me olhou do mesmo jeito que Alex me olhou, já estava resolvido. Eu iria matar o demônio e ainda cortar aos pedaços.

- Não foi culpa sua. – Minha mão foi até seu braço, ele sorriu e abaixou a cabeça.

 – Ela era cabeça dura, eu sei como é isso. – Eu tentei sorrir, e até que saiu alguma coisa.

- Acho que ela deve ta brigando com São Pedro de aonde vai ficar. – Disse baixo para que só nós dois escutassem, mas Dean e Sam mesmo longe um  do outro me olharam estranho. Mas funcionou, Luciano riu alto e voltamos a conversar das coisas.

Descobri que as meninas que eu mais odiava, foram expulsas do colégio logo depois que eu fui embora por brincarem que estavam sendo assassinadas, descobri que Júlia mudou sua idéia de faculdade – que era desde os 6 anos, moda – agora era ciência ambiental.

- Ela ficou preocupada com o meio ambiente do nada e disse que ia fazer isso. – Luciano disse.

Eu ri, ela mudava de idéia rapidamente.

Conversamos mais um pouco até eu perceber que ele estava contando o que ela estava fazendo em seu último dia de vida, meu peito começou a apertar enquanto ele começava, eu estava sentimental demais.

- Olha, olha. – Eu o interrompia. -;ótima conversa, mas já não chegamos longe demais?– Olhei para ele com os olhos suplicando para que aquilo acabasse, eu estava me entregando demais. Precisava da Ana durona dentro de mim.

- Claro, me desculpe. – Ele entendeu, eu sorri agradecendo.

Conversamos mais um pouco até eu os meninos irmos embora, procuramos um hotel perto dali, somente para reservar porque iríamos investigar a biblioteca de noite. Eu fiquei quieta o tempo todo, somente pensando no que eu tinha perdido. Era tanta coisa, e ela ainda considerava sua melhor amiga. Eu não merecia aquilo, ela não merecia o que aconteceu.

- Terra para Ana. – Sam estalou os dedos em minha frente me fazendo piscar e dar um pequeno pulo no banco.

- Desculpa, pensando muito. – Arrumei o cabelo por hábito o deixando atrás da orelha e tentei prestar atenção no que eles diziam.

Depois de muito tempo descobri que eles estavam falando de como iriam entrar, eu iria seduzir o porteiro.

- Me dêem um prendedor ou alguma coisa.

Disse procurando em minha mente alguma forma para paquerar ou seduzir, Sam abriu porta-luvas e pegou um prendedor, prendi metade do cabelo deixando alguns de meus longos fios castanhos caírem.

- Como estou?

- Bonita, agora faz o seu melhor.

Sam parecia confiante do que eu estava fazendo, até parecia que ele iria fazer. Dean – com cara de furioso – somente olhava para a estrada, dirigindo da maneira mais bruta possível, ele não falava nada, eu também não.

Paramos na esquina de minha antiga escola, saí do carro com um estilete escondido no braço de minha grande blusa, eles deram a ré enquanto eu andava lentamente. O frio me afetou fazendo cruzar os braços e andar um pouco mais lento até chegar a porta.

Dei uma olhada para dentro e já tinha um homem grande e com roupas largadas vindo em minha direção, por dentro eu tentava ensaiar um sorriso bonito.

- Em que posso ajudá-la? – Seus olhos já percorreram por mim com intenções, eu sorri torto tentando parecer que tinha entendido.

- Meu carro quebrou na esquina, está muito longe é eu precisava de algum homem forte para me ajudar. – Minha voz foi doce e maliciosa, olhei para ele e passei a mão em meu cabelo que o fez pirar por dentro, ele na sabia ao menos disfarçar, eu sorri por dentro, estava craque em homens.

- Onde ele está querida? – Tinha conseguido, já estava se sentindo intimido comigo.

- Ali. – Apontei para a esquina de onde tinha vindo, ele se curvou para tentar ver alguma coisa até deu um passo para frente. Respirei fundo o ataquei, dando um golpe no ombro que o fez desmaiar.

- Idiota.

Assobiei para os meninos que vieram logo, o arrastei até dentro da escola e joguei em um canto qualquer e passei fita isolante em seus braços, pernas e boca. Sam e Dean entraram e fomos direto para a biblioteca, Dean me puxou fazendo nós pararmos de correr e deixar Sam tomar uma distancia, então Dean me arrancou um beijo tirando o prendedor.

- Você é só minha. – Ele sorriu e eu também dando um selinho e voltei a correr antes que Sam percebesse.

Chegamos à biblioteca e era fácil ver aonde Júlia foi assassinada por causa da quantidade de fita amarela, chegamos no corredor e eu podia ver tudo ali. O corpo dela derramando sangue no chão deixando a grande mancha e as fitas marcando como o corpo dela estava caído não ajudou muito. Então minha cabeça martelou.

Cambaleei para o lado deixando os meninos preocupados, em meus olhos estava a imagem de um homem de cabelos castanhos falando de um jeito diferente. Nós estávamos prestando atenção nela de um jeito irônico, minha cabeça martelou de novo e tudo sumia.

- Ai. – Falei gemendo no final de tudo, os olhos confusos com aquilo.

- O que aconteceu Ana? – Dean e Sam perguntavam freqüentemente.

- Nada, só uma dor de cabeça. Acho que chorei demais. – Tentei rir para passar a tensão, os dois sorriram pouco e confusos,  tentei me concentrar em alguma coisa até que uma voz fez  todos pularem.

- Ora, ora, ora...

Fiquei totalmente assustada porque era igual com a imagem que veio em minha cabeça.

- Dean, Sam e eu conheço você? – Seus olhos me seguiram e me analisaram lentamente, que me fez tremer.

– Oh. – Ele disse parecendo se lembrar.

– Ana Brandon, prazer em vê-la senhorita. Ou senhora? – Ele ofereceu a mão para pegar a minha olhando para Dean que não dizia nada, olhei para Dean com medo, ele fez sinal de sim então minha mão foi beijada. Um beijo que ardeu. Ele soltou minha mão e se virou.

- Você me conhece. – Comecei, e me assustei, minha voz estava firme.

– Mas eu conheço você? – O homem se virou para mim e seus olhos quase pularam, nesse momento eu pensei que iria saber que era um demônio, mas ele não se revelou.

- Eu sou um cavalheiro. – Ele começou parecendo rir.

 – A morte para ser mais especifica. – Todos ficaram confusos.

- Você era diferente...- Dean comentou baixo

- Você já conheceu a morte? – A pergunta saiu antes que eu pudesse parar de falar, mordi a língua.


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