Abri a porta de casa e me afastei pra deixar o Matt entrar, ele sorriu e entrou todo quieto. Ok, bem NÃO Matt a ação, mas vai ver ele tava mesmo com vergonha de entrar na minha casa quando estávamos só ele e eu. Como se eu fosse atacar ele ou deixar ele me atacar né.

- Então, agora a gente senta e vê tv a tarde inteira. Eu disse sorrindo e jogando minha mochila em cima do sofá enquanto a múmia, digo, Matt continuava quieto do lado da porta. Nunca pensei que eu viveria pra ver o Matthew com vergonha.

- Acho melhor eu ir pra casa, Hay. Ele disse coçando a nuca e eu ri.

- Não vou atacar você nem deixar você me atacar. Mas se não quer ficar então...

Eu me joguei no sofá e ele bufou vindo se sentar do meu lado.

- Tá bom, então a gente vê tv e depois sai por aí. Ele tomou o controle da minha mão e começou a mudar de canal. Dois minutos depois ele já tinha jogado todas as malditas almofadas rosas da mamãe no chão e tinha se deitado no sofá se jogando por cima de mim. Ok, era um pouco desconfortável, mas bom pra caralho.

- Conversa comigo, anda Hayley. Ele disse fazendo uma carinha de cachorro sem dono.

- Tá, e sobre o que? 

- Sei lá. Só fala comigo, eu gosto de ouvir a tua voz. Ele abraçou as minhas pernas e continuou com os olhos fechados enquanto eu falava sobre qualquer coisa que me viesse a cabeça.

- Sabe Matt, eu acho que... se as coisas fossem mais fáceis e se você não tivesse chegado só agora, eu talvez ficasse com você, porque, sabe, hm, você é meio que apaixonante sabe. Fica meio difícil quando você sorri daquele jeitinho. E eu... sei lá, sabe. Matt?

Convenhamos, eu devo estar em um daqueles dias onde você só faz merda, porque nunca em sã consciência eu falaria aquele monte de merda pro Matthew e nunca em nenhuma outra dimensão ele escutaria toda a minha confissão e ficaria quieto, então eu tirei o cabelo dele do rosto e notei que o filho da puta tava dormindo. Abençoado seja o senhor, eu ouvi um amém? Ouvi.

Eu tentei me levantar devagar pra não acordar o maldito, mas ele agarrou mais as minhas pernas e me apertou pra caramba. Desisti e encostei-me ao sofá assistindo o filme idiota que passava na tv.

- Hayley, filha, acorda.  Eu abri os olhos devagar tentando focar sobre onde eu estava, é que eu sou meio idiota quando acordo sabe. MÃE. MINHA MÃE ME ACORDANDO QUER DIZER QUE EU DORMI PRA CARALHO, E SE EU DORMI PRA CARALHO, MATT ESTA COMIGO E SE ELE ESTA COMIGO MINHA MÃE PEGOU A GENTE E EU TO ACABADA ATÉ O FIM DA MINHA HUMILDE VIDA. Espera, esqueci de desligar o caps lock depois da palavra "Mãe", sorry.

Mas isso não quer dizer que eu esteja menos ferrada. Eu tentei levantar rápido, mas minha mãe colocou a mão no meu ombro me parando e apontou pro Matthew ainda dormindo com a cabeça na minha perna. 

- Deixa ele dormir filha, ele está tendo uns dias difíceis meu amor.

- Tá mãe, mas me ajuda a sair daqui.

Eu levantei a cabeça dele e ela colocou uma almofada no lugar das minhas pernas, que eu nem mesmo conseguia sentir. Segurei o braço da minha mãe e levantei. Ela se virou e saiu me deixando sozinha de novo com o senhor ursinho.

- Dorme bem, senhor ursinho. Eu disse e dei um beijo na bochecha dele que se remexeu e deu um sorriso bonitinho.