Eu acho que eu me apaixonei.

 Não, não é isso sabe, eu já me apaixonei antes, mas o problema é que agora eu to apaixonada de um jeito que eu nunca estive antes. Deu pra entender? É, eu acho que não mesmo.

Enquanto a Marizza arrumava a sala, eu tentava dar um jeito na cozinha e minha mãe ria desesperadamente de nós duas, e o pior nem era isso, o pior é que meu namorado, o cara que devia me ajudar está lá rindo com ela e eu nem to tão brava assim! E é por isso que eu sei que estou apaixonada de um jeito diferente pelo Matt.

Will estava do outro lado da sala rindo também. Era como se as coisas tivessem voltado ao normal, mas agora o normal da gente era ele saindo com a Marizza e eu tendo um namorado grande e ciumento. Mas era o nosso novo normal. Pelo menos eu acho.

- Vocês vão arder no inferno seus ridículos! Eu me emburrei e cruzei os braços, Matt riu da minha cara e veio com os braços abertos fazendo voz de bebê pra mim. FALA SÉRIO MANO, QUE CARA MAIS RIDICULO! E o pior é que eu chamo isso de namorado!

- Own meu bebezinho já cansou? Vem cá, vem. Ele me puxou pra ele e ficou beijando minha testa como se eu fosse... sei lá, um ser estranho.

- Sai de cima de mim seu imbecil. Eu resmunguei empurrando as mãos dele.

- Deixa de ser arisca, Hales! Vem cá. Ele me puxou pela cintura, eu resmunguei mais e chutei a canela dele. Tá pensando o que? Que eu sou fácil? Minha mãe gargalhou e o Will quase teve um acesso de tanto rir.

- Por favor, aonde foi que eu fui me amarrar?! Matt reclamou e eu ri alto, deixando ele bravo. Já contei como eu adoro ele bravinho?

- Vem Mari, a gente precisa ir buscar alguma coisa pra comer. Will saiu arrastando a Mari pra irem no super mercado comprar comida e minha mãe já tinha sumido. VEM CÁ, CÊS VÃO ME DEIXAR SOZINHA?

- Ficamos sozinhos... Matt sorriu de lado, aquele maldito sorriso chato dele, aquele mesmo que eu odeio.

- E daí? Quer outro chute? Eu ri da cara de raiva que ele fez.

- Deixa de ser chata guria, você sabe que eu vou te beijar de qualquer jeito não sabe? Então pra que tudo isso? Ele me puxou com força pra perto dele, cá pra nós até que era legal deixar ele irritado, ele sempre beijava melhor quando estava irritado.

- Vai me beijar? Eu perguntei ficando nas pontas dos pés.

- Vou. E não tente fugir.

 Os lábios quentes e macios tocaram os meus, como é que ele podia ser tão aconchegante mesmo puto de raiva? Eu só queria ficar lá, com aqueles braços ao redor da minha cintura, me mantendo fora do chão, apertando tão forte que eu sempre achava que ia morrer, aquele beijo que era bravo, irritado, urgente e ao mesmo tempo tão doce, tão do Matt... Era uma mistura gloriosa de hortelã e morangos.

- Eu sei que você me irrita só pra ter esse final. Ele falou fazendo cara de malvado e eu sorri.

- Que bom que você sabe, agora finja que nunca descobriu isso.

- Isso o que? Ele perguntou rindo e passando a ponta do nariz no meu pescoço.

- Bom garoto. E lá vem outro beijo daqueles. Com licença, mas é que eu preciso me desligar um pouco, voltem outra hora.

E lá estava eu, uma idiota apaixonada, na ponta dos pés, com os olhos fechados e cá pra nós... Feliz pra caralho.