I Want To Play A Game escrita por Vivi Ribeiro


Capítulo 3
O estado de luto




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[Selena]

Ele não me ligou no dia seguinte, e nem no outro, e nem nunca mais ligaria.

Seu corpo – as partes que ainda restavam dele - tinha sido encontrado em um antigo galpão, despedaçado, desmembrado. Fiquei horas pensando nisso, ate que cai no sono.

Disseram-me que ele havia sido morto por duas serras circulares, que o partiram em pedaços.  

Esse, com todo certeza, é um dos dias que eu preferiria nunca ter acordado. Eu sabia que eu iria me arrepender de dormir tão tarde. E agora estou aqui, caindo aos pedaços, com uma pilha de livros na mão, uma mochila vermelha nas costas, e um guarda-chuva preto.

Preto.

Essa era a cor dos meus dias agora. Tudo preto. O meu estado de velório estava deprimente. Ele morreu faz um mês, mas me sinto como se tivesse sido ontem que o vi pela ultima vez.

Ninguém sabe até agora o motivo do assassinato. O pior foi eu ficar amargurando todo esse tempo, tentando descobrir quem foi o homem. Um desejo de vingança percorria agora as minhas entranhas e ameaçava não cessar até eu encontrar com o "cara". Eu precisava saber porque, precisava me vingar.

Eu também sabia de uma coisa, eu precisaria recomeçar, fingir que não sabia o que estava acontecendo. Fingir que não sabia que ele tinha morrido. Eu ia arranjar um namorado novo e esquecer o Justin.


Eu ainda estava em meus pensamentos, quando cheguei perto de casa, em cerca de quinze minutos. Antes, eu não conseguia ficar muito por aqui tempo sem pensar nele, no Justin, e já chorava. Eu era uma pessoa forte, mas certas emoções abalam demais. E ninguém é de ferro, caramba! Fazia mais ou menos três semanas desde que eu parei de chorar que nem uma condenada. Agora eram somente pensamentos tristes, feições tristes, tudo triste. Tudo preto.

 Quanto mais problemas difíceis você tenha, mais em coisas sem nexo você pensa! Mas não é essa preocupação que vai me fazer vestir uma mascara e fingir para todos que está tudo bem. Não são esses pensamentos que vão me fazer querer esconder a minha dor. Ninguém tira a minha dor. Muito menos esconde. E eu não vou esconder. Não enquanto a morte, o desejo de vingança e suas últimas palavras percorrerem minha mente.

Eu sabia que um dia eu teria que mudar o meu rosto. Mudar a feição que parecia ter grudado em mim como praga. Mudar a expressão triste e amargurada. A morte de Justin foi algo que me mexeu muito comigo. Foi um choque, na verdade. Ninguém iria acreditar que alguém quisesse matá-lo... Mentira! Na verdade, muitas pessoas queriam matá-lo, pessoas que não agüentavam mais aquela musica, pessoas que tinham inveja e pessoas que tinham ciúme.

Mas eu só sei que foi isso que aconteceu, assassinaram a sangue frio o Justin! Que nunca fez nada de mal a ninguém. Que nunca sequer desejou a alguém o que ela própria não desejaria para ela.

 Algo apertou contra a minha boca. Olhei para os lados, procurando socorro. Mas não havia ninguém na rua. Onde estavam meus seguranças? Eu não sabia.

Então o cheiro me deu ainda mais tonturas, e desmaiei.


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