Mudança Drástica escrita por Kathar


Capítulo 1
ONESHOT


Notas iniciais do capítulo

Isso é o que chamam de ONE ONESHOT AHEUHEUEAHUEAHAEUH
É um único parágrafo(?) que no entanto é grande para ser um; mas pequeno para ser dois õo
É um pouco conturbado e tals... Nada que não faça meu estilo; apesar de haver um romance heterossexual no começo. Não se preocupem... Ele vai ter que manter sua promessa u.u



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Incesto. Eu nunca achei de verdade que seria algo ruim. Eu a amava, ela me amava, nós nos amávamos... Qual o mal nisso tudo? A gente tinha jogado pedra na cruz? Irmãos não poderiam se amar? E todo aquele papo furado de amor fraternal? Deixa adivinhar... Era tudo mentira, mentira como tudo que nos contam. De chapéu-vermelho a Papai-Noel, tudo uma grande mentira deslavada. Coelho da páscoa, paz mundial, dívida externa. Vai ver nada disso existiu um dia, vai ver... Vai ver isso tudo faça parte de um plano maquiavélico para lavar a mente de todas as pessoas. Mas é, nós nos amávamos. Em uma tarde bonita de sol a pino eu a prometi algo. A tarde estava dourada como seus cabelos, ela era ruiva que nem eu, mas sob o sol, tudo laranja era dourado. Tudo. E durante a felicidade as coisas se tornam da cor que você ama, não se tornam? Eu beijei seus lábios e ela disse que me aceitava como o único homem de sua vida. Ela beijou meus lábios e eu lhe disse, lhe prometi que ela seria a única mulher de sua vida. Era uma promessa, um casamento sem padres, testemunhas, convidados ou bolo. Mas era uma linda promessa, uma promessa eterna. Depois do ‘Incesto’ veio o ‘Sangue’. Sangue vermelho vibrante, contente, lavando os três degraus brancos das escadas da minha casa, isso porque o imbecil do meu pai a arrastou para dentro de casa, e não a enfiou no carro para levar ao hospital. Mas não vou julgá-lo tanto, estava bêbado no fim das contas, a rua estava escura, ela estava voltando para casa depois de uma noite de aulas. Ela era mais velha que eu, cheguei a comentar? O corpo bonito ficou estraçalhado pelas rodas do carro que não sentiu a menor culpa, ficou ali quieto e com os pneus molhados de vermelho-carmim enquanto eu chorava lágrimas de sangue. Era minha amada, só minha. Ela estava morrendo nos meus braços e nem vi seu sorriso. Sabe aquelas cenas de filme? Queria que fosse que nem nelas, ela olharia para mim e diria “Eu te amo tanto...” e eu diria “Também te amo, minha querida...” e após uma longa noite de amor ela estaria curada e entregue em meus braços para sempre. Mas não era um filme. As tripas dela estavam se espalhando pelo carpete bege da sala de estar, o sangue fazendo um desenho grotesco e ela... Ela já estava morta. Com o ‘Sangue’ veio a ‘Revolta’ e junto com ambos, o ‘Desespero’. Não existe bondade nesse mundo, minha mente conturbada e podre, infernal e não-pertencente aos dogmas da sociedade onde eu vivia se tornava pior. Eu jurava sentir meu cérebro derretendo e escorrendo pelo meu nariz à noite... E acordava chorando, acordava sangrando, carregando aquele fardo horrível das pessoas que ficam para suportar a perda. Porque quem vai embora é egoísta, afinal só gera mais problemas? Não pode agüentar sua dor em paz? Aquela vadia não podia segurar as próprias tripas e dizer que estava tudo bem? Ela não podia. Os risos se misturavam ao choro e a saudade, depois disso uma mudança drástica de cidade, estilo e modo de vida. O moleque participativo e alegre foi facilmente substituído por uma cópia barata e podre. Pode cuspir nele, não vai ligar. Ele sangra, ele se corta, ele fuma. Ele faz tudo para contrariar vizinhos e pai. Ele faz tudo para provar que está certo, ele cede a qualquer “Duvido”. Tudo por causa da mãe que não conheceu e da irmã morta em seus braços. Em outra bela tarde – e passei a achar mais bonitas as coisas mórbidas – cinzenta, morta, chata, enquanto me cortava via textos de um escritor, uma pessoa que sempre admirei, distante claro. Deveria ser tão louco quanto eu, afinal só uma pessoa insana pode fazer outra chorar, rir e se contorcer em agonia. Enquanto lia e me cortava, sentir meu corpo arder e não me senti surpreso quando vi o teclado do meu note sujo. Sujo de porra. Depois daquilo um riso histérico e amigos novos, todos barra-pesada. Prostitutos e Junkies. Vagabundos e drogados. Todos eles me faziam levantar de novo, me davam sentido ao simples duvido. Eles duvidavam de mim e isso era o bastante. Foi assim que me tornei sutilmente drogado, louco... E agora a dois passos de me virar uma puta.


Estou a dois passos do paraíso. Estou a dois passos do inferno. Estou a dois passos de ser o que sempre detestei.
Mas me duvidaram, fazer o que?


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Notas finais do capítulo

:3 Taí Giu QQQ
Pra quem leu... OBRIGADO! Pra quem não vai comentar... Obrigado também HAUEHEAUHEAUEAUEAH
De toda forma... Um simples 'legal' já me agrada. Não se acanhem! D:



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