Ah! Sim, rever o passado algumas vezes é tão bom, sentir aquele ar de nostalgia é tão... Nostálgico. Lembro-me do meu primeiro poema como se fosse amanhã. Sentada em um banco sem ao menos conseguir colocar os pés no chão, pintando uma rima e rimando um desenho. Lembro-me das folhas de chamequinho espalhadas pela pequena mesa azul, já toda descascada. Adorava pintar castelos com jacarés, pois pra mim, não havia graça nenhuma de um castelo sem um lago e jacarés. E logo depois de desenhar e pintar escrevia o meu nome e entregava para minha mãe. Não sei quantos desenhos de castelos ela tem guardado... Creio que muitos!

   Mas já cansada de desenhar, eu comecei a perceber que de fato a minha imaginação voava alem das nuvens, talvez ela morasse na lua. Descobri que canela rimava com panela, e com algumas rimas eu fiz um pequeno e bobo poema, para logo em seguida transformá-lo em uma canção... Hoje ainda crio poemas, a única diferença é que comecei a rimar hipocrisia com todo dia.