A Lua Cheia (HIATUS) escrita por Breh


Capítulo 12
Capítulo 12 - O começo do fim


Notas iniciais do capítulo

Demorei MUITO, eu sei, mas finalmente postei o/



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Esperar me deu fome, e pela primeira vez na vida não era de sangue. O criado mudo ao lado da minha cama estava lotado com geleia de morango, mel, pizza, pop-tarts, caixas de chocolate e refrigerante. Comia uma barra de chocolate enorme quando ouvi um barulho vindo da minha janela. Meu coração deu uma pirueta quando uma segunda pedra atingiu o vidro e, na verdade, quase o quebrou. Já passava das onze horas da noite quando Jacob resolveu aparecer, e sua expressão não era nada amigável. Fiz sinal para ele subir pela janela e sem hesitar ele começou a escalar habilmente a árvore próxima ao peitoril da janela e entrou. Ele estava usando apenas uma bermuda jeans preta e tênis de corrida, então imaginei que deveria ter passado na reserva depois que saiu da delegacia, o que também explicou sua demora. E levou as mãos nos lábios tentando segurar o riso ao olhar em volta, mas explodiu em gargalhadas quando olhou para mim. Não pude deixar de fazer uma carranca, mas sabia do que ele estava rindo; Meu cabelo estava preso com um elástico amarelo desleixadamente e eu vestia minhas piores roupas, que agora tinham manchas de molho de tomate. Eu me sentia como um velho solteirão sozinho em casa em uma tarde calorosa de domingo assistindo ao jogo de Beisebol na televisão de tela plana novinha em folha, cercado por garrafas de cerveja e caixas de pizzas. Mas acontece que eu não pude me conter, poxa, o meu namorado e todas as minhas amigas estavam sendo interrogados na delegacia e eu não estava sabendo de nada do que estava acontecendo, e o pior de tudo é que o meu namorado tinha informações para me passar, mas isso só aconteceria "mais tarde", eu estive muito ansiosa esperando o "mais tarde" e agora era "mais tarde"... Tarde demais, aliás.

- Deu uma festa e eu não fui convidado... Legal! - Brincou ele, se aproximando de mim e pousando suas mãos macias na minha cintura.

- Não pode deixar de fazer uma piadinha, né? - Respondi lançando lhe um meio sorriso sem graça.

Pousei os braços em volta de seu pescoço anormalmente quente e me aproximei para lhe dar um beijo. Na verdade era bem nojento nas condições que eu estava, mas ele não se preocupou com isso e me poupou de mais alguma de suas piadinhas sobre eu estar comendo comida de humanos e sobre o meu cabelo. O quarto estava bem iluminado e havia muitas roupas espalhadas por ele todo, até meu closet parecia estar vomitando roupas, talvez fosse a hora certa para me livrar de algumas delas, mas isso teria que ser em outro dia e com a tia Alice presente, apesar de que ela iria querer jogar todas as minhas roupas foras e comprar novas, como sempre sugeria quando me via - principalmente quando eu repetia roupas -.

- O que descobriram Jake? - Perguntei sem mais rodeios, estava quase roendo minhas unhas de tanta curiosidade.

- Um cheiro muito incomum a alguns quilômetros para baixo, mas não tão longe de onde estávamos quando encontramos o pessoal pescando. - Respondeu ele, se afastando um pouco.

- O que quer dizer com "cheiro incomum"? Não podia ser de um bicho? - Perguntei, ficando um pouco intrigada.

- Claro que não, Renesmee! Eu saberia se fosse de alguma coisa conhecida, mas não era. - Disse ele, me contrariando. - E tem mais... - Continuou. - Encontramos um pouco de sangue também! - Completou.

Fiquei perplexa e parei de respirar por alguns segundos. Será que alguma coisa estava nos seguindo? Mas poderiam fazer um exame de DNA e descobrir rapidamente de quem era o sangue.

- Mas... –

- É! - Concordou ele, sem antes me deixar falar. - Nós tentamos, na verdade, o Carlisle tentou descobrir de quem era o sangue, mas não deu resultado algum, como se o sangue fosse inválido ou algo do tipo. - Disse ele em um tom preocupado, começando a caminhar de um lado para o outro no quarto.

Sentei-me na beira da cama sentindo-me um pouco enjoada, como se dragões voassem no meu estomago fazendo uma festa particular. Tentei me lembrar de como respirar, mas a situação realmente me impedia. Como assim não podia identificar o sangue de alguém? Achei que todo sangue fosse identificável.  Isso significava que estávamos lidando com algo além do sobrenatural? Como assim alguma coisa pode ser mais sobrenatural do que vampiros e lobisomens? Isso ia muito, mas, muito mesmo além do que eu esperava.

- Isso quer dizer que estamos sendo espionados por alguma coisa além do sobrenatural? – Perguntei e logo me arrependi, pois já sabia da resposta.

- Calma Nessie! Não podemos apressar as coisas, talvez o Carlisle só se enganou ou o exame veio errado, ou não era realmente sangue, talvez fosse molho de tomate! – Respondeu uma coisa mais absurda e improvável do que a outra, me fazendo rir.

E onde estavam todos os Cullen em uma hora como essa? Realmente me senti meio nauseada pelo meu pai não estar gritando comigo ali no quarto que isso não era hora do Jacob estar em casa. Olhei por cima do ombro para fora da janela, na esperança de ver alguém, mas só vi árvores e mais árvores, talvez um esquilo no topo de uma delas. Soltei um suspiro pesado e escondi o rosto na palma das mãos para tentar pensar. Não era muito natural o fato do Jacob não estar agindo como meu protetor e me mandando ficar fora disso porque era perigoso demais, se ele não estava fazendo isso e ao invés disso estava me dando informações e ninguém estava tentando impedi-lo, com certeza tinha algo de errado, muito errado mesmo. Levantei-me da cama em um pulo que fez Jacob parar e me fitar com espanto. Comecei a me despir ali mesmo até ficar só de calcinha de sutiã da cor branca, fui rapidamente até meu closet e peguei o primeiro vestido que eu havia achado, calcei um par de sapatilhas brancas e voltei para perto de Jacob.

- Cadê todo mundo? – Perguntei finalmente.

- Estão na casa dos Cullen tentando chegar a uma conclusão. Minha matilha e a do Sam estão lá também. – Respondeu Jacob.

- Certo, nós vamos para lá! – Informei.

Peguei uma pequena bolsinha com o meu celular, cartão de crédito e minha carteira de motorista e sai dali puxando o Jacob.

Assim que passei pela porta de entrada da casa dos Cullen todos que estavam na sala de estar se silenciaram automaticamente, presumi que estavam silenciados desde que me ouviram pisar na propriedade. Cruzei os braços impacientemente e encarei cada um deles como se dissesse “E ai? Comecem a contar!”. Notei a ausência das matilhas e franzi o cenho. Minha avó veio em minha direção e me abraçou calorosamente como sempre e eu retribuo, mas sem o mesmo ânimo. Vi meus pais trocarem olhares meio desesperados e depois olhei para Jacob, eu estava com um olhar de “Perdi a Guerra” e logo entendi o que estava acontecendo. Caminhei até o centro da sala e fiquei lá por alguns segundos ainda fitando todos ao meu redor. A única que pareceu realmente feliz em me ver foi a tia Rose.

- Cadê o resto do grupo? – Perguntei me referindo as matilhas.

- Foram embora faz poucos minutos. – Respondeu a tia Alice.

- Vão me contar o que está acontecendo? – Perguntei, mesmo já sabendo da resposta como antes.

- Jacob era para você mantê-la lá e distraí-la! – Explodiu papai quando levantou rapidamente.

- Você realmente não conhece a filha que tem, não é? – Respondeu Jake fitando meu pai completamente indignado.

- Acho que brigar não vai mudar o fato de que ela já está aqui! – Disse mamãe calmamente.

- Não falem de mim como se eu não estivesse aqui! – Disse acenando teatralmente para eles.

- Ela é só uma criança, não precisa envolver nisso. – Murmurou papai afastando-se de Jacob e indo sentar-se novamente no sofá ao lado da minha mãe que afagou lhe as costas.

- Criança? – Gritei.

Meus olhos procuraram desesperadamente os de Jacob o mais rápido possível e quando encontrei fiquei fitando-o com um olhar desafiante. Por que ele não estava falando nada sobre isso ou brigando com o meu pai? Só não diria que eu era o ser mais evoluído do local porque a maioria tinha mais de cem anos, mas poderia dizer que era mais evoluída que todas as garotas normais da minha idade... Bom, da minha idade aparente, pois era muito óbvio que eu era mais evoluída do que um bebê, que era o que minha idade indicava que eu era e provavelmente era assim que o meu pai me via.

- Ela não é criança, Edward! – Desta vez foi tia Rose quem se rebelou. – Ela é mais evoluída do que muitos aqui e com certeza você já notou que os anos de vida dela não servem para julga-la. – Completou.

- É por isso que você é minha segunda, às vezes primeira, mãe. – Disse a ela com um enorme sorriso de satisfação, o que fez minha mãe soltar um muxoxo bem audível. – Talvez se você me apoiasse mais as coisas seriam diferentes... – Comentei olhando para minha mãe.

Meu pai agora me fitava com desaprovação assim como a maioria ali na sala, exceto tia Rose e tio Emmett. Meu avô parecia que ia me chutar de volta para minha casa a qualquer minuto. Suspirei e sai da sala indo em direção à cozinha. Sentei-me em um banquinho e apoiei meus cotovelos no balcão para pensar. Provavelmente eles iriam dizer que eu estava só sendo uma menina rebelde por isso, mas não me importei, às vezes eu só queria ser normal. Tudo o que eu queria agora era rasgar o pescoço de alguém com os meus dentes e drenar seu sangue... Esqueci que não podia pensar esse tipo de coisas com o meu pai por perto, mas era inevitável quando eu estava com raiva. Segundos mais tarde meu pai apareceu na cozinha com uma expressão assustada e fez um aceno para que eu o acompanhasse.

- Sente-se. – Pediu ele assim que voltamos para a sala de estar.

Dei alguns passos hesitantes até um sofá pequeno de dois lugares e me sentei. Jacob permanecia em pé e quando fez sinal de que ia se sentar ao meu lado lancei a ele meu olhar de fúria e ficou onde estava.

- Eu sei que o Jacob te contou quase tudo o que sabemos – Lançou um olhar zangado ao Jacob e voltou a me olhar – mas não contou que eu que o Jasper achou um pequeno pedaço de pano vermelho que provavelmente era de uma blusa. – Disse papai sem muita vontade.

- Achamos que a blusa foi rasgada quando o dono ou dona dela se machucou na floresta em uma provável fuga, o que também explica o sangue e o cheiro incomum no mesmo local. – Explicou Carlisle que estava encostado perto da porta de entrada agora.

- Então temos uma pista! – Disse alternando o olhar de papai para o meu avô incrivelmente bonito e jovem.

- Nós temos uma pista, você já recebeu suas informações e vai ficar fora disso! – Disse mamãe impaciente.

- É sério mesmo? Logo VOCÊ me mandando ficar fora disso, mãe? Você que sofreu a mesma coisa que eu estou sofrendo agora me dizer isso me surpreende. Achei que não gostava de quando os Cullen faziam planos sem incluir você e sempre te deixavam de fora. – Disse a ela enfatizando cada palavra, mas sem levantar a voz.

Balancei a cabeça em desaprovação e pousei a cabeça no encosto do sofá. Fiquei fitando o teto sem ânimo e sem pensamentos até eu ouvir a voz da minha mãe novamente.

- Eu realmente odiava isso, mas agora eu entendo o quanto eu era frágil e que eles só estavam me deixando de fora para me proteger. – Respondeu ela em um tom horrivelmente maternal, realmente não combinava com ela isso.

- Ah é, isso realmente impediu que o trio de maníacos perseguisse você até os Cullen terem que liquidarem eles para isso acabar! – Cuspi as palavras com desdém.

- Parem! – Gritou vovó, tentando parecer calma. – Brigar não vai ajudar ninguém! É melhor esperarmos até amanhã para absorver as informações e depois discutimos sobre isso. – Disse ela pacificamente.

- Tem razão! – Respondeu papai sorrindo levemente para a mãe como um agradecimento. – Já está bem tarde, vamos para a casa. – Completou.

Ele se levantou e pegou na mão da minha mãe. Revirei os olhos e me levantei também. Não me dei ao trabalho de dar um beijo de boa noite em cada um, só murmurei um “Boa noite!” coletivo e dei um selinho no Jacob quando já estávamos do lado de fora da casa. Ele seguiu para o lado oposto da floresta para voltar para La Push e mamãe, papai e eu seguimos para casa. A noite iria seria longa...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Deixem suas sugestões e/ou críticas, please.



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