Short-fic: When Somebody Gives A Damn escrita por mariliacarv


Capítulo 4
Minha idiota garota


Notas iniciais do capítulo

ZEMT HORA DE CHORAR, ENTÃO CHOREM, BUÁ



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–Ei, garota. Levanta. Quer ir dar umas voltas com o vozão aqui? - 9h da manhã de um domingo, meu avô me acorda pra dar umas voltas com ele? Fala sério vô.

–Aff na real?

–É. "na real". - Ele fez aspas com os dedos e uma careta que me arracancou algumas risadas. Abriu a janela e as cortinas, o que me fez instantaneamente fechar os olhos e me esconder debaixo das cobertas.

– Vou te mostrar uma coisa, que tenho trabalhado faz muito tempo, mas oeguei mais firme desde o seu último verão aqui.

–Nossa, faz tempo então. Passei meu último verão aqui fazem 3 anos, vô. O que é?

–Vem comigo, te mostro.
Me arrumei e desci com ele. Eu estava mais tranquila desde quando comecei a namorar o Pedro. Sim, depois de uma semana do ocorrido na casa dele, ele pediu pra minha vó ao vivo e a cores pra namorar comigo. Eu queria matar ele, por ser tão formal e chato daquele jeito. Eu mesma podia ter pedido pra velha, mas o garoto insistiu então tá beleza. Me chamou pra jantar com os pais dele, e VELHO! Foi a noite mais estranha da minha vida. Me sentei na mesa e achava que tinha esquecido como se comia lasanha. LASANHA! Foi tenso mas passou, estou aqui firme e forte.

Meu "vozão" me levou pro pesqueiro, e parei bruscamente quando pisei naquelas madeiras. Tive uma lembrança nada boa.


FLASH BACK ON

–Vem pra cá também, vó! Vem! - A chamava pra tomar um banhod e mar mas ela não queria. Insisti mais que tudo. Por fim sai da água e me sentei ao seu lado.
–Vamos vó, vai ser legal!
–Minha filha, não gosto muito de água.
–Vai aprender a gostar vó! Vem! - Fui empurrando ela e rindo em direção a água. Ela relutava, mas acabava sendo mais forte que ela.
A empurrei na água e fiquei rindo dela. Quando me preparei pra pular, percebi que ela se afogava, e não conseguia lutar para permanecer com a cabeça pra fora d'água.
–Vó? Vó? Vó! - Gritei por ajuda e pulei para tentar salvá-la. Ela era muito mais pesada que eu, então não adiantou muita coisa. Avistei meu avô chegar e pensar em algo pra ajudar, acabou pegando uma bóia e jogou pra nós. Coloquei minha avó nela e nadei pra subir. Ela se deitou no pesqueiro forçando respirar. Parecia que encontrava forças onde não havia mais. Me sentei ao seu lado e segurei sua mão.
–Nunca... mas.... faça... aquilo... tá bem? - Estava preocupada, ee me desculpava sem parar. Nunca devia ter feito aquilo, quase morri junto com ela.

FLASH BACK OFF

–O que foi? Não vem? - Meu avô passou ao meu lado e pisquei algumas vezes. Segui até onde ele ia.

–Pronto, aqui está. Lembra aquele pedaço de lixo? Consegui transformar nisso aqui! - Ele apontava pro barco dele, que havia acabado de reformar. Estava demais! Bem diferente de quando estive aqui.

–Ual, ficou o máximo hein, vozão!

–É... penso em passear um pouco, mas sua avó não gostaria de ir só comigo, eu acho. Terminei faz pouco tempo.

–Por que não tenta convencê-la a ir? Seria bem legal. - Sorri enquanto passava a mão pelos sofazinhos.

–Pode ser... então você trás aquele seu namorado também, iremos todos juntos! - Sorri e assenti. Até que não seria má ideia.


***


–Sophie, não me leve a mal mas, tenho que te fazer uma pergunta. - Estávamos sentados na frente do barco do meu avô, e quando ouvi estremi toda.

–Pode fazer. - Fingi não ter me espantado

–O que você tinha visto no Hugo?! - Sorri e ele despencou a rir - Porque sério, ele é um mala sem alça que se acha pra caramba! Nunca vi alguém se achar daquela maneira! - Estavamos rindo e então ficamos nos olhando por alguns segundos.

–Seus olhos são lindos, garoto. Muito lindos. - Ele sorriu corado, e achei muito lindinho aquilo.

–Ei Pedro, quer assumir o leme? - Meu avô devia estar cansado daquilo.

–Claro, seria... bem legal! - Ele correu pra lá e começou a fazer perguntas, meu avô respondendo todas. Avistei os dois sorrindo e conversando, sorri com aquilo. Vi minha avó sentada em um sofazinho na parte de trás do barco, olhando pro nada. Ela estava linda com um echarpe laranja, contrastando com seu vestido rosado.

Olhei pra água, e me aproximei da beirada do barco, perto daquelas barreiras de ferro. Parecia que algo me dizia que era agora, e alguma coisa me chamava pra dentro do mar. Queria pular. Parecia que se eu pulasse iria voar, ou flutuar, algo do tipo. Queria ser livre naquela água. Olhei pro lado e vi a pequena âncora amarrada em uma longa corda, enrolada no chão do barco agora. Comecei a afastar com o pé a âncora pra fora do barco, devagar para ninguém perceber o que estava fazendo e tentar me impedir. Aquela coisa em um lindo formato caiu e a corda começou a acabar. Enfiei meu pé no meio do círculo que se formava o resto de corda e fui arrastada pra água, sendo brutalmente puxada pra baixo. Fiquei alguns segundos lá de baixo, olhando o claro que vinha do lindo céu azul que ficava por cima do mar. Tudo estava tão quieto lá em baixo.

Novamente senti aquela paz como da primeira vez que tentei me afogar. Meu pulmão começou a implorar por ar, e fui liberando o resto de oxigênio que tinha em meu peito. Necessitava de mais, comecei a me desesperar e me liguei que aquilo estava realmente acontecendo. Se a morte mas tranquila é afogamento, não desejo de maneira alguma saber como são as outras. Estava ficando terrível aquela situação. Me desesperava e comecei a enxengar tudo embaçado. Liberei o oxigenio que ainda me restava, e a partir daquele momento não vi mais nada. Apaguei. Senti algo me envolvendo. Acho que isso era a morte, algo te envolver, algo te levar pra um lugar bem longe de onde se vive. Pronto, tudo tinha acabado. Agora estava morta e todos poderiam viver sem se preocupar comigo ou com minha opinião. Todos teriam paz.


POV's Pedro

Estava no controle do leme, conversando com o senhor Omar quando vi Sophie gritar e cair no mar. Ela tinha feito aquilo de propósito. Tinha enrolado seu pé na âncora pra se afogar e morrer. Aquela garota não tinha jeito. E todas aquelas coisas que ela tinha me dito? Que gostava de mim e que não era pra eu fugir dela. Se ela gostasse de mim, não deveria fugir, assim como eu não o fiz. Estava em desespero, e seu avô não sabia o que fazer. Não pensei duas vezes em tirar os tênis e a camiseta e pular naquela água fria pra salvar minha garota. Minha idiota garota.

Segui o caminho da corda e vi Sophie já desacordada, amarrada pelo tornozelo na âncora. Droga, havia demorado demais pra salvá-la. Minha vontade de chorar veio debaixo d'água mesmo, mas não perdi tempo e tentei logo retirar seu tornozelo dali e puxá-la pra superfície.

Ela não reagia, estava mole e desacordada. Caralho a garota a quem prometi meu coração, agora estava morta. Morta! Agarrei a bóia que foi jogada pra nós na água e subi no barco novamente. Segurava ela em meus braços, e meu desespero estava tamanho que nunca senti. Nunca imaginei que fosse possível sentir tanta dor assim, que não fosse física.


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Notas finais do capítulo

chorei litros. xoxo rangers @itsmariliacar



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