Tattoo escrita por Bea


Capítulo 1
Capítulo 1




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Uma vida normal. Conseguiu só para concluir que não era o que ela queria. Quantas vezes tinha pedido por uma vida normal?

Recusava-se a dizer, como se só se dissesse isso em voz alta o tornaria real. Primeiro viveu na ilusão que poderia controlar tudo, e agora vivia a ilusão que está tudo bem.

Não está bem. E não pode controlar tudo. Ela sabia disso.

Tirou o termômetro da boca e verificou e a temperatura. Apesar dos analgésicos, a febre mal tinha se modificado. Teria que ir ao hospital por um medicamento mais forte. Levantou-se e esticou os braços e pernas, doíam, provavelmente pelo dia e pela noite que passou deitada na cama. Era hora de voltar ao Princeton-Plainsboro Teaching Hospiral.

***

No mesmo momento que seu celular tocou, House pôs um pacote de salgadinho na sua bandeja.

– Bom dia. – Wilson disse mesmo assim. – Que prazer em vê-lo nesse dia de nevasca.

– Ia ficar em casa, mas quem ia pagar meu almoço?

Não esperava nada diferente da resposta que recebeu. Pegou o celular e atendeu.

– Oi... – Pausa – Mesmo? – Pausa – Sim... Ok. Tchau.

Desligou, olhou House pelo canto dos olhos, parecia ter recebido notícias sérias.

– Algum paciente vai morrer? – Pergunta House.

– Realmente se importa com isso?

– Não. De qualquer modo a resposta vai ser sempre sim.

– Você não duraria uma semana com meus pacientes.

– Acredite, ficar segurando a mão de gente morrendo não é algo que esteja sob aposta. E você não duraria um dia na minha equipe.

– Por quê? Acha que não sou capaz? Volta e meia você ta na minha sala perguntando coisas sobre câncer e...

– Exatamente. Câncer. Para as outras coisas, inútil

Prolongue a conversa, Wilson.

– Então... Algum caso?

– Sim.

– O quê?

– Está interessando?

– Sim.

– Por quê?

– Porque estou curioso.

– Ou porque quer me enrolar. Quem era no telefone?

– Ninguém.

– Ninguém não liga para Oncologistas no meio do almoço.

– Alguém está morrendo, você perguntou antes.

– Se fosse isso, já tinha me dito quando eu perguntei. Deixa eu pensar. Te contam algo que eu não posso saber. “Mesmo?”. House está com você? “Sim”. Não deixa ele saber. “Ok”.

Wilson ignorou, apenas foi andando até a mesa, supondo que House tivesse vindo atrás. Estava errado, House ia pelo sentido oposto.

– Hey, onde você ta indo?

Ele não respondeu.

***

– Realmente Dr. Cuddy, sua febre está alta.

– Sim. – Ela fechou os olhos e trouxe Rachel, que estava sentada ao seu lado, mais para perto. – Provavelmente uma gripe, só preciso de analgésico mais fortes.

– Sim. Você está com febre e dor de cabeça, certo?

– Sim.

– Isso vai ajudar. – Ele entregou a prescrição para Cuddy. – Qualquer coisa pode ligar para o número da folha.

– Obrigada.

Ela se levantou e se sentiu nauseada. Pôs uma mão sobre a boca enquanto com a outra apertava firme a mão da filha.

– Dra Cuddy? – O doutor pôs as mãos sobre os ombros dela. – O que foi?

A porta do consultório se abre. House fica lá, surpreso, mesmo já sabendo que era Cuddy é que estava ali. Ele nota que ela passa mal e vai até ela, levantando seu rosto e verificando as pupilas com uma lanterninha. Cuddy soltou a mão da filha e apertou o abdomem.

– Está com febre?

– Sim.

– Enjoo? Dor abdominal?

– Sim... sim...

Ela respondeu enquanto tentava controlar a respiração. O médico pensou um pouco.

– Será que ela está...

– Não, enjoos não só significam gravidez. Você fez o histórico médico? Você mandou fazer os testes? Acha que só porque ela é médica ela não pode pegar nenhuma doença? – Fez uma pausa enquanto seu olhar encontrou o de Rachel – Isso que dá botarem alunos para fazer clínica.

– Foi você que me disse para vir aqui e-

– Ela tem Hepatite C. – Interrompeu.


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