Remember Me escrita por liina


Capítulo 43
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

TRES COISAS RAPIDINHASSSS::::
* primeiro meu MUUUUUUUITO OBRIGADA pra Meel Pereiraa pela indicação, me deixou muito muito feliz quando eu vi ontem, MUUUUITO OBRIGADA LINDAAA!!
* o vídeo que eu coloquei lá em baixo foi pra não ficar muito repetitivo o cap. Eu acho SUPER MEGA fofo e já vi 245353 de vezes ahahahahha. Então é só pra falar pra vocês imaginarem como se fossem eles e bla bla bla :)
* ESPERO, DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO QUE SEJA UM FINAL TÃO BOM QUANTO VOCÊS IMAGINARA. E, PRA QUEM TIVER PACIENCIA, EU VOU AGRADECER E FALAR BONITINHO LÁ EM BAIXO. ♥



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SAMANTHA’S P.O.V.

ANOS DEPOIS...

Desci a escada correndo e quase tropecei na capa do vestido quando cheguei ao final dela.

Demorei alguns segundos para recuperar o equilíbrio e, assim que o fiz e levantei o olhar, pude ver Liam parado na porta de casa me olhando com um sorriso brincalhão, como se acabasse de chegar e se deparasse com aquela cena cômica: eu. Mais especificamente, eu com calças de moletom, regata, cabelo bagunçado em uma espécie de coque, uma capa de vestido pendurada no braço esquerdo, segurando um saquinho com um salto na mão direita, tentando equilibrar uma bolsa enorme em um dos ombros, um estojo de maquiagem de algum modo se encaixando entre meu corpo e o braço direito e segurando o celular com a boca.

Murmurei um “vai ficar aí só olhando?!” (que pareceu soar perfeito em termos de dicção, na minha opinião), e ele fez uma cara confusa e andou até onde eu estava, tirando o celular de minha boca e pedindo para que eu repetisse o que tinha falado.

- você está atrasada – foi tudo o que disse depois de repetir minha frase e ele começar a pegar algumas (muitas) coisas me minhas mãos, me deixando apenas com minha bolsa e celular. 

- eu sei que estou atrasada! – disse andando o mais rápido que conseguia até a porta.

- quer que eu dirijo? – perguntou, mas eu já estava entrando pela porta do motorista depois de ter jogado a bolsa no banco de trás – tudo bem então, você dirige... – disse com um suspiro e entrou no carro, depois de repetir meu gesto e colocar as coisas pela porta de trás.

- você não deveria estar fazendo alguma coisa importante com Lou e os meninos ou qualquer coisa? – perguntei depois de um tempo.

- eu estava indo pra lá agora, mas encontrei com a sua mãe saindo de casa e ela me disse que você ainda estava acabando de arrumar as coisas para levar, que estava atrasada...

- se disser essa palavra mais uma vez, eu te jogo pra fora do carro! – disse olhando de relance para ele; estava sentado meio escorado na porta, me olhando com um sorriso desafiador no rosto.

- que palavra? Atrasada? – levantou as sobrancelhas.

Aproveitei que a rua estava vazia para parar o carro em uma freada brusca, forçando seu corpo ir para frente devido ao fato de estar desprevenido.

- você vai mesmo irritar uma garota atrasada e inda por cima de tpm, Payne? – levantei uma sobrancelha e ele abriu um sorriso singelo.

- desculpa, linda, não foi minha intenção... – sorri sarcasticamente e voltei a dirigir.

Ligou o rádio em um movimento rápido e a voz de Lana Del Rey flutuou até meus ouvidos. Dei um tapa em sua mão quando tentou trocar de estação e comecei a cantar dramaticamente, fazendo com que Liam tapasse os ouvidos e fizesse caretas de forma mais dramática ainda.

- você sabe que não vou te deixar no Lou, não é mesmo?

- bom, eu tinha uma esperança... – disse sonhadoramente.

- pode perdê-la então. Você vai a pé – sorri e ele revirou os olhos.

- é no caminho, é só você entrar... – se interrompeu depois de apontar para a rua que tínhamos acabado de passar, devido ao meu aumento de velocidade. Olhou-me com as sobrancelhas levantadas.

- ops – disse colocando a mão em frente à boca de forma teatral – além do mais, eu preciso de ajuda para subir com isso tudo... – dei de ombros.

- você quer que eu vá até lá em cima como você? – perguntou incrédulo.

- sim, até porque, como você gosta de me lembrar, eu estou atrasada – tirei uma mecha de cabelo que caia em meu olho – e cair na escada não ajudaria nada...

Dei meu nome no portão e ele se abriu; um caminho de pedras de concreto de guiando até a entrada da casa, onde estacionei o carro.

Saí do carro em um salto e Liam me ajudou a pegar as coisas no banco de trás.

Toquei a campainha hesitante e, poucos segundos depois, uma senhora de cabelos brancos e um vestido chique (tão familiar a mim quanto minha própria avó) abriu a porta, nos encarando um sorriso encantador.

- eu sei, estou atrasada, me desculpe – fiz uma careta depois de soltar nosso abraço.

Subimos pela enorme escada de mármore marfim que ficava no centro da sala e bati da terceira porta branca do corredor, assim como tinha me dito para fazer.

- pode entrar! – a voz de Ellie soou abafada devido à porta. Deu um gritinho assim que me viu e veio correndo em minha direção, mal me dando tempo de olhar para ela direito – você está atrasada, mas não tem problema porque... – deu um grunidinho assim que parou na minha frente, mas seu sorriso diminuiu ao olhar algo através de meu ombro.

- porque... – incentivei-a a continuar a frase.

- porque – disse depois de hesitar alguns segundos, ainda olhando através de mim e olhei para trás, para Liam.

Ele deu de ombros e fez uma careta de como quem diz “ela é louca” e me voltei para a morena na minha frente mais uma vez.

 - porque a Claudia estava aqui para me ajudar... – disse e até mesmo a própria Claudia parecia confusa no canto da sala.

Ignorei tudo e olhei para ela dos pés à cabeça.

- Ellie, você está deslumbrante! – disse segurando suas mãos ainda a olhando. Sorriu singelamente.

- você acha mesmo? – concordei com a cabeça – eu precisava escutar isso de você – sussurrou em meu ouvido assim que me abraçou fortemente.

- está linda mesmo, Els – Liam disse chegando mais perto e dando um abraço na morena – bom, se não precisam mais de mim, eu vou indo... – me deu um beijinho rápido e saiu pela porta.

O quarto estava um caos. Ashley e outras duas amigas de Ellie se ajudavam a maquiar e arrumar o cabelo em um canto. Duas de suas priminhas corriam de um lado para o outro, enquanto suas mães tentavam acabar de arrumar seus vestidos. Uma mulher de roupa preta e um radinho na orelha gritava com alguém no telefone em um dos cantos...

E, bem no meio do local, se olhando em um enorme espelho à sua frente, estava Eleanor.

O vestido branco, totalmente rendado do bustiê à cauda, era tomara-que-caia e se ajustava de modo a permitir que cada curva do corpo de Ellie, até sua cintura, fosse visível. Ao chegar no meio de sua coxa (estando agora não tão apertado quanto antes), ele se abria, formando uma cauda atrás da garota. Era fechado com botões brancos e, no topo do bustiê, era adornado com pedras prateadas, que davam um brilho final ao visual.

Com a maquiagem impecável e um coque desarrumado perfeito (se é que isso faz algum sentido), Eleanor se virou para mim.

- não vai se arrumar?

- vou, vou... – disse saindo do transe – é só que... – hesitei alguns segundos enquanto chegava perto dela e a olhava mais uma vez – eu estava pensando: quando é que saímos da fase em que assistíamos seriados na tv e xingávamos garotos de nojentos, para esse dia?

- é difícil acreditar não é? – disse dando mais uma olhada no espelho. Não com um olhar convencido, de quem sabe que está bonita como ela estava, mas com um olhar sonhador – às vezes acho que vou acordar na minha cama lá em casa e nada disso vai ter acontecido de verdade...

De um risinho e senti meus olhos enchendo de água.

- não – disse apontando o dedo para mim – não me faça chorar Samantha Styles! – eu ri e levantei as mãos como se dissesse que não tinha culpa.

- acho melhor me vestir – disse apontando para a capa do vestido.

- acho bom mesmo, não quero minha madrinha de moletom lá no altar – deu de ombros e eu fui até minhas coisas.

Passei o vestido pela cabeça e Ash me ajudou a fechar o zíper.

Era vermelho, uma espécie de cetim que caia delicadamente pelo meu corpo, deixando uma sensação gélida ao encostar na pele. Suas alças eram feitas de tranças douradas e ele ficava mais solto até a cintura, onde um cinto fino (do mesmo material das alças) quase sumia em meio ao pano dobrado, marcando o local onde o vestido ficava mais justo. Um decote em V nas costas finalizava a roupa, juntamente com um salto trabalhado de dourado envelhecido.

Ash (que vestia a roupa das damas de honra: um vestido marfim com detalhes de paetê e saltos da mesma cor) arrumou meu cabelo de forma simples, já que seu comprimento - continuava com o corte curto, com as mexas mal tocando os ombros - não deixava muitas escolhas e eu fiz minha maquiagem logo em seguida, não parando de tagarelar com ela e Ellie um segundo sequer.

- Eleanor, filha, vamos? - sua avó apareceu na porta e ela se virou para nós.

- é agora - disse depois de pegar em nossas mãos e respirar fundo.

- relaxa, você está maravilhosa. Lou não vai ter coragem de dizer "não" naquele altar - disse piscando para ela, que deu uma risadinha.

LIAM'S POV

Ficamos sentados na sala de Lou comendo e conversando até seu pai chegar e dizer que era melhor nos arrumarmos, como se fôssemos garotinhos de 10 anos.

Ajudamos uns aos outros a conseguir dar o maldito nó borboleta e acabamos de vestir os ternos.

Louis não conseguia parar de sorrir e, em um momento gay, me peguei pensando o quanto aquilo era um gesto fofo.

Entramos no carro (depois de muita briga pra conseguir convencer Zayn a fazer a barba) e fomos em direção à casa da avó de Ellie, onde seria a celebração e a festa.

Dona Amélia nos recebeu e nos levou até o terraço. Mais especificamente, até onde as cadeiras brancas estavam dispostas lado a lado, com vasos de flores rosa-chá e branco ao lado; um tapete da mesma cor das flores estava estendido no meio das cadeiras, levando até um altar improvisado, adornado com mais arranjos de flores.

Estava realmente muito bonito.

- Louis! - Harry disse em quase um grito - para de andar de um lado para o outro e ficar dando esses pulinhos ridículos antes que você se desarrume todo!

- você me dá licença, mas eu tenho direito de ficar nervoso já que é o dia do meu casamento! - praticamente gritou as ultimas palavras e alguns dos convidados que já estavam sentados nas cadeiras o olharam assustados.

- cara, vocês já são praticamente casados! - Niall disse preguiçosamente - só vão oficializar a droga da união... - deu de ombros.

- cala a boca, Horan - disse para o loiro e Lou me jogou um olhar de "você tirou as palavras da minha boca"

- tudo bem, isso é ridículo – Louis disse de repente, depois de uns cinco minutos de silêncio – onde está a noiva? – olhou para o relógio impaciente; Ellie estava atrasada 10 minutos.

- será que dá pra parar de drama? – Zayn disse dando um tapa no ombro de Lou – a Ash e a Sam já estão ali na porta, o que muito provavelmente quer dizer que Eleanor já está vindo!

Virei para onde o moreno tinha apontado as duas, e vi Sammy caminhando em minha direção, ao lado de Ashley.  Samantha estava tão bonita em um vestido longo vermelho, que chegava a ser ridículo.

Eu não era capas de dizer se a ideia de seu penteado era deixar o cabelo preso ou solto, mas ela estava linda.

- meninos, vamos? – Ash chamou um pouco impaciente, por não termos indo ao encontro das duas quando as vimos, e então as seguimos.

Samantha, Ashley, eu, os meninos e duas das irmãs de Lou  seríamos os padrinhos e madrinhas. Mas, como uma das damas de honra tinha ficado doente e não ia poder ir, Ash teve que substituí-la de ultima hora.

Eleanor estava maravilhosa, é claro, e eu já podia imaginar a cara de Louis quando a visse andando até o altar.

A cerimônia em geral foi rápida – não passou de meia hora – e, na hora de trocar os votos, Sammy derramou algumas lágrimas, apertando firmemente minha mão.

Seguimos, então, para o outro lado do “jardim” (o lugar era simplesmente enorme!), onde seria a festa.

Mesas brancas, com arranjos de flores do mesmo tom do local da cerimônia, tomavam toda a grama e eram cobertas por um tablado de madeira.

Lustres transparentes (ou de cristal falso, como Samantha e Eleanor chamavam) estavam pendurados pela estrutura, dando uma iluminação gostosa – nem clara de mais, e mesmo assim sem deixar o local escuro – naquele fim de tarde de primavera.

Fomos até a mesa reservada para nós (o mais perto possível da mesa dos noivos e seus familiares, exigência das meninas) e nos sentamos com os meninos.

Zayn e Harry tinham levado as namoradas: duas garotas simpáticas que estavam batendo o recorde de 3 meses de namoro serio que os dois já tinham tido alguma vez.

O casal entrou, mais sorridente do que me lembrava de ter os visto alguma vez, e os discursos começaram – não tinha tido jantar de ensaio, então os noivos combinaram de abrir espaço para os “depoimentos” no próprio casamento.

Depois de uma das irmãs de Lou, eu e os meninos levantamos e falamos. Ainda estou na dúvida se foi um discurso ou uma espécie de piada...

- oi – Sammy disse assim que se levantou e Louis já começou a rir – eu acho que eu posso começar esse discurso dizendo o tanto que eu estou decepcionada com você, Ellie, porque eu me lembro muito bem de, quando tínhamos 10 anos, você me jurar de pés juntos que ia casar com um cara maravilhoso, charmoso, super legal e rico – deu uma pequena pausa e Ellie riu – e ai você me aparece com isso – apontou para Louis e todos deram uma risadinha – eu... – hesitou mais uma vez, com um olhar sonhador – eu espero que... espero não, eu tenho certeza de que vocês vão ser muito felizes, vocês são o casal perfeito, de verdade, e vocês merecem o mundo! – seus olhos vermelhos mostravam o tanto que estava segurando as lágrimas – e eu podia ter falado o discurso bonitinho que eu demorei três dias pra fazer, ao invés desse tanto de lixo – deu uma risadinha nervosa – mas eu não pensei que fosse ser tão difícil lembrar das palavras vendo vocês dois tão felizes... – sua voz estava com o típico tom de quem segurava o choro – eu só posso dizer o tanto que eu estou orgulhosa de vocês, só isso... – deu de ombros e agora ela e Eleanor estavam chorando.

Els veio praticamente correndo até Sam e as duas se abraçaram ainda chorando e, depois, rindo.  

Os dois tiveram a primeira dança (a musica era Just The Way You Look Tonight, e Samantha chorou mais um pouco).  Assim que acabaram, musica de verdade começou a tocar e a festa começou.

- o que você estão fazendo? – perguntei.

Sam e Ash estava pegando alguma coisa debaixo da mesa discretamente e rindo. Em um movimento rápido vi as duas trocando os saltos por chinelos de dedo.

- isso, meu caro, se chama “como aproveitar a festa de verdade” – Sam disse ainda rindo um pouco.

- há, não dá mesmo pra ver! – Ashley disse feliz depois das duas levantarem e conferirem se o chinelo podia ser visto por baixo dos vestidos longos.

Bateram nas mãos uma da outra e riram mais uma vez.

- caramba, vocês nem começaram a beber ainda, não quero ver como vão estar mais tarde... – Niall disse ao meu lado.

- nem eu quero ver, amor... – Ash disse dando um selinho do loiro e as duas saíram pela festa.

Consegui achar ela (algumas horas depois, tenho que ser honesto) dançando junto com Ash e Ellie, de uma maneira que me fez pensar se elas não tinham amor próprio, ou, pelo menos, um pouquinho de vergonha.

Riam como três crianças e eu sorri. Assim que me viu veio em minha direção.

- eu estava procurando você! – disse me olhando sorridente.

- eu estava ali no canto o tempo todo – apontei com a taça de champanhe para onde eu estava.

- bom, eu não estava te procurando, na verdade, só estava tentando parecer fofa – sorriu falsa e eu ri.

- os anos passam e você continua ridícula, é impressionante...

- e você continua insuportável – disse com as mãos na cintura e já ia sair quando segurei seu braço e a virei para mim, puxando-a até que eu estivesse encostado em uma das toras de madeira que sustentavam o tablado, e ela encostada em mim.

Coloquei uma mexa de seu cabelo atrás da orelha e sorri antes de juntar nossos lábios em um beijo tranquilo.

- eu realmente nunca os vi tão felizes... – disse ao se virar, encostar as costas em meu peito e encarar Ellie dançando com Lou.

- e eu achei – disse passando as mãos por sua cintura – que eles nem iam achar tanta coisa assim, depois de quase dois anos de noivado...

- eu também pensei – disse com um risinho – quer dizer, sabia que eles iam estar felizes, mas não imaginei isso tudo.

- eles eram praticamente casados já – dissemos juntos e rimos logo depois.

- quando eu casar...

- nós casarmos... – interrompi-a e ela deu uma risadinha.

- enfim... – olhou para cima para conseguir me ver – eu quero uma coisa bem simples

- simples? – disse quase não acreditando.

- é, simples. Porque aí, não vou ter que gastar quase dois anos juntando dinheiro e arrumando tudo igual eles fizeram... – deu de ombros – quero dizer, ficou tudo maravilhoso hoje, mas pelo menos eu vou poder casar rapidinho – disse sorridente e eu apertei-a em meus braços.

- é um pensamento interessante...

- eu sei – disse e riu – e eu quero luzes...

- luzes? – perguntei com a sobrancelha levantada.

- é, luzes, você sabe, igual aquelas que têm no filme “Enrolados” – disse me olhando de soslaio.

- você tá falando sério? – ela tinha dito que queria essas “luzes” no casamento no dia em que vimos o filme, anos atrás, mas achei que ela estava brincando.

- não, Liam, eu tô mentindo pra você – suspirou de uma forma que me fez imaginar que estaria revirando os olhos.

- tudo bem. Simples, luzes flutuantes... o que mais? Estou anotando – disse rindo.

- não sei, só pensei isso... – deu de ombros com uma risadinha.

Louis e Ellie dançavam calmamente no meio da pista, mesmo que a música fosse animada. Ele estava com as mãos na cintura dela, e ela com os braços enrolados no pescoço dele; a cabeça em seu peito.

- arg! – Sam grunhiu e se virou para mim – vou parar de olhar para eles antes que comece a chorar de novo – afundou o rosto em meu peito e eu ri.

- tudo bem – disse levantando seu rosto com o dedo – todo mundo chora em casamentos – sorri e lhe dei mais um beijo.

SAMANTHA'S POV

Cheguei em casa depois de ter dado uma volta na cidade com Ash.

 O casamento de Ellie e Lou tinha sido dois dias antes, e eles estavam aproveitando sua lua de mel em alguma praia da América do Sul.

Peguei as cartas que tinham sido deixadas na porta e entrei.

- mamãe, mamãe, Robin, mamãe, Robin... - sussurrava enquanto passava carta por carta - banco, banco... Pra mim? - perguntei incerta ao ver um envelope bege com meu nome escrito em uma caligrafia um pouco torta.

Deixei o resto das cartas em cima da mesinha da sala e fui abrindo o envelope à medida que subia a escada em direção ao meu antigo quarto (que continuava do mesmo jeito).

Tinha apenas um CD lá dentro, com a frase "toque-me" escrita na mesma caligrafia do envelope. Senti-me parte de "Alice no país das maravilhas" e dei uma risadinha.

Estava tão melada da caminhada pela cidade, que resolvi tomar uma banho antes de ver o que estava dentro do CD.

Andei até o banheiro e tomei um banho gelado, colocando meu pijama (uma calça branca com desenhos de carneirinhos pretos e estrelinhas, e uma camisa preta) mesmo que ainda fosse por volta das 4 da tarde. Podemos dizer que eu seguia a concepção de que se não ia mais sair de casa, poderia colocar pijama, seja a hora que fosse...

Prendi meu cabelo em uma trança embutida enquanto esperava o computador ligar, e então sentei na cama, colocando o CD no notebook.

Dei play um pouco apreensiva e demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo.

A pessoa filmando demorou um pouco, mas enfim focou em mim e em Liam, na nossa versão 15 anos, sentados em um banco no que parecia ser uma festa.

- olha só se não é o casal 2010! - Ellie, pude perceber pela voz, disse se aproximando.

- sai Els - eu disse

- Eleanor, você credita que sua amiga não quer acreditar em mim? - Liam parecia realmente ofendido e eu dei uma risadinha olhando a cena. Minha versão do vídeo apenas revirou os olhos.

- não é que eu não acredito, idiota, é só que...

- "que" o quê? -  Liam disse e eu podia ver que segurava um sorriso.

 Suspirei e então a voz de Eleanor soou de novo.

- será que eu posso entender o que tá acontecendo?

- eu estava falando com a versão Styles feminina aqui, que podíamos casar um dia e ela não está acreditando!

Fora do vídeo, meu eu sentando na cama cobriu a boca com a mão, parecendo entender o que estava acontecendo.

- Samantha! Propostas assim a gente não contesta, a gente só concorda! - Ellie disse atrás da câmera, parecendo realmente nervosa.

- você não entende, Sammy - Liam disse colocando uma mexa de meu cabelo atrás da orelha - eu vou casar com você um dia. Pode até não acreditar, mas vai acontecer - disse com um sorrisinho e me deu um selinho.

- você está bêbado, Liam - disse rindo e ele deu de ombros.

- dizem que o que é dito bêbado, é pensado sóbrio... - me deu mais um beijinho e a tela ficou preta.

Fiquei congelada na mesma posição por alguns minutos; minha mão ainda cobrindo minha boca. Procurei o envelope e assim que encontrei olhei para ver se tinha mais alguma coisa escrita.

Na parte de trás, achei um endereço. Dizia “Correan Street, St. Judes”. Era uma rua e um bairro, já era um lugar por onde começar.

Calcei meu all star branco, que foi o primeiro sapato que vi na frente, peguei as chaves do carro e digitei no google maps pela rua específica.

Liguei o carro rapidamente e comecei a seguir pela rota que meu celular indicava, rezando para que aquilo não fosse mais uma piadinha dos meninos.

Demorei uns quinze minutos para chegar no endereço.

Era uma rua sem saída e, por um segundo, cogitei voltar para casa. Mas, bem no final da rua, pude ver o carro de Liam estacionado e  segui em frente.

Parei atrás dele e desci do carro. Rodei, procurando-o, mas achei apenas uma pequena trilha, bem na frente de onde seu carro estava parado, e decidi segui-la.

Andei alguns metros, tropecei em alguns galhos, mas finalmente cheguei ao final da trilha, que dava para um campo aberto, que percebi, segundos mais tarde, ser um penhasco, ou, pelo menos, uma montanha muito alta.

Liam estava parado na ponta, onde o chão terminava e o abismo começava, de costas para mim.

Segurava um enorme buquê de flores e parecia perdido em pensamentos.

- Liam? – ele se virou para mim com um sorriso e então começou a rir.

Só naquela hora percebi que ainda estava com meu pijama de carneirinhos, tamanha a minha pressa para sair de casa.

- então você encontrou meu bilhete... – disse e veio andando em minha direção.

Meu coração batia forte contra meu peito e me perguntei se ele podia escutá-lo mesmo àquela distância.

- encontrei – disse sorrindo e dei alguns passos em sua direção, deixando-nos parados no meio do campo.

- eu estava na esperança de você achar a tempo – disse me estendendo o buquê e me dando um longo beijo na bochecha.

- a tempo? – perguntei sorrindo, mas confusa.

- sim – disse parando atrás de mim e, então, sussurrando em meu ouvido – a tempo de ver isso – levantou meu rosto para além do fim da montanha-penhasco, onde um pôr-do-sol espetacular acontecia.

- uau... – foi tudo o que consegui dizer, olhando aquela maravilha de Deus à minha frente – foi pra isso que me trouxe aqui? – perguntei depois de alguns minutos e pude ouvir ele soltar uma risadinha pelo nariz.

- na verdade, não – virei-me para ele, ainda segurando o buquê – na verdade é pra fazer uma coisa que eu já devia ter feito há algum tempo – abriu um sorriso lindo.

Liam começou a ajoelhar na minha frente e eu me peguei fechando os olhos, como se não acreditasse que aquilo estivesse acontecendo. Respirei fundo, coloquei uma mexa de cabelo que caía atrás da orelha e abri os olhos.

Abaixo de mim, ajoelhado e escondendo alguma coisa entre as mãos, estava Liam. Passou a língua pelos lábios, como fazia quando estava nervoso para falar em público e me olhou, ainda sorridente.

- Samantha Stlyes... – começou a dizer e eu olhei para cima, piscando os olhos mil vezes em uma tentativa de segurar as lágrimas. Ele riu e, quando voltou a falar, estava com aquele tom de riso à medida que deixava as palavras fluírem – será que você me dá a honra de casar comigo?

Abriu a caixinha preta, revelando um anel com seis pedrinhas brilhantes, dispostas de forma a imitarem uma pequena flor.

- sim – disse já com algumas lágrimas fugindo dos olhos e ele pôs o anel em meu dedo – mas é claro que sim!

Levantou-se e segurou meu rosto entre as mãos, fazendo carinho em minhas bochechas antes de juntar nossos lábios em um beijo calmo.

Quebramos o beijo com uma risada e ele encostou a testa na minha, ainda sorrindo.

- era para eu te pedir no dia do casamento de Lou, mas eu dormi de mais e perdi a hora de ir à sua casa – disse e eu soltei uma risada.

- espera – disse de repente me lembrando de Ellie quando eu cheguei na casa de sua avó “você está atrasada, mas não tem problema porque...” – é por isso que Ellie disse que não tinha problema eu estar atrasada? Porque ela achava que meu atraso era por você ter me proposto? – ele balançou a cabeça concordando.

- tive uma pequena falha na parte de avisar para as pessoas que o plano tinha falhado – disse parecendo realmente preocupado e eu sorri, beijando-o mais uma vez.

- como você sabia que eu estava vindo? – perguntei curiosa. Não era possível que ele tivesse me esperado lá a tarde toda.

- eu sabia que alguma hora você ia vir e, quando essa hora chegou, eu senti... – deu de ombros e eu o encarei por alguns segundos, até que soltou uma gargalhada, acabando com todo o romantismo falso – eu pedi para Ash me avisar quando vocês estivessem indo para casa – deu de ombros e eu ri.

- os anos passam e você continua ridículo, é impressionante... – repeti sua frase de dois dias atrás e ele sorriu.

- eu te amo – disse, pela primeira vez parecendo sério de verdade naquela tarde.

- eu também te amo – disse sorrindo – muito – como eu não conseguia parar de sorrir ao final de cada frase, eu o fiz mais uma vez.

O sol continuava a descer no horizonte, em uma mistura de tons alaranjados, vermelhos e rosas que deixavam o momento ainda mais deslumbrante e parecido com um sonho.

Um sonho que, por mim, não acabaria nunca mais.

*****

- Peter! – gritei mais uma vez da ponta da escada e respirei fundo.

A pergunta que não queria se calar era: onde estavam as cadeiras daquela casa quando eu precisava delas?

- calma, ainda temos meia hora para chegar lá no horário – Liam disse aparecendo na porta da cozinha.

- eu não sei você, mas estamos com fome... – disse sem nem ao menos olhar para ele, mas pude escutar sua risadinha.

- aqui, senta um pouco – disse aparecendo com uma cadeira atrás de mim.

Eu simplesmente amava o fato de que, não importava quantos anos passavam, eu e Liam conseguíamos continuar lendo a mente um do outro tão facilmente como páginas de um livro.

Olhei para o relógio mais uma vez e suspirei.

- Peter Styles Payne! – gritei ao me levantar – se você não descer agora pode esquecer o fim-de-semana acampando com seu tio!

Aquelas eram realmente palavrinhas mágicas: em menos de dois minutos o menino apareceu no topo da escada, tentando descer, abotoar a camisa e arrumar o cabelo ao mesmo tempo.

Parou à nossa frente.

- vamos? – disse e fungou. Estava resfriado.

- eu vou só na cozinha pegar seu remédio e então vamos – sorri e passei a mão em seus cabelos.

Demorei alguns minutos até achar a caixinha no armário e, quando voltei até a sala, Liam segurava Peter de cabeça para baixo, jogando o garotinho de 4 anos para cima e para baixo como um saco de batatas, enquanto o pequeno ria.

- Liam! Você vai deixar ele todo amarrotado!  – disse chegando perto e me abaixando para arrumá-lo quando o botou no chão.

Era igual Liam, como uma miniatura do pai, com uma única diferença: os olhinhos verdes brilhantes que tinha puxado de mim.

- desculpa, mãe – os dois disseram juntos e eu sorri.

Fiquei na ponta dos pés (ainda tinha que fazer isso) para dar um beijinho em Liam e Peter fez um barulho de vômito em algum lugar abaixo de nós.

- já falei que isso é nojento! – disse apontando para nós – pai, ela é menina! – disse em tom de sussurro e eu escondi meu rosto no ombro de Liam, oprimindo um sorriso.

- eu sei, meninas são tipo blarg – os dois disseram a ultima palavra juntos enquanto faziam uma careta.

Fomos até a garagem e entramos no carro, indo em direção à casa de Ellie, onde seria a festa de natal.

Tínhamos nos casado há cinco anos, em uma cerimonia simples e com luzes-flutuantes no final, assim como tinha confidenciado a Liam que queria. Mesmo com a simplicidade, tinha sido simplesmente perfeito.

Tínhamos voltado para a cidade de nossos pais e compramos uma casinha há três quarteirões do centro. Ellie estava apenas a quatro quarteirões e meio de distância, Harry era praticamente um vizinho, morando a dois quarteirões com Izzy, a loira mais simpática que já tinha conhecido. Niall e Ash, moravam perto da antiga casa no loiro e Zayn estava em um apartamento em frente a pracinha do fabuloso cachorro quente do Ed.

Passei, inconscientemente, a mão pela barriga e Liam pegou minha outra mão, que estava repousada na coxa. Sorriu para mim, desviando os olhos da rua por alguns segundos e eu sorri de volta.

Chegamos na casa de Eleanor, depois de passar na padaria para comprar refrigerantes,  e todos já estavam lá.

- olha só quem chegou – Harry disse jogando Peter para cima.

- mas que mania de achar que criança é brinquedo! – disse chegando perto dele, mas Peter já tinha saído correndo.

- feliz natal, caçula – Harry disse dando um beijo em minha testa e cumprimentando Liam logo depois.

Gritei Peter perguntando se já tinha dado oi para todos, mas o som do joguinho de Jordan abafou minha voz, e cheguei à conclusão de que ele não iria me escutar.

Encontrei o loiro com um avental tirando um peru enorme do fogão, enquanto as garotas, Zayn e Lou estavam sentados na mesa tomando vinho.

- eu espero que isso esteja pronto, Horan – disse antes de mais nada e ele virou para mim.

- estou começando achar que você não tem comida em casa. Liam, cara, vamos dar um jeito nisso, não é? – abriu os braços e Liam riu.

- eu não sei se você lembra, mas estou comendo por três – disse passando a mão pela barriga institivamente – só a comida lá de casa não dá – sorri e entrei na cozinha, dando um abraço em todos.

- tia! – Lauren disse assim que me viu sentada – você não esqueceu de pedir meu presente que o papai noel vai deixar na sua casa, não é? – mastigava a saia do vestido de florzinhas e me olhava com os olhinhos brilhando.

- mas é claro que não – disse à pessoinha de três anos à minha frente, tão parecida com Ellie que as vezes me assustava – e você acha que ele vai esquecer uma menininha linda como você? – disse fazendo cosquinhas em sua barriga e escutando sua risada gostosa.

- eu disse que ela não tinha esquecido,  Jordan! – saiu gritando o irmão mais velho – eu vou ganhar o castelo da Barbie Rapunzel e você vai ver! – olhei assustada para Liam.

- castelo? – perguntamos juntos – eu achei que fosse só a Barbie Rapunzel – disse e Louis nos olhou com uma cara de quem diz “tanto faz, só ignorem”

- eu sou uma péssima madrinha – disse rindo.

- ela não vai nem lembrar do castelo, relaxa... – Eleanor disse e Niall anunciou que o jantar estava pronto.

Como não cabíamos todos na mesa, sentamos espalhados pela sala: as crianças com os pratos na mesinha de centro e nós nos sofás e cadeiras. Sorri ao ver que, mesmo não cansando se falar que odiavam a garota, Jordan servia refrigerante para a irmã, enquanto Peter a ajudava a misturar o arroz com o feijão.

Como sempre, conversamos sobre tudo e nada, coisas que importavam e também as super avulsas e relevantes.

As crianças corriam entre nós. Liam estava com o braço em volta do meu ombro enquanto eu passava levemente a mão em minha barriga redonda de seis meses. Naill abraçava Ash por trás encostado na parede. Louis segurava na mão de Eleanor. Harry fazia carinho na perna da esposa. Zayn contava sobre a nova namorada.

E nós ríamos. Ríamos como sempre fizemos: como se nada que estivesse fora da porta importasse mais do que o que estava para dentro dela.

Os amigos são a família que não escolhemos, diziam. E eu podia concordar com aquilo, porque, para mim, era como se todos naquela pequena sala partilhassem o mesmo sobrenome.

E então, eu agradeci, mais uma vez, pelo meu pequeno paraíso. Porque aquilo era tudo que eu precisava no mundo.

Eu não precisava de mais nada...

***


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Notas finais do capítulo

BOOOOOOOOOOOOOOOOM, eu só queria agradecer TODAS vocês que leram!! eu percebi ontem que eu cheguei na casa de 100 leitoras e eu NUNCA imaginava isso tudo! eu sei que pode não parecer muito perto daquelas histórias que fazem muito sucesso, mas cara, é tipo, MUUITA GENTE PRA MIM hahahahhahaa.
MUITO OBRIGADA DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO POR TUDO HAHAHAHAHA. ver as coisas que vocês falavam nos comentários (vocês não acreditam o tanto que eu ria com as coisas que vocês escreviam de vez em quando hahaha), nas indicações (que pra quem não esperava receber nenhuma, sair com tudo isso me deixa mais do que feliz), ver o número de leitoras e de favoritos crescendo... como eu sempre digo, PODE PARECER CLICHE, mas eu juro por Deus que eram essas coisas que me faziam continuar a escrever quando me dava preguiça, quando eu pensava que não ia fazer falta pra ninguém se eu parasse, era isso que me fez fazer até o impossível pra cinseguir escrever e postar pra vocês ♥♥
ENTÃO, RESUMINDO, MUITO MUITO MUITO MUUUUUUITO OBRIGADA! EU TENHO CERTEZA DE QUE VOU SENTIR FALTA DISSO, DE VOCÊS, DAS COISAS ENGRAÇADAS QUE VOCêS FALAM, DOS SEUS MOMENTOS DE RAIVA DA HISTÓRIA QUE ME FAZEM RIR, DAS COISAS BONITINHAS QUE VOCÊS FALAM QUE ME FAZEM ME SENTIR UMA ESCRITORA DE VERDADE HAHAHA E EU SÓ PERCEBI QUE EU VOU SENTIR SAUDADE ASSIM AGORA.... FGCDJHBLAKNMÇAM~PA,~,LAJSBADBJ
enfiiim, obrigada! é tudo o que eu consigo dizer.
obrigada por me dar esse gostinho do que é ser uma escritora ♥
(espero não ter cagado nesse final hahahahaha)