Daughter Of Evil escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 3
Bem vinda a Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Eu estou tão feliz com os reviews que apareceram. É isso que me motiva a escrever. Falarei mais nas notas finais, boa leitura, espero que gostem!



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 - Está logo ali a plataforma nove! – apontei animada para a placa logo à frente.

  Apenas Edward e Carlisle vieram comigo até Londres. Como a viagem foi de última hora, não havia passagens suficientes para todos, e por isso tive que me despedir dos outros mais cedo. Confesso que quase desisti da ideia de ir para Hogwarts.

  Rose, que sempre foi uma mãe para mim, falou muitas coisas, me encheu de beijos e demorou a me soltar de um abraço. Pela primeira vez, vi Emmet ficar emocionado, a ponto de que se ele pudesse chorar, faria isto.

  Alice e Jasper, por incrível que pareça, foram os mais controlados. Digo isso, porque Alice é extremamente sensível e sempre foi minha irmã mais velha, uma fadinha delicada, logo havia muita chance de um drama. Jasper foi muito carinhoso e o vi relaxado, sem aquela tensão de ter que controlar seus sentimentos... Simplesmente deixou se levar por eles.

  Esme ao me abraçar, sussurrou ao meu ouvido para que eu nunca se esquecesse de onde tinha vindo, que eles me amavam muito, e que sempre quiseram o melhor para mim. Ao dar o último adeus, não consegui controlar as lágrimas e todos vieram me abraçar novamente.

  Agora estávamos nós ali, tentando encontrar a tal plataforma mágica que Hagrid havia nos falado, que ficava entre as plataformas nove e dez.

  - Aquela garota é uma bruxa. Vamos atrás dela, assim encontraremos a barreira mágica – Edward falou.

  Era uma menina de cabelos castanhos e de estatura mediana. Não estava acompanhada pelos pais, mas isso não parecia importá-la. Olhou para o lado, nos encontrou e ficou deslumbrada com Edward. Ao ler os pensamentos dela, ele sorriu debochado e virou para ela dando seu sorriso torto. Nervosa e alegre seguiu em direção a uma parede e rapidamente entrou nela.

  - Ela entrou na parede vocês viram? – falei animada – Vamos!

  Puxei o malão com cuidado para que a gaiola de Esme não caísse. Fomos até a parede que ela havia entrado e percebi que Carlisle e Edward haviam parado.

  - Ei o que foi? Nós temos que ir.

  - Nós não Aly, você. Não podemos passar daqui – Carlisle falou calmamente.

  - Quer dizer que vocês não vêm? Eu... – respirei fundo para segurar, de novo, as lágrimas.

  - Aly... Não fique assim. – Edward falou me abraçando – Está na hora, você sabe. Olha não se esquece da sua promessa. Daqui alguns meses nós nos vemos.

  Eu o abracei forte, encostando meu rosto em sua camisa, sem me importar de que as lágrimas a molhariam. Depois de um tempo, nos soltamos, e eu caí nos braços de Carlisle.

  - Aly me perdoa por nunca ter te contado a verdade. Eu te amei desde o primeiro momento que a vi e não foi diferente com os outros. Você sempre será uma Cullen, independente de qualquer coisa.

  - Não peça desculpas vô. Afinal minha mãe fez algo bom... Me deu a vocês.

  Ele sorriu e deu um beijo demorado na minha testa. Edward bagunçou meu cabelo e abriu um lindo sorriso quando dei um beijo em seu rosto. Acenei para eles, segurei meu malão e sem pensar mais, entrei na parede.

  A plataforma 9 ¾ não era diferente das demais plataformas da Estação de King Cross. Exceto pela imensa locomotiva parada nos trilhos, com uma plaquinha escrita: Expresso de Hogwarts. Havia estudantes, pais, malões, galoias, sapos, ratos e gatos para todos os lados, todos indo em direção a entrada do trem. Segui a multidão e em alguns minutos já estava no extenso corredor.

  Quando o Expresso de Hogwarts começou a se movimentar eu ainda estava parada na porta em que havia entrado. Completamente deslumbrada com todas aquelas novidades. Segui pelo corredor a fim de encontrar uma cabine, mas todas já estavam ocupadas com olhares curiosos e às vezes arrogantes que me acompanhavam à medida que eu andava.

  - Feijões mágicos! Sapos de chocolate! Diversas guloseimas venham conferir!

  Gritava uma senhora enquanto deslizava pelo corredor com um carrinho repleto de doces. Ela passou por mim e me cumprimentou com um sorriso. De repente, saiu de uma cabine um garoto ruivo, que corria ao encontro da senhora e por estar desesperado, não notou minha presença e trombou comigo. Quando ele caiu, eu notei o quão imbecil estava sendo. Em fração de segundos, joguei-me no chão, para dar a impressão de que era uma simples humana que tinha caído com o impacto. 

  - Oh meu Deus, eu sinto muito, você se machucou? – ele esticou a mão para mim.

  Seus olhos eram azuis claros contrastando com o vermelho vivo de seus cabelos e o branco de sua pele. Segurei em sua mão e me levantei, arrumei a gaiola de Esme que por causa do susto, não parava de piar.

  - Ela está um pouco nervosa né? – ele olhou para Esme – Você ainda não arrumou um lugar pra sentar e guardar seu malão? – disse ao levantá-lo do chão.  

  - Não, todas as cabines estão cheias. – sorri sem graça. – Ei Esme, tudo bem, tranquila, shiu. – acariciei sua cabeça tentando acalmá-la.  

  - Vem sentar com a gente. Aliás, sou Ronald Weasley, Rony – sorriu para mim.

  - Alyssa Cullen – sorri também.

  Ele segurou meu malão e eu o segui com a gaiola pelo corredor até uma cabine onde estava um garoto e uma garota. Esta tinha os cabelos castanhos claros ondulados e os olhos mais escuros. Enquanto aquele tinha um cabelo preto desalinhado, que caía um pouco sobre os profundos olhos azuis, cobertos com um óculos redondo na qual a armação escondiam uma cicatriz em forma de raio.  Assim que Rony abriu a porta, os dois viraram para nós.

  - Ei gente essa é a Alyssa. Eu a encontrei no corredor, todas as cabines estão ocupadas então pensei que ela podia ficar aqui.

  - Claro, está tudo bem. Sou Hermione Granger – a garota estendeu a mão para mim e eu a apertei.

  - Eu sou Harry Potter – sorriu para mim e eu retribuí.

  Eles me ajudaram com o malão colocando-o em cima dos bancos. Eu sentei em um de frente pra eles e coloquei a gaiola de Esme ao meu lado.

  - É uma coruja linda, qual é o nome dela? – Hermione perguntou.

  - Esme. É uma homenagem para minha avó. Aliás, essa também é uma coruja muito linda.

  Comentei ao observar uma coruja totalmente branca de olhos dourados dentro de uma gaiola.

  - É minha, é a Edwiges. Ei nós nunca vimos você, de que casa é? – Harry falou.

  - Bom, é meu primeiro ano em Hogwarts – respondi sem graça.

  - Uau você não parece ter só onze anos – Rony comentou.

  - Tenho 16. Dumbledore abriu uma exceção para mim.

  Eles se entreolharam e depois sorriram para mim.

  - Você acabou de entrar pra história! A primeira garota que entrou no sexto ano de Hogwarts! – Hermione falou animada.  

  Nós começamos a rir e depois continuamos a conversar. Eles eram pessoas muito legais e fiquei feliz de tê-los encontrado. Até Hogwarts conversamos sobre diversos assuntos. Fiquei sabendo sobre a vida deles e eles da minha, me contaram sobre segredos, lugares, aulas, professores da escola e de aventuras que tiveram lá nesses seis anos. Não contei a eles sobre meus pais biológicos e achei melhor assim. Para eles eu era filha de Rosalie e Emmet, Alice e Edward eram meus irmãos, Jasper irmão de Emmet, Carlisle e Esme meus avós. Com eles me senti confortável e acolhida e gostava daquela sensação.

  Quando o trem desembarcou em Hogwarts, já estávamos devidamente vestidos com o uniforme da escola. Pegamos nossos malões e animais de estimação e fomos para a saída.    Logo na descida, encontramos ao longe Hagrid com um sorriso enorme.

  - Ei Hagrid – os três gritaram.

  Ele veio ao nosso encontro e nos puxou para um abraço em conjunto.

  - Então parece que vocês se conhecem – Hermione comentou sorrindo.

  - Mas é claro que conheço a Aly! Fui eu que a convenci a vir para cá.

  - Coitado do livro Hagrid, você não pode levar todo o crédito – disse sorrindo.

  Ele nos soltou do abraço e Hermione olhou espantada para mim.

  - Espera ai, você leu Hogwarts, uma história?

  - Sim, eu li. Hagrid comprou pra mim, é fantástico!

  - Eu também! – ela comentou animada – Vamos ter tanto o que conversar.

  Ela saiu me puxando pela mão em direção aos barquinhos iluminados que seria o transporte para cruzar o rio e chegar até o castelo. Assim que sentei no mesmo barco que Rony, Hermione e Harry, parei para observar a magnífica construção.

  As luzes incidiam de todos os cantos do castelo, deixando-o profundamente iluminado e maravilhoso. Era grande já que tinha diversos andares, janelas, e torres, assim como o livro havia descrito.

  À medida que o barco chegava ao outro lado, eu comecei a ficar muito nervosa. Minha mão não parava de tremer e havia um terrível frio no meu estômago. Harry me ajudou a sair do barco e seguimos em direção ao castelo.

  - Ei não fica nervosa, vai dar tudo certo. O Chapéu Seletor não é tão feio assim – Harry me confortou.

  Nós rimos e seguimos Rony e Hermione que estavam na frente. Dentro do castelo, percebi que o livro havia descrito bem, mas ao vivo era ainda melhor. Com lustres enormes e uma decoração rebuscada e antiga, muitas escadarias e paredes altas repletas de quadros que se mexiam. Hermione ia me mostrando e contando sobre várias coisas daquele maravilhoso castelo.

  Separamos assim que chegamos à porta do salão comunal. Tive que me juntar aos alunos do primeiro ano que seriam selecionados pelo Chapéu Seletor. Misturar e me tornar invisível ali, foi difícil. Os alunos do primeiro ano me observavam com curiosidade e conversavam baixo com seus amigos, espantados por eu ser mais velha.

  - Olá, você deve ser Alyssa.

  Me virei e encontrei uma mulher de cabelos grisalhos cobertos pelo chapéu pontudo, com olhos extremamente azuis. Pelas vestes e feições deduzi ser uma professora, estendi minha mão para ela e sorri:

  - É sou eu sim.

  - Sou a professora Minerva Mcgonagall – disse apertando minha mão – Vamos alunos, está na hora.

  Ela abriu a porta do salão comunal e eu segui a multidão de alunos novos. Naquele momento percebi que tentar me camuflar perto dos alunos do primeiro ano tinha sido uma tarefa fácil. Cruzar todo o salão, seguida pelos olhos curiosos de todos os alunos da escola, é que realmente foi uma tarefa extremamente difícil.

  Foram terríveis e longos os minutos em que esperei para o Chapéu Seletor me chamar e acabar com todo aquele tormento. Infelizmente eu fui à última aluna a ser escolhida. Sentei devagar no banquinho de madeira, tentando não encarar as pessoas que preenchiam o salão comunal. A professora Mcgonagall colocou o chapéu em minha cabeça e pensei na última casa a qual eu queria entrar: Sonserina. No livro, dizia que desta casa, saiu alguns bruxos das trevas.

  - Ah Sonserina não... Porque? Você tem características que serão muito valorizadas por esta casa – assustei ao ouvir sua voz e perceber que tinha lido meus pensamentos.

  Eu não sou má. Quer dizer, o fato de ser filha de um bruxo das trevas me faria ser uma pessoa malvada?

  - Você é perseverante e ambiciosa e não saiu apenas bruxos maus desta casa. Mas pensando bem, essa não é sua casa. Vejo que a melhor escolha é: GRIFINÓRIA!

  Sorri ao ver que a mesa da Grifinória havia se levantando e batiam palmas pela escolha do Chapéu Seletor. Suspirei aliviada, pois meus amigos também eram dessa casa. Segui, um tanto apressada, até a mesa deles e fui recebida calorosamente.

  - Ei Aly, essa é minha irmã Gina, e esse é Neville.

  Rony disse apontando para um garota ruiva e um garoto de cabelos escuros que sorriram para mim.

  - Oi, eu sou Alyssa.

  - Bem vinda a Grifinória Alyssa – Gina sorriu.

  - E ah, você esqueceu Rony. Aquela é Luna, ela é da Corvinal – Hermione apontou para uma menina loira que sorriu para nós.

  - Depois que Dumbledore falar, vai ser minha hora preferida – Rony comentou.

  - Não repare. Ele passa as férias inteiras desejando esse momento. – Harry falou.

  Sorri e olhei para Alvo Dumbledore que chamava a atenção dos alunos. Era um senhor de cabelos e barba brancos e longos, que tinha olhos confortadores cobertos por óculos de meia lua que ficavam repousados sobre o nariz. Ele falou sobre uma mudança de professores.

  Severus Snape seria o novo professor de defesa contra artes das trevas, o que deixou meus amigos um tanto magoados, e que Horácio Slughorn o substituiria em Poções. Finalizou nos avisando sobre os perigos que rondavam o mundo lá fora, que um bruxo chamado Voldemort estava solto e que era necessário ter muito cuidado.

  - E nunca se esqueçam de que a maldade muitas vezes não está na intenção de quem fala, mas na mente de quem escuta.

  Fiquei com a impressão de que ele tinha dito isso para mim, afinal disse essa sábia frase olhando em meus olhos. Logo depois estalou os dedos e nossa mesa ficou repleta de diversas comidas humanas e os alunos começaram a se esbaldar.

  - Você não vai comer? – Rony perguntou já de boca cheia.

  - Vou, é claro que vou – respondi sem graça.

  Por ser meio vampira eu podia me alimentar com comida humana. Mas por sempre conviver com vampiros tinha me acostumado a caçar e me saciar com sangue animal. Analisei os pratos fartos e busquei por algo que fosse mais agradável. Acabei ficando com um pedaço de torta de abóbora e um pouco de água.

  A sala comum da Grifinória era fantástica. Decorada com objetos antigos, uma lareira, sofás e poltronas, e tudo isso com as cores da casa que eram vermelho e dourado. Havia um dormitório masculino e feminino, com duas escadas que os separavam. Conheci muitas pessoas e ficamos um tempo conversando e nos divertindo em frente à lareira.

  Já era tarde quando eu e Hermione subimos para nosso dormitório. Felizmente, minha cama era ao lado da dela e ficamos deitadas conversando enquanto as outras garotas faziam uma pequena guerra de travesseiros.

  - E então, o que achou de Hogwarts?

  - É surreal Hermione. O salão comunal, essa casa, as pessoas, é tudo tão maravilhoso.

  - Não é? Nós vamos te mostrar tudo amanhã. Nossa primeira aula é de Defesa Contra as Artes das Trevas... Costumava ser legal sabe, mas acho que com o professor Snape, não vai ser tão bom assim.

  - Por quê? Vocês parecem não gostar muito dele. 

  - Não confiamos muito nele. Digamos que ele não faz parte do time de “professores agradáveis”. Mas ele finalmente conseguiu o que queria, talvez deixe de ser tão amargo.

  - O que ele queria?

  - Antes ele era professor de Poções, mas sempre quis ser professor de artes das trevas.

  - Você tem razão. Talvez ele seja mais doce agora.

  Fiquei por um momento imaginando aquele sério homem de cabelos negros praticando atitudes doces e sensíveis. Não fazia muito o estilo dele, por isso não demorou para que começássemos a rir.

  - Não consigo imaginar o Snape sendo doce – Hermione disse rindo.

  - É nem eu... Hermione posso te perguntar uma coisa?

  - Claro Aly.

  - Dumbledore falou sobre um tal de Voldemort...

  - Ele é o maior poderoso bruxo das trevas de todos os tempos. Sabe os pais do Harry? Foram mortos por ele. Ele matou várias pessoas, mas só não conseguiu matar o Harry.

  - Ele parece ser muito ambicioso...

  - E é. Anseia pela imortalidade e em ser o bruxo mais poderoso de todos. Para isso precisa matar Dumbledore e cometer sua principal vingança: matar o garoto que sobreviveu.

  - Isso é horrível.

  - É sim, mas estamos protegidos aqui. E Harry é muito corajoso, além de ser um dos bruxos mais talentosos que eu já conheci. Agora vamos dormir, temos muito que fazer amanhã.

  - Claro. Boa noite Hermione.

  - Pode me chamar de Mione, Aly. Boa noite.

  Por mais que estivesse cansada, demorei muito tempo para dormir. Fiquei lembrando o que Hagrid havia respondido sobre meu pai, e minha conversa com Hermione sobre Voldemort. Algumas coisas se encaixavam e se assemelhavam, mas ele não podia ser meu pai. Não fazia sentido algum. Amanhã eu irei à biblioteca, deve ter algum livro que fale sobre esse poderoso bruxo das trevas.

***

  - Abram seus livros na página 7. Vamos aprender hoje sobre o feitiço silenciador. Façam duplas e treinem com seus parceiros. A pronúncia é fundamental: Silentiu!

  Harry e eu formamos uma dupla. Logo atrás de nós estava Rony e Hermione. Olhei no livro a explicação do feitiço e apontei a varinha para Harry, pronunciando logo depois o nome do feitiço. Uma luz azul emanou de minha varinha e atingiu a garganta dele, e então o vi ficar sem voz. Ele sorriu para mim e em alguns minutos o efeito já havia passado. Harry fez o mesmo, e o feitiço foi um completo sucesso.

  - Srta. Cullen – a voz grave do professor soou no fim da sala.

  Virei-me para ele e dei um sorriso sem graça, afinal ainda estava sem voz. Ele apontou a varinha para mim e em fração de segundos já podia falar novamente.

  - Sim professor Snape? – tossi um pouco depois de falar.

  - Venha até aqui, por favor.

  Fui devagar até o fim da sala guiada por todos os olhares dos alunos. Snape deu a eles um olhar sério e logo voltaram a treinar os feitiços.

  - Então você é a famosa aluna que já desrespeitou as regras da escola – comentou sarcasticamente.

  - Não desrespeitei as regras da escola. Dumbledore abriu uma exceção para mim.

  - E parece que você faz juz a exceção. Se me permite dizer, para uma novata em magia você exerceu um feitiço avançado com muita maestria.

  - Muito obrigada professor Snape.

  - Estranho é porque seus pais só resolveram deixá-la vir para Hogwarts agora.

  - Eles não são bruxos professor.

  - Então não são seus pais.

  - Não são os biológicos, mas com todo o respeito professor, não é do meu interesse saber quem são eles agora. Pouco me importa de onde veio essa minha magia.

  - Deveria importá-la. Seus pais devem ter sido bruxos muito talentosos pra você ser assim.

  - É meu pai. E não me importo com ele. E eu gostaria de pedir que não tocasse nesse assunto novamente professor.

  - Dumbledore gostaria de vê-la na sala dele, agora.

  Estranhei ao ver que ao falar essa frase, ele aumentou sua voz, de modo que todos os alunos olharam para mim e começaram a cochichar.

  - Não sei onde é a sala dele – falei baixo.

  - Malfoy, venha até aqui!

  O garoto de cabelos dourados que havia me encarado durante toda a aula, veio até nosso encontro. Ele tinha olhos profundos e devastadores, terrivelmente azuis. Com um sorriso perigoso e ao mesmo tempo doce não parou de me olhar um só minuto durante todo o percurso.

  - Leve a Srta. Cullen até a sala de Dumbledore.

  - Claro professor Snape.

  A voz dele era grossa e macia. Seguiu para fora da sala e eu o acompanhei evitando olhar para trás e encontrar os olhos negros de Snape novamente.

  - Você é a famosa novata?

  - Parece que sou... Não sabia que já era tão famosa assim – respondi sem graça.

  - Impossível você não ser famosa. Essas paredes já cansaram de ouvir sobre sua beleza.

  Evitei olhar para ele, pois eu começava a corar. Percebi que seus olhos estavam sobre mim e continuei observando o chão por muito tempo.

  - Desculpa se te deixei constrangida... Não foi minha intenção.

  - Tudo bem, sem problemas.

  - Fui muito grosso, parece que você não gosta de ser tratada como “famosa”. Perdão, sou Draco Malfoy – ele parou e estendeu a mão para mim.

  - Sou Alyssa Cullen. Uma simples aluna do sexto ano – sorri e apertei sua mão.

  - Com toda certeza, assim como eu. Sou da Sonserina.

  - Grifinória.

  - Bom, estamos quase chegando e eu vou ter que voltar para a aula. Vi que você é fantástica e realizou o feitiço hoje com perfeição. Desculpe mas é que tenho dificuldade com essa matéria, talvez se você quisesse me ajudar...

  - Não sei se sou tão boa assim Draco. Talvez tenha alguém melhor. Me desculpe.

  - Tudo bem, eu não vou forçar. Tenho alguma chance de te encontrar no salão comunal?

  - É possível. Obrigada por me trazer aqui.

  - Imagina... A senha é “sorvete de limão”.

  Dei uma risada por causa da senha e vi-o ir embora. A sala dele era guardada por uma gárgula, que assim que eu falei a senha, começou a girar e revelaram-se algumas escadas. Quando as subi adentrei em uma sala redonda repleta de vários quadros de homens, que logo percebi que eram ex-diretores. Dumbledore estava sentado em uma grande cadeira, ricamente decorada, assim como a mesa a frente dele.

  - Sr. Dumbledore? Gostaria de falar comigo? – perguntei ainda na porta.

  - Claro Srta. Cullen, entre por favor.

  Entrei devagar e aproximei-me da sua mesa. Ele virou para mim e arrumou os óculos de meia lua em seus olhos.

  - Não tive ainda a oportunidade de falar com você. Sei que tudo é muito novo, e espero que já tenha conseguido alguns amigos.

  - Sim, eu tive a sorte de conhecer Harry, Rony e Hermione no trem.

  - Fico muito feliz, você realmente é uma garota de muita sorte. E como está sendo as aulas?

  - Minha primeira aula foi de defesa contra as artes das trevas e deu tudo certo – sorri animada.

  - Olha como você ainda não sabe alguns feitiços, pensei que seria bom se você conseguisse alguém que lhe ensinasse. Acho que Harry seria uma ótima escolha.

  - Eu adoraria diretor Dumbledore. Ficaria feliz de que fosse uma pessoa conhecida.

  - Harry também é um ótimo bruxo. Alyssa sei que parece difícil pra você no começo.

  - As pessoas me tratam como uma novata que teve muita sorte. Como uma aberração, sei lá.

  - Lembre-se que você só está aqui, não porque teve sorte, mas porque é muito talentosa. Não se importe com as opiniões alheias, porque haverá muita delas.

  - O chapéu seletor queria me mandar pra Sonserina. Eu li que muitos bruxos das trevas saíram de lá. Meu pai é um bruxo das trevas. Eu seria má porque ele é?

  Dumbledore abriu os pequenos olhos devagar. Levantou da cadeira e dirigiu-se até mim, tocou em meu ombro e deu um sorriso leve.

  - A maldade não está em seu sangue Alyssa. Você pode ser má, mas porque você quis ser assim. Ser filha de um bruxo das trevas não a faz uma bruxa das trevas, você pode ser o que você quiser.

  - Não quero ser má...

  - Sei que tem medo de ser assim, mas se você não quer ser, você não será. Lembre-se que você não é igual a ele. Compreendo você não querer conhecer seus pais biológicos, mas acho que isso seria importante.

  - Me desculpe diretor Dumbledore, mas eu não quero saber deles.

  - Ele pode se tornar um bruxo melhor. O amor transforma as pessoas Alyssa.

  - Isso não me importa. Eu não acho que eu deveria procurar alguém que me abandonou. E espero que me perdoe, mas eu gostaria que nós não falássemos mais disso diretor.

  - Você não pode fugir disto Alyssa. Mas tudo bem, eu respeitarei sua decisão. Conversarei com Harry, vocês começarão as aulas de feitiços amanhã. Está dispensada.

  - Obrigada diretor Dumbledore.

  Saí rápido da sala redonda e corri sem parar até chegar ao campo de quadribol. Rony e outros garotos treinavam em suas vassouras com uma espécie de bola e alguns tacos semelhantes aos de beiseboll. O campo tinha um formato oval e possuía de cada lado, duas "pequenas áreas" onde se encontravam três balizas ou aros, cada uma com aproximadamente 15 metros de altura. Sem perceber, caiu ao meu lado uma espécie de bola, com formato redondo, mas com três cavidades e de cor vermelha.

  - EI ALY, JOGA ISSO AÍ PRA GENTE! – Rony gritou para mim.

  Segurei a peculiar bola em minha mão e vi que um dos garotos aproximava-se de mim, como se acreditasse que eu não conseguiria jogar longe. Observei onde Rony estava e joguei com força em sua direção. Ao ver que a bola viria ao seu encontro, ele ficou em posição como se quisesse defendê-la, porém ela entrou no aro.

  - Caraca! Você é muito boa! – disse o garoto na vassoura acima de mim.

  Rony desceu rápido com sua vassoura e me encarou abismado.

  - Aly, porque você não falou que era tão boa? Temos que contar ao Harry, achamos nossa nova artilheira! 


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada pelos reviews, eu estou muito feliz mesmo! Eu espero que tenha gostado e se sim deixem um review ai pra me deixar mais feliz ainda. Se não gostarem também, fique a vontade para criticar e se for construtiva, tenho certeza que me ajudará a melhorar. Obrigada galera, continuem fiéis! :)