Tsunade:
Apesar de serem seis horas da manha, eu tomava e saboreava o meu delicioso sakê. Várias pessoas acham loucuras beber logo tão cedo, mas eu acho que se eu não beber pelo menos um gole acho que acabo dormindo ou ficando com um péssimo humor. Ouvi algumas batidas na porta, deve ser Shizune. Afobadamente eu escondi meu sakê em um lugar onde ela não poderia ver, minha assistente me odeia ver bebendo logo de manhazinha.
—Tsunade-sama?—Chamou a voz melodiosa de minha secretária.
—Pode entrar!—Gritei e a porta foi aberta. —O que houve, Shizune?
—Tem um ninja querendo conversar com a senhora.
—Há essa hora?!—Indaguei e uma voz masculina retrucou:
—Prometo não tomar muito o seu tempo, Hokage-sama. —Disse Sasuke entrando em minha sala.
—O que faz aqui tão cedo Sasuke?—Perguntei enquanto Shizune fechava a porta.
—Quero uma missão.
Fiquei em silêncio, observando atentamente o jovem a minha frente, será que devo dar a missão aquela ele? Sim... Ou Não?
—E então?—Perguntou o Uchiha, levemente irritado.Impaciente como sempre...
—Posso te pedir um favor?—O garoto assentiu e eu comecei a falar: —Ontem a noite eu recebi um pedido de ajuda, um ANBU foi capturado por ninjas renegados e eu preciso que alguém vá lá e...
—Eu aceito. —Disse ele, me interrompendo. —Eu vou, só me fale onde esse ninja está.
Nossa ele está tão desesperado para sair de Konoha?... Por quê? O que será que Sakura está fazendo que está fazendo o Uchiha sair tão desesperado atrás de uma missão? Segurei um sorriso e disse:
—Ele está em algum lugar perto do vilarejo de Yuu, o sobrenome dele é Kobayashi...
—Certo, obrigado Hokage. —Disse ele saindo de meu escritório e eu fiquei pensando se a ideia de casar Sasuke com Sakura era mesmo correta...
Não sei quanto tempo passei pensando no Uchiha e na Haruno, mas sei que só quando uma rosada entrou em meu escritório é que eu voltei à realidade.
—Bom-dia, Tsunade!—Gritou Sakura entrando na minha sala.
—Ah, bom dia Sakura. —Disse sorrindo, via como aquela garota como uma filha que não tive.

Sakura:
—O que a trás aqui, minha querida?—Perguntou Tsunade.
—Eu queria uma missão!—Respondi sorridente, como uma criancinha de três anos de idade pedindo um presente de Natal.
A Hokage me olhou com desconfiança e depois de suspirar perguntou:
—Sakura, porque você quer uma missão?
—É que ultimamente, a minha vida está entediante e eu estou farta disso e resolvi pegar uma missão para animar um pouco as coisas...
—Ah, certo. — Disse a loira. —Vou ver se há uma missão para você, espere um instante.
A mulher abriu um das gavetas de sua mesa e vasculhou nos inúmeros documentos que ali tinham.
—Aqui está!—Disse ela me entregando o papel, sorrindo.
—Obrigada, vou ir ainda hoje. —Falei e saí do escritório de Tsunade.
—Tchau, Sakura-chan!—Despediu Shizune com um aceno.
—Até!
Pelo caminho de volta para o complexo Uchiha, eu abri o documento e li o que eu seria a minha missão. Interessante, faz tempo que não faço uma missão desse porte, pensei sorrindo. Quanto mais rápido eu ir, melhor. Antes que eu esperava, eu estava no complexo Uchiha e entrei rapidamente.
—Tadaima!—Disse em voz alta.
Subi para o meu quarto e lá arrumei as ferramentas e armas com cuidado e carinho, analisando cada uma, com perfeccionismo. Ouvi alguém batendo na porta.
—Pode entrar... —Falei calmamente sem tirar os olhos de uma Kunai.
—Ah... —Disse Itachi, em tom de frustração. E eu voltei meu olhar a ele, já que não entendi o motivo de tanta tristeza.
— O que foi?—Perguntei.
—Você também vai a uma missão?—Indagou o Uchiha.
—Como assim, também?—Disse colocando a Kunai em cima da cama.
—Sasuke pegou uma missão. —Respondeu ele, entediado.
—Ah! É mesmo, ele havia me avisado isso ontem. Enfim, eu também peguei uma missão.
—Ok, pode ir não se preocupe em me deixar sozinho... —Disse Itachi teatralmente. — Como vou sobreviver sem sua comida?!
Não pude deixar de rir e respondi:
—Aposto que consegue sobreviver alguns dias...
—Já vai?—Perguntou ele e eu assenti.
—Já, até mais, Itachi. —Disse pegando minhas malas e o Uchiha assentiu e fez um aceno com a mão.
Ao sair do complexo Uchiha, fui direto para a saída da vila começar uma longa caminhada até o vilarejo. Suspirei e continuei andando resistindo ao sol escaldante que parecia fritar o meu cérebro...

Tsunade:
Olhava para o relógio contando os minutos para poder sair daquele escritório para poder almoçar, na verdade eu queria mesmo era outra dose de sakê... 60... 59... 58... 57... 56... 55... 46... 36... 26... 16... 6... 5... 4... 3... 2... 1... 0! Quase saltei da minha cadeira e fui para fora daquele escritório. Mas ouvi alguém em chamar:
—Tsunade-sama!—Na hora eu parei de andar e revirei os olhos, porque ninguém me deixa paz, nem para beber?!
—O que foi Shizune?—Perguntei entre dentes, me virando e encarando minha secretária.
Nota: Lembra-se do que eu disse, se eu não beber eu fico de mau humor na certa!
—Na sua gaveta havia uma missão de rank B?—Perguntou ela, soando preocupada.
—Só uma missão de Rank B, e daí?—Perguntei indiferente.
—Ainda está no seu escritório?
—Sei lá!—Disse já perdendo a pouca paciência que tinha. — Pare de me encher com essas perguntas sem sentido!
—Aquela missão que está no seu escritório, é aquele pedido de resgate do ninja da Anbu, Kobayashi. Aliás a senhora já enviou um ninja para lá?
—Eu enviei Sasuke Uchiha, mas foi um pedido, não o enviei formalmente para a missão...
—Ah, entendo. —Disse a morena, sorrindo de leve. —Mas eu vi a Haruno sair com a missão em mãos daqui e era de rank B, não era?
Eu juntava as peças do quebra cabeça... Eu fiz o pedido de resgate ao Sasuke e depois dei a... Sorri, sem acreditar no que havia feito, sem me segurar gargalhei, gargalhava como se alguém tivesse me contado a melhor piada do mundo!
—Tsunade?—Sussurrou Shizune, mais confusa do que nunca. —Está tudo bem?
Respirei fundo, tentando me controlar, passei os dedos pelos olhos secando as lagrimas que embaçavam a minha vista.
—Digamos que essa missão vai ser inacreditável. — Falei antes de dar as costas para a moça, deixando-a mais confusa que antes.
Ai, ai como a vida é uma piada...

Sasuke Uchiha:
Olhei para meu relógio, faltavam cerca de uma hora para eu chegar ao vilarejo de Yuu, suspirei e olhei para a paisagem quer se movia rapidamente para mim, já que estava dentro de um trem. Suspirei e fechei meus olhos, encostando a cabeça na poltrona, me preparando para tirar um cochilo. Depois de uns dez segundos eu ouvi uma voz feminina falando:
—Senhores passageiros, não será possível chegarmos a vila de Yuu. O vilarejo está sofrendo por uma tempestade de neve muito forte e por isso iremos parar na vila de Yutaka que fica a três horas daqui, peço a compreensão de todos e desde já agradeço.
Droga, eu precisava chegar ainda hoje em Yuu! Bufei e olhei pela janela, onde via a paisagem silvestre. Os passageiros ao meu redor reclamavam, falando que aquilo era falta de respeito e que queriam o dinheiro de volta, enfim, eu não consegui dormir, e isso sim me irritou, eu tinha vontade de mandar todos calarem a boca! Bufei alto e uma garota de cabelos cor de caramelo me encarou e disse sorrindo:
—É terrível essas tempestades de neve, né?
—Hm. —Respondi indiferente como sempre.
—Ahnn, você vai para Yuu?—Perguntou a garota, pela primeira vez a encarei e retruquei.
—Pelo que eu saiba esse trem só vai para o vilarejo de Yuu.
A garota corou com tamanha burrice que havia falado e disse estendendo a mão direita:
—Oh, que ignorância a minha. Eu me chamo Yumiko Saito.
—Sasuke Uchiha. —Disse não apertando a mão da tal de Yumiko.
—Você tem lugar para ficar na vila de Yukata?—A menina que aparentava ter a minha idade me olhava com uma atenção curiosa demais para quem quer ser só uma colega...
—Eu me viro. —Respondi, desviando o olhar para a paisagem.
Fechei meus olhos e quase me entreguei ao sono a não ser pela voz de Yumiko que já estava começando a me irritar:
—Quantos anos você tem Sasuke-kun?
—Estou tentando dormir, dá para se manter quieta?—Falei levemente irritado, fechando meus olhos e aí sim, eu finalmente adormeci.

Sakura Haruno:
É por isso que eu prefiro viajar para lugares pertos! A moça acabou de dizer que o nosso trem não vai mais para o vilarejo de Yuu por conta de uma tempestade de neve, agora vamos para outro vilarejo que fica a três horas daqui! Bufei e cruzei meus braços, estava começando a ficar irritada. Argh! Eu não agüento mais ficar sentada aqui, juro que a minha bunda está quadrada! Incomodada, mudei a minha posição na poltrona tentando ficar mais confortável, mas não obtive muito sucesso. Suspirei e tirei um livro de minha mochila, eu sei o que você deve estar pensando, que eu estou em uma missão ninja e blá – blá – blá, mas eu gosto de ler enquanto viajo, é quase como uma terapia...
Às três horas passaram rápido e juro que até me senti um pouco triste quando o trem parou anunciando:
—Sejam bem – vindos a vila de Yukata.
Suspirei e guardei o meu livro na mochila, que saco, estava em uma parte maravilhosa dele! Fui uma das últimas a descer do trem e um vento gélido me recepcionou, fazendo meus pelos eriçarem. No terminal, várias pessoas andavam e pareciam estar perdidas, pelo visto não fui a única a ter a viagem adiada.
Olhei para meu relógio e me assustei ao ver que já se passavam das sete da noite, apertei o passo, deveria encontrar um lugar para ficar antes que seja tarde demais. De repente eu trombei em alguém.
—Me descul... —Disse levantando a cabeça e vendo quem eu menos esperaria que visse ali.
—Sakura?!—Perguntou ele.
—O que faz aqui, Chouji?—Perguntei e o garoto sorriu:
—Estou em missão aqui em Yukata, e você?
—Também estou em missão, mas a minha seria no vilarejo de Yuu,mas uma tempestade de neve fez a minha viagem para lá ser adiantada por um tempo indeterminado.—Disse fazendo uma careta no fim e Chouji respondeu:
—Tomara que essa tempestade não fique muito tempo, mas sabe eu gosto de neve, e você Sakura, gosta de neve?
—Não... —Sussurrei. —A neve não me trás boas lembranças...
—Ah... Bem eu já vou indo, tenho ainda muita coisa para resolver, até Sakura.
—Até, Chouji. —Disse e logo voltei a andar a procura de um hotel, onde eu pudesse passar a noite.

Sasuke Uchiha:
Sorria o ver um hotel a pouco metros de mim, estava a mais de uma hora procurando um lugar para passar a noite. Entrei no saguão que estava lotado e fui direto para o balcão de atendimento.
—Por favor, eu gostaria de um quarto. —Disse, mas não era somente eu que havia falado aquilo, eu e mais alguém falamos ao mesmo tempo.
Olhei para o lado e me deparei com quem eu menos esperava que visse ali, era uma dona de uma cabeleira cor de rosa que procurava algo dentro da bolsa, provavelmente uma carteira.
—Sakura?—Minha voz saiu como um sussurro e eu em surpreendi quando aqueles olhos verdes me encararam com surpresa.
—O que faz aqui?!—Gritamos juntos, como se estivéssemos ensaiado. —Ei pare de me imitar!—Berramos fazendo a mesma proeza que antes, falando em conjunto.
—Para sua informação, eu estou em uma missão. —Disse a rosada, visivelmente irritada.
—Eu também estou, só não esperava te encontrar até aqui, meu deus como você é irritante...
—Ora seu... —A Haruno estava vermelha, mas não era de vergonha e sim de raiva.
A recepcionista pigarreou e nós dois voltamos nosso olhar para a moça que se sentia confusa entre a discussão idiota de nós dois.
—Bem, só há um quarto restante e é de casal. —Disse a moça.
—O quê?!—Eu e Sakura gritamos juntos, quase pulando em cima do balcão de mármore.
—Em outras palavras, ou vocês ficam no mesmo quarto ou vão ter que procurar quartos em outro hotel e particularmente acho que não terão sucesso nessa busca já que já se passaram das nove horas da noite. —Respondeu a moça.
Eu e Sakura trocamos um olhar, na verdade aquilo não era um olhar e sim uma troca de raiva mútua. Eu não vou dormir sob o mesmo teto que esse Projeto de Flor! Engoli a seco, não poderia abandonar uma missão que foi pedida pela própria Hokage. Suspirei e estendi a minha mão direita para ela apertar em sinal de acordo. Ela olhou para a minha mão com desdém e disse por fim:
—Saiba que só estou fazendo isso pela missão. —E finalmente ela apertou a minha mão.
Tomara que essa tempestade de neve passe logo, não vou suportar dormir sobre o mesmo teto que ela!