Diário De Uma Acompanhante escrita por judy harrison


Capítulo 1
Diana decide trabalhar


Notas iniciais do capítulo

Essa fic foi reeditada em capítulos para melhor leitura. Trata-se de uma jovem que se torna prostituta por necessidade. Leiam, é legal!!



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Diário de uma prostituta

Meu nome é Diana, e eu tenho uma história pra contar.

Eu morava em um bairro nobre de Nova York, em um dos melhores prédios, com minha amiga Tita, mãe de David.

David tinha um ano de idade, e sua mãe 20 anos. Como muitas que já conheci, Tita era mãe solteira, e o pai de seu filho foi morto pela polícia. Ela se esforçava ao máximo para dar ao filho o que ele precisava para viver.

Eu a conheci em uma lanchonete, onde ela trabalhava.

Tita me convidou para morar com ela.

_ O aluguel é alto e eu não posso sair de lá por que o meu patrão exige que eu more ao lado da lanchonete. Ele está sempre precisando de mim para fazer horas extras e fica mais fácil me chamar em qualquer horário. Então, se você ficar com David, eu dispensarei a babá e sobrará mais dinheiro.

Confesso que achei Tita um bocado ingênua, pois minha história de que eu tinha uma mesada de meu pai que podia pagar o aluguel era mentira. Eu só queria um lugar pra ficar, depois de fugir de casa.

Com 22 anos eu não aceitava ter que trabalhar para me sustentar, queria estar sempre bonita e arrumada para festas e eventos sociais. E por causa da pressão dos familiares, dei adeus a tudo.

Com um nome de princesa, eu sempre achei que a vida de assalariada não era pra mim. Por que eu teria que trabalhar se alguém podia fazê-lo por mim?

Bem, eu não digo isso com orgulho, mas era minha índole.

Interessada no conforto de um lar, com regalias e tempo de sobra para meus passeios, eu aceitei a proposta de Tita.

Então conheci David, tão lindo e alegre, uma criança saudável e bem cuidada. E não me importei em ficar com ele todos os dias, brincando, dormindo e relaxando. Enquanto isso, Tita trabalhava e custeava os meus gastos e luxúrias.

Aquela situação se prolongou por cinco meses. Então Tita me chamou para uma conversa séria.

_ Diana, eu preciso saber se seu pai vai ou não mandar seu dinheiro.

Era claro para ela que não havia nenhum pai e nenhum dinheiro, mas ela queria que eu confessasse. Eu não tinha coragem, pois desde que fui para lá ela me ajudou muito e seria triste ver a decepção em seu rosto.

_ Olha, Tita, eu não sei o que houve! Ele me prometeu...

Ela era tão paciente comigo que eu mesma me senti mal.

_ A questão agora é que as coisas estão de mal a pior. Eu estava contando com o dinheiro que você prometeu, e agora estamos devendo mais do que a três meses atrás.

Eu não entendia muito de finanças, exceto de quanto se precisava para pagar um salão de beleza e coisas do gênero.

_ Mas, e o dinheiro que sobrou da babá?

_ Me desculpe ter que dizer isso, mas a babá ganhava para trabalhar na casa dela, eu não a sustentava também. Sua única despesa era o salário, que mal paga o que você gasta.

Ela estava certa. Era eu quem usava seu cartão de compras e, além das coisas para David, eu comprava coisas para mim como shampoos e perfumes, utensílios de beleza sempre caros e chiques. E no final do mês, ela tinha que gastar o dinheiro do aluguel para fazer as compras da casa.

_ Bem, eu... posso economizar.

_ É que chegamos a um ponto crítico. A dona do apartamento está pedindo o imóvel, ou os três meses de aluguel que estão atrasados. Além disso, você não pagou a conta do gás e da luz no mês passado...

_ Eu estava cheia de ficar em casa, Tita! Precisava sair um pouco...

_ Eu sei! Mas você usou o cartão para o salão, para o taxi, e ainda inventou aquela história de Limusine pra impressionar “não sei quem”. Tudo isso custa muito caro, Diana, e agora estou sem dinheiro para tudo isso. Apenas guardei meu salário desse mês para as compras. Não sei onde vou arrumar o dinheiro do aluguel...

Naquele dia, Tita chorou, e eu senti que estava sendo muito injusta.

No começo tudo foi diferente. Ser a babá de David era muito gostoso, pois eu o amava como se fosse um sobrinho meu. E Tita era muito amável e generosa. Nós nos divertíamos e brincávamos como meninas de colégio com um bonequinho de enfeite. Mas com a chegada dos problemas e as jornadas de trabalho dobradas de Tita tudo ficou diferente.

Agora Tita era mal humorada e não conversava muito, e David chorava a ausência da mãe durante a noite e eu não dormia nem podia sair mais.

Confesso que pensei em sair de lá e arrumar outro lugar para me arranjar. Mas Tita foi para mim a irmã que eu não tive e eu reconhecia sua dedicação para me manter ao seu lado mesmo sabendo que meu interesse era ser sustentada por ela.

Naquele mesmo dia, em meu quarto, eu pensei muito em aceitar um emprego que o patrão de Tita havia me oferecido.

Na vez e que ele falou comigo, disse que me pagaria o mesmo que Tita recebia. Era um homem malicioso e asqueroso. E eu me imaginei servindo mesas ou cozinhando. Não era pra mim.

Mas naquele momento eu tinha que tomar uma decisão, e não a abandonaria num momento de aperto.

Na mesma noite disse a ela que aceitaria trabalhar ali.

_ Diga a ele que se a proposta está em pé, eu estarei lá para trabalhar no período da noite.

_ Tem certeza? – ela perguntou, pois sabia que eu odiava trabalhar.

_ Foi a saída que encontrei, Tita. Você fica com David à noite e eu durante o dia.

Depois que combinamos fui falar com o homem, Noel.

_ Bem, bem, bem! – dizia olhando pra mim como se quisesse me devorar – Você não tem compromisso com marido... ou namorado. Tem?

_ E... o que isso tem a ver com o trabalho?

_ Quando eu convidei você para falar comigo, eu tinha vaga de garçonete, igual à sua amiga. Mas agora não há essa vaga. Amenos que você ocupe um cargo um pouco mais ousado. Se é que me entende... Tenha certeza de que resolverá seus problemas em dois ou três dias se quiser.



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