He Is Finnick Odair escrita por Muitaz


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas postei, boa leitura



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Devo admitir o treino com Venir fora um verdadeiro desastre, ele tentava me ensinar a como me sentar – como uma garota - , como falar com o ridículo sotaque da capital e como responder as coisas com superioridade e amizade. Ele tentara até me ensinar como sorrir. E é claro eu nem ao menos me dava ao trabalho de tentar acertar.

Quando nos juntamos no sofá para ver as notas de noites, as pessoas pareciam estar mais nervosas do que de manhã. Sentei-me na ponta do sofá junto a Valery, quando começaram a passar as notas, primeiro veio Brista que tirou 9, depois Crest com um 8 brilhando – fiquei pensando se ele não teria agredido os idealizadores -, então Alina, a maior inimiga para mim. Dez. Tá não foi uma surpresa. Então German com um 9. Os tributos do 3. Então Caroline com um 9 – impressionante. Então o meu rosto.

Todos os carreiristas tiraram notas de 10 a 8, só faltava eu o mais novo, tirar um 8. Um desespero me percorreu, durante um instante até que o numero brilha abaixo do meu rosto.

Dez.

A mesma nota de Alina, o que me tornava sua presa mais obvia agora, minha nota boa, me pusera em risco de vida. Mas é claro, que isso não tirou o meu sorriso do rosto.

-Parabéns! – Disse Mags, eu conseguia ver o ódio nos olhos de Caroline que percebia que isso não era dirigido a ela – Aos dois, foram sem duvida excelente – Ela diz quando percebe a face de Caroline.

-Obrigado! – Quase grito, Caroline resmunga algo assim também e vai para o seu quarto com passos pesados e cara emburrada, só voltara para o jantar e fora extremamente seca. Eu diferentemente dela abri um sorriso e fiquei lá até me expulsarem da sala dizendo.

-Amanha é um dia importante você tem que descansar!

Com isso eu fui para o meu quarto, os pensamentos pairando sobre a minha mente. Eu era o mais jovem dos carreirista, mas tinha alcançado a mesma nota da maior deles. Isso somado a minha beleza e a meu certo sucesso nas entrevistas de amanha me dariam os patrocinadores. E eu tinha sangue frio o suficiente para fazer o que fosse preciso para voltar para casa, para fazer com que o meu pai nunca mais tivesse que pescar.

-Eu vou voltar para você Annie Cresta – Jurei ao ar, depois disso me virei de lado e dormi.

Fui acordado pela voz esganiçada de Venir, me chamando para o café da manhã. Eu saio do quarto sem por uma camisa e com as calças do pijama, o que pareceu irritar muito Caroline, que estava mais emburrada do que nunca. As suas preparadoras pareciam impacientes antes de eu chegar, elas queriam arrumar Caroline. Meus canários, por sorte, ainda estavam dormindo.

-Bom dia! – Falei bem alto enquanto me sentava ao lado de Caroline.

-Não está pensando em ir assim à entrevista não é Senhor eu-sou-gostoso – Falou Caroline ríspida.

Uma de suas preparadoras deu uma forte cotovelada na outra, e elas riram baixinho me observando.

-O que é? – Gritou Caroline irritada.

-Elas estão dizendo que na opinião delas você fica ótimo assim. Não que eu discorde Odair – Falou o homem que estava sentado ao lado delas distraidamente lixando as unhas.

Eu ri e dei uma cotovelada em Caroline, e murmurei um “viu isso?”. Caroline saiu a passos pesados e os três preparadores a seguiram saltitando como lebres. Mags chegou e se sentou no lugar de Caroline, ela segurava uma faca, que normalmente ela carregava no cinto, não era a única vitoriosa que fazia isso.

-Olá Mags – Eu disse sorrindo.

Ela balançou a cabeça, parecia ter tido uma péssima noite, seus olhos estavam com olheiras, e seus olhos inchados. Ela poderia muito bem dormir naquela mesa.

Peguei uma torrada e passei lentamente geleia nela vagarosamente, enfiei a torrada na boca e tomei cuidado para ser o mais barulhento possível, o que causava pequenas crises nervosas em Venir, fazendo eu e Mags rirmos de boca cheia, o que só o fazia dar mais pulinhos de olhos fechados e punhos cerrados na cadeira.

Venir finalmente nos deixou e como minha equipe de preparação nem minha estilista haviam chegado, eu e Mags ficamos sozinhos na mesa.

-Noite difícil? – Eu perguntei enquanto botava um pãozinho de queijo na boca.

Mags assentiu silenciosamente.

-Ninguém sai dos jogos sem cicatrizes Finnick, você vai saber disto quando vencer...

-Como sabe que eu vou vencer?

Ela deu de ombros e sorriu.

-Eu aposto em você Finn. Só espero que fique melhor do que eu começo a duvidar da minha saúde mental algumas noites – Ela olhou para as mãos e começou a massagear os nós dos dedos, seus olhos se tornaram vazios, e ela deixou a orbita. Começou a sorrir feito boba e murmurar palavras sem sentido.

Tentei fazê-la parar, mas somente quando ela quase derrubou suco em sua cabeça que eu me levantei. Ajudei-a a ir para o seu quarto e tirar os restos de torrada de seus cabelos, e fiquei sentando com ela até ela voltar ao normal. Ela falava coisas com sentido, mas falava como se estivesse engasgada. Às vezes eu conseguia entender uma palavra ou outra, e ela sorria quando eu fazia isso.

Ela começou a me contar histórias sobre pesca, e pegou uma corda que tinha como a minha e deu nós nela, formando a cada nó uma armadilha mais interessante e mais bem elaborada. Eu tentava imita-la mas normalmente falhava, e ela ria disto, assim como Annie fazia.

Algum tempo depois ela dormiu, e eu saio silenciosamente do seu quarto, dando de cara com Sheer, Caly e Tred em fila, sorrindo. Eles me levaram até o quarto, mas felizmente desta vez não puxaram meus pelos que voltavam a crescer, nem me puseram mergulhado em cremes. Mas fizeram questão de me deixar nu, e eu fiquei ainda mais desconfortável contando com o fato de que eles observavam o meu corpo estranhamente. E eu fiquei nu enquanto eles me maquiavam, e enquanto cortavam o meu cabelo. Resumindo eu fiquei nu durante toda a preparação, e todas as minhas tentativas de vestir-me com o roupão foram frustradas. Mas depois eles pintaram o meu corpo, com tons de azul leves e dourado.

Quando Valery finalmente entrara, eu conseguira me vestir com o roupão de papel. Ela sorriu para mim.

-Boa noite querido – Ela falou hoje seu cheiro de peixe podre estava misturado a um leve odor de jasmim.

-Boa tarde – Eu corrigi.

Ela levantou as mãos, como se dissesse “não importa”. E me fez levantar. Arrancou meu roupão e me deu roupas de baixo para vestir. Depois ela me deu calças azuis marinho para vestir, então me deu uma blusa que lembrava uma rede dourada, com a barra azul pouco mais claro que a calça. Devo comentar que a blusa era aberta deixando o meu abdômen e o meu peitoral a vista. Ela sorriu e foi para trás de mim, tocando em meu cabelo com algo molhado. Depois ela me rodou para o espelho. Eu parecia preso em uma rede e sendo içado da água, com as pontas dos meus cabelos tingidas de azul, e com um aspecto molhado.

-Belo – Concluiu ela sorrindo – Vai, eles já devem estar nos esperando.

-Primeiro as damas – Eu disse sem a mínima intenção de ser educado, mas sim de me distanciar do cheiro que ela emanava.

Quando saímos do quarto, uma surpresa, Caroline estava linda. Realmente linda, não que ela já não fosse bonitinha claro, mas ela estava verdadeiramente estonteante. Seus cabelos como as meus estavam com as pontas douradas, o que refletia perfeitamente em seus cabelos negros brilhantes trançados, seus olhos verdes estavam alongados com maquiagem negra decorada com pequenas partes em azul. Ela usava uma saia azul marinho, e tinha uma rede dourada amarrada a um dos ombros. Mas é claro estava emburrada, como não estaria?

Mags entrou, ela parecia bem melhor depois de dormir, estava descansada e bem. Seus cabelos grisalhos estavam presos em uma trança que caia por suas costas.

-Você esta maravilhosa Caroline! – Ela exclamou quando pousou os olhos na garota, depois se virou para mim – Finnick, como sempre!

Eu sorri em agradecimento, Caroline murmurou um obrigado muito baixo. Venir e seu sorriso contornado pela barba tatuada nos encontraram. Elogiou Caroline muito calorosamente, depois disse que eu estava bem. Então nós quatro Valery e o estilista de Caroline entramos no elevador e fomos até onde as entrevistas seriam gravadas.

Venir foi diretamente pra plateia, Mags nos desejou sorte e foi se juntar a ele.

Sentamos-nos em nossas determinadas cadeiras, Caroline ao meu lado, e ao outro a garota sorridente do 5, Tara. Eu tentava sorrir, o que era difícil em tal situação, eu me sentia pressionado a arrancar suspiros do publico, ou minha família seria morta.

-Olá Finnick! – Diz Tara – Você está muito bem.

Ela diz sorrindo.·.

-Você também, obrigado – eu tentei parecer o mais simpático possível, distanciando as formas de mata-la de minha mente.

Silenciamos-nos quando Brista se levantou, a menina alta e loira, relativamente forte, tinha muita compostura e beleza dentro de seu vestido de pedras preciosas, que refletiam os seus olhos e os seus dentes extremamente brancos.

-Boa noite minha querida – Disse Caesar – Devo dizer que a Srta. está belíssima.

Brista sorriu educada.

-Obrigado caro Caesar.

Eles tiveram uma longa conversa que eu não estava muito a fim de ouvir, mas os suspiros repetitivos dos homens na plateia quando ela remexia a juba loira eram facilmente auditiveis, toda vez que isso acontecia Caesar ponderava “Ela não está linda?” e Brista dava um risinho educado e agradecia.

Depois de Brista, foi a vez de Crest que foi muito grosso e carrancudo com todos. Mas eles o adoraram. Logo veio Alina, a gigantesca loira, foi ainda mais grossa do que Crest e cortava Caesar todas as vezes que ele tentava fazer uma piadinha educada sobre seu tamanho, arrancando gargalhadas da plateia. Depois German que foi super caloroso e bem receptivo, então os tributos do 3 que não foram lá muito impressionante.

Um a luz brilhou e Caroline se levantou, sua carranca sumiu, o seu rosto se iluminou, e um sorriso tão doce quanto um pote de açúcar cortou seu rosto.

-Olá querida! – Saudou Caesar sorrindo.

-Oi Caesar – Ela disse mais doce do que eu imaginara que ela algum dia pudesse ser.

-Devo elogiar o seu visual, parece uma sereia! – Ele disse acompanhado de sons de aprovação vindos da plateia, vindos principalmente de Venir.

Ela sorriu.

-Então algumas pessoas pensaram que você era meio hum... rude quando te viram na apresentação. Mas devo dizer que hoje você superou as expectativas!

Ela deu de ombros retomando a pose grossa, levou algum tempo para ela se recompor e se tornar novamente uma dama.

-Eu posso ser muitas coisas, dependendo da necessidade. Creio que essa seja a minha melhor qualidade.

-E como isso vai ajudar na arena? – Caesar perguntou, pude ver todos que estavam sentados de repente apurarem bem os ouvidos.

-Sabe como é Caesar, um bom magico nunca revela os seus segredos – Ela disse sorrindo – Acho que nosso tempo acabou.

Eles se despediram e eu entrei, a multidão me aplaudiu tão fortemente que quase nem pude ouvir a voz de Caesar me chamando para sentar.

-Olá Caesar! – Saudei simpaticamente.

-Olá Finn, posso te chamar de Finn certo? – Eu sacudi a cabeça afirmando – Vejo que faz muito sucesso Finnick – Ele disse acompanhado de gritos da plateia – Principalmente com as mulheres.

Eu sorri finalmente desviando minha atenção total a plateia, algumas mulheres bem mais velhas do que eu se esgoelavam gritando o meu nome tentando ao máximo atrair minha tão disputada atenção, eu dei um breve aceno, fazendo todas gritarem, aquilo me parecia extremamente ridículo. Voltei-me para Caesar. Que sorria, seu bigode e sobrancelha estavam levemente avermelhados.

Eu levantei uma sobrancelha, completamente desconcertado não sabia o que fazer a seguir.

-Então Finnick, além de ser bonito. O que mais você é? Quer dizer você tirou 10.

Dei de ombros completamente agradecido por não ter que continuar a falar da minha aparência.

-Vamos fazer assim, você me assiste nos jogos e me diz o que você acha quando eu voltar ok? – Perguntei retomando minha confiança.

-Bom então está bem confiante de que vai voltar né?

Eu sorri.

-Eu tenho que voltar, prometi a uma pessoa muito importante – Falei esquecendo de que Annie estaria vendo aquilo aquela hora, pensei o quanto ela riria de mim.

-Quem? – Caesar pergunta com tanta curiosidade quanto toda a plateia.

O sinal indicando o final de nossa entrevista brilhou.

-Na próxima vez ok? – Eu disse me levantando, sem muita certeza se tinha sido ouvido, a algazarra era ensurdecedora.

Voltei para minha cadeira ao lado de Caroline, que me fitava com uma espécie de curiosidade mesclada ao natural desprezo.

-Quem é Finnick? – Ele perguntou calmamente.

-Segredo – Eu disse rindo, e me voltando para a entrevista da jovial Tara que sorria radiante, fingido prestar atenção, mas minha mente de fato não estava ali. Estava no edifício na justiça, com meus lábios colados nos de Annie, e a confusão dentro de mim. Só sabia que fora bom, muito bom, e que os olhos de Annie tinham uma cor que nem se a capital tentasse por mil anos poderia reproduzir. Annie poderia aparecer ali com as roupas que vai a praia comigo, e com seus longos cabelos negros sujos de areia que ainda seria de todas, a mais bonita.

Era engraçado, como em uma hora como aquelas, na qual eu só deviria pensar em como vencer os jogos, eu conseguia conter meu pensamento tão contido em uma só mulher. Mas por que diabos eu pensava nela?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado