Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 35
Capítulo trinta e quatro




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É domingo. Estou em casa sem fazer nada, porém bastante ansioso. Recebi uma ligação no dia anterior, onde me comunicaram que eu poderia começar no meu novo emprego quando quisesse. Eu irei ganhar praticamente o dobro, serei muito mais reconhecido, e terei tempo para me dedicar em especializações e à minha filha. Minha vida profissional vai mudar pra melhor, agora só preciso resolver a sentimental.

A situação com Isabella ficou muito tensa depois que descobri o motivo de ela ter me deixado. Já consigo entender a confusão pela qual ela passara, o medo do idiota do Jacob (mas eu cuidarei dele!), mas eu não entendo como ela pôde desconfiar do meu amor. Sempre fiz tudo por ela, teria dado minha vida por ela se fosse necessário, e ainda assim, não foi suficiente.

Ela está dormindo, nesse momento. Tem dormido cada vez mais, mas sei que é por causa da gravidez. Os enjoos diminuíram bastante, mas ela tem desejos mirabolantes. Sempre os realizo, mas depois da discussão, ou ela não desejara nada, ou não me deixou saber.

Para ocupar minha mente com algo útil, resolvo ir montar sozinho o berço da nossa filha. O quarto já está vazio, fiz questão de tirar tudo o que havia ali e fazer uma doação. As paredes continuariam brancas, como Bella decidiu, pois compramos papel de parede para enfeitá-las.

Rodeado de caixas, começo a montá-lo. Todos devem acreditar que para um engenheiro como eu, acostumado a cálculos precisos que fazem com que um edifício de muitos andares permaneça em pé, montar um berço deve ser como brincar de lego. Mas não é. Cerca de duas horas depois que decidi montá-lo, ainda me encontrava tentando entender onde colocar um parafuso, e porque as peças não estavam se encaixando perfeitamente. Já estava bastante suado, me achando burro e duvidando de que eu seria um bom pai, já que eu não conseguia nem montar um berço.

- Quer ajuda? – Isabella surge na porta com um mini short roxo, e um top branco, deixando sua linda barriga grávida descoberta. Ela está com um pirulito na boca, e acho que não quis parecer sexy, mas estava quente como o inferno.

Coço minha cabeça, numa tentativa de achar uma resposta fria e dura para ela, mas não consigo. Estou magoado sim, mas um lado cada vez mais forte meu quer que eu a perdoe logo e que eu entenda a sua atitude.

- Acredito que você não poderá nem se abaixar com essa barriguinha aí... – eu digo em tom de brincadeira, mas sério.

- Você tem razão... Mas eu posso ler o manual pra você.

- Ah, eu já o li dez vezes no mínimo.

Ela se sentou numa cadeira e começou a ler, ignorando o que eu disse.

- Você colocou o lado direito no lado esquerdo e vice-versa, por isso não está encaixando.

- É claro que não, eu coloquei exatamente do jeito que diz aí no papel.

- Tem certeza? – Ela pergunta mostrando o desenho em anexo no manual e eu percebo que ela está certa.

- Oh meu Deus, eu sou um desastre. – Eu digo rindo.

- Disponha. – Ela diz rindo ainda mais.

- O que, Isabella? Eu sou um engenheiro eu sei montar um berço, pelo amor de Deus!

- Claro que sabe. – Ela diz gargalhando, e eu, entrando na brincadeira, roubo-lhe o pirulito que ela segurava entre os dedos.

- Ei! Isso é meu!

- Era! Opa, isso é bom.

- É por isso que ela gosta. – Ela disse apontando para a barriga. Mais adorável impossível.

Ela vai até a cozinha e volta com um saco de pirulitos.

- Meu Deus!

- Vamos ver se acabo com eles antes de você terminar esse berço, senhor engenheiro.

- Isso é um desafio?

- Entenda como quiser.

- Ok.

Depois que Bella me ajudou com as duas peças principais do berço, eu consegui montá-lo sem dificuldade. Quando finalmente acabei, me senti merecedor do troféu “melhor e mais demorado montador de berço do mundo”.

- Acabei! – Disse comemorando, com os braços para cima.

- Toca aqui, parceiro.

Era pra ser só um toque em nossas mãos, mas acabei a abraçando. Nossos rostos colados, quase a beijei, assim como fiz no dia da ultrasson, mas me controlei.

Me afastei dela e decidi continuar arrumando o quarto. Bella, agora, estava sentada longe de mim, com menos humor que antes. Foi então que interfonaram e Bella atendeu.

- Quem? Tania? John? – Ela perguntou provavelmente a Abbuddah, mas olhou diretamente pra mim.

- É pra mim. – Eu disse, e ela fez a carinha de raiva que ela sempre fazia quando o assunto era Tania. Isso não ia dar muito certo...

- Manda a vadia subir, Abbuddah. Não, não precisa repetir isso que eu disse para ela. Mas ela é uma vadia, só pra você saber. John? Sei lá quem é o imbecil.

Me controlei para não rir do nervosismo dela. Ao desligar o interfone, ela se sentou no sofá e cruzou as pernas, esperando para olhar para Tania e se mostrar superior. Mas ela não precisa disso, ela sempre foi superior.

Abro a porta e Tania aparece ao lado de John, ambos sorriem e possuem classificadores nas mãos.

- Sr. Edward, bom dia. Desculpe-nos por aparecer assim, em pleno domingo, mas é que o senhor não trabalha mais lá, e precisamos que assine esses projetos antes de ir... – Ela viu Isabella e perdeu a fala.

- Olá, Tania. – Bella disse, e caminhou até a porta. – Qual é amor, vai deixar ela ai fora? Entre meu bem. Esse é seu namorado?

- Oh, não. Esse é John.

- Bella, ouvi muito falar de você.

Sinto um arrepio na espinha. Que situação mais ridícula!

- Ahn... então, deixa eu assinar logo isso. – Eu peço os papéis e caminho até a mesa, para me apoiar. Bella, sempre Bella, senta-se no meu colo enquanto leio. Sinto, mais uma vez, vontade de rir, mas eu estava adorando ela ali.

- Você está grávida! – Tania constatou sem graça, não que ela já não soubesse.

- Yep... Espero que puxe ao pai.

- Não, vai puxar a mãe. – Eu digo e ela me olha nos olhos. Naquele instante, percebi que ela não estava fingindo, ela queria mesmo que puxasse a mim. E então eu me senti ridículo por ter achado graça no fato de ela sentir ciúmes de Tania. Se ela soubesse que ela deu em cima de mim... Talvez um dia eu contasse, quando Tania estivesse bem longe de nossas vidas, e ela não estivesse mais grávida.

Bella levanta do meu colo, e percebo que ela se irritou com o fato de eu ter entrado na brincadeira dela. Mas não falei por mal, eu queria que nossa filha puxasse a ela, de verdade.

- Aqui está, Tania.

- Quando o veremos de novo? – John pergunta e eu sorrio.

- Eu não pretendo morrer tão cedo, então podemos nos encontrar pela vida...

Tania me abraça de modo bastante indiscreto, mas a afasto logo. John se despede de mim e de Isabella e sai pela porta. Tania deseja boa sorte a Bella, e senti um tom de ameaça, mas Bella não respondeu. Ela apenas sorriu e foi para o quarto da nossa filha.

Quando eles foram embora definitivamente, corri até Bella, que estava sentada no mesmo lugar de antes, com um pirulito na boca, mas não parecia mais tão empolgada com ele.

- O que houve? – Pergunto preocupado e ela me olha triste.

- Acho que não vai dar certo.

Um peso faz com que meu corpo se ajoelhe em frente a ela, e a olhe nos olhos.

- Do que você está falando?

- Nós dois... Isso aqui... Eu não aguento mais fingir que somos uma coisa que não somos.

- Bella...

Se ela me disser que vai me deixar de novo, eu não sei do que sou capaz. A dor que eu costumava sentir antes de reencontrá-la ameaça voltar, e eu me preparo para implorar.

- Eu não sei quando você vai me perdoar, e se um dia isso vai acontecer. Edward, eu te amo, mas essa situação está me fazendo mal e... eu não sei se aguento estar tão perto e tão longe de você por mais tempo. Está doendo muito.

- Me perdoe. – Eu digo. – Sou burro, estúpido, eu nem sei montar um berço sem você, Bella. Não me deixe de novo, por favor.

- Porque você me pede isso, se você não quer assumir o que sente por mim? Se me trata bem por uns momentos e depois me ignora? Se zomba de mim...

- Não zombei de você.

- Eu quero que nossa filha se pareça com você, eu não falei nenhuma mentira.

- Eu sei. Eu também não menti quando disse que preferiria que ela se parecesse com você. Você é muito mais inteligente que eu, mais bonita, mais esperta...

Ela então começa a chorar, lágrimas grossas escorriam pelo seu rosto, e eu me senti péssimo.

- Não chore, por favor. Me perdoe, eu só estou com medo de você me deixar novamente. Quero que confie em mim, porque eu nunca farei isso com você.

- Então confie em mim, Edward, por que eu te amo também, e nunca mais quero ficar longe de você. Mas...

- Mas o que?

- Desse jeito não dá.

- Eu sei. Se você não confiar em mim, Bella, eu não poderei nunca te fazer feliz. Não sou eu quem tem que confiar em você, é você quem tem que confiar em mim!

- Eu confio em você, sempre confiei, eu só estava com medo e você sabe disso. Se você quiser ficar comigo, eu prometo que nunca mais deixarei o medo tomar conta de mim, e nem me confundir com nada. Eu serei totalmente sua novamente. Mas eu não sei se você vai ser capaz de esquecer isso, porque você está magoado, você mesmo me disse isso.

- Eu posso passar por cima disso, Bella. Eu tentei, juro que tentei, ficar longe de você, não me envolver de novo, mas eu não posso. Algo me puxa pra você, algo sempre irá me levar até você, então eu desisto de lutar. Eu posso desligar esse Edward filho da puta que eu me tornei e voltar a ser o seu Edward.

- Eu quero que você volte a ser você. Não o meu Edward, e sim o Edward natural, porque é esse Edward que eu amo, e é esse Edward que eu quero pra mim.

- Eu posso fazer isso. Eu posso te perdoar por tudo, Bella.

Sorrindo, ela me abraça, mas depois se afasta.

- Nós podemos ficar juntos de novo, por nós dois, certo? – Pergunto.

- Eu só preciso de uma coisa antes.

- O que?

- Seja Edward de novo, não deixe o que eu fiz acabar com a sua essência.

- Ok. Eu prometo.

- Não prometa, eu confio em você!

Sorrio e a beijo, sentindo que, desta vez, tudo irá se acertar.

- Hm... Eu sei que posso estar ultrapassando os limites, que é melhor irmos com calma, mas eu gostaria muito de ouvir uma coisa. Uma coisa que simbolizará o nosso recomeço.

- O que?

- Você sabe...

Cogito as hipóteses e percebo que ela está certa, eu sei o que é.

- Isabella Swan, eu te amo, nunca deixei de te amar, e nunca deixarei.

Ela fecha os olhos, sorrindo, chorando, e eu a abraço por impulso.

- Eu te odiei por ter me deixado, mas te amo por ter voltado, minha Bella.

- Nunca mais te deixarei, eu prometo.

- Não prometa. Eu confio em você!

E com um beijo mais que apaixonado selamos aquele acordo. Eu sempre a amarei e ela sempre me amará. Sem abandonos. Sem frustações. Ficamos bem assim, então.


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Notas finais do capítulo

Opa, a fic ainda não acabou. Faltam dois capitulos!
Beijos