Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 15
Capítulo quatorze


Notas iniciais do capítulo

Com vocês, o amor da vida de Edward Cullen!



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(Isabella’s POV)

- Thomas! Sua eterna bicha, por favor, eu quero ir pra casa!
- Cala a boca olhos verdes, preciso experimentar mais três camisas.
- Ah, qual é, eu estou aqui há uma hora!
- Ninguém manda você ser amiga de um homo.
- Era para ser o contrário, não acha? Era você quem tinha que estar do lado de fora do vestuário, pedindo para eu me apressar, pois não aguentaria mais esperar...
- Você é muito preconceituosa e tradicionalista, Isabella Swan. Me espanta você ter tido coragem de deixar pra trás o seu Eddie e ter fugido pra cá.
Calo-me diante do que ele me diz, porque aquele assunto me machuca demais. Edward é o amor da minha vida, sempre foi e sempre será. Até hoje me pergunto como tive coragem de abandoná-lo daquela forma, sem lhe dizer para onde eu iria, com quem iria... Ele deve me odiar agora.
- Me desculpe por ter tocado no assunto proibido.
- Não é proibido Tommy, mas... Eu sinto tanta falta dele...
- Eu já te disse como resolver isso minha flor. É muito simples! Volte pra ele de uma vez!
- Não posso. Não desse jeito pelo menos. Eu o abandonei, ele deve me odiar!
- Bella, pelo que você já me contou dele, e não foi pouca coisa, eu sei que é impossível ele te odiar.
- Eu não tenho tanta certeza assim...
Infelizmente não posso voltar pra Edward assim, só porque é tudo o que eu mais quero na vida. Tudo o que eu faço é visando este momento, o dia em que eu vou poder ser sincera com ele, tentar lhe explicar o motivo de eu ter partido, e quem sabe, voltar para ele, do jeito que eu sempre quis, desde o momento em que eu saí por aquela porta.
Vivo me perguntando como ele está fisicamente. Será que engordou ou está mais magro? Talvez esteja do mesmo jeitinho que o deixei, lindo e sexy como sempre foi. E o cabelo? Será que ele tem cortado? Mas adoro o seu cabelo de qualquer jeito. E a barba? Se eu não ficasse no pé dele, quando ele não tinha que ir trabalhar, a barba ficava enorme, e eu costumava brincar chamando-o de Papai Noel. Ele ficava emburrado, e dizia que eu o chamava daquele jeito por achar que ele já estava velho. E eu ria... Como sinto falta disso agora.
- Bella? – Thomas me chama, tirando-me de meus devaneios. – Já acabei. – Ele continua, colocando as camisas de volta no cabide.
- O que? Você ficou aqui por quase duas horas e não vai levar nada?
- Não ficaram boas em meu corpo sedutor. Vamos em outra loja!
- Oh meu Deus, Thomas! Você é um gay muito... muito... gay!
- Aposto que você fazia uma sessão de compras assim com seu Eddie, então bote um sorriso nesse rostinho lindo e finja que eu sou ele.
- É impossível.
- Só porque sou gay? – Ele pergunta brincando, mas eu não dou risada. Ele então olha para mim e vê tristeza em meus olhos.
- Bell, eu conheço você há 1 ano e toda vez que o assunto é ele você faz essa carinha. Confesso que no começo pensei que você fosse esquecê-lo, mas depois... Como você aguenta? E dai que você está...
- Cala a boca.
- Bella, você tem que ser sincera com ele. O motivo pelo qual você o deixou é muito estúpido. Quanto mais ao levarmos em consideração o relacionamento de vocês. Tantos anos, tantas historias, tanto amor...
- Tommy, eu não poderia continuar sendo tão dependente dele, ok? Eu já te expliquei isso um milhão de vezes. Finja que é meu amigo e me apoie.
- Eu te apoiei no começo, e acho que você tinha razão em tentar. Mas não deu certo, agora volta para o cara que você ama, ok?
- Eu vou para casa.
- Hey... Bell, vai me deixar escolhendo roupas sozinho só porque te falei a verdade?
- Vou porque você fez a saudade que eu sinto aumentar ainda mais.
- Liga pra ele.
- Tchau Thomas!
Caminho sozinha até a casa em que estou morando com Tommy e Jamie*, meus melhores amigos. Jamie eu já conhecia desde a época da faculdade, e sentia tanto a sua falta... Fiquei anos sem vê-la, apenas nos comunicando por telefone. Já Thomas eu conheci quando cheguei aqui em Tacoma. Ele é gay assumido, daqueles bem espalhafatosos, com o qual você pode falar de maquiagem e salto alto sem o menor problema. Ele tem ótimos conselhos também, menos com relação a Edward.
Por quê? Bom, ele sempre quer que eu tenha a cara de pau de voltar como se nada tivesse acontecido, e eu sei que isso não é mais possível. Talvez fosse um ou dois dias depois em que sai de casa, mas agora? Exatamente um ano depois de ter deixado o homem que eu amo para trás e nunca mais procura-lo? Eu tenho certeza do que ele sente agora: raiva.
Sei disso porque ele me ligou uma vez, e a forma dele dizer meu nome foi uma mistura de raiva e felicidade. Eu queria tanto que ele tivesse continuado na linha, eu tinha tantas coisas para lhe dizer... Mas eu não podia, porque se eu desistisse de meus planos naquele momento, a minha saída de casa teria sido em vão. E foi por esse motivo que eu não o procurei de volta. Não por orgulho, mas talvez por egoísmo. Embora eu evite pensar em mim mesma como uma pessoa egoísta - afinal eu abdiquei de minha família e amigos para ficar somente com Edward e não consigo me arrepender disso -, as vezes me sinto péssima por ter tentado ter de volta aquilo que eu havia deixado para trás com ele. Mas uma coisa é fato: eu nunca aceitaria ser dependente de Edward daquele jeito por muito tempo. Nunca. Não seria eu se aceitasse aqueça situação.
Chego na simples casa que divido com meus amigos, e sou recebida com um telefone da minha mãe. Ela e meu pai continuam a morar em Forks, e vou várias vezes no mês visitá-los. Ela reclama por eu não estar morando com eles novamente, mas já lhe expliquei umas cento e trinta vezes que eu não posso morar em Forks por causa de Edward. Ele foi visitar os pais e os irmãos, meus próprios pais me contaram isso, e eu tenho certeza que se um dia eu o encontrar não vou ter coragem de deixa-lo novamente. Mesmo que ele diga que me odeia, ou que ele tenha encontrado outra mulher... Será? Odeio pensar nessa possibilidade, mas ela realmente existe. E se ele me esqueceu? Eu poderia conviver com isso? Eu saberia lidar com as consequências de meus próprios atos? Eu ainda não sei responder nenhuma dessas questões.
Mas existe uma razão para eu ter vindo até Tacoma. É claro que Jamie colaborou e muito com a minha decisão, mas o fato é que esta é uma cidade muito importante pra mim.  E ela era importante para Edward também, eu acho. Dias depois de ele ter me presenteado com o anel de noivado mais lindo que eu já vi na minha vida, nós pegamos o nosso carro e viemos até Tacoma, sem ter planejado absolutamente nada antes. Apenas acordamos e não queríamos ficar em casa. Pra falar a verdade, Edward dirigiu sem rumo por algum tempo, e então chegamos em Tacoma e resolvemos conhecer o lugar.
O que eu posso dizer? Não é que ela seja linda, ou deslumbrante nem nada disso, e eu nem sei direito quais são seus pontos turísticos (Jamie e Tommy me mostraram várias vezes, mas eu não consegui decorar os nomes, nem sei chegar sozinha em muitos lugares ainda, porque enquanto eles falavam, eu só conseguia me lembrar de meus momentos de felicidade com Edward), ou em qual rua existe o melhor restaurante, nem nada desse tipo. Mas eu conheço perfeitamente a praça em que ficamos sentados enquanto reparávamos o vai e vem de pessoas. Eu sei aonde tomamos sorvete, e a rua onde Edward gritou que nós íamos nos casar, e várias pessoas que nunca sequer tínhamos visto na vida nos aplaudiram calorosamente, como se torcessem por nós dois de verdade. Foi uma viagem incrível, e Tacoma tinha outra cara naquela época. Ela foi receptiva, colorida, feliz. Agora, sem ele, ela é apenas o lugar onde me escondo.
Todos os dias fico horas a fio sentada na sala, olhando através da janela, e já perdi as contas de quantas vezes imaginei que ele me encontraria ali. Choro quando a realidade me atinge. Choro como chorei no dia em que saí de nossa casa, como se esse dia tivesse sido ontem. Todos acham que eu devo voltar pra ele, mas eu não posso. Simplesmente não posso.
Cresci vendo o exemplo de minha mãe, que dependia totalmente de meu pai. Amorosamente, financeiramente, e não era bom. No começo sim, mas depois de anos de casados, ela descobriu uma infidelidade dele, e então percebeu que ela nem sequer tinha para onde ir. Seus amigos se afastaram quando ela se casou, porque ela vivia para meu pai, e sua família mora em Vancouver, o que dificulta o convívio entre eles, já que mamãe não sabe dirigir e não pode viajar muito. Foi então que ela me ligou, aos prantos, realmente desesperada, falando em como não se pode confiar em ninguém totalmente. Me lembro de suas palavras amarguradas todos os dias:
- Bella? – Ela perguntou assim que atendi o telefone.
- Oi mãe! – Eu respondi alegremente. Tinha acabado de acordar e estava fazendo cócegas nos pés de Edward, fazendo-o rir e se encolher na cama. Ele tinha que acordar para ir ao trabalho, mas eu sabia bem que ele me esperaria desligar o telefone para namorarmos um pouco... Você sabe.
- Minha filha, eu preciso de você. – Ela disse chorando, e então percebi que era sério.
- O que aconteceu, mãe?
- Seu pai me traiu. Traiu a nossa família, Bella! E eu não tenho pra onde ir, eu não conheço mais ninguém minha filha, eu só tenho você.
Lembro-me de ter sentado no banheiro, sozinha, depois de Edward ter saído para trabalhar (ele percebeu que não iríamos transar naquela manhã quando viu meu rosto, e quando lhe contei sobre a traição. Mas eu não lhe contei tudo), e de ter chorado muito. No mesmo dia eu soube de uma outra péssima notícia, e foi ai que comecei a me questionar. Será que valeria a pena? Ou eu acabaria como a minha mãe?
O que dizer sobre meus pais? Eles continuam juntos hoje em dia, porque ela foi capaz de perdoá-lo, e fingiu esquecer o que aconteceu, mas as vezes olho para ela e vejo que ela queria que as coisas fossem diferente.
Agora ela trabalha como bibliotecária numa biblioteca de Forks, e parece estar mais feliz e até mesmo saudável. Nunca soube de outra infidelidade de meu pai, e eu acho bom que ele tenha aprendido a respeitá-la. Logo que saí de minha casa em Seattle, eu não falava com ele, mas hoje também finjo que esqueci. Mas se eu sei de uma coisa, é que não foi fácil. E eu fiquei com muito medo de essa historia se repetir comigo e Edward. Não que eu ache que ele vá me trair, eu confio nele, sempre confiei, mesmo com minhas crises de ciúmes uma vez ou outra, quando ele aparecia perto da vagabunda da Tania. Mas eu sei que se eu continuasse dependendo dele, do jeito que eu estava, eu ficaria infeliz. Eu já estava bastante incomodada com a situação quando decidi ir embora. Ele não pareceu entender o motivo. Talvez nunca entenda.
O meu plano sempre foi voltar para ele. Eu imaginei que uns três meses seriam suficientes, e se eu tivesse conseguido resolver meus problemas nesse tempo eu teria voltado, mas eu não consegui. As vezes penso em desistir. Sei que Edward é diferente de meu pai e que se tivermos problemas posteriormente, podemos resolver com uma boa conversa e uma noite de sexo, do jeito que gostamos de fazer. Mas... E o medo que não me deixa tentar? O medo não me deixa nem sequer pensar direito na possibilidade de ligar pra ele, e saber como ele vai reagir.
E se ele me odiar de verdade? Se ele não me quiser mais? E se eu me afastar de minha família e amigos novamente, do mesmo jeito que fiz antes? E se... e se... ele estiver com outra? E se Tania conseguiu o que queria desde o início? Eu mato aquela... Oh Deus, eu não posso fazer nada, foi eu quem quis assim.
Começo a chorar desesperadamente, e coloco meu rosto entre meus joelhos, tentando acalmar a minha respiração, mas parece inútil. Quando Jamie chega em casa, ela esta acompanhada de Tommy e suas sacolas coloridas de lojas diferentes. Ele estava com um namorado novo, e por isso ele achou necessário um guarda-roupas novo também.
- Bella? Me deixe adivinhar, você esta chorando de novo. Acertei? – Perguntou sarcasticamente Jamie.
- Errou. Estou apenas lavando meus pulmões e fazendo exercícios respiratórios para melhorar a minha respiração e diminuir as minhas crises de sinusite. – Desde quando sai de casa, tenho crises abusivas de sinusite, praticamente 1 vez por semana. Não sei se é o clima daqui, ou se meu pulmão não sabe mais trabalhar sem Edward por perto.
- Ok Bella, você vai voltar para Seattle. – Falou Thomas, como um homem, com uma voz grossa que eu só o vira usar no máximo duas vezes. – Isso é uma ordem.
- Eu tenho que concordar com Tommy, e estou te expulsando daqui. E você está proibida de não aceitar.
Dou uma risada sem graça e olho bem para eles.
- Vocês acham que é fácil, não é?
- Não é fácil. E nem acho que ele vai te aceitar facilmente, ao contrário de Thomas – me diz Jamie – mas eu acho que vai ser muito pior se você não tentar.
- Talvez isso não se resolva como antes, sabe? Talvez uma conversa não baste...
- Uma só não. Mas várias, se necessário. – Jamie diz.
- E o que você costuma falar sobre as boas noites de sexo, hm? – Fala Tommy se abanando, voltando a ser o bom e velho amigo gay de sempre. – Eu já vi fotos dele, meu amor, acha que não reparei naquele corpinho? Que meu amorzinho não me ouça, mas esse Eddie eu queria pra mim.
- Cala a boca Thomas, e tira o olho do meu noivo. – Eu lhe digo rindo e Jamie se anima.
- Está vendo? É isso Bella! Ele é o seu noivo, você não terminou o noivado com ele, tem uma aliança de rubi no seu dedo até hoje. Você o ama. Você tem o direito de correr atrás do tempo perdido. Deixa esse medo de lado, por favor. Por você e por ele. Ele não te ligou? Ele espera por esse momento tanto quanto você, eu aposto. – Ela me diz.
- Mas, e se...
- E se porra nenhuma, Isabella. – E o homem que reside dentro de Thomas vem à tona novamente. Ele deve realmente estar irritado comigo! – Vai, liga pra ele e fala que quer conversar.
- Não.
- Liga Bella! – Jamie insiste.
Penso na possibilidade, em ouvir a sua voz novamente... Mas eu tenho medo demais pra falar a verdade.
- Eu não quero ouvir ele me dizer que me odeia por telefone.
- Prefere ao vivo? Isabella sadomasoquista! – Brinca Thomas e eu dou risada.
- Eu prefiro escrever para ele.
- Como o mimo de aniversário que você mandou e ele nunca respondeu?
- Eu não coloquei endereço, Thomas.
- Ok. Parem de discutir ok? – Interfere Jamie – Se você quer escrever, tome. – Ela me dá papel e caneta. – Vamos Isabella, escreva pra ele.
Penso um pouco, mas meus amigos têm razão. Se eu não tentar pode ser muito pior.
Então tenho uma ideia: irei escrever pra ele, pedindo para ele vim se encontrar comigo em Forks, assim ele não precisará me expulsar do apartamento, se for o caso. Marcarei uma data, e se ele aparecer significará que quer dar uma nova chance para mim. Se ele não aparecer, será o fim.
E com lágrimas nos olhos escrevo as primeiras linhas.

Oi amor, espero que não rasgue esta carta do jeito que estou pensando que irá rasgar.
Sei que deve estar com raiva de mim, mas eu preciso falar com você. Lhe explicar tudo.
Eu te amo tanto...


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Notas finais do capítulo

Ok! Aqui estou eu.
Espero que tenham gostado do cap.
E só uma coisa: Bella, você ainda não nos contou tudo. Viu?
hehehehehe
Beijos e até sexta com a fic pegando fogo!