Capitulo 4 - Harmony 

Chris me estendeu a mão e eu consegui tirar essa minha bunda do chão.

– Ai meu joelho. - reclamei segurando no ombro dele.

– Calma, senta aqui. - a assombração vegetariana disse.

– Calma o cacete, tó aqui toda quebrada, quase morrendo e merda a minha blusa do Bob Esponja sujou? Por quê o mundo é tão cruel? - choraminguei sentada no banco e vendo minha blusa toda suja.

– Calma, é só lavar. - Christofer disse acariciando meu ombro.

– É só lavar, é pra isso que existe água. - falei imitando ele. - Sabia que a água do mundo tá acabando? Lá no deserto já acabou faz tempo.

– Err... vai querer uma carona para casa? - ele disse levantando e sorrindo. Como ele pode não responder minha pergunta sobre a água acabar?

– Carona? Fazer o que, não me resta opção, meu joelho tá todo ralado e isso é sangue? A meu senhor pai de Cristo amadinho, eu não gosto de sangue. - falei desesperada olhando pro meu joelhinho e dando um salto ninja.

– Chega de drama. Deixa eu te ajudar. - ele disse risonho colocando meu braço sobre seu ombro e fazendo com que eu ficasse apoiada sobre ele.

– Meu joelho está doendo, muito.

– Então deixa que eu te levo no colo. - ele falou rindo, até que no começo eu achei que era brincadeira, mas não era.

– Me solta, você tem sérios problemos garoto. - disse colocando os pés novamente no chão.

– Desculpa. - ele disse rindo mais ainda, pegou o violão no banco e o meu saco de pão jogado no chão. -Acho que seu pão amaçou um pouco.

– Eu não tenho dúvidas. - respondi pegando o saco do pão. - O seu carro está muito longe?

– Não, está ali na esquina.

– Você toca violão, que legal. - falei apoiada sobre ele e andando devagar.

– Eu sou músico. - aposto que toca nessas esquinas e ganha dez doláres por dia.

– Interessante e que tipo de música você toca?

– É meio Folk, vamos dizer assim. - ele respondeu sorrindo. - Eu tenho uma banda na verdade e se chama Nevershoutnever!

– Um banda? Que legal. Eu tinha uma banda também, só que eu briguei com o baterista, quebrei toda a bateria e fui expulsa da banda. Hoje a banda se chama Paramore e é super famosa.

– Sério?

– Não eu tó tirando com a sua cara. - respondi rindo da expressão em seu rosto.

– Meu carro está bem ali. - Chris disse apontando.

– Aquele fusquinha ali? Eu nunca andei em um fusca, tem ar condicionado?

– Não, o meu carro é o que está atrás.

– Aquela Land Rover? Caraca, eu nunca andei em uma Land Rover.

– Tudo tem uma primeira vez.

– Tá esperando o que para abrir a porta? - falei de frente para o carro.

– Ah desculpa. - ele disse e abriu a porta.

– Eu posso abrir o teto solar? - falei com a boca aberta olhando para cima.

– Acho que pode. - ele respondeu gargalhando da minha cara e fechando a sua porta.

– Melhor não, capaz de um passárinho faz cocô na minha cabeça.

– Você tem cada idéia. - esse menino não sabe fazer outra coisa além de rir, vou bater nele ai eu quero ver se ele vai rir.

– Posso ligar o som? - perguntei, mas como eu sou metida e antes mesmo dele responder eu já estava mexendo em tudo que era botão.

– Jane não aperta ai. - Christofer disse, mas já era tarde demais.

– O quê foi que eu fiz, tá chovendo, não dá para ver nada. Vai todo mundo morrer! - falei desesperada ao olhar o vidro cheio de água e espuma.

– Calma Jane, vai ficar tudo bem.

– Cala essa boca seu mentiroso. Não tem como ver nada e se tiver um caminhão de carnes suinas vindo e bater no seu carro? Além o carro capotar, corremos o risco de pegar gripe suina.

– Eu vou estacionar o carro e esperar. - ele disse na tentativa de me acalmar. - Eu vou ligar o rádio.

– Você deveria ter feito isso antes, mas deixou que eu fizesse isso e nós quase morremos por uma batida de caminhão de carnes suinas.

– Mas não tinha nenhum caminhão de carnes suinas. - ele disse meio confuso.

– É, eu sei. - respondi rindo.

– De onde você tira essas sua idéias?

– Nem eu sei. - respondi pensativa e dei um pulo estérico ao ouvir a música que começou a tocar. - A eu amo Lady Gaga, você já viu o clipe dessa música? É tipo muito fodastico.

– Não eu não vi o clipe. Eu até acho a Lady Gaga tipo gênial, ela sabe bem o que faz, só não sou do tipo de pessoa que escuta as músicas dela. - ele disse e trocou de música.

– Por quê raios você trocou de música? - perguntei indignada.

– Você já ouviu Beatles?

– Claro que sim, tá me chamando de sem cultura? Meu pai me ensinou a saber apreciar Beatles, ele é tipo viciado nos Beatles e eu sei todas as músicas decoradas.

– Seu pai é um cara de bom gosto.

– Não ele não é, acredite em mim. Ele só vai ser um cara de bom gosto quando tirar aquele bigode e aquela camisa xadrez vermelha, meu pai parece meio que o Mario Bros.

– Seu pai tem um bigode? - é impressão minha ou o hippie ai ficou todo animadinho?

– É ele tem.

– Eu preciso conhecer o seu pai e o bigode dele também.

– E eu acho que você vai conhecer mesmo. - respondi ao avistar o seu Gregory desesperado no quintal de casa.

– Seu pai é aquele cara ali que esta correndo com as mãos na cabeça?

– Viu ele é o Mario Bros, deve está procurando algum tijolinho para bater a cabeça.

Chris parou o carro, desceu e me ajudou a descer. Logo assim que meu pai me avistou descendo carro veio correndo em minha direção.

– A Jane você sai para namorar e me deixa aqui aflito sem noticias suas, isso não se faz com esse velho aqui. - meu pai disse me abraçando ou melhor me matando sem ar. Eu fiquei feito um pimentão depois dessa frase do meu pai e Christofer deu um sorriso de canto.

– Pai quantas vezes eu já te disse que não tenho namorado? Que tipo de pessoa em seu estado normal vai querer namorar com uma alien como eu? Só se for um cego e surdo e olhe lá.

– O quê você fez no seu joelho, vocês quebraram a cama e você se machucou? Ao menos usaram preservativo?

– PAI! - berrei e dei um tapa no braço dele.

– Eu estou sendo realista querida.

– Não foi nada disso, a Jane caiu, eu estava por perto e ofereci uma carona.

– Tinha que ser a Jane para cair por ai feito uma manga podre.

– Obrigado pela parte que me toca papai querido.

– Bom eu me chamo Christofer Drew, muito prazer. - o garoto que acha que é o super-man se apresentou.

– Me chamo Gregory Doe, prazer.

– O seu bigode é maneiro senhor Doe.

– Você gostou? Viu querida, alguém gosta do meu bigode.

– Obrigado Chris, agora as chances de eu conseguir fazer com que meu pai tirasse essa coisa da cara acabaram de acabar. - falei batendo palmas e com um sorriso amarelo no rosto.

– Você vai querer entrar Christofer?

– Não, obrigado. Pode me chamar de Chris, senhor Doe.

– Menino me chame apenas de Gregory, esse negócio de senhor é para velho.

– Falou o menino novinho agora. - e adoro acabar com a vida das pessoas.

– Vou deixar vocês se despedirem, vou lá dentro e Jane me dá esse pão aqui. Eu tó morrendo de fome. - meu pai disse arrancando o saco da minha mão e indo para dentro.

– Obrigado Christofer, você é um cara legal. - falei sorrindo.

– Não foi nada Jane, foi um prazer te ajudar. - ele disse sorrindo para mim e eu com toda a certeza estou que nem a placa de PARE do outro lado na rua, acho que ainda estou mais vermelha.

– Err... então a gente se ve por ai. - falei e me despedi com um beijo em seu rosto. - Tchau.

– Jane, espera. - ele falou segurando no meu braço. - Você aceita sair comigo, mais tarde. Eu não sei, podemos ir jantar quem sabe ou ir ao parque de diversão.

– Pode ser, me empresta o seu celular. - falei e pela cara que ele fez não entedeu. - Para mim anotar meu número, não vou roubar.

– Ah claro. - ele respondeu e pegou o celular.

– Aqui está. Você me liga e combinamos direitinho. - disse entregando o celular.

– Então até mais tarde Jane Doe.

– Até mais, Christofer Drew. - respondi acenando e vendo ele atrevessar a rua.

I am I

You are You

We are We

We could live in such harmony

Can't you see apathy

Lies between...