Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 35
Capitulo 34 - Alem do Horizonte


Notas iniciais do capítulo

Ola Matilha.
Bem voltamos. Com o Penúltimo Capitulo da primeira fase da Circulo de paixões.


Sim teremos Segunda fase.
Mais curta, mas que vai mostrar o Baby Wolf que esta chegando.

Espero que curtam.

E saibam que este capitulo esta triste e Lindo.
Hoje não teremos capa pois nossa Linda e maravilhosa Carlinha teve problemas no Pc.

Bjo Matilha.



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“ Tudo aquilo que se faz por amor. Se faz pelo amor.”

(Por Jacob Black.)

Era uma vez um garoto Quileute.

Que acreditou ser normal um dia. Acreditou que Bandidos eram apenas homens de carne, osso e arma nas mãos. Ele viu o Pai a vida todo preso a uma cadeira de rodas, depois de sofrer um acidente que tirou a vida de sua Mãe.

Entretanto no mundo real. Monstros existem e ele luta contra eles dia após dia. Uma arma não mataria sua Mãe, e por fim. Seu Pai esta de pé diante de seus olhos como se tivesse feito isso algum dia na presença do filho.

Sacudi a cabeça tentando absorver tudo.

– Então nunca houve um acidente? – não sabia ao certo definir meu estado emocional neste momento, entretanto a irritação é facilmente identificada na minha expressão.

– Não Jacob. Sua Mãe era uma Loba. Nós sabemos que um acidente não a mataria... – não deixei meu Pai finalizar o raciocínio.

– Sei exatamente o que mata um Lobo Billy. Um carro amassado em uma arvore jamais faria isso. – sem perceber andava de um lado para o outro – Então ela foi assassinada? – meu Pai olhava paciente, de braços cruzados, encostado em uma arvore. Não conseguia olhar sem admirar a figura dele, diante dos meus olhos em pé.

– Jacob eu sei exatamente como você esta se sentindo agora. E o sentimento dominante é a raiva. – ele caminhou em minha direção e não conseguia conter a vontade de chorar, uma emoção sem explicação por vê-lo me alcançar tão facilmente. Contudo esta me sentindo traído.

– Eu poderia ter feito algo para acelerar isso? – apontei para as pernas e o caminhar dele.

– Não filho. – ele apertou meu ombro sorrindo. – ninguém, alem de quem eu vim buscar poderia.

– Me explica tudo. – coloquei minhas duas mãos em seus ombros. – ele é mais alto do que eu, e a alegria que ver isto me causa, é imensa.

– Vamos sair daqui meu filho. Mike, Leah, e sua matilha precisa de um descanso, boa comida e uma pequena trégua. – sabias palavras.

Olhei onde Leah estava.

Ela conversava com Mike.

Os cabelos esvoaçantes, a mão alisando carinhosamente o ventre. A imagem de uma vida perfeita em meio ao caos.

Um sorriso se espalhou por meus lábios antes mesmo que eu conseguisse barrá-lo.

Pensar naquela pequena vida, dentro do ventre dela já me refazia de qualquer mal, dor, ou medo que possa ameaçar se aproximar.

– Você esta feliz. – meu pai ponderou.

– Como nunca. Completo em todos os sentidos. E vou lutar para manter isso pai. – saltei do alto da pedra sem dificuldades. – Vamos lá velhote, precisamos descansar.

A gargalhada gutural dele se espalhou pela mata.

Ele saltou e parou alguns passos a minha frente.

– Vamos pequeno Lobo, tem muito que aprender com esse velhote hoje.

Caminhamos até o grupo.

Meu e Pai Mike andavam á frente.

Leah e eu atrás com os dedos entrelaçados.

Comecei a caminhar ao lado meu Pai.

Mike sorriu e caminhou para perto de Merida.

Enquanto ele se afastava, olhei o perfil sereno do meu Pai.

Não conseguia entender como Mike se encaixava nesta loucura toda.

– Porque Mike esta aqui Pai? – espero entender o que faria meu Pai, arriscar a vida dele desta forma.

– Mike veio para me ajudar. Não cheguei aqui já caminhando Jacob. Vim buscar ajuda para isso. E Mike me ajudou com um pequeno truque. – ele parou e se virou para o grupo. – Mike. Mostre a eles.

Leah apertou minha mão de leve. Sua respiração acelerou.

Mike olhou diretamente para Merida, então segurou o braço do meu Pai. E lá estava.

Uma proteção.

Leah seu dois passos a frente.

– Como é possível? – o tom incrédulo me fez olhar diretamente para Merida.

Que também parecia estarrecida.

Meu Pai tinha um sorriso nos lábios. Daqueles que escondem muitos segredos.

– Como é possível que existam Lobos, Vampiros e Bruxas? – ele olhava diretamente em minha direção com cautela. – Vamos as respostas estão a frente.

Mike soltou o braço e caminhou ao destino que eu mesmo não conhecia.

Segurei a mão de Leah e o seguimos.

Uma caminhada silenciosa até uma grande clareira. Meu pai parou pouco antes de adentrarmos a mata novamente.

– Jacob. Leah. A história de vocês mudará aqui. Sejam receptivos com tudo e lembrem-se. Vocês não são os primeiros a atravessar essa jornada. Tudo o que fizemos até aqui foi por amor. Erros e acertos fazem parte disso, pois sabemos que o amor não é perfeito, é real, e muito difícil. Contudo é forte o bastante para sacrificar algumas coisas e se manter vivo.

– O que esta havendo? – sentia a movimentação ao redor.

Me coloquei a frente de Leah.

Meu Pai sorriu.

Um segundo. E estávamos em outro lugar.

Havia ali um acampamento.

Envolvi Leah em um braço e a prendi em minhas costas. Um instinto natural de proteção. Contudo não corríamos riscos.

– Um escudo. Como conseguiram com tantas pessoas? – Merida passou por mim e por Leah seguida por Ayra, Kate e Moira.

– Pratica e poder que só alguém que vive há muito tempo tem minha jovem. – meu Pai disse sorrindo.

Podia sentir alguém se aproximando.

Junto parecia trazer toda a mata consigo.

Meu pai desviou os olhos, como e fosse se virar, porem, não o fez.

– Leah, Seth, eu quero que conheçam uma pessoa. Que desenhou a minha, as suas e muitas outras histórias. – um homem com a aparência indígena, alto, e alguns centímetros menor que meu pai surgiu dentre as pequenas casas de palha montadas ali. – Esse é Connor Clearwater. O avô de vocês.

A respiração de Leah ficou mais acelerada, que o coração disparado de Seth.

Leah se soltou do aperto dos meus braços.

O homem estava visivelmente emocionado.

– Linda como a Mãe. – ele tocou o rosto dela, em seguida se virou para Seth. – Forte e guerreiro como todo homem desta família. – ele segurou os ombros de Seth e o abraçou.

Leah parecia em choque.

– Como isso é possível? – ela mexia nos cabelos nervosamente. – Não que não possa ser possível, quero dizer podemos viver o tempo necessário para acontecer. – ele a olhava admirado. – Como não soubemos disso? Porque fomos excluídos da sua vida?

Ele olhou para baixo e em seguida para o meu pai.

Senti um aperto insuportável no meu peito.

– Tudo que fazemos para o bem, é justificável. – ele estendeu a mão para Leah.

– Eu, eu... – ela deu um passo a frente, mas voltou e saiu de perto do avô, passando por todos os nossos amigos.

Respirei fundo.

– Licença. – a segui.

Leah se afastou do grupo.

– Não, Jacob. Nada de palavras, ou conselhos agora. Eu simplesmente estou cansada disso tudo. Parece que desde que descobri minha gravidez, um mundo novo e nada agradável se abriu. Como se estivesse pagando alto por ter felicidade e amor na vida. – ela andava de um lado para o outro.

– Não ia aconselhar, ou dizer absolutamente nada Clearwater. – o coração dela acelerou. – Posso ficar mudo, e parado como uma arvore. Arvore não. Um poste. Pronto. – parei e juntei meus braços ao lado do corpo.

Ela sorriu, e me jogou um galho.

– Jacob pare. Isso vai envolver algo sério. – me aproximei e a envolvi em meus braços.

– Eu sei. – afundei o nariz nos cabelos dela, e inalei o aroma maravilhoso deles.

Minha preocupação não consegue ser maior que a felicidade de ouvir o coração do meu filho.

– Como você ficou assim tão tranqüilo? – Leah chutou uma pedra que voou longe.

– Não sou tranqüilo. Contudo. Esse som. – apoiei o queixo no ombro dela, e alisei seu ventre. – É o som mais alto nos meus ouvidos agora. Tudo que vem após ele se torna pequeno Leah. Tudo insignificante. As batidas aceleradas do pequeno coração do me filho, não permitem que eu me desespere com absolutamente nada. Pois nada será forte o bastante para impedir que ele seja feliz. Que seja livre. E como eu sei? – Leah se virou, e ficou de frente para mim.

– Como você sabe? – ela cruzou os braços.

– Porque estaremos protegendo o pequeno Leah. Seremos fortes o bastante para que ele viva feliz. Porque já o amamos mais que qualquer coisa no mundo.

Os olhos negros dela se encheram de lagrimas.

– Sim. – Leah respirou fundo e enxugou a lagrima que ameaçava molhar sua pele. – Vamos ouvir tudo de uma vez. Quero saber quem vamos ter que matar para proteger a felicidade do nosso filho.

– Finalmente. Estava preocupado já. – provoquei. – Você andava passiva, e compreensiva. E quase me lembrava um doce. – Leah me deu um soco no meu braço. – Ai. – passei a mão teatralmente fingindo dor.

– Não me provoque Jacob. – Leah se virou e caminhou de volta para o local onde todos estavam antes Leah parou se virou e estendeu a mão. – Vamos Black. Juntos.

Sorri e caminhei na direção dela. Entrelacei meus dedos aos dela.

Leah se esticou e selou nossos lábios.

Caminhamos de volta e chegamos juntos a clareira.

– Quero entender a minha história. – Leah cruzou os braços alguns metros do avô.

Ele se levantou e assentiu.

Meu Pai se aproximou.

– Antes quero que todos aqui entendam, existem coisas inexplicáveis na vida de um ser sobrenatural. – a voz do meu Pai sempre me tranqüilizou. Contudo desta vez. Nada que ele pudesse dizer faria isso. – Sentem-se. São séculos de história. – ele sorriu nos olhando de forma carinhosa.

Olhei para Leah e depositei um beijo em sua testa.

Nos sentamos com as mãos entrelaçadas.

Todos ao nosso redor fizeram o mesmo.

Apenas um homem naquele espaço estava em pé. Connor.

– Minhas origens são raízes sólidas. Lobos que geravam Lobos. Que viviam o tempo certo para passarem seu conhecimento, e seguiam, adiante. Fizemos isso tantos séculos. Era natural. Alguns gostavam de viver neste mundo e por aqui permaneciam protegendo, cuidando. Até que se cansavam e seguiam o curso do rio. Não sabemos ao certo como aconteceu. Sabemos que a história dos filhos da Luz começara tempos antes. Um Homem se apaixonou por uma jovem bruxa. Contudo o Clã dela não permitiu o amor. Amaldiçoou ambos, quando descobriu a gravidez da jovem. Eles foram expulsos, fugiram. Entretanto estavam fadados a mortalidade, e o filho no ventre dela era imortal. A Mãe da jovem Bruxa resolveu deixar seu amor pela filha falar mais alto, e secretamente lançou um feitiço de vida eterna. O feitiço manteve o casal vivo. Porem, no bebe teve um efeito maior. Os pais perceberam que o pequeno dava vida a coisas mortas por onde passava. Mesmo sem poderes eles eram Imortais. O gene foi passado. Com ele foram percebidos dois fatos. O primeiro era o mais curioso. O mais feliz. Cada bebe nascido com a estranha habilidade de ressuscitar coisas mortas, ganhava um protetor natural. Geralmente alguém nascido para proteger aquela extraordinária vida. Alguém mais forte fisicamente, e que inevitavelmente encontrava o caminho até o que a natureza acreditava precisar de proteção. Por isso chamados Filhos da Luz. Foi a maneira da natureza equilibrar tanto poder. Dando a eles uma proteção. – Connor respirou fundo.

– Se precisar... – meu Pai apertou o ombro do amigo.

– Não. Eu posso fazer isso. Obrigado amigo. – ele se voltou para nós. – Meu momento mais feliz havia chego. Mira, minha mulher estava grávida. Ela não era sobrenatural.Era extraordinária, simplesmente por ser forte, e corajosa, em toda sua fragilidade. Jamais vou esquecer o dia do nascimento da minha jóia mais preciosa. – ele olhou para Leah e Seth. – Era uma tarde ensolarada. O ar fresco nas arvores. Contudo. Foi uma tarde difícil para Mira. Haviam dois bebes. Mira não conseguia mais. Parecia tirar forças de algum lugar desconhecido. Então Sue nasceu. Gritando em plenos pulmões. Algo precioso. O segundo bebê não tinha vida. Mira o olhou e em seguida parou de respirar. O desespero tomou conta do meu corpo. Repudiei a criança viva nos braços das mulheres na aldeia. A Mãe de Mira segurava a criança como se a protegesse de mim. Sentou-se em um canto, enquanto eu de outro segurava o corpo inerte da minha esposa. Então ela se levantou. Os olhos arregalados. Me mandou calar a boca, e colocou Sue nos braços de Mira. Foram segundos. E o coração dela batia como nunca novamente. Aproximamos Sue do nosso pequeno, inerte ali. O mesmo ocorreu. Não tivemos duvidas de que estávamos com um grande poder nas mãos. Diz um velho ditado. Um grande poder, traz consigo uma grande responsabilidade. Sabíamos que Sue era a nossa grande responsabilidade. Então logo tivemos noticias do inicio das perseguições. Em uma noite a aldeia foi invadida. Por um momento me vi sem saber quem defender. Uma duvida inundou meus olhos. Mira e Rudá de um lado. Sue de outro. Todos indefesos. Entretanto aquela noite a natureza mostrou o quão valiosa a responsabilidade de ser Pai de Uma Filha da Luz era. Enquanto fiquei paralisado por alguns segundos, uma jovem destemida não teve dúvidas diante de mim. Surgiu como uma Fênix. – meu coração acelerou. – Sara. Filha de um Alfa do Norte. Estava na tribo vizinha. E naquele momento matou quem ameaçava a vida da minha pequena Sue. E assim continuou fazendo. Sara nos contou que sonhava com Sue. E com o local onde ela poderia estar. A família sabia que Sara era um Escudo e decidiu procurar pela Protegida da filha. Encontraram-nos em um momento de vida e morte. Sara trouxe consigo uma grande Matilha. Com a permanência dela na tribo para proteger Sue, passamos a ser uma única matilha. No inicio foi complicado, contudo a união de Billy e Sara trouxe a tranqüilidade definitiva. Vivemos bem durante algumas inúmeras décadas.

– Você quer dizer que minha Mãe vive há séculos? – Seth se levantou, parecia não acreditar.

– Estou dizendo Meu Jovem Guerreiro. Que sua Mãe viveu tempo o bastante para definir o que não queria ser. – Seth voltou a se sentar, com a certeza que não ouviria nenhuma história para dormir.

– Sue nasceu com um dom. De trazer vida a pessoas e coisas já mortas. Mas para muitos era simplesmente uma maldição. E então aconteceu. O dia que definiu quem seriamos dali em diante. – Connor respirou fundo. – A vida nos traz escolhas e podemos passar anos sem ter que usá-las. Contudo no momento certo, a vida cobra uma decisão, sem deixar espaço para indecisões. Cada membro de nossa Alcatéia já estava certo da escolha feita. Todos lutavam pela vida dela. A Filha da Luz, sempre. Éramos atacados constantemente. Formamos um escudo para proteger Sue com Magia. E ela estaria segura. Caso não tivesse visto Rudá em perigo. Sue não deixaria o irmão lá. Aquele dia o céu estava cinzento, o vento pesado. Vladmir atacou sem piedade. Minha escolha e a de Mira era simples. Por eles e para eles sempre. Rudá tinha o mesmo lema. Sue viu muitos dos nossos morrerem e junto com Sara os trazia de volta na sem dar chance aos sanguessugas de vencer a batalha. Sara e Billy lutavam incansáveis para proteger Sue. A batalha foi muito dura. Dançávamos entre a vida e a morte. Conseguimos eliminar nossos inimigos. Nos sentimos momentaneamente felizes. Até que no alto da pedra o vimos. Com o coração separado do corpo. Rudá estava com os olhos abertos, nos revelando o pavor que o dominou antes da morte. Uma imagem desoladora para um Pai e uma irmã, mas completamente destruidora para uma Mãe. Sue tentou por horas. Horas incansáveis. Até que Sara conseguiu tirá-la de lá. Não se pode dar vida a um órgão arrancado de sua fonte. Enterramos Rudá e aquele dia sem desconfiarmos, enterramos a Filha da Luz junto. Sue nunca mais tocou em nada que estivesse morto. Se culpou. Via a dor da Mãe e enxergava acusação nos olhos de Mira. Viver fugindo não contribuía. E tudo foi começando a ser difícil demais. Não tínhamos mais Paz. E sem paz os pensamentos não se organizam e acabamos ficando vulneráveis. E foi nesta época que a conhecemos. A Bruxa. Pandora. Junto com ela, fizemos algumas descobertas. A que jamais teríamos paz foi à primeira. Vladmir e Stefan descobriram uma forma de achar os Filhos da Luz. Achavam simplesmente por magia, localizando aqueles que não tinham a habilidade de escudo como Sara. Eles necessitavam apenas saber que ali existia um, e ter nos visto uma única vez na vida. Vladmir tinha isso. Pois meu Pai o trouxe a vida, quando ainda era jovem. Achar-me foi fácil. Quando ele nos encontrou não sabia da existência da nossa filha. Ele estava à procura do meu Pai. Ganhou um bônus. Viu em minha filha a possibilidade de dobrar os Filhos da Luz, pois sabia que Sue poderia engravidar. Isso deu a ele uma visão de poder e vingança sem limites. Acontece que não seria fácil capturar Sue. Nossa Matilha era poderosa e grande demais. Sara era o maior empecilho dele. Mas o que significa a espera para quem tem a eternidade? Nossa vida virou um ciclo de fugas. Sem raízes. Até que Mira e eu tomamos a decisão mais difícil de nossas vidas. A de partir. Deixando nossa filha para trás. Tínhamos que dar uma chance a ela. A chance de Sue ter uma vida, comum. Ou tentar. Deixamos Sara a par de nossa decisão e antes de partir Mira disse a Sue, que nós a amávamos. Que a morte de Rudá era o inevitável na vida de um Lobo, e pediu para que Sue parasse de se culpar. – Connor sentou-se no grande tronco derrubado na clareira.

Leah se aproximou e ajoelhou diante da figura de homem que neste momento não se parecia em nada com a fortaleza de alguns minutos atrás.

– Estamos aqui agora. – Leah segurou a mão do avô.

Ele sorriu em resposta.

Respirou fundo e continuou.

– Aquela noite, deixamos para Sue para traz. Sabíamos que era o certo a fazer. Mas, nem sempre o certo é o mais fácil, e sofremos muito com a nossa escolha. Sue seguiu sobre a proteção de Sara. Contudo de maneira diferente. Nem Sara e ninguém poderia intervir. E foi nesse momento que a Bruxa sentenciou a própria linhagem a morte. Sue se negou durante muito tempo a salvar vidas. Começou a acreditar que aquilo era uma maldição, Pandora nutriu esse sentimento, e todos os dias tirava pequenas doses do sangue de Sue para realizar feitiços. No inicio, ela queria entender a natureza do poder da minha filha. Depois ela queria poder. Foi neste momento que Aro as conheceu. Entendeu o poder real de uma Bruxa, mesmo sendo enganado por Pandora, que jamais contou a ele sobre os Filhos Da Luz. Ele viu o que a Bruxa o deixou ver. Aro conseguiu se blindar de todas as formas. Uma delas foi dizimando a família da Bruxa que criou um escudo para ele. Pandora. A família quase toda foi morta. Netas, filhos. Marido. Restou apenas a Jovem Kendra e o irmão mais novo. Aquele momento determinou a decisão mais importante da sua mãe Leah. – ele olhou diretamente nos olhos de Leah. – Sue decidiu que não usaria jamais o seu poder. Se negou tantos tempo, que finalmente o perdeu. Não sabemos se as artimanhas de Pandora contribuíram, ou se sua Mãe simplesmente matou isso dentro de si. Sabemos que seu Pai entrou na vida dela. E as coisas mudaram de curso. Sue resolveu viver como uma humana comum, e acredito que quando se deseja algo com tanta força, você realiza. Sua Mãe realizou. Construiu uma família. Se libertou do irreal. Harry a seguiu, pois a amava acima de tudo. Sara prometeu a nós que jamais a deixaria, e a protegeria acima de tudo.

Senti uma pontada dominar meu peito.

Uma raiva sem precedente e desconhecida se espalhou pelo meu corpo.

Minha respiração tornou-se irregular e não escutava nada do que era dito.

Meu corpo ferveu e por um instante quase explodi em minhas roupas.

– Como minha Mãe morreu? – me aproximei, tentando controlar minha respiração que a essa altura é ofegante.

Meu pai se levantou, junto com Connor.

– Acalme-se Jacob. – meu Pai colocou a mão no meu peito.

– Não me peça calma. – dei dois passos para trás. – Você mentiu para mim a vida toda. Não fará novamente. – passei por ele. – Você. – caminhei na direção de Connor. – Abandonou a filha, e usou essa desculpa de proteção. Há quanto tempo você não vê Sue? Quantos anos não se abraçam, e você não diz que a ama? Covarde.

– Jacob! – Leah intercedeu.

– Não. – olhei para Connor. – Quantas vezes minha ela chamou por você? Nas decisões mais difíceis, quantas vezes você ouviu e nada fez?

Meu Pai tentou dizer algo, contudo Connor o impediu.

– Muitas Jacob. Sue me chamou por muitas vezes. Eu disse que as decisões que tomamos nem sempre são agradáveis. Preferi um alvo nas minhas costas, e dar a ela uma chance. A chance de ter o que merecia. Cada ano que se passou me senti mais forte, pois ela estava levando a vida que escolheu. Estava feliz.

– Minha Mãe não teve essa escolha! – senti meus pulmões vibrando. – Sua covardia matou a minha Mãe. Porque ela nasceu para proteger alguém que jamais deveria ter saído do seu circulo de proteção. O que você deu a minha Mãe? Proteção? Onde ela esta neste exato momento – o empurrei longe.

Sentia um ódio me dominar.

Sombras. E a raiva de saber quem perdeu a vida com a negação dele.

Senti inúmeros passos correndo em nossa direção.

Graham, Aquilles, Scott, Eike, Nahuel, Embry e Seth se colocaram em posição de ataque. Assim como os Vampiros ali.

– Jacob! – meu Pai gritou.

– Não! – Connor apenas levantou o braço e todos os Híbridos que vinham em nossa direção pararam.

– Jake. – Leah se colocou entre mim e o avô dela. – Escuta. – o som do pequeno coração mais alto que qualquer outro som.

Leah me abraçou.

Respirei fundo. A junção do coração dela com as batidas do meu pequeno eram o calmante mais poderoso do mundo.

– Por favor. Acalme-se Jacob. – Leah sussurrou no meu pescoço pendurada a ele como se estivesse segurando seu bem mais precioso. – Eu estou aqui. Nós estamos aqui.

Leah olhou diretamente nos meus olhos. Passando a mão por todo meu rosto. O nariz encostou no meu.

Minha respiração foi normalizando novamente.

A medida que o som das batidas do pequeno coração no ventre dela iam dominando tudo ao redor.

Me senti calmo como se estivesse sozinho.

Olhei para o meu Pai.

– O que aconteceu com a Minha Mãe Billy? Sem mentiras agora. – controlei meu tom de voz.

Meu Pai se aproximou.

– As escolhas da sua Mãe não eram questionáveis. Sara passou a vida ao lado de Sue. Nada iria tirar uma do caminho da outra. Sente-se meu filho. – meu Pai tentou se aproximar.

Me afastei.

– Não. – apertei Leah em meus braços. – Preciso respirar.

Coloquei Leah no chão lentamente. Ela segurava meu rosto com firmeza entre as mãos.

Respirei fundo e olhei para meu Pai magoado, por nunca ele nunca ter contado a verdade sobre a morte dela.

Entrelacei meus dedos aos de Leah, e caminhamos alguns metros.

Sentamos em baixo e uma arvore. Precisava respirar e não ter informações me bombardeando a todo momento.

Antes de começarmos conversar, realizei um pequeno feitiço de proteção.

Ninguém poderia nos ouvir agora.

https://www.youtube.com/watch?v=7zktUt4MnHA

Ficamos em silencio por alguns momentos.

– Eu sinto muito. – Leah passou a mão pelo meu rosto. – Sinto por ela não estar aqui. Por você não tê-la conhecido direito. Por ter apenas lembranças vagas dela e mesmo assim, essas memórias não honrarem quem ela realmente foi. – Leah segurou minha mão.

Senti uma tristeza imensa.

– Eu fico imaginando o que ela me diria se estivesse aqui neste momento. Qual conselho me daria? Qual seria o aroma da pele, no exato momento em que ela me abraçasse? – senti meus olhos arderem. – Não posso imaginar não dar isso ao nosso filho Leah.

Leah soltou minha mão e nos abraçamos.

– Daremos a ele tudo aquilo que ele precisar Jacob. Estaremos lá por ele. Lembra? Você me disse aqui mesmo neste lugar há algumas horas atrás. – assenti.

Meu Pai estava parado diante de nós.

– Esta na hora Jacob. Não deixe a dor te sufocar, te cegar, e impedir que você ouça. Escute alem da voz do seu Pai. – Leah selou nossos lábios, e se levantou.

Passou pelo meu Pai e sorriu.

Meu sorriso desapareceu junto com a imagem dela.

Meu Pai se aproximou e sentou ao meu lado.

– Você esta com raiva Jake. E eu entendo. Também estive assim por muitos anos. Só não me entreguei, pois suas irmãs e principalmente você, precisavam de mim. – meu Pai sentou e segurou as pernas.

Sorri sem que ele percebesse. Vê-lo ali andando me causará emoção durante algum tempo.

– Porque você ficou preso a cadeira de rodas tantos anos? – fui direto, preciso de explicações o quanto antes.

– Magia. A que me atingiu deveria ter me matado. – ele suspirou pesadamente.

– Pai, ela escolheu dar a vida dela. Preciso saber como foi. – pedi sinceramente.

– Ela escolheu. Dentre tudo aquilo que mais importava para ela no mundo. – meu Pai estava emocionado.

– Eu sei que você vai sofrer por me contar. Mas eu preciso saber Pai. – imitei o gesto dele segurando minhas pernas.

– Palavras são apenas palavras, a ausência da pessoa que amamos sim pode nos ferir mais que cem facadas. – ele respirou fundo, como se buscasse forças em algum ponto do próprio corpo, fiquei ali observando.

A dor dele foi a minha. Mesmo que irreal, eu acreditei na morte de Leah. E isso me transformou. A dor nos obriga a crescer de uma forma diferente. Nos obriga a sermos mais fortes, pois não traz a compreensão que amor nos dá. Olhando o perfil do meu Pai, pela primeira vez sei de onde a força dele saiu. Foi à dor, por não tê-la ao seu lado.

– Oitenta anos. Esse foi o tempo que Sue começou a envelhecer normalmente. Ela e Harry tinham uma vida normal. Tranqüila dentro dos limites de uma vida em meio a híbridos. Vagamos por muitos continentes. Países, e lugares até encontrar La Push. Sara se encantou com a praia. Permanecia horas ali. Os Quileutes foram receptivos. Ninguém conhecia a história dos Filhos Da Luz. E pela primeira vez em séculos estávamos tendo uma vida comum. Eu seguia a sua Mãe Jake. Sara via as mulheres grávidas e o desejo por ter uma família se fortificou em seu peito. Foram alguns anos sem se transformar e aprender um autocontrole que batia de frente com a personalidade forte de sua Mãe. Foi trabalhoso, complicado, porem, e como sempre ela finalmente conseguiu o que queria. Engravidou. E nunca fomos tão felizes em nossas vidas Jacob. Sara, e eu vivemos a felicidade plena com o nascimento de Rachel e Rebeka. Sua Mãe entendeu ali, o que Mira e Connor, fizeram por Sue. Entendemos que existia um amor que sobrepunha nossa própria felicidade. Sue também havia conquistado sua felicidade absoluta. Acabara de ganhar seu pequeno milagre. Leah. Nossa alegria era imensa. Sara queria viver para nossa família. Então veio você. Essa gravidez foi diferente. Muito mais forte. Sara sabia exatamente o que você era Jacob. Você herdou a habilidade dos seus pais. A de ser um Lobo, e principalmente a mais preciosa habilidade de sua Mãe. E ela teve medo Jacob. Medo por sua vida. – não consegui conter as lágrimas. – Ela o amou antes mesmo de conhecer seu lindo rosto meu filho. E quando você nasceu. Iluminou todo e cada espaço vazio que ainda restava em nossas vidas Jake. Você foi amado por ela. De uma forma intensa e pura.

Uma vida para uma resposta que sequer necessitou ser verbalizada.

Levantei num salto. Meu estomago se revirou. Inquieto.

– Não. Não. – o olhar firme do líder agora continha dor e afirmação. – Fui eu não é? A escolha dela. – senti uma pontada no peito.

Mil facadas doeriam muito menos.

Meu Pai continuou.

– Não estávamos em La Push Jacob. Sara queria levar as meninas ao Parque em Port Angels. Uma amiga nos acompanhava aquele dia. Levou as meninas ao parque, enquanto fomos com você procurar um lugar para um piquenique. Estava distraído. Mas foi necessário um único segundo. E sua Mãe sabia. Pensamos em nos separar. Levar você dali rapidamente. Mas não poderíamos arriscar. Juntos sempre fomos mais fortes. Mesmo sem se transformar sua Mãe era forte e habilidosa. Eu consegui em um salto me transformar Jacob. Matei o quanto pude. Sara percebeu que eles estavam ali por você. O escudo. Sara reconheceu Pandora. Mais velha, e deformada pelo tempo e pelas praticas de magia. Nossa surpresa em vê-la viva poderia ter me derrubado. Mas não a sua Mãe. Pandora veio buscar você Jacob. Então lançou um feitiço. Paralisando-me da cintura para baixo e instantaneamente voltei a minha forma humana, não conseguia me movimentar. Sara foi mordida por um Frio. E se curvou a dor de ter o sistema infectado. Pandora conseguiu pegar você, o segurou nos braços, e deu as costas junto ao único frio que estava ali. Não sei de onde sua Mãe arrumou forças Jake. Mas ela levantou e separou a cabeça do frio do corpo e o arremessou na fogueira que jogamos todos os demais Vampiros. Sara segurou o pescoço de Pandora. Não tinha nem metade da força que sempre teve. O desespero de Pandora e suas explicações, de não querer te machucar apenas se vingar pela família em momento algum amoleceram Sara. Então ela ofereceu uma troca. Retirava o feitiço. E o veneno que estava corroendo o organismo de sua Mãe, caso Sara a deixasse viver. Eu implorei Jacob. Para ela deixar Pandora remover o veneno. Mas ela não ouviu. “ Para a vida que ele merece ter”, foi o que ela disse antes de arrancar o coração de Pandora do peito. Sara sentou sem forças com você nos braços. E o ninou. Se despediu de você Jacob. E se aninhou em meus braços. Me pediu simplesmente para te amar por mim e por ela. E se foi.

Minhas mãos estavam presas a minha cabeça.

Uma dor simplesmente sem tamanho me invadiu.

– Eu sinto muito. – o abracei. – Me perdoe por tirá-la de você. Me perdoe Pai. – não poderia imaginar a dor dele. Não conseguia medir a minha.

Meu pai segurou meu rosto entre as mãos.

– Nunca mais diga isso. Nunca mais ouse me pedir perdão Jacob. Você não me tirou sua Mãe. Você nos deu alegria do momento em que foi concebido até este exato momento. E sua Mãe morreu para que aquela mulher não tivesse chance de machucar tantas outras pessoas com a ganância dela. Sua Mãe teve uma vida plena e longa Jacob. E jamais se arrependeria de nada o que fez. E de nenhuma escolha que o salvasse ou a qualquer outro que ela amasse. – os olhos dele estavam marejados.

Me soltei do aperto de suas mãos.

https://www.youtube.com/watch?v=ilt2SZxvlGU

Caminhei meio sem rumo procurando por ela. Leah.

– Você fez tudo que ela pediu. – meu Pai vinha atrás. Cravei meus pés na terra. – Seguiu cada palavra. Enquanto ela o ninava, dizia tudo que queria vê-lo fazer. Tudo o que eu tenho o privilégio de ver todos os dias.

Virei para olhar a figura altiva dele.

Meu Pai caminhou até mim.

– Reneesme. – a filha dos Cullens se aproximou, e com a voz embargada meu Pai pediu. – Me ajude a mostrar, que cada lembrança dele, contem um amor imenso.

Reneesme estendeu o braço. Os olhos cheios de lagrimas.

Respirei fundo. Mal conseguia enxergá-la.

Reneesme tocou meu braço.

E as imagens eram reais. Como se as tivesse vendo neste exato momento.

– Meu deus. Como você é linda. – os cabelos negros como a noite sem estrelas dela, voavam suavemente. O aroma da pele. Podia sentir tudo. Até o toque de seus dedos no meu rosto.

Chorei como jamais havia chorado antes.

Minha Mãe passava os dedos no meu rosto.

– “Meu amor. Por você eu viveria mais mil anos. Mas tivemos nossos mil anos na eternidade do único ano que pudemos estar juntos. Então viva plenamente meu amor. Se apaixone sim, mas ame verdadeiramente somente uma vez. Você vai se perder, mas quando se encontrar ninguém mais o tirara de seu caminho. Quebre promessas apenas quando sentir que não poderá cumpri-las e saiba pedir perdão. Você será um Alfa. Um marido. Um Pai e o melhor escudo que já nasceu. Vai saber proteger e entender seu protegido, pois você será grande Jacob. E no final toda a sua dor será recompensada como a minha, com a imensidão desse pequeno sorriso. Saiba que ser mais amado não há. Eu te amo meu pequeno amor. – ela beijou minha testa e se aninhou com meu Pai. – Diga a elas que eu as amei. E fui a mulher mais feliz do mundo por eles. Eu te amo Billy, sempre foi você. Cuide deles e os ame por mim. E os ame mais por você. Meu coração e minha alma ficam aqui para sempre Billy. Não se esqueça disso.” – o grande esforço que ela parecia fazer para conter a dor cessou.

Tudo ficou escuro.

Abri os olhos, e parecia ver um mundo diferente. Onde minha Mãe sempre esteve ao meu lado.

Pela primeira vez senti o amor dela, e isso era inexplicável.

– Obrigado. – agradeci a Reneesme.

– Eu te amo Pai. – era a única coisa que poderia dizer agora.

– Eu também filho. Sempre. – meu Pai me puxou para um abraço.

Queria sentir essa tranqüilidade sempre.

Ficamos ali por alguns momentos.

Mais uma vez sentia-me um novo homem.

E entendi mais uma vez o sentido de um amor completo.

“Para a vida que ele merece ter”

* * *

Nos juntamos aos demais.

Eles estavam visivelmente cansados.

Connor arrumou alguns lugares para todos descansarem. Embry perguntava sobre a Mãe para meu Pai e ele tranqüilizava a todos, inclusive Leah.

Fiquei observando meu Pai. Sentia-me mais próximo dele do que jamais havia sentido antes.

Leah se aproximava. Um sorriso discreto nos lábios.

– Mais leve? – ela parou ao meu lado.

Impressionante como cada parte do meu corpo pertence a esta mulher.

– Muito. – respirei fundo, e o aroma da pele dela parecia inundar meu corpo todo, me trazendo uma paz imensa. – Até aqui sempre faltou um pedaço. Aquele pedaço que sempre pertenceu a minha Mãe. Meu pai dizia o tamanho do amor. Mas como se explica a um cego as cores? Jamais pude dizer o quanto eu a amo, e fui privado de ouvir. Mas agora. Sentir os braços dela, o perfume de sua pele. Ver seus olhos, e ouvir sua voz em algo que realmente aconteceu. Me sinto mais leve.

Leah passou os braços pela minha cintura. Circulei os meus em seus braços e afundei o nariz em seus cabelos.

Ficamos um tempo assim. Curtir Leah foi algo que fiz muito pouco.

Queria ter mais momentos serenos como este.

Descemos para nos juntar a meu Pai e Connor.

Moira estava em um canto. Calada. Me soltei do aperto dos braços de Leah e depositei um beijo em sua testa.

Fingi não ouvir os dentes dela trincarem quando me aproximei de Moira.

Senti um calafrio cortar minha espinha com o olhar que ela lançou a Leah.

– O que esta havendo? Esta incomodada com algo? – podia sentir o desconforto dela a quilômetros.

– Não é nada! – Moira se levantou e caminhou para a mata.

A segui.

– O que esta acontecendo Moira? – havia algo diferente nos olhos dela.

Moira fechou os olhos. E ergueu um escudo de proteção. Ninguém poderia nos ouvir agora.

– Não agüento mais. Preciso partir Jacob. – ela levou as mãos ao peito. – Existe algo crescendo em mim. Acho que foi o contato com as bruxas no castelo de Vladmir, ou aquela floresta negra na Amazônia. Ou o fato de me sentir presa a você e simplesmente não sentir o mesmo de você. – os olhos dela estavam secos, sem emoção.

Me aproximei.

– Do que você esta falando? – perguntei com cautela.

– Quero partir. Mas você precisa dizer. Precisa dizer. – senti uma agonia imensa. Pelo Imprinting e pelo Pai de Moira, a quem eu prometi cuidar dela.

– Moira você seria um alvo fácil agora. E Merida, Ayra e os demais que a amam? Como acham que vão reagir a isso? – Tentei me aproximar ela não permitiu.

– Então agüente as conseqüências Jacob. – seu tom continha uma ameaça.

Respirei fundo.

– Não faça isso Moira. Não haveria duvidas da minha escolha. – avisei.

– Justamente por não haver duvidas me deixe partir. Quero entender o que esta acontecendo comigo. Porque me sinto tão perdida, tão amarga. Quero me afastar. Saberei quando estiver precisando de mim. Temos esse maldito vinculo. Deixe-me ir. – seu tom continha uma suplica.

– Esta bem. – concordei derrotado. – Não posso exigir de ninguém aquilo que não posso dar. – engoli a seco. – Mas quero que você espere, até estarmos em um lugar seguro. Acabamos de ser atacados. Não a quero em perigo.

Ele respirou visivelmente aliviada.

– Esta bem. Vou encontrar algum abrigo seguro e partirei. – o coração dela acelerou. – Agora me liberte vamos. Diga.

– Você esta livre Moira. Livre para partir. Seja Feliz. – um sorriso se espalhou pelos lábios dela.

– Obrigada Jacob. – Moira desfez o circulo.

Caminhou tocando as plantas.

Havia algo diferente na forma dela se movimentar às vezes. Como se os pés saíssem do chão por alguns segundos.

Voltei para onde estávamos e Leah me encarava com a expressão nada feliz, de quem não estava realmente nada feliz.

Me aproximei e coloquei uma mexa de cabelo solta atrás de sua orelha.

– Há tempos não o via tão longo. – tentei descontrair.

– Eu também. – ela cruzou os braços. – Meu pavio jamais foi tão longo como esta hoje Black.

Gargalhei Contudo não quero entrar neste assunto agora.

– Eu falava do cabelo Leah. Seu pavio é algo inexistente para estar longo em qualquer dia do ano. – ela bufou irritada, e revirou os olhos. A abracei, tirando seus pés do chão. – Não tenha ciúmes meu amor, tudo em mim sempre pertenceu a você. – sussurrei em seu ouvido.

Leah circulou os braços no meu pescoço.

– Você, joga sujo Black. – sorri novamente. – Eu não quero parecer uma doida, ciumenta, pois não sou. – reprimi o “claro, claro”, pela pequena negação. – Mas existe algo nela, que ultimamente não consigo identificar. Algo que nunca vi. Ou jamais olhei realmente para notar que estava ali.

Leah se soltou dos meus braços, caminhou dois passos ficando um pouco a frente, olhando na direção onde Moira estava.

– Do que você esta falando Leah? – lembrei do momento em que me aproximei de Moira a alguns minutos atrás. Meu alerta natural de perigo tocou alto.

– Não sei Jacob. – olhei alguns metros a diante, enquanto Moira falava com o restante da matilha, certamente contando sobre sua partida. – Talvez seja simplesmente uma cisma idiota.

Para tranqüilizá-la desconversei.

– Ela vai partir Leah. Assim que decidirmos o que fazer aqui. – um sorriso satisfeito se espalhou pelos lábios grossos da minha morena. Fingi não ver.

– Que pena. – Leah soltou os cabelos para ajeitá-los em um coque, o perfume deles inundou o ar.

– Você esta mais linda do que nunca. – a abracei novamente apoiando meu queixo em seu ombro, tentando afastar aquela estranha sensação.

– Não pense que não estou percebendo. Tentando me distrair por qual motivo Jacob? O que o incomoda? – Leah me conhece tão bem quanto eu a conheço.

Contudo, dizer a ela agora qual o motivo do meu desconforto, pode ser perigoso para Moira.

– Toda essa história com a minha Mãe. – menti.

– Ah. – Leah apertou seus braços nos meus. – Tudo isso é novo. Você vai assimilar. Tenha calma. – seu tom de voz se tornou ameno.

Me senti culpado por mentir.

– Eu te amo. – meu coração acelerou frenético, com as palavras dançando no tom de voz carinhoso dela.

– Eu também amo. Mais que minha própria vida. –segurei seu rosto em minhas mãos e a beijei.

...

A noite trouxe um vento gélido com um céu repleto de estrelas.

A movimentação de híbridos e espíritos na mata era intensa.

A presença de Vampiros não contribui em nada para a tranqüilidade do local.

Meu Pai esta logo a diante ensinando alguns truques de auto defesa a Mike.

Olhei para Leah que observava a cena atenta. A amizade dela e o amor por Mike são visíveis.

Então meu olhar se prendeu na expressão que Moira observava tudo aquilo.

Algo se remexeu inquieto no meu estomago.

O olhar dela é de um ódio puro. Quase palpável.

Algo esta muito errado.

Caminhei na direção dela porem antes de alcançar, senti cada partícula do meu corpo se misturar a mata.

– Vampiros. – quase rosnei.

– Não se movam. – Connor pediu.

Duas mulheres surgiram atrás dele.

Espíritos.

Sei de pequenos feitiços para ocultar rastros, ou nossa presença em alguns lugares. Entretanto nada de grande porte como isso.

Eram mais de trinta ao todo.

Não sei de onde estavam saindo tantos.

Eles não nos viam, ou sentiam nossa presença.

Não pareciam procurar ninguém especificamente.

Olhei para as Amazonas. Ao lado delas Edward tinha a mandíbula cerrada.

O que diabos ele estaria ouvindo?

Um deles passou há alguns centímetros de mim. Cada célula do meu corpo me manda despedaçá-lo, contudo ele não pode nos ver. Não posso arriscar a vida de ninguém aqui.

O vento soprava forte.

E então eu o vi.

Um vampiro vestido de preto, com uma capa que quase tocava o chão.

Os olhos eram vermelhos como fogo. E os cabelos na altura dos ombros.

Ele parou ao meu lado. Podia sentir a quilômetros o frio congelante que ele emana.

Ele respirou fundo.

Edward deu um passo à frente.

Mas que diabos.

Connor levantou o braço. Uma ordem muda.

Não se mexam.

– A bruxa esteve aqui. Mandou a localização exata. Eles estão próximos. – a voz dele era assustadoramente poderosa.

Uma sensação estranha se apoderou do meu corpo todo.

Ele não parece ser um simples Vampiro.

Passaram por nós. E a sensação de ser completamente errado deixá-los sair dali, e com vida me deixou inquieto.

Mais de uma hora em silencio.

– Estamos seguros. – Connor parecia satisfeito.

– Não estávamos em perigo Connor. – rosnei.

– Não estávamos em vantagem Jacob. – ele respondeu calmamente.

– Não? Claro que estávamos. Porque diabos não o matamos?

– Porque nem sempre as aparências são o que se mostram Jacob. – Connor olhava diretamente para Edward.

O vampiro parecia procurar por alguém.

– O que esta havendo? – mantive uma distancia segura.

Reneesme saiu de trás do Pai.

– Temos um problema. Serio. – ela olhava para Leah.

Merida e Ayra se aproximavam com um olhar desesperado estampando as expressões aterrorizadas.

– Ela desapareceu. Moira. – Merida disse entre lágrimas.

– Como desapareceu? – senti uma agonia dominar meu peito.

Olhei para Edward.

Claro que ele sabia.

– O que você tem visto na mente dela? – minhas emoções parecem ter sido sugadas, enquanto o vampiro parecia ponderar se me contava ou não. – Vamos fale.

– Ódio. Os pensamentos dela estão desordenados. Zafrina e Senna acreditam que foi algum tipo de feitiço lançado quando estávamos tentando te resgatar. Moira era um alvo fácil. – o vampiro esta escondendo algo.

– Alvo fácil? Porque diabos você não nos avisou? – rosnei.

– Unicamente porque Moira escondeu. Ela é uma bruxa. Poderosa. Seria a palavra dela, contra a minha. Vamos enxergar a realidade. Eu seria a ultima pessoa que você ouviria Jacob. Entretanto hoje ela se distraiu ao seu lado. Ela te ama. Esta presa a você.

Senti meu coração se comprimir no meu peito. Culpa.

– Não se sinta culpado. O Imprinting é algo poderoso. Tanto para o bem, como para o mal. – trinquei os dentes, pois o deixei ouvir meus pensamentos após longos anos.

Sacudi a cabeça tentando organizar meus pensamentos.

– Você esta querendo dizer que ela é nossa inimiga agora? – Graham quase gritou. Tinha um tom de voz inconformado.

– Não sei dizer. – Edward escondia mais informações.

– O que diabos você sabe dizer? – Leah estava visivelmente perturbada.

Edward parecia lutar para tomar uma decisão.

– Pai. – Reneesme segurou o braço do Pai, que estava com as mãos entrelaçada as mãos da esposa.

– Tudo bem. – ele olhou para mim. – O que aconteceu a você afetou Moira de uma maneira diferente. Leah te guiou de volta. Moira estava sozinha nas sombras. Não teve um guia. Tentei falar com ela. Ajudar sem alarmar a todos. Nossa situação é tensa por si só. Tentei ajudar. Moira disse que falaria com você, e bloqueou os pensamentos. Não consegui ver nada por dias. Ela passou a ter uma postura comum. Ficamos de olho e até esta tarde, não via nada anormal. Ate ela conversar com você Jacob. Moira tem feito feitiços quando sai do corpo. Somos localizados, pois ela sempre encontra vampiros pelo caminho e os enfeitiça. Por sua vez eles acabam por nos encontrar. – um frio congelante cortou minha espinha. – Esta tarde enquanto vocês conversavam, pude ver. Moira se distraiu ao criar um circulo para proteger a conversa que vocês estavam tendo naquele momento. Não os pensamentos que se misturavam aquela conversa.

Levei às mãos a cabeça.

A maldita sensação que venho ignorando. Perigo.

– O que ela pretendia? – não vou gostar de saber, contudo preciso.

– Ela queria as coisas como antes. – Edward parecia escolher as palavras.

– Como antes? – Scott tinha lagrimas nos olhos.

– Antes de vocês voltarem a reserva. – o Vampiro não precisava dizer nenhuma palavra.

– Antes de mim. – Leah apenas concluiu.

– Preciso saber como ela conseguiu fazer isso? – passei meus braços em volta de Leah.

Edward contou cada detalhe. A dor nos olhos de todos nós, que vivemos com Moira há anos é quase palpável.

– Moira se fortaleceu desde nossa saída da Itália. Não sei ao certo se há um feitiço. Os pensamentos dela estavam em uma desordem muito grande. Como se a sua maior fraqueza estivesse sendo bombardeada constantemente pela sua maior frustração. Moira encontrou um Vampiro. O único que não precisou ser enfeitiçado para nos caçar. Não sei exatamente o que foi feito. Apenas que ele a quer ao seu lado. – Edward finalizou.

– Gregory. – Connor se levantou. – É o nome do Vampiro que esteve ao seu lado Jacob.

– Ele ainda esta vivo? – meu Pai se manifestou pela primeira vez desde que o escudo de proteção nos escondeu dos frios.

– Sim. E mais poderoso do que antes. – Connor finalizou.

– Quem é este? – Leah esta visivelmente irritada.

É como se cada parte mínima do meu corpo soubesse.

– Um bruxo. Que foi transformado em vampiro a mais de um século atrás. Perdeu muitas habilidades que somente um Bruxo com o coração batendo deve ter. Contudo sabe de muitos feitiços e os usa para caçar híbridos. – Connor me olhava de uma forma diferente.

– Ele caça filhos da Luz. – quase afirmei, meu tom não era é especulativo.

– Sim. – Connor caminhou em minha direção.

– Ele os mata sem dar chance de defesa. – meu Pai disse entre dentes.

– Por que você não me deixou matá-lo? – perguntei mesmo tendo a impressão que sabia a resposta.

– Porque matá-lo não é simples Jacob. Gregory tem habilidades. Ele tem o estranho dom de paralisar suas vitimas. Para matá-lo você vai precisar estar na sua forma espiritual. Ele estará esperando. – Connor se sentou.

– Como é possível? – Leah alisava o ventre.

Connor respirou fundo.

– Vamos nos concentrar em sair daqui antes Jacob. Moira sabe exatamente onde estamos. Não acredito ser muito seguro ficarmos aqui.

Apenas assenti.

Minha certeza de que Leah não deve escutar essa conversa domina minha mente neste momento.

Leah tentou dizer algo, até ver onde meu olhar estava preso.

Merida, e Ayra estão ao lado de uma arvore abraçadas.

Graham, Aquilles, Scott e Eike na frente á elas.

– Vá. Sua matilha precisa de você. – Leah depositou um beijo na minha bochecha.

– Obrigado. – selei nossos lábios rapidamente.

Caminhei até elas.

Apertei o ombro de Graham. E me ajoelhei.

– Vamos tentar trazê-la de volta. Faremos tudo que estiver ao nosso alcance. – prometi.

– Jacob. Moira quer matar Leah. Não existe uma chance razoável dela sair dessa com vida. – Ayra enxugou as lagrimas.

– Moira esta enfeitiçada. Jamais faria nada para me prejudicar. Sabemos disso. Não vou matá-la vamos ajudá-la. – meus pensamentos estão desordenados.

– Jacob, ela esta tramando contra nós. Contra você. O que podemos fazer? – Merida esta visivelmente magoada.

– Não sei. – admiti derrotado. – Nunca achei que isso fosse possível. Mas deveria ter cogitado. Me sinto perdido, pois Moira pode me encontrar onde quer que eu esteja.

Sentei próximo a arvore.

Fechei os olhos e lembrei do momento que a conheci.

Moira era uma força da natureza me puxando para si. O imprinting.

Lembrei de seu medo quando ela descobriu que era meu Imprinting. Uma jovem indefesa, e apaixonada.

– Eu a destruí. – admiti mais uma vez.

Senti a lagrima molhar meu rosto.

– Jacob. Não. – Scott se aproximou. – Você a libertou faz tempo. Acontece que éramos a família dela.

– E ainda somos. – Aquilles ponderou.

– Então vamos buscá-la. – me levantei. – Eu posso encontrar Moira onde quer que ela esteja.

Graham, Eike, Aquilles e Scott assentiram decididos.

– Pode ser arriscado para Leah. – Merida ponderou.

– Não se ela estiver protegida. Conheço um lugar alem do horizonte, que é uma fortaleza agora. – levantei e caminhei até onde estavam nossos amigos.

Preciso ter certeza que estou caminhando para o lugar certo.

* * *

Tenho a impressão que Leah vai voar no meu pescoço a qualquer momento.

– De jeito nenhum Black. Não. Não. E não. – ela andava de um lado para o outro.

– Kate tem certeza que estaremos seguros lá. A guerra entre os Volturi e os Romenos esta no inicio. Aro não quer arriscar o reinado. Vladmir não quer arriscar que Aro descubra os filhos da Luz. Temos meses, até que eles resolvam nos procurar. Kate vê isso claramente Leah. La Push esta protegida com magia agora. E sabemos bem o motivo de tantos híbridos e vampiros a nossa caça. Nada tinha a ver com Vladmir. Ele esta ocupado agora tentando manter-se vivo. – ponderei.

– Não Jacob. Não vou me separar de você. – Leah cruzou os braços.

– Você pode estar correndo risco Leah. Não sei a que ponto Moira esta mergulhada nas sombras. Se não quer voltar à reserva, fique próxima. Próxima a sua Mãe. – não posso levar Leah diretamente para o gatilho de ódio de Moira.

– Golpe baixo Black. Usar minha Mãe. – o rosto dela estava em brasa.

– Faço o que posso Clearwater. – me aproximei.

– Jacob, não quero me afastar agora. Não farei isso. – ela foi taxativa.

– Eu também não Leah. Mas preciso tentar. Moira esta perdida, presa em algo que eu a coloquei e não soube tirar. Ela merece ser feliz. Como eu sou ao seu lado. Mesmo com toda a loucura que sempre nos cercou. – envolvi minhas mãos em sua cintura e a puxei para meu colo, e sentei sobre um tronco.

– Porcaria Jake. Não temos paz. Hora estão tentando me manter viva para que eu possa ser uma procriadora ambulante, ou estão tentando impedir isso, tem uma ex, que olha a novidade me quer morta. E você que quer sair correndo para tentar salvá-la. Droga, não temos paz.

– Leah eu só não posso abandonar Moira desta forma, entende? – respirei fundo. – Prometo que se eu sentir por um único segundo que você esta em perigo, não hesitarei. – sentia uma dor quase física com o breve pensamento de matar Moira. Não faço a menor idéia do que isso pode me causar fisicamente.

– Não posso deixá-lo ir e ficar em casa fazendo biscoitos Jacob. E se Ela se uniu aos Romenos? E quem é esse Gregory? Pode desistir de me deixar em casa tricotando casaquinhos que provavelmente nosso filho não vai usar. Eu vou junto. – Leah foi taxativa.

– Como você é teimosa. – suspirei derrotado.

Entrelacei meus dedos aos dela.

– Jamais disse que não sou. E nunca prometi deixar de ser. – ela me puxou e colocou nossos lábios. Levantou e me puxou me obrigando a fazer o mesmo. Caminhamos para junto dos demais.

Caminhei alguns passos atrás.

Hoje me sinto cansado, com tanta informação em tão pouco tempo.

Kate estava reunida com Merida e Ayra. Sentada e concentrada de olhos fechados. Merida e Ayra estavam em pé ao lado dela.

Então os olhos se abriram. Alaranjados como fogos em brasa.

Kate esta ficando cada dia mais poderosa.

– Esta na hora de voltar. A voz de Connor fisgou minha atenção de Kate. Leah e eu nos viramos no mesmo instante.

– Voltar? – Leah soltou minha mão e se aproximou do avô.

– Sim. Para abraçar minha filha. Dar a ela o selo de uma vida de paz, que ela tanto merece Leah. Vamos ate Sue.

– Minha Mãe esta na reserva. Eu, eu... – Leah olhou para mim.

– Sua Mãe não esta na reserva Leah. – Connor pronunciou naturalmente.

Senti o sangue fugir do meu rosto.

– O que?! Leah e Seth disseram em uníssono.

Kate descia apressadamente.

– Ela não esta em perigo, e muito menos sendo perseguida Leah. – Kate se aproximou. – Ela esta indo onde esteve com o Pai pela ultima vez.

Olhei para Connor.

– Como eu disse. Minha hora de voltar. – ele sorriu.

– Merida, Ayra. Vão cobrir o caminho. – olhei para o meu Pai que não parecia surpreso. – Você sabia.

Ele assentiu.

– Billy. Sabemos dos perigos. – Leah tinha um olhar impassível.

– Não existem somente perigos no mundo Leah. Existem também necessidades. Amor. Beleza. Não tiraria Sue da reserva caso ela não estivesse perfeitamente segura. – meu Pai se aproximou. – Agora vamos levar um Pai até sua filha.

– Quem esta com ela? – Seth quase rosnou.

– Ninguém. Não fisicamente, sua Mãe não permitiu. – Leah ia dizer algo, contudo meu pai continuou. – Cassandra esta protegendo sua Mãe. – meu pai parecia esconder algo.

Olhei atentamente para a expressão dele.

– Ela esta bem Kate? – Leah perguntou com um tom de voz embargado.

Antes de Kate responder, meu Pai se adiantou.

– Sua Mãe está a salvo Leah. Sendo escoltada a cada parte de seu caminho. Fique tranqüila, nunca deixamos nada acontecer a ela, não vamos começar a permitir isso agora.

Um aperto no meu peito quase esmagou meu coração.

– Merida, Ayra, para deixar Leah tranqüila, por favor ajudem Cassandra e... Ajudem na proteção a Sue. – pedi. Admitir que é possível minha Mãe proteger Sue mesmo morta, e um assunto para

Outro dia.

Não faria perguntas neste momento. Nem tentarei entender como isso é possível.

O coração de Leah bateu exatamente como o meu. Preocupado.

A abracei para tentar confortá-la. Isso é a única coisa a fazer que esteja ao meu alcance neste momento.

Meu Pai e Connor cochichavam, fiquei ali calado e sentindo como um garoto no meio deles.

Connor se despediu de parte dos híbridos que ali estavam.

Muitos se emocionaram, contudo ele foi taxativo em mandá-los seguir a diante.

Alguns seguiriam viajem conosco.

Ajudamos a levantar parte do acampamento.

Muitos ainda ficariam por ali, mesmo não estando certos se era seguro, ou não.

Seguimos viagem.

Não estamos distantes, portanto a viagem não será muito longa. Um dia.

A mata no caminho parece estranhamente calma.

Acredito ser pelo escudo criado por Connor e as hibridas que o acompanham.

Minha cabeça trabalha a mil o tempo todo.

Moira.

Kate.

Connor.

Mike.

Minha Mãe.

E agora Gregory.

Meu Pai e Connor não revelam o que exatamente ele é. Contudo seja lá o que ele for, é poderoso.

Leah apertou seus braços ao redor do meu pescoço.

Sorri para tranqüilizá-la, o que tenho certeza não a convenceu.

Connor diminuiu a corrida.

Leah desceu das minhas costas. Passou por mim varrendo o lugar com os olhos.

Seth parou ao lado dela.

Era uma visão linda.

Uma grama tão verde e cheia de pequenas flores amarelas que formavam um tapete verde e amarelo por vários quilômetros, junto com o tapete, arvore formavam um arco, impedindo que o sol iluminasse tudo, contudo os feixes de luz que transpassavam as folhas, faziam com que a luz desse um ar romântico ao lugar.

– Não existe nada aqui. – Graham carregava Merida nos braços.

– Ok, passe a garota um pouco. – Mike segurou Merida, que estava inerte, e alisou carinhosamente o rosto dela.

Graham sorriu com o ciúmes do Newton.

Olhava divertido quando Connor passou por mim.

Analisando o lugar.

Connor caminhou alguns passos a frente de todos nós.

https://www.youtube.com/watch?v=J6TWlG3uymI

“ Illim ilumina plannium” – ele estendeu a mão esquerda.

Um clarão iluminou a mata.

E então lá estava. Uma casa no final do arco.

Pequena, mas com ares de felicidade extrema.

A respiração de Connor se acelerou. E a cada passo dele em direção a essa casa o coração acelerava ainda mais.

Até que ele parou alguns metros da porta. Cobriu o rosto com as duas mãos. E chorou.

Chorou como uma criança indefesa.

Leah deu um passo a frente e a impedi com o braço.

– Não. – pedi.

Leah tinha lagrimas nos olhos.

Sabíamos muito bem quem estava ali dentro.

Com passos leves, e o coração mais acelerado que o de Connor, Sue apareceu na porta.

Parecia tentar reunir forças para alcançar o Pai. Que estava ajoelhado a poucos metros dela.

– Pai! – ela gritou. Sue correu e antes de alcançar Connor ele se levantou e a segurou nos braços.

O abraço parecia envolver a todos.

Leah apertou minha mão.

Por um segundo me vi ali. No lugar dele. Abraçando uma vida a qual fui privado por mais de cem anos.

Senti uma dor insuportável. E uma emoção incontrolável.

– Por mais de um século eu sonhei com este abraço. – ele a envolveu em seus braços e sentou com ela no chão. – Minha filha. A parte iluminada do meu coração sempre esteve ao seu lado. E não importa o quanto tempo e o que tive que sacrificar. Não me arrependo por ter vivido para ver seus sonhos realizados.

– Obrigada meu Pai. Mil vezes obrigada. Eu te amo. – Sue apertava o Pai em seus braços.

– Até o fim agora. – era uma promessa de Pai para uma filha.

Sue nada disse apenas assentiu.

Não sei ao certo quanto tempo eles ficaram ali.

Olhei para Leah.

Neste momento tenho a certeza que não farei diferente para proteger meu filho.

Sue levantou seu olhar e estendeu as mãos.

– Meu filhos. Meus filhos. – Leah e Seth correram e se juntaram a eles.

Uma família. Feliz.

Senti um aperto comprimir dolorosamente meu peito, mais uma vez.

– Aquilo que se faz por amor, se faz por amor Jacob. – meu Pai parou ao meu lado.

– Como podemos abrir mão de viver ao lado de quem amamos Pai? O quão forte uma pessoa deve ser para conseguir suportar isso? – tentava afastar essa possibilidade para longe.

– Forte o bastante para se manter em pé Jacob. Quando não há uma forma melhor de proteger quem amamos estando ao lado delas. Optamos por aquela que as deixem em segurança. E mesmo que estejamos longe, o amor é o mesmo. – meu Pai apertou meu ombro. – Seja forte Jacob. Cada decisão sua vai determinar o futuro do seu filho.

– Eu sei. Determinar a minha vida é algo que posso fazer. Mas com a dele. Como posso me fazer entender Pai? Como explicar isso? – fiquei de frente para o meu Pai.

– Porque tudo o que fazemos aqui Jacob, ecoa pela eternidade. Tudo que fazemos hoje pode ser explicado ou justificado, quando fazemos por amor.

Apenas assenti.

– Não quero me afastar do meu filho Pai. – senti a dor da possibilidade me sugar.

– Você é poderoso Jacob. Sábio. Saberá junto com Leah o que fazer. O melhor para vocês, e para o bebe que esta chegando.

Sue, caminhou em minha direção.

– Jacob. Fico feliz que esteja bem. – ela me abraçou.

– Também estou feliz por tê-la aqui. – respondi sincero.

Connor não tirava as mãos da filha.

Começaram a conversar furtivamente.

Seth contava algumas coisas de nossa chegada até Connor e da surpresa em descobrir que ele era seu avô.

Sue, tentava explicar tudo. Tentando justificar algo, que não foi questionado.

O tempo todo abraçada ao Pai.

Fiquei ali observando, distraído.

Senti o olhar dela. Leah, me olhava séria.

Com certeza tinha ouvido cada parte de minha conversa com meu Pai.

Por alguns instantes nos dissemos algo. Apenas com o olhar.

Palavras que não ousamos mencionar, porque elas podem nos partir.

Mas tanto Leah, quanto eu, sabemos, que elas estão entre nós. Presas. Esperando o momento de sair e nos partir ao meio, repetidas vezes.

Sorri para ela. Leah me devolveu o sorriso. Ambos com um medo insuportável.

Pelo nosso filho. Pela nossa dor. Mas principalmente por termos a certeza, mesmo sem dizer nada, que a vida do nosso pequeno é valiosa demais para pensarmos no que vamos sentir ou não.

Fiquei ali parado olhando. Cada gesto de Connor ao tocar Sue.

Poderiam ser horas. Ou apenas minutos. Contudo nada ia alterar a beleza e a dor desta imagem.

– Tire o melhor de tudo que você enxergar na vida. – Mike parou ao meu lado. – Meu Pai sempre me dizia isso quando eu era pequeno.

– E você esta conseguindo isso Mike? – não deve ser fácil viver sem alguém importante, que faz parte de quem somos.

– Por mais inacreditável que possa parecer, ando enxergando sim. Ultimamente mais do que antes. – ele deu de ombros. – Eu tinha duas opções Jacob. Uma era viver fingindo que nunca vi e ouvi o que de fato eu vi e ouvi. A outra era aceitar que tudo é real. Que minha vida jamais seria comum novamente, e agarrar essa decisão sem medo.

– Duas escolhas difíceis. – ponderei.

– Não acho. A negação é difícil. Aceitar aquilo que não pode ser mudado, não. Estou bem agora Jacob.

– Contra todas as possibilidades Mike... Eu também estou feliz que tenha agarrado a segunda opção sem medo. Pois a primeira não o traria aqui. – fui sincero.

Mike sorriu.

Podia escutar os passos de Merida pela mata.

Mike parecia poder sentir a aproximação dela.

– Contra todas as chances. Devo te agradecer, por arruinar meu casamento. – Mike deu um tapa no meu ombro e saiu na direção onde Merida e Ayra vinham.

Merida abriu um sorriso largo ao vê-lo.

Mike a segurou em seus braços, e a beijou.

Me afastei.

Graham fez um gesto com a cabeça. Me chamando.

Assenti.

Antes de ganhar terreno e ir até ele Leah se colocou no meu caminho.

– Nem sonhe em sair daqui sem me levar Jacob. – seu tom era de ameaça.

– Não sou homem de fazer nada escondido Leah. Se eu achar que você deve ficar... Tenha certeza. Você fica. – ela trincou os dentes, reprimi um sorriso. – Aproveite sua Mãe. Seu avô. Estamos no meio do caos. Cada sopro de felicidade deve ser absorvido com toda a alegria que pudermos reunir. – segurei o rosto carrancudo dela entre minhas mãos, e selei nossos lábios.

– Eu só estou com medo, de me separar de você mais uma vez Jacob. E você sabe que não reajo bem quando sinto medo. – sorri com a confissão.

– Não vamos nos separar Leah. Te prometo. Agora preciso orientar a minha matilha. – Leah assentiu.

Nos afastamos e ela se juntou a Mãe.

****

Três dias absolutamente caóticos.

A paz inicial promovida pelo reencontro de Connor e Sue, foi tão curta quanto o pavio de Leah.

A maior parte de nossos problemas se concentra em Moira. E sua habilidade de bloquear nossa visão.

Outro fato que não melhora o ambiente é a presença de vampiros.

Os híbridos que vieram com Connor se recusam a proteger os frios. Ou simplesmente estarem no mesmo lugar que eles. Minha opinião seria a mesma. Caso eles não tivessem ajudado a salvar a minha vida e a vida de Leah na Itália.

Connor e meu pai tem me irritado com suas crescentes reuniões secretas.

Algo envolvendo o Vampiro Gregory. O assunto é mais sério do que eu gostaria de imaginar. Só me pergunto o motivo de estar sendo deixado de fora?

Meu Pai pede calma. Connor pede sabedoria.

Acabo me sentindo um garotinho em meio aos dois.

Leah tem ficado bastante tempo ao lado de Sue. Que nos contou a história da casa onde estamos hoje. Connor tinha certeza que Sue viria para cá. Pois aqui foi o lugar onde eles viveram em paz por um longo período, antes de começarem as perseguições. Formaram uma família feliz nela. Connor, Mira, Rudá e Sue. Aqui Sue conheceu minha Mãe. Aqui uma história toda foi desenhada.

Leah quer permanecer o tempo que pudermos aqui.

Eu gostaria. Caso Moira não estivesse a solta, com pensamentos assassinos.

Deixei as mulheres caminhando próximas ao rio. Eike e Scott estão por perto.

Caminhei até onde Connor e meu Pai conversavam com duas Hibridas.

Ambas olharam em minha direção nada amigáveis, ou a vontade com a minha aproximação.

Ignorei. Jamais tive medo de cara feia, não começaria temer agora.

– O que esta acontecendo? – olhei diretamente para Connor.

– Nada de mais, apenas precaução diária. – Meu pai respondeu.

– E qual o motivo do escudo de proteção? – cruzei os braços.

– Apenas para nos proteger caso Moira esteja por perto. – Connor justificou. – Não somos inimigos Jacob. – ele sorriu.

Ambos deram as costas e começaram a caminhar em direção a montanha.

– Não tão rápido senhores. – os dois pararam.

– Tanto eu, quanto qualquer Lobo, está ciente dos malefícios de um Imprinting. Contudo ambos os senhores tem plena consciência que onde quer que Moira esteja eu posso encontrá-la. E caso ela esteja voltando eu poderei sentir. Em qualquer forma que ela se aproximar. Agora vamos parar de me contar mentiras. E vamos começar a revelar a história toda sem edição. – ambos se entreolharam.

– Jacob. Tudo tem seu tempo. – Connor tinha um tom de voz calmo.

– Diga agora Pai. – senti o poder tomar conta do meu tom de voz. – Diga agora.

A respiração dele acelerou.

– Não podemos manter o escudo de proteção durante tanto tempo como estamos fazendo. Gregory esta a procura de Connor. Moira esta ajudando, justamente por ser o Imprinting de um escudo. – meu Pai parecia se esforçar para não falar mais nada.

– Um alfa. Um alfa que traz o poder no DNA. – Connor me olhava admirado.

– Desculpe Pai. Não tinha outra maneira de descobrir. – meu Pai também tinha admiração nos olhos, mas ela também vinha com um pouco de magoa. Usei o tom alfa com ele, e claro que isso não deve ser agradável.

– Você não pode esperar Jacob? – ele se aproximou.

– Não! Qual o motivo de me fazer esperar? Parem de me tratar como criança, ou acabo tendo atitudes como esta! – não dei um único passo para trás.

– Ele está certo Billy. Tem o direito de saber. – Connor suspirou derrotado.

– Não estamos tramando Jacob. Mas o desespero pode nos fazer mal. Nos colocar em uma situação de risco. Temos que calcular cada passo nosso. – meu pai apertou meu ombro com uma das mãos.

– Você acha que sairei daqui como um maluco, colocando em risco a vida das pessoas que eu amo? – ele sorriu e deu de ombros. – Não farei isso. Sou um alfa.

– E um Pai também. – meu coração acelerou com a força das palavras dele. – Pais não pensam como alfas sempre Jacob. Quando você achar que isso pode ser prejudicial ao seu filho você pode perder o controle.

Respirei fundo.

– Quem é Gregory? E porque simplesmente não o matamos aquela noite na mata? – ambos se olhavam novamente. Decidindo quem me daria a má noticia.

Connor deu um passo a frente e sentou-se em um tronco de arvore derrubada ali.

– Pandora era uma bruxa poderosa. Contudo era tomada por um sentimento real de ganância. Viu em Sue sua porta para uma vida de poder sem limites. Pandora tentou se aliar a Vladmir e Stefan, quase foi morta por eles.Vladmir sabia do quanto Pandora havia ajudado os Volturi. Então o jovem sobrevivente a ajudou sair do castelo dos Romenos. Gregory. O irmão mais novo. Pandora realizava testes com o garoto. Ele era jovem. Influenciável. Foi fácil ela culpar Sue pelos males de sua vida. Gregory cresceu e se fortaleceu neste ódio. Acreditava que a irmã Kendra estava morta. E Pandora era sua única família. Foi das habilidades desenvolvidas com o sangue de Sue no organismo de Gregory que ele percebeu a perda de tempo de caçar alguém que simplesmente havia desaparecido do mapa. Em meio as buscas deles, Gregory descobriu os escudos. Segredos esse que tínhamos protegido a sete chaves. Sempre que Gregory rastreava um escudo encontrava ali um Filho Da Luz. Contudo ele passou a não dizer a Pandora onde os encontrava, e ele sempre encontrava antes de qualquer outro caçador ou feiticeiro. Gregory não tinha os planos de dominar nada como Pandora. Ele queria simplesmente a extinção do que ele chamou de Aberrações Malditas. Todo esse ódio nasceu no momento em que sua família morreu diante de seus olhos. E nenhum filho da Luz estava ali para ajudar.

– Meu Deus. Ele pode me rastrear. Ele não precisou da ajuda de Moira para isso certo? – uma luz se acendeu diante de mim.

– Não, acredito que ela o esteja ajudando a te caçar. Gregory pode fazer isso sozinho. – Meu Pai me encarava confuso.

– Então ela não está ajudando Gregory. Ela está simplesmente me protegendo. – conclui.

– É uma possibilidade. – Connor concordou.

– Moira enganou Edward. Simplesmente por querer que todos acreditem que ela estava nos traindo. Inclusive Gregory. – sem perceber andava de um lado para o outro. – Ele não é um bruxo. É um vampiro. Como isso aconteceu? E como é possível ele manipular esse tipo de feitiço? – sentei ao lado de Connor.

Acalme-se Jacob. Acalme-se.

Inspirei todo ar puro possível. Para limpar meus pulmões.

– Pandora morreu. Contudo antes de partir aprisionou Kendra, e realizou seu mais poderoso feitiço. Alinhou sua alma, aquele que sempre a venerou. Gregory. Meses após sua morte, ele vagou sozinho e desprotegido. Vladmir descobriu o que ele andava fazendo com os Filhos Da Luz que encontrava. Não o matou. Mas o sentenciou a vida de um vampiro. – Connor tinha os batimentos cardíacos acelerados.

– Pandora luta espiritualmente por ele! Por isso você me pediu cautela. – conclui perplexo.

– Sim, ela é um espírito poderoso. Gregory não pode mais manipular feitiços duradouros. Contudo ele não tem mais a própria alma, mas possui a alma da irmã. E isso o ajuda a paralisar Híbridos e matá-los. Com um terço da alma os feitiços são possíveis, com a mordida de um frio nossa morte é certa. – um clarão de repente se fez. E um sorriso preencheu meus lábios.

– Eu sei quem ele não pode paralisar. – olhei na direção onde Leah vinha sorridente com a Mãe.

– Por quê? – meu Pai tentava entender.

– O bebê. Ele cura Leah imediatamente assim que ela é ferida. Ele a esta protegendo. Podemos criar um escudo para que ela seja a única a se aproximar, paralisar e trazer Gregory de volta. – expliquei.

– Como podemos fazer isso? Gregory pode até não conseguir matar Leah. Mas pode paralisar todos ao seu redor. Como espíritos Pandora vai impedir que cada um se aproxime do irmão. – Connor se levantou. Tentamos inúmeras vezes Jacob. Pandora não quer alcançar o limbo que é o seu lugar. Ela é a única que consegue ferir espíritos a ponto de vagarem eternamente sem reconhecer o próprio corpo. – Connor advertiu.

– “O filho protege a Mãe assim como a Mãe sempre protegerá o filho”. O Pai de Moira contava uma história quando cheguei aquela tribo. De espíritos guerreiros, que nasceram em uma noite, e apenas por uma noite vagaram assim. Para ajudar os Pais não se perderem na eternidade. – o rosto do meu Pai se iluminou.

– Leah. – ela nos olhava sem entender muita coisa. Pois não podia nos ouvir.

– Pandora não pode ferir Leah. O bebê protegerá a Mãe. Diferente de nós que destruímos o coração dos vampiros, Leah tem o dom da vida, enquanto o bebê estiver em seu ventre. Sendo assim, pode tocar o coração do Vampiro e fazê-lo bater, pois, tem a habilidade de viajar como espírito agora. Ela poderá tocar o coração de Gregory descolando a alma de Pandora de seu corpo. – meu Pai abriu um sorriso largo.

– Essa é a nossa melhor chance de destruir Pandora Connor. – meu Pai estava confiante.

– Moira não nos traiu Pai. Ela está lá para ser encontrada. Moira sabe que posso fazer isso por causa do Imprinting. Ela simplesmente precisava provar que era leal a ele, quando na verdade Gregory esta sendo atraído para morte. – sorri satisfeito.

– Como é poss... – a pergunta de Connor foi abandonada antes de chegar ao final. – Sara.

Sorri emocionado.

– Acredito que sim. Porque não sei se o bebê conseguiria sozinho. – realmente não faço dimensão do quão poderoso pode ser meu filho.

– Sara o fez tenho certeza. Ela confia no seu poder Jacob. Você seria o único a enxergar isso. – Connor sorriu orgulhoso. – Vamos nos preparar, e conversar com Leah.

– Agora a parte mais fácil. Aquela onde avisamos a Mãe o que ela precisa fazer. – Billy usou o tom irônico ao olhar Leah. Pois, ele sabe que seria mais fácil fazer um Vampiro não feder.

– Fácil? Claro, claro. – respirei fundo tomando coragem para enfrentar a fera.

***

– Impossível. Impossível. – Leah dizia para si mesmo as palavras. Exatamente como um mantra.

– Leah, ele trouxe mais de uma pessoa a vida. Tanto eu quanto você sabemos que é possível. Cada dia que sua gravidez avança ele fica mais forte. – Kate argumentou.

– Mas isso não significa que ele... – Leah alisava o ventre. Não finalizou a frase.

– Como você tem certeza que Moira não esta ao lado dele. – Graham parece empurrar as palavras. Todo amor por Moira, não pode neste momento sobrepor a situação que ela se colocou.

– Não tenho. Mas Gregory não precisava da ajuda de Moira para me localizar. Ele só precisa de alguém para distrair. Alguém com ódio e com habilidades como as dela. – conclui.

– Eu sabia. – Merida tinha um sorriso largo nos lábios. – Não é possível você conhecer a alma de uma pessoa, e mesmo assim se enganar. Os olhos nos enganam às vezes, a boca quase sempre, mas, a alma, essa não tem mascaras.

– É arriscado. – Aquilles olhou na direção de Leah.

– Parem de debater o assunto como se eu não estivesse aqui. – Leah caminhou em minha direção. – Não vamos arriscar nosso bebê, certo?

– Você sabe que não. – segurei o rosto dela entre minhas mãos. – Prefiro morrer antes de arriscar ambas as vidas.

– Jacob. – Reneesme me chamou. Um tão quase inaudível.

– Pode perguntar. – não desviei meus olhos dos de Leah.

– Como vamos encontrar Moira?

– Com um tiro imenso no escuro Reneesme.

Leah me abraçou e a apertei suavemente em meus braços.

Ao me virar todos me olhavam atentos e nervosos.

Respirei fundo.

Olhei para o lado onde estava meu Pai.

Ele sorriu orgulhoso.

Respirei fundo, pois, neste momento não conto com nenhuma artimanha que aprendi, nenhuma habilidade que aprimorei. Conto somente com minha fé em uma pessoa, com minha fé nos meus instintos naturais de proteção.

– Bem tenho um plano. – dei um beijo na testa de Leah, e comecei a contar.

Todos ouviam atentamente.

O receio estava estampado em seus olhares. Contudo a confiança em mim sempre foi maior.

Nenhuma pergunta foi feita.

Toda confiança deles foi depositada cegamente em mim.

Meu Pai sabia onde cada um deveria estar nesse plano.

Repassamos isso algumas vezes.

Ao terminar de falar todos mantinham um silencio opressor.

– Quem não se sentir seguro pode ir embora agora. Gregory quer a mim, quer Leah. Não me sentirei traído em momento algum. – fui sincero.

– Jacob. Somos uma família aqui. – Embry deu um passo a frente. – Família permanece unida, e esta jamais o deixaria neste momento.

– Jacob, podemos fazer isso. Não se preocupe, cada um de nós escolheu o próprio caminho. – Kate sorriu sincera.

– O que você pode ver Kate. – me aproximei e pedi sincero.

– Não posso ver muitas coisas. Mas não preciso ser vidente para enxergar nossa vitória Jacob. Lutamos por amor, essa é a nossa maior força.

Assenti sorrindo.

– Sim é. – Leah respondeu e deu um abraço na amiga.

– Vamos ter uma noite de tranqüilidade antes de voltar a nossa habitual loucura. – Seth estava abraçado a Sue.

– Vamos. – concordei.

O jantar foi tranqüilo.

Embry lembrava da nossa época de escola. De todas as brigas com o bando quando nos transformamos.

Foi uma noite agradável.

Todos se afastaram para descansar.

Leah e eu ficamos próximo ao rio após todos tomarem seus banhos em paz.

Observava Leah lavar os cabelos, negros como a noite.

Sue trouxe consigo várias coisas para higiene que ela sabia que iam agradar a filha.

– Você esta linda. – não conseguia desviar os olhos dela.

– Você é apaixonado por mim, não vale. – entreguei a toalha de banho enquanto ela saia da água, e a envolvi em meus braços.

– Quem te disse que sou apaixonado Clearwater? – sussurrei no ouvido dela.

– Você Black. Varias vezes. – ela envolveu os braços no meu pescoço.

– Não disse isso de maneira alguma. – ela sorriu. – Disse que a amo.

O coração dela disparou.

– Eu te amo Jacob.

– Sim você disse. – sorri com meus lábios colados aos dela.

– Queria ter uma noite calma sem achar que na manhã seguinte posso ser morta por algum vampiro. – ela confessou.

– Tenha uma noite calma, pois enquanto eu viver Leah, você não será morta por sanguessuga algum. Eu prometo.

Nos beijamos com a confiança que juntos seremos mais fortes que qualquer Vampiro que tente contra as nossas vidas, contra a vida do nosso pequeno.

Leah se vestiu e nos deitamos sob uma manta na grama fresca.

Precisávamos da paz, que encontramos somente um nos braços do outro.

Leah estava visivelmente cansada. Deitou e dormiu em poucos minutos.

Fiquei ali observando seu sono, e dormi em seguida.

“ Sentia o Sol bater no meu rosto. Passei os braços ao lado para aproximar meu corpo ao corpo dela. Estava vazio.

Abri os olhos rapidamente.

Não estava no mesmo lugar que me deitei.

Levantei confuso.

“Jacob” – a voz dela chegava aos meus ouvidos como melodia.

“Mãe.” – ela sorriu em resposta.

Um sorriso lindo que me aqueceu completamente.

“ Venha, Moira o espera. Esta na hora de jogar a isca para Gregory.” – cada palavra foi dita serenamente.

Ela estava metros a frente e não conseguia alcançá-la.

“Aqui. Uma lembrança feliz. Que Pandora não pode alcançar.” – minha Mãe olhou a diante.

Moira estava sentada na beira de um rio. Uma linda mulher de cabelos castanhos e longos penteava o seu cabelo, com tanto cuidado, amor e carinho.

A mulher olhou em minha direção e sorriu.

“Jacob. Estamos próximos a neve, onde o frio já chegou. Ele não tem certeza sobre Leah. Mas tem certeza sobre você estar protegendo um filho da luz.” – a voz era de Moira.

“ Faça-os parar Moira. Diga que estou me aproximando.” – sentei alguns metros de distancia.

“ Obrigada por acreditar em mim.” – o sorriso de Moira estava naquele rosto desconhecido. – “Agora me dê a sua mão, e saberei o momento certo de agir.”

Estendi a mão, e senti uma força imensa.

Ao abrir os olhos estava distante novamente.

Levei um susto.

A mulher continuava pentear o cabelo da menina a beira do rio.

“ Venha, você precisa voltar.” – o tom de seda cobria a voz da minha Mãe.

Caminhamos por uma pequena trilha. Ela sempre à frente.

“ Estou com medo Mãe.” – ela se virou e sorriu.

“ Eu sei meu amor. Mas lembre-se. A única coisa que poderá machucá-lo, é também o que o fará o mais feliz dos homens. Sabemos bem o que é meu filho.”

Apenas assenti.

“ Não sei se ela vai suportar Mãe. Não sei se posso suportar.” – confessei emocionado.

“ Vocês são mais fortes do que imaginam. E a dor faz parte de toda grande alegria. A de vocês virá meu amor. Tenha calma. Agora vá. Temos um bruxo para matar” – minha Mãe sorriu, quando estava quase desaparecendo... – “Eu te amo Jacob.”

Sorri e não consegui alcançá-la.

Abri os olhos.

Leah dormiu tranqüila ao meu lado.

A ajeitei na manta e levantei.

Caminhei até o rio e mergulhei.

Fiquei ali o tempo que consegui.

Esse com certeza será o meu maior desafio. Pois envolvem pessoas que não posso viver sem.

Sai da água e Leah ainda estava dormindo.

Caminhei até a mata e saltei. O Lobo dominou meu corpo antes que eu tocasse o chão.

Corri por alguns quilômetros. Sentindo a liberdade em meus pulmões.

Uivei alto para acordar a todos.

Há tempos não me sentia tão forte desta forma.

Voltei para o acampamento e o vi.

Um Lobo imenso.

Meu Pai.

Uma emoção sem limites. Ele correu pela colina. O segui.

Então de repente pude ouvi-lo.

“Vamos ver o quanto esse velhote ainda corre” – ele me desafiou.

“Vamos ver em quanto tempo vai pedir água você quer dizer?!” – ironizei.

Corremos soltos alguns quilômetros.

Nossas mentes pela primeira vez conectadas.

Então vi as imagens de Gregory vivo.

Alguns feitiços.

“ Porque esta me mostrando isso?”

“ Para você não subestimá-lo. Jamais Jacob”

“ Não vou. Prometo.”

“ Agora vamos voltar, presumo que tenhamos uma viagem a fazer. Certo?”

“ Certo.”

Corremos de volta.

Pela primeira vez, dois Lobos da mesma linhagem na mesma forma.

Deixei meu Pai ver o quanto isso me deixa orgulhoso. Feliz, e Emocionado.

Ele retribuiu com as mesmas emoções.

Voltamos a forma humana, nos sentido mais amigos do que Pai e Filho.

Caminhei até onde estive deitado durante a noite ao lado de Leah.

Ela não estava lá.

Já sabia onde ela estava.

Podia sentir seu aroma no ar.

Caminhei até ela.

Leah estava no alto da montanha, deitada em uma pedra. Com os braços apoiando a cabeça.

Encostei em uma arvore e fiquei admirando.

Ela sorriu.

– Não vai se aproximar Black? – ela abriu os olhos e olhou em minha direção.

Caminhei até ela e me sentei. Coloquei sua cabeça no meu colo.

– Me dá uma paz muito grande vê-la assim. Tranqüila. – dei um selinho em seus lábios.

– Não há nada que possa fazer agora. Então no momento certo estarei pronta. –Leah passava as mãos carinhosamente pelas minhas pernas.

Estiquei meu braço e aliei o ventre dela suavemente.

O som do coração deste pequeno ser.

Um sorriso largo se espalhou por meus lábios.

– É lindo ver você fechar os olhos para ouvi-lo sabia? – Leah me surpreendeu.

– Por quê?

– A paz e o amor que esse gesto transmite. Sinto-me mais forte sempre que o surpreendo fazendo isso. – ela respirou fundo. – Depois de colocar esse seu plano maluco em prática, vamos ter que conversar. Certo? – Leah sentou-se a minha frente. De costas.

Imitei o gesto dela instintivamente respirando fundo.

– Sim temos. – passo meus dedos carinhosamente em suas costas.

Leah se ajeitou e olhou nos meus olhos.

– Para a vida que ele merece ter, certo? – minha respiração fugiu por um segundo.

Segurei as lágrimas que ameaçaram se formar em meus olhos, ao ver a imensidão de dor contida, nos olhos dela ao determinar isso.

– Certo. Para a vida que ele merece ter. – a apertei em meus braços com força.

– Sempre juntos Jacob. – ela sussurrou enquanto chorava em meu pescoço.

– Para sempre Leah. – sentenciei.

Corremos um dia todo, a noite havia chegado há poucas horas. Podíamos sentir a mudança de temperatura na corrida. Até alcançarmos onde a neve começava a cair. Estávamos cada vez mais próximos de Moira.

Fiz um gesto com a cabeça e Graham, Aquilles, que vinha com Merida, Scott com Ayra, diminuíram a corrida.

Os demais fizeram o mesmo.

Nahuel vinha com Mike que olhava tudo atento.

Me concentrei.

Podia senti-la. Moira.

– Olhei para trás e vi as vampiras no alto de duas arvores. Edward e Bella estavam ao lado de Reneesme. Pareciam cães de guarda. Ou simplesmente Pais.

– A gruta fica mais a diante. – Connor me avisou, arrancando-me de meus devaneios. – Vou levá-los até lá.

Assenti.

O caminho possuía uma espécie de túnel.

Uma única entrada.

O espaço era imenso.

– Kate. – ela caminhou em minha direção.

– Serei a única acordada aqui certo? – notei uma ponta de receio na voz dela.

– Não tenha medo. Nada chegará aqui. E se tentar... – Mike entrou na gruta. – Você não será a única acordada aqui Kate.

– Estarei aqui. – Mike, sorrio confiante ao se aproximar e segurar as mãos dela.

Kate assentiu mais tranqüila.

– Vamos, ainda não esta na hora. – avisei e voltamos pela pequena trilha que dava acesso a mata.

Estudamos o lugar.

Connor sempre ladeado pelas duas mulheres.

– Jacob. – Sue me chamou alguns metros a diante.

Caminhei até ela.

– Quero dizer aqui o que jamais disse na reserva, pois não podia. – olhei sem entender.

– Sobre o que Sue? – o olhar cheio de lagrimas me deu uma pista do que ela ia dizer.

– Ela era uma grande mulher Jacob. Sempre foi. Eu queria ter dito isso mais vezes. Queria poder impedir... – não a deixei finalizar a frase.

– Ela foi feliz Sue. Não se sinta culpada pelo fim. Ela soube aceitá-lo. Sem medo ou fraquezas. Porque assim como você ela era dona das próprias escolhas. E nada a faria escolher diferente, ela as faria novamente quantas vezes pudesse fazer. – Connor se aproximou.

Havia uma certa melancolia nos olhos dele. Entretanto não era maior que o amor pela filha.

– Obrigado por tudo Jacob. – olhei sem entender. – Você é um líder como sua Mãe. Lembre-se disso sempre. – assenti.

– Vou deixar vocês sozinhos. – me afastei e Connor ficou abraçado a Sue, dizendo o quanto a amava.

Olhei diretamente para Kate.

Ela olhava distraída a cena com lágrimas nos olhos.

– Jacob. – Merida chamou por mim.

– Diga. – olhei para ela desviando minha atenção de Kate e sua emoção em olhar Sue e Connor.

– Temos um plano B? – ela perguntou sem graça.

– Sempre. – olhei em sua direção objetivamente.

– E qual seria o nosso? – ela parecia realmente preocupada.

– Mate todos. – fui taxativo.

Todos em seus lugares. Connor ergueu o escudo. Olhei na direção onde estavam as Amazonas, Edward e Bella.

Eles não podem falhar agora.

Respirei fundo. Connor se aproximava.

– Pronto. – ele sorriu.

– Sim. – respondi sincero, sem nenhum receio da minha decisão.

Connor tinha um pequeno exercito. Todos vestindo roupas pretas da cabeça aos pés.

Pararam e inspiraram o ar.

– Vão. – Gregory apontou a direção oposta de onde estávamos, Moira estava ao lado dele – Vá e se vingue.

Então todos eles perderam o foco.

Se debatendo contra o vento.

https://www.youtube.com/watch?v=P7nz6-UVrmU

– Agora. – ordenei. Corri na direção de Connor que também estava com os olhos desfocados, e peguei Moira.

Meu Pai, Seth, Embry, Nahuel, Bella e Edward avançaram como raios contra os Vampiros que achavam estar lutando e nos vencendo. As Amazonas criavam a ilusão que isso estava realmente acontecendo, enquanto separávamos suas cabeças dos corpos antes do urro de dor que poderia despertar os demais.

Connor, As duas hibridas, Reneesme, Aquillles protegiam a retaguarda para o exato momento que as Amazonas não conseguissem mais projetar a ilusão, afinal eram muitos vampiros.

Segurei Moira em meus braços e corri para a gruta.

Scott, Eike, Graham. Merida, Ayra e Leah, já estavam insones apenas aguardando o momento da luz ser acesa.

Sue segurava a cabeça da filha.

– Agora Kate. Mike levante o escudo. – demoraria mais tempo até alcançá-los. Não sei exatamente o que encontraria. Pandora é extremamente poderosa. – Acenda a minha agora Kate.

Fechei os olhos.

Antes de desprender minha alma do corpo senti uma força brutal quase me devolver ao meu estado físico.

Me soltei.

Pandora estava ali. O corpo de Gregory estava enlaçado ao dela.

Avancei e Pandora já havia derrubado Ayra e Merida, que pareciam estar em seu estado físico. Paralisadas.

Ela investia contra, Eike e Scott enquanto Graham protegia Leah.

Pareciam estar em meio a um tornado.

“Vetnumn” – ela dizia para nos derrubar, e o rugido parecia se misturar a mata.

Olhei para frente e a visão de Gregory ficou nítida.

– Não. – ele gritou ao perceber que havia caído em uma armadilha, olhou para o lado e avançou contra Seth que estava próximo a ele, o paralisando da cintura para baixo. Imediatamente Seth voltou a forma física.

Gregory o levantou pelo pescoço, contudo antes de conseguir morde-lo meu Pai e Connor rolaram longe com ele.

Éramos arrastados como papeis junto.

“Foco” – Pedi. – “ Illim Protectm Vet.”

Graham e Eike repetiam o mesmo.

Pandora sorriu e derrubou Eike.

Contudo não conseguiu fazer com Leah.

Podia ouvir o grito sacudir a mata. O grito de desespero de Merida e Ayra.

Eles não podiam mais sentir-se conectados aos seus corpos. Ficavam paralisados e gritando como se estivem perdidos na escuridão.

Era ela. Pandora.

“Illim Protectm Vet.” – Eu, Leah e Graham repetíamos.

Nossa visão aqui é crua. Somos Luzes claras.

Não precisamos nos mostrar como aparentamos fisicamente.

Pandora é escura. Uma forma física distorcida.

Sombria.

Ela sorriu enquanto arremessava escuridão sobre nossas almas.

Graham podia ser visto como humano agora, assim como Leah e Eu.

Granham caiu no chão. Paralisado. O Olhar aterrorizado.

“Volte ao seu corpo e saia daqui.” – pedi a Leah, pois comecei a sentir-me fraco. Como se meu corpo estivesse morrendo. “Para a vida que ele merece ter. Vá.”

Podia vê-la quase em seu estado físico.

Sentir o aroma de sua pele.

“Não. Sempre juntos” – Ela sentenciou.

“Por ele Leah, pelo nosso pequeno. Vá.”

“ Illim Protectm Vet.” – Leah repetia determinada. “ Não desista Jacob”

Pandora investiu novamente e antes que pudesse tentar enfraquecê-la junto a Leah, senti minha alma ser atraída para perto dos demais.

Todos em pé novamente. Merida, Ayra, Scott, Eike, e Graham.

Então o vi claramente. Ele parecia fazer parte de todos os elementos combinados.

“Digam juntos agora.” – O Homem ordenou.

“Quem é você? – não que me importasse. Contudo precisava saber.

“Taha Aki” – Leah respondeu para ele.

Senti uma força imensa novamente.

Entrelaçamos nossas mãos. Como se fossem nossos corpos físicos ali.

“ Illim Protectm Vet.” – todos juntos. Várias vezes.

Podia sentir a ventania ao nosso redor.

Pandora não conseguia mais mandar escuridão.

“Vá Leah.” – Taha Aki pediu.

Leah caminhou até Gregory.

“Não” – Pandora caiu e pela primeira vez víamos nitidamente sua imagem.

Um espectro sem rosto.

Ela investiu contra Leah, e avancei a levantando pelo pescoço enquanto todos continuavam como um mantra as palavras que a enfraqueciam.

A medida que ela sentia-se mais fraca nossas vozes faziam o vendaval aumentar.

Leah conseguiu alcançar Gregory, que segurava de Nahuel nas mãos.

“ O coração Leah. Você o fará bater novamente” – a voz de Tha Aki era poderosa. Ele acabou de nos salvar. A voz sacudindo as arvores.

Leah se misturou a mata por um instante. Sua luz é tão poderosa quanto a da figura magestosa deste homem, que estava ali nos ajudando.

Leah tocou o coração de Gregory.

O Vampiro soltou Nahuel no mesmo instante. Tentou segurar o peito.

– Pandora! – Gregory gritou. – Não, não, não. – ele ficou de joelhos.

Leah se concentrou e via luz sair do corpo dele.

Uma batida, Duas, E lá estava o coração dele batendo normalmente.

Gregory era humano agora.

O homem segurou Pandora pelo pescoço.

Sorriu na direção de Leah.

“Obrigado, minha missão aqui acabou de ser cumprida.” – Taha Aki se tornou uma luz forte e poderosa, fazendo Pandora simplesmente se dissolver abaixo dela.

Ambos desapareceram no ar.

Pandora foi destruída.

Uma brisa fresca nos guiou até a luz que traçava nosso caminho de volta!

Merida, Ayra, Scott e Graham voltaram a seus corpos, não havia mais nenhum sanguessuga em pé.

Leah e Eu nos alcançamos. Contudo antes que conseguíssemos chegar aos nossos corpos, algo nos impediu.

Três imagens distintas ficaram nítidas para nós.

“Não” – Leah gritou e as arvores se sacudiam.

Connor, e as duas hibridas que sempre o protegiam.

Então pudemos ver Sue chorar acima do corpo do Pai.

Moira, também estava sem vida no chão próxima a ele. Assim como as duas hibridas que estavam diante de nós agora.

– Vamos trazê-los de volta. – Leah tentou avançar.

Connor a impediu.

– Aqui não é mais meu lugar Leah. Dei a sua Mãe a vida que ela queria ter. Agora preciso descansar. Precisamos. – não havia ninguém ao lado dele neste momento.

– Você a reencontrou agora Vô. Por favor. – Leah pediu.

– Eu a abracei agora, mas jamais a perdi Leah. Você esta nesta forma agora, para não perder Connor de vista. Mesmo que fique longe, estará próxima a ele. – Connor abraçou Leah. – Diga a sua Mãe que jamais senti tanto orgulho na vida, como sempre me orgulhei dela. Diga o quanto a amei, acima de qualquer outro amor nesta vida, e em qualquer outra que já vivi. Contudo vou encontrar minha paz. Minha Mira.

Leah o abraçou mais forte.

– Vá em paz. – ela desejou.

– Vocês saberão o que fazer. Sem dor não existe alegria. E quando tudo estiver terminado, a alegria apagará qualquer vestígio de dor que vocês podem ter antes de chegar este dia. – Connor deu um beijo na testa de Leah e desapareceu.

Não olhamos para trás.

Emergi no meu corpo físico.

Podia escutar os gritos de Ayra e Merida.

Leah despertou em seguida.

Levantamos e nos abraçamos.

– Tudo bem? – Kate parecia desesperada.

Leah a abraçou.

– Sim esta Kate. Obrigada.

Kate não parecia surpresa com o que estava acontecendo.

– Você sabia. Certo? – perguntei a Kate. O olhar emocionado em direção a Sue, mais cedo confirmava isso.

– Sim. Eu vi. – ela olhou para Leah.

– Por que não disse a nós Kate? – Leah questionou enquanto caminhávamos até a clareira.

– Ele pediu. Disse que essa era a jornada dele. Matar Pandora.

Graham, Embry, Aquilles e Eike se aproximaram.

– Gregory desapareceu no ar Jacob. – Aquilles informou.

– Os Vampiros estão tentando seguir um rastro. – Graham informou.

– Como ele conseguiu isso? – meu Pai se aproximava antes de chegarmos a clareira.

– Ele é um bruxo meu Filho. Agora felizmente ele é somente um bruxo. – meu Pai apertou meu ombro.

Agradeci silenciosamente e apenas com um olhar sua presença ali. O coração batendo forte.

Chegamos a mata.

Sue se levantou contudo não conseguiu se manter assim por muito tempo.

– Leah, por favor. Traga meu Pai de volta. – Sue se agarrou as pernas de Leah.

Leah tentou colocar a Mãe em pé, entretanto, os joelhos de ambas cederam.

Sue chorava compulsivamente.

Leah segurou o rosto da Mãe entre as mãos.

– Eu o vi Mãe. – ela respirou fundo. – Ele pediu. Disse que precisa de paz.

– Leah, por favor. Eu preciso dele. – o tom de Sue era de suplica.

– E Ele precisa de paz Mãe.

– Não. Eu demorei tanto, tanto. – Sue agarrava Leah.

– Connor estava sereno Mãe. Me pediu para dizer, que a amou, mais do que qualquer outro amor nesta vida. Que jamais sentiu tanto orgulho de alguém como sempre sentiu por você. – Sue começou a chorar ainda mais, Leah tentou conter a própria emoção. – Ele disse que é a vez dele ter a vida que o espera. Ele quer descansar, encontrar sua Mãe.

Sue apertou as braços ao redor de Leah.

Não consegui conter minha emoção.

Olhei para o lado, e senti uma dor oprimindo meu peito, por ver o corpo de Moira ali. Inerte e sem vida.

Seth se aproximava cambaleante com a ajuda de Reneesme e meu Pai.

Eles o colocaram ao lado de nossa Mãe. Que o abraçou fortemente.

– Tudo bem Seth? – perguntei preocupado.

–Sim Jacob. Meu avô me ajudou. – ele ajeitou a Mãe nos braços. – Leah, vá. Eu fico ao lado dela. – Seth olhou na direção onde Moira e Nahuel estavam sem vida.

Leah assentiu e se soltou do aperto dos braços da Mãe.

Corremos para onde estavam os dois.

Mike amparava Merida.

– Por favor, Leah. Por favor. – Ayra pediu.

– Claro. – Leah se aproximou.

– O que diabos ela estava fazendo aqui fora? – perguntei a Mike.

– A mulher não queria deixar o Gregory se aproximar. Tentou ajudar seu Pai e salvou Embry. Mas não estava concentrada e parecia mais fraca Jacob.

Me senti imensamente culpado por um segundo.

Leah segurou as mãos de Moira e Nahuel. E as colocou em seu ventre.

Uma luz forte parecia iluminar tudo ao redor.

Juntos, Moira e Nahuel voltaram a respirar.

Moira parecia assustada.

Nahuel perdido.

– Calma. – Leah segurou a mão de Nahuel.

Ele respirava ofegante.

– Moira você esta bem? – agachei e fiquei perto dela.

– Sim. – ela parecia confusa. – Não sinto mais aquele peso que vinha sentindo desde a nossa viagem a Itália

– Então você estava com problemas mesmo? – olhei para Leah. E ela sustentava um olhar tranqüilo e despreocupado.

– Era a sua dor que acabou se tornando minha Jacob. Mas jamais pensei em te machucar. Ou machucar Leah e o... – não sei exatamente o que ela ia dizer, mas Moira levantou rapidamente.

Todos ao redor levantaram juntos.

Ela massageava o peito.

Então lágrimas e um sorriso que não via há muitos anos estamparam seu rosto.

– O que esta acontecendo Moira? O que houve. Me diga e vamos ajudá-la. Confie em nós. – pedi sincero. Sentia-me responsável por ela como um irmão.

– Esta quebrado. – ela sorria entre lágrimas. – O imprinting. Esta quebrado. – ela me abraçou emocionada.

Todos os homens se reuniram para seguir a risca uma antiga tradição Quileute.

Montamos pequenas jangadas. Todas elas com apoio para tochas.

Todas as mulheres ajeitavam flores ao redor dos corpos nas jangadas.

Sue chamou Bella e as Amazonas.

Todos estão lutando juntos. Não somos inimigos aqui.

Sue cantarolava uma antiga canção indígena. Vestiu o Pai. O ajeitou.

O tempo todo Leah estava ao lado da Mãe. Não emitia um som. Apenas observava.

Me mantive afastado. Elas precisam viver o luto juntas.

Mike se mantinha bem mais afastado.

Cabeça baixa.

Me aproximei.

Sentei ao lado dele. Ficamos olhando o nada por alguns minutos.

– Sabe às vezes não acredito em tudo que esta acontecendo nos últimos meses. – Mike olhava o nada a sua frente.

– É... No seu lugar não acreditaria também. – ponderei com um sorriso fraco acompanhando a frase.

– Me peguei milhões de vezes querendo implorar a ela Jacob. Implorar para Leah tentar trazê-lo de volta. Meu Pai. – ele respirou fundo. – Como se a volta dele fosse trazer normalidade a minha vida novamente. Fosse equilibrar as coisas, sei lá. – ele confessou.

– E porque não pediu? – o encarei.

– Até o dia de hoje eu sempre arrumava uma desculpa. Repetia se passou muito tempo, ou que o corpo não esta mais viável para isso. Mas hoje eu admiti os motivos de não pedir. – Mike observava a movimentação de Leah.

– E qual é Mike? – não sabia ao certo os motivos, mas sentia que a resposta dele firmaria a decisão mais difícil que eu e Leah teremos de tomar.

– Ele teve uma vida plena Jacob. Viveu, amou, foi amado. Partiu sorrindo. Ele simplesmente esta em Paz. Admitir que eu precisava deixá-lo ir, sempre foi difícil Jacob. Não queremos nos imaginar vivendo em um mundo onde a pessoa que amamos não viva também. Onde não podemos abraçar e sentir essa pessoa por perto. – ele se levantou.

– Porque somente hoje você admitiu isso? – levantei e dei alguns passos a frente.

– Porque Leah e Sue souberam deixar alguém que elas amam imensamente partir, por não serem egoístas a ponto de não admitir que essa pessoa encontrou a paz. Não serei egoísta com meu Pai Jacob. Ele merece ter paz. – Mike tirou a grama presa nas calças. – Vamos acho que esta na hora.

Aquelas palavras firmaram a decisão mais difícil da minha vida.

Mike esta certo. Não posso ser egoísta com meu filho.

Olhei o perfil sereno de Mike Newton, e o agradeci mentalmente por me ajudar. Mesmo sem saber.

Caminhei em direção a beira do rio.

Abracei Leah, firme. Seria seu porto seguro.

Dei um beijo em sua testa.

– Eu te amo. – ela disse enquanto encostava a cabeça no meu peito, onde meu coração batia acelerado.

– Eu também. – respondi afundando meu nariz em seus cabelos.

Todos caminharam até a beira do rio.

Meu Pai disse algumas palavras diante dos corpos de seus amigos.

Sue estava emocionada demais, mas agradeceu ao Pai por toda a vida maravilhosa que ela levou e leva graças a ele.

Leah e Eu nos olhávamos sérios.

Como se cada palavra ali nos atingisse de uma forma diferente.

Quando Sue se despediu do Pai, Meu Pai e Eu entramos na água e acendemos as tochas nas jangadas.

Os antigos acreditam que o espírito fica preso se é enterrado. E não acha um caminho se não há uma luz para guiá-lo.

Empurramos as jangadas para o rio.

Eles foram sendo levados enquanto a jangada pegava fogo.

Ficamos todos ali na beira do rio. Olhando as jangadas queimarem com os corpos.

Todos perdidos em pensamentos.

Alguns minutos depois, o fogo de cada jangada se apagou sozinho. E os corpos sumiram virando fumaça em alguns segundos.

Isso significa que eles encontraram o seu caminho.

Levantamos acampamento. Precisamos sair daqui o quanto antes.

O dia esta gelado.

Os Cullens voltaram sem nenhuma pista de Gregory. Sabemos apenas que ele estava ferido. E caso queira se transformar novamente perderá os poderes como bruxo, podendo ser morto por qualquer espírito guerreiro.

Sue e Leah estavam sentadas próximas ao rio.

Mike levantou um escudo para proteger a conversa.

Logo elas decidiam algo entre Mãe e filha.

– Jacob. – Moira se aproximou.

Olhei para ela aliviado.

Seu olhar de tranqüilidade era visível.

– Então como se sente? – perguntei encarando-a.

– Livre. – ela respondeu feliz.

Há anos não a via desta forma.

– Moira como isso aconteceu? – perguntei curioso.

– Eu morri Jacob. Permaneci morta por alguns minutos. Essa é a única explicação para isso. Mas não quero e não vou buscar os motivos que me libertaram do Imprinting Jacob. Estou me sentindo grata por ter acabado. Me sentia presa a você, e simplesmente não me sinto mais e isso é ótimo.

Respirei aliviado e dei um abraço em Moira.

– Estou feliz por você. – me afastei e vi um brilho especial nos olhos dela. – Vai para onde? Pretende fazer o que?

– Vou para onde minha família for Jacob. Vocês são minha família. E estaremos juntos sempre que necessário. Mas queria ficar um tempo ajudando Keira e Cassandra na reserva. Ficar um tempo afastada me fará bem. – parecia um pedido.

– Vá Moira. Você sempre esteve livre, embora tenho certeza que somente agora você consegue sentir isso. Vá. A reserva vai trazer bons ares.

– Obrigada Jacob. – ela se virou. – Você acreditou em mim. Obrigada por isso também. – assenti sorrindo.

Moira caminhou para o acampamento que agora estava desmontado.

Leah caminhava de mãos dadas com Sue.

As duas vinham em minha direção.

Leah tinha uma expressão séria.

– Minha Mãe voltará para a reserva Jacob. – Leah não parecia nada feliz ao me contar isso.

– Sue não acho seguro. – ponderei.

– Muito menos eu. – Seth vinha em nossa direção. – Esse é o momento de permanecermos juntos.

– Sue espere mais um pouco e voltamos. – Kate pediu.

– Não. Minha casa esta lá. Charlie também. Vou retomar minha rotina. E ela não envolve essa loucura. – ela suspirou pesadamente. – Vocês sabem que abri mão de muitas coisas por não poder viver desta forma. Agora na atual situação eu atrapalharia, sou frágil, simplesmente humana.

– Mãe não diga isso. – Leah segurou as mãos da Mãe tentando convencê-la.

– Minha filha. Aprenda a admitir a realidade. E mesmo que eu estivesse enganada. Não quero ficar longe da minha casa. – ela alisou carinhosamente o rosto de Leah. – tenho certeza que a verei lá mais cedo do que você imagina.

Leah assentiu derrotada.

– Seth vá com a nossa Mãe. Ela precisa mais de você do que Eu. – Seth ia dizer algo, mas a frase morreu ao olhar para a Mãe.

– Tem certeza? – ele se aproximou de Leah, e me olhou.

– Sim. Ficarei em paz sabendo que ela terá você por perto sempre meu irmão. – Leah o abraçou forte.

Seth assentiu.

– Então vou voltar à reserva. – Seth deu um beijo na testa de Leah.

Voltamos para o acampamento para finalizar tudo. Encobrir nossos rastros.

Ficou decidido que Merida, Mike, Moira, Seth e Rennesme voltariam a reserva junto aos Cullens. Zafrina e Senna, para a Amazônia. E Nahuel decidiu permanecer ao nosso lado.

Todos se organizavam. Em silêncio.

Leah e eu estávamos presos em uma espécie de dor paralela. Não falávamos absolutamente uma palavra, mas sabemos que a decisão esta flutuando entre nós, de ter essa conversa o quanto antes.

Notei uma movimentação estranha de Edward e Bella.

Também não vi Kate.

– O que esta acontecendo? – Leah parou ao meu lado.

– Não sei. Vamos descobrir. – antes de caminhar mais um passo, Reneesme e Seth vinham de mãos dadas andando em nossa direção. Ambos claramente emocionados.

– Leah. – Seth empurrou o nome, como se movimentasse cada músculo do próprio corpo ao fazer. – Reneesme quer permanecer aqui.

– O que?! – Leah quase gritou. – Seth vai voltar para a reserva Reneesme, vá fique em segurança.

– Não. – a filha dos Cullens foi taxativa. – Até onde eu sei, não corro perigo algum aqui Leah. – ela provocou.

– Nessie, meu irmão não terá paz se você não voltar com ele. – olhei para Seth que realmente não parecia nada feliz com a situação.

Então me lembrei das palavras de Moira.

Minha respiração acelerou ligeiramente. Leah me olhou rapidamente. Como se me avisasse que registrou essa mudança no meu corpo.

– Já conversamos Leah, e decidimos. Seth sabe que a reserva esta devidamente protegida. Serei mais útil aqui. Caso tenha se esquecido não é somente Kate que consegue ver os Lobos Leah. – ela cruzou os braços.

Leah tinha um olhar impassível.

– Que diabos Reneesme. Vá para a reserva. Não a quero aqui. – Leah empurrou as palavras. – Meu irmão precisa de você não eu.

Reneesme tinha um olhar ferido.

– Não ficarei por você. Ficarei, pois você não manda nas minhas decisões. Seth estará bem, pois sabe respeitar minhas escolhas. – ela deu as costas a Leah e saiu andando, porém, voltou a parou alguns centímetros dela. – E não vim até aqui te pedir nada Leah. Estou aqui para avisar. Você não é a única pessoa que eu quero proteger aqui. – Reneesme saiu do nosso campo de visão.

Seth a seguiu.

A respiração de Leah era ofegante. Parei ao lado dela.

– O que diabos esta acontecendo aqui? Jacob como Seth ficará lá sem Reneesme? – ela esta irritada.

– Não deveria te ajudar, mas vou, pois eu te amo. – segurei seu rosto entre minhas mãos. – Antes de tudo acalme-se.

Leah bufou irritada. E revirou os olhos.

– Jake. – ela fechou os olhos.

A respiração foi voltando ao normal.

– Antes de ser o Imprinting do seu irmão, ela é uma pessoa. Bem não é uma das melhores linhagens, porem, ninguém é cem por cento bom. Enfim aprendi a respeitar a mulher que você ajudou a formar Leah. Ela não é uma boneca, que qualquer um pode carregar para onde quiser. – Leah apertou minhas mãos.

– Droga Jacob, você não poderia simplesmente dizer: Vá lá e peça desculpa a sua amiga? – Leah abriu os olhos. – Me sentiria menos birrenta, e bem menos culpada. Por que você tem que ser assim, tão... Você?! – Leah sorriu.

Meu coração acelerou quando ela sorriu.

Disfarcei.

– Claro, claro. Mas se prefere assim. – soltei o rosto dela. – Vá, peça desculpas e ouça sua amiga. – Leah sorriu selou nossos lábios – Obrigada.

Ela foi falar com Reneesme.

Olhei para Edward. Não movi meus lábios.

“Você já sabia que o Imprinting dela estava quebrado não é?”

O Vampiro simplesmente afirmou com a cabeça.

Mil coisas rondavam a minha mente agora.

Mas olhando Moira, a expressão de Seth não esta perto disso. Ele esta dilacerado.

Seth não ama Reneesme simplesmente pelo Imprinting, ele a ama, pois o sentimento dele vai além. Contudo agora ele é livre para amar, é uma escolha dele sentir isso.

Meu Pai parou ao meu lado.

– Como você esta? – apertei seu ombro.

– Como alguém que acaba de perder um amigo filho. – a tristeza estava ali. – Mas me sinto feliz também. Connor precisava descansar. Ele queria.

De repente um pensamento quase sufocante dominou minha mente.

– Não vá. Não me deixe Pai. Por favor. – o abracei.

Ele deu um sorriso leve. Olhou nos meus olhos, estava emocionado.

– Não quero partir ainda Jacob. Quero ser avô do seu filho. Dos filhos de suas irmãs. Quero ser um bom companheiro para Tiffanny. Ela merece isso. Eu mereço. – ele segurou meu rosto. – Quero ter a honra de ver meu viver filho viver e ser feliz.

Assenti.

O breve pensamento de poder perdê-lo me sufocava.

– Agora vamos. Temos que nos organizar e arrumar um lugar onde possamos nos firmar um pouco mais. – Meu Pai sorrio e caminhou a minha frente.

O segui.

Leah se despedia de Sue. Eles iam até a próxima cidade, e embarcariam rumo aos Estados Unidos.

Seth e Reneesme se beijavam apaixonados.

– Bem nós vamos seguir até a reserva. – Mike se aproximou.

– Não tenho palavras para te agradecer Mike. De tantas maneiras. Obrigado por ajudar meu Pai. Por nos ajudar. – estendi a mão.

Ele sorriu. Estendeu e apertou a minha mão.

– Obrigado por me carregar por ai Jacob. – Mike tentou amenizar o clima de emoção e despedida. – Obrigado por me ajudar a dizer adeus ao meu pai.

Apenas assenti.

Leah caminhou em nossa direção e abraçou Mike. Que correspondeu o abraço.

– Eu te amo Mike. Se cuide. – ela tinha um novo brilho no olhar. – Ajude minha Mãe Mike. Por favor.

– Fique tranqüila. Estarei sempre por perto. – Mike deu um beijo na testa dela.

– Cuide dele para mim Merida. – Leah pediu.

– Vou cuidar. – Mérida abraçou Mike.

Leah me olhava com um brilho diferente nos olhos.

Seth se aproximou.

– Cuide bem delas Jacob. Por favor. – o garoto me deu um forte abraço.

– Fique tranqüilo. – uma promessa.

Leah já havia se despedido do irmão, ela caminhou em minha direção e entrelaçou os dedos aos meus.

Passamos alguns minutos nos despedindo.

Zafrina e Senna decidiram permanecer mais algum tempo ao nosso lado. Por Reneesme a quem elas realmente adoram.

Não me opus e nenhum outro Lobo. Só mantenho a distancia e fiscalizo a cor dos olhos. Ou eles permanecem âmbar, ou elas ficam sem as cabeças.

Meu Pai, enviou um bilhete para a reserva. Embry fez o mesmo. Afinal eles levariam conforto a mesma mulher.

Nos despedimos.

Sue se emocionou ai deixar Leah para trás.

Leah por sua vez não derramou uma lágrima até o exato momento em que a Mãe desapareceu no horizonte.

Leah me abraçou e chorou silenciosamente enquanto caminhávamos.

Após a partida de nossos amigos, fizemos o mesmo e saímos dali.

Ajeitei nossas coisas em minhas costas E segurei Leah em meus braços. A levei uma boa parte da caminho.

Voltamos ao local onde Sue viveu com o Pai.

Ayra conseguiu nos dar uma proteção com ajuda do meu Pai. Ele sabia alguns truques.

Eu também.

A viagem foi rápida. Todos estavam cansados, física e emocionalmente.

Levantamos ao redor da casa um acampamento.

Ninguém quis ficar com a casa, para que Leah e eu pudéssemos ficar ali.

Embora coubessem várias pessoas ali.

Graham e eu fomos caçar enquanto os demais organizavam o Acampamento.

– As coisas andam difíceis hã?! – Graham resmungou enquanto voltávamos.

– Não diria que elas estão fáceis. – dei de ombros.

– Jacob podemos nos misturar bem fora da mata também. Você sabe. – Graham me lembrou.

– Sim e vamos. Só precisava voltar ao normal. Aquele lugar quase me matou Graham. – confessei pela primeira vez, me referindo ao castelo dos Romenos.

– Eu sei irmão. E não o quero naquele inferno novamente. Temos que nos articular, buscar informações com nossos contatos. Parar de fugir e ter foco em nossa rota. – ele falava concentrado.

– Sim. Sei de tudo isso Graham. Só preciso tomar essa decisão com ela. – ele me olhou sem entender por um minuto. Apenas um minuto.

Graham baixou os olhos.

Assentiu. E continuamos a caminhar.

Chegamos com a caça e fomos limpar. Livrar os demais dessa tarefa. Me livrar de pensar o tempo todo em sobreviver.

Nahuel, Eike e Scott vieram ajudar.

Finalizamos rapidamente e eles levaram a carne para as mulheres.

Enquanto todos tomavam banho, ou limpavam o local onde preparamos nossa comida, eu ficava Observando Leah.

Nossos olhares se cruzavam, e sentia cada parte do meu corpo ser atraído para perto dela.

O cheiro da carne assada já podia ser sentido.

Pedi para Graham pegar minhas roupas dentro da casa para não entrar naquele estado.

Estava distraído tirando a camisa suja com o sangue do animal. Contudo podia sentir Leah mesmo se estivesse em outra cidade.

– Esperando suas roupas? – Leah segurava uma bermuda e camiseta.

Sorri.

– Esperando não é a palavra correta. Necessitando sim. – apontei para a minha roupa.

– Vamos. – ela se aproximou, e sem cerimônia circulou as mãos na minha cintura.

Caminhamos lentamente enquanto os sons na mata se distanciavam.

Chegamos a uma cachoeira que ficava sobre uma mata fechada.

Me lancei na água, abandonando as roupas pelo caminho.

Leah sorriu maliciosa.

Tirou a roupa lentamente e caminhou em minha direção.

Mergulhamos juntos para o fundo das águas daquela cachoeira.

Nossos corações acelerados.

Leah me abraçou forte e emergimos do fundo das águas da cachoeira. A lua iluminava o rosto dela.

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Sua expressão era carregada.

Tentei dizer algo, contudo ela impediu.

– Não. Não agora. Uma noite antes de admitir que vamos fazer isso. Uma única noite. – Leah passou os dedos nos meus lábios e me beijou com uma necessidade avassaladora.

Segurei suas costas e envolvi minhas mãos em seus cabelos molhados.

– Não podemos mais meu amor. Depois desta noite viram inúmeras outras. – beijei a testa molhada dela.

Leah começou a chorar.

A apertei com força em meus braços.

Ela ficou assim um tempo. Chorando. Um choro que me partia em mil pedaços. Inúmeras vezes.

Então ela respirou fundo.

– Não podemos viver ao lado do nosso pequeno, não é mesmo Jake? Não enquanto os Romenos estiverem vivos. – barrei a explosão de dor que dominou meu peito.

Não consiga verbalizar nada, sem ter a vontade de derrubar tudo ao meu redor.

Leah apertou meu ombro, seu olhar partido em milhões de fragmentos do mesmo sentimento em diferente níveis, que não alteravam em nada o significado. Dor.

– Não, não podemos. – empurrei a palavra com toda força que meu corpo poderia agüentar, respirei fundo e continuei. – Ele merece ter uma vida Leah. Um lar. Dormir sem achar que será assassinado pela manhã. Precisamos dar a ele uma chance. A chance de ser extraordinário.

O choro dela se tornou compulsivo.

– Eu sei. Droga Jake, eu preciso que ele tenha isso. E é tão absurdo eu saber que ele merece, e ter a certeza que não sou eu quem vai estar lá para ver isso. – os olhos dela estavam vazios.

– Vamos estar por perto sempre. E vamos lutar todos os dias para podermos viver felizes e em paz. – prometi em um tom de voz solene.

– Jake... – ela me olhou e acariciou meu rosto. – Eu não sei como farei isso. Deixá-lo ir. Como ele vai saber o quanto isso vai me custar? Como explicaremos que o nosso amor é tão profundo que abrimos mão da presença dele? – ela me apertou em seus braços. Um abraço urgente.

– Ele saberá, vamos estar por lá, mesmo que nos sonhos dele, meu amor. E vamos deixá-lo com pessoas que possam protegê-lo e dizer a ele todos os dias o quanto nós o amamos. – o nó na minha garganta esta insuportável.

– Jake, porque tudo para nós é uma luta? Por qual razão, temos que sofrer tanto? – Leah soluçava em meus braços. Nunca a vi tão frágil.

– Porque somos fortes o bastante para suportar Leah. Vamos brigar por ele, e pelo direito de sermos uma família unida. – afundei meu nariz no pescoço dela.

– Não serei forte por hoje Jacob. Somente por hoje eu vou me permitir sofrer. – o choro dela ecoou no meu corpo como uma bomba.

– Serei forte por nós hoje Leah. – segurei seu rosto entre minhas mãos. – Para a vida que ele merece ter. Sempre. – Leah envolveu os braços em meu pescoço e chorou.

Passamos horas flutuando agarrados nas águas da cachoeira.

Leah adormeceu e a carreguei para a margem.

Sequei e vesti seu corpo que estava totalmente descoberto.

Coloquei uma bermuda e caminhei com ela para a casa.

Todos comiam em silêncio.

Kate e Nessie se levantaram ao me ver, ambas tinham os olhos marejados.

Carreguei Leah até o quarto e a coloquei na cama.

Ela não acordou. Estava física e mentalmente exausta.

Depositei um beijo leve em seus lábios.

Minha respiração acelerou.

Caminhei para o lado de fora, sem enxergar o caminho corretamente.

Todos estavam mudos.

– Ayra levante o muro e proteja a casa. – não tinha forças para fazer.

Ayra assentiu e se aproximou da casa.

Soltou as palavras pelo vento, e podia sentir a energia do escudo de proteção ali.

– Pronto. – os olhos dela eram atentos.

Graham me olhava preocupado, tentou dar um passo em minha direção, porem meu Pai o impediu.

– Não. Ele precisa soltar. É a dor dele. – meu pai não se moveu. – Vamos Jacob. Leah não pode nos ouvir agora. Você não precisa ser forte neste momento. Tenha coragem meu filho, sua dor precisa ser sentida.

O nó na minha garganta se desfez.

Meus joelhos cederam e tocaram o chão.

Com toda a força que me restava naquele momento eu soltei o rugido. Preso na minha garganta.

Deixei a dor se espalhar dentro de mim e se soltar.

Me senti fraco.

Fraco por não ver alternativa. Por não ver outra forma de dar a ele uma vida tranqüila e segura ao lado dos próprios Pais.

Fiquei ali por alguns minutos. Ou horas. Não sei mais determinar.

Respirei fundo.

Levantei e tirei a terra dos meus joelhos.

Meu Pai se aproximou.

– Tudo vai se ajeitar Jacob. Nem tudo será escuridão. Ou dor. Vocês serão felizes meu filho. – ele me abraçou.

Retribui com a necessidade de um garoto em estar acolhido em seu porto seguro.

Todos olhavam com dor em seus olhos.

– Obrigado a todos vocês. Por estarem aqui lutando ao nosso lado. – agradeci sincero a todos.

Caminhei de volta para a casa, onde Leah dormia tranqüila.

Tirei a camisa e me encaixei no corpo dela, inalando o aroma delicioso em sua pele.

– Eu te amo. – sussurrei em seu ouvido.

A apertei suavemente em meus braços. Leah apenas se aconchegou ali sem acordar.

Fechei os olhos e o som dos dois corações mais importantes da minha vida embalaram meu sono.

“ Abri os olhos e estava em um campo. Todo verde sem uma única cor que brando o tapete imenso de grama.

Sentei confuso.

E então senti a pequena mão em minha perna.

Olhei para ele, contudo não conseguia enxergar.

Via apenas a silhueta do corpo.

Ele soltou uma risadinha gostosa, como toda criança faz.

– Não se preocupe Papai. Eu entendo. – não consegui conter o choro.

A mãozinha se aproximou e enxugou a lágrima do meu rosto.

Não conseguia dizer nada.

– Eu te amo filho. – declarei.

– Eu sei Papai. Também te amo.”

Abri os olhos.

Olhei para frente e Leah continuava dormindo tranqüila.

Minha mão estava sobre o ventre dela.

Sorri e me ajeitei tranqüilo.

Hoje meu filho esteve nos meus sonhos.

Não importa o que eu tenha que enfrentar, amanhã. Hoje ele me chamou de Pai, e me deu forças para dar a vida que ele merece ter.


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Notas finais do capítulo

Bem... um misto doloroso de emoções.
Jacob e Leah tiveram que tomar uma decisão. A mais difícil para eles.
Imprinting quebrado.
Pela primeira vez em anos Seth e Reneesme separados.
Pela primeira vez, Nessie vivendo sem Seth. Uma novidade.
Posso garantir que o capitulo final da CP estará recheado com tantas emoções que nem eu posso explicar.

Junto com o ultimo capitulo já teremos a apresentação da segunda fase.
Espero que vcs gostem.
Será mais curta mais importante para mostrar algumas várias coisas que desenrolamos neste capitulo.

Então leiam e prestem atenção. Muitas coisas aqui e no próximo capitulo serão desenvolvidas na segunda fase!

Obrigada a todos que acompanham a CP.