Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 33
Capitulo 32 - Medidas Extremas.


Notas iniciais do capítulo

N/Bruna: Olá amores.

Bom a CP tarda mas jamais falhará.
desculpem-nos a demora.

Bom quero agradecer a Patricia, por todas as conversas que sempre temos no face sobre esta Fic.
Valeu para a Fanny, que esta sempre pelo face também.
Tamo juntas kkk.

e claro, palmas para a nossa DIVA, que vem ilustrando cada capitulo da CP lindamente, nossa Carla diva absoluta.

Obrigada as leitoras por não desistirem de nós.
Muito Obrigada.

Bom vamos finalmente ver nossa linda, e morena, e maravilhosa Loba.
Finalmente.
Este capitulo é muito denso, então preparem-se!!


PS: Meninas criei a Playlist da CP, deste capitulo, todas as musicas já estão lá. Vou levantar todas as músicas da FIC e postar na nossa Playlist.
Segue o endereço:
Só copiar aqui e jogar na barra de endereços ok?!

https://www.youtube.com/playlist?list=PLxd2J8LnUk6Feywbpk_lYbui5l-NDySvu&feature=mh_lolz


Espero que gostem e boa leitura.



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Partida ao meio, milhões de vezes.

Por ele eu vim.

Por ele lutarei.

A escuridão só pode ser dissipada com luz.

O amor é a mais delas.

Era escuro o caminho.

O coração dele batia em um ritmo desconhecido por mim.

Era lento. Sem um ritmo certo.

Passei por alguns corredores mal iluminados.

Precisava tira-lo de lá o mais rápido possível.

Cheguei ao fim do corredor.

A imagem era desesperadora.

Segurei as grades que me separavam dele, e as joguei longe.

Esmigalhei as correntes.

Jacob parecia estar em transe.

Encolhido em um canto.

Menor que seu tamanho.

Segurei seu rosto entre as mãos.

O desespero tomando conta do meu corpo

– Jacob olhe para mim. – levantei sua cabeça, seu olhar era vazio, sem vida, tomado de uma escuridão apavorante. – Olhe Jake. Por favor. – as lágrimas e o tom de desespero me dominaram.

Absolutamente nada havia me preparado para encontra-lo desta forma.

Ele parecia estar vazio.

Sem vida.

Então como um raio, veloz e mortal, Jacob se ergueu, arrebentando as correntes que o prendiam sem esforço algum.

Ele entrelaçou as mãos no meu pescoço.

– Afaste-se ser nefasto. Saia já da minha mente. – ele tinha uma força fora de controle. Jacob estava me sufocando.

– Por favor, me escute, olhe nos meus olhos. Jake. – seu olhar parecia vasculhar o nada.

Ele sacudiu a cabeça.

– O som, da pele dela sendo rasgada. – ele olhou fixamente nos meus olhos. – Sinto muito. – a mão dele vazou meu peito, rasgando minha pele como papel.

– Não! – a dor lancinante e opressora quase me calou, pela primeira vez, eu senti minha vida se esvair, e o pior pelas mãos daquele que estava nas sombras por ela.

Dois Dias Antes....

Sentia-me confortável.

Há dias não dormia tanto.

A paz e a tranqüilidade que o silêncio traz, é algo sem comparação.

– Droga. – saltei alguns metros à diante, e bati minhas costas contra uma parede. – Porcaria. Isso não é... – a frase morreu, quando olhei ao redor. – Onde diabos, estou.

– Segura. Isso pode começar a responder sua pergunta. – a voz estava distante.

– Mas quem diabos são vocês. – começava a ficar irritada.

– Pessoas que gostariam de manter os pescoços nos lugares. – trinquei os dentes.

– O que aconteceu? – sai da pequena casa onde havia apenas uma cama. O lugar parecia ser no meio do nada. Uma imensidão verde. Estava acostumada a viver na mata na reserva. Mas aqui tudo parecia maior.

– Se concentre. E lembrará. Apenas feche os olhos e vai se lembrar de tudo. Cada mínimo detalhe. – uma das mulheres pediu gentilmente.

Mesmo não querendo o fiz.

Fechei os olhos.

Algumas imagens começaram a invadir minha mente.

A conversa tensa com Vladmir.

Mike paralisado.

A luta com os Vampiros.

Senti o ar fugir dos meus pulmões.

As batidas cadenciadas vindas do meu ventre.

Fiquei paralisada novamente.

Lembrei da minha queda, e da forma estranha que fui tirada do meio da luta.

Pelo mar.

– Quem são vocês, e o que desejam? – minha voz parecia um sussurro. Sem força, sem reação. O coração do bebê no meu ventre estava me deixando sem ação.

– Queremos te ajudar. – duas mulheres. Totalmente humanas.

– Porque? – vasculhava a mata.

Uma delas apareceu.

– Porque seu filho é a chave para uma guerra. – o coração estava calmo. O olhar era firme, sem medo de mim, ou do que estava dizendo.

Atravessei em um segundo o espaço que nos separava. Fiquei diante dela.

– Do que você esta falando? – sem perceber atravessei o espaço com as mãos enroscadas no ventre. Tinha a impressão que no exato momento que eu soltasse as mãos, não ia mais sentir aquela sensação gostosa que as batidas do pequeno coração estavam me causando. – Que filho?

– Esse. Que você carrega. O do Alfa. Jacob. – ela não tinha dúvidas alguma do que dizia.

– Não precisa ter medo Leah. – a segunda mulher saia de outro ponto na mata. – Não queremos machuca-la ou o seu bebê. Se quiséssemos isso não teríamos protegido ambos do ataque dos Romenos.

– Como sabem de tudo isso? – estranhamente não me sentia em perigo.

– Fomos avisadas. – uma olhou fraternamente para outra.

– O que querem com tudo isso? – fui direta. Meu olhar não era amistoso para caber mentiras.

– Não queremos que nenhum lado tenho o poder que seu filho vai trazer. – a mulher de cabelos loiros era a mais falante, se aproximou sem medo. – E queremos tirar a nossa tia daquele lugar. Ela merece ter paz Leah.

– Do que estão falando? O que meu filho pode dar aos vampiros? O que? – o nervosismo parecia querer chegar e me dominar, mas estranhamente não estava acontecendo.

– Sente-se. – a mulher Morena pediu gentilmente, me apontando um tronco no meio da grande clareira que estávamos.

– Estou bem em pé. – cruzei os braços. – Digam rápido, preciso sair daqui.

Elas se entreolharam.

– Bem meu nome é Keira. – a loira simpática e falante estendeu sua mão em minha direção.

Revirei os olhos e apertei suavemente a pequena mão delicada dela.

– O meu é Cassandra. – a morena apenas acenou. – devolvi o gesto.

– Bom quero que sejam diretas. Estou no meio de algo, e preciso saber o que. – cruzei novamente os braços.. As duas respiraram fundo, e trocaram olhares, como se decidissem quem ia me dar à má noticia.

– Seremos diretas então. – a morena Cassandra avisou.

– Eu vou agradecer por isso mais tarde. – respondi com ironia.

– Leah. Stefan e Vladmir descobriram á muitos séculos atrás, uma raridade em nosso povo. Vladmir se apaixonou por uma Mortal, e desejava ser humano, para morrer ao lado dela. Ele conseguiu isso. Acontece que Aro, havia matado toda a sua família no período que ele estava se transformando. – Keira ia dizendo cada palavra cautelosamente.

– Aro não só matou quase a linhagem inteira de Vladmir, como também transformou a mulher á quem Ele jurou amor eterno. Essa mulher por sua vez, descobriu quem havia matado toda a sua família, seu precioso e amado Vladmir. Óbvio que isso não a deixou feliz. Ela se vingou, não só dispensando Vladmir, como quase matando o Ex- True Love. – Cassandra concluiu.

– Stefan salvou o irmão a beira da morte. E ambos juraram vingança. Os dois tem posse de uma informação que Aro e nenhum Volturi possui. – Keira completou.

– Calma, calma. – muita informação, pouco espaço para um entendimento justo. – Deixa eu ver se entendi. Ele conseguiu se tornar humano novamente por uma mulher? – eram quase certos, os motivos que trouxeram aqui, porém, o pânico poderia tapar meus ouvidos para não continuar a história, envolvi protetoramente minhas mãos em meu ventre. – Isso é loucura. O que Jacob tem a ver com isso? – sentia uma irritação, e um alarme gritando perigo por todos os lados.

– Leah. Eu sei, que é difícil, mas nos escute. – Keira olhava fixamente em minha direção.

– Impossível. – me coloquei em posição de ataque. Nenhuma delas saiu do lugar.

– Leah, todos os seus sonhos, com Jacob, com a Mãe dele, são avisos. – Cassandra tinha o tom de voz mais firme que Keira.

– Como… Do que esta falando? – a voz me fugiu alguns segundos.

– Nós sabemos que ela esta ao lado do filho neste exato momento. E que ele estará em maus lençóis em pouco tempo. Ela tentou de alguma forma avisá-lo. – Cassandra parecia saber exatamente meus sonhos.

Sentei no tronco. Me senti exaurida. Era tudo muito surreal.

Só precisava deixar de ser um suposição minha.

– Meu filho... Ele tem algo a ver com isso? – olhei para as duas, e elas se entreolharam.

– Sim. Ele tem tudo a ver com isso. – Keira confirmou. Seu olhar era quase de pena, caso não estivesse tomado de esperança.

– Como? Eu não poderia estar grávida, como isso foi possível? Como? – levei as mãos á cabeça.

– Esta no seu DNA, esta no genes que Jacob também traz. Sara era um Escudo. Jacob herdou o mesmo gene. – Cassandra se aproximou, e sentou alguns poucos metros de mim.

– Ele nunca soube disso não é mesmo? – meu coração se comprimiu dolorosamente por nem poder imaginar onde Jacob estava.

– Não. Mas ele esta preparado para saber. Jacob é um guerreiro Leah. – Keira sentou-se ao meu lado.

Então uma frase que ela disse, tilintou em meus ouvidos.

– Espera! O que esta no meu DNA? – levantei imediatamente.

Cassandra se levantou me encarando, parecia analisar minha postura. Um sorriso sarcástico e nada feliz preencheu seus lábios.

– Parece que o Lobo, não é o único a desconhecer a própria história, não é mesmo? – Cassandra cruzou os braços olhando firme em minha direção.

– Do que diabos você esta falando? – a confusão me dominou. – Já esta meio difícil entender, tudo isso. E acreditar que filho tem a ver com algum tipo de lenda, envolvendo seu povo, e os Romenos.

– Isso será mais difícil do que imaginávamos Keira. – Cassandra parecia impaciente, o que me irritou ainda mais.

Via de longe expressões de pessoas perdidas, sem saber como foram parar em alguns lugares que estavam, como por exemplo as expressões idiotas que Bella fazia quando humana. Elas me irritavam profundamente, e às vezes tinha vontade de arrancar a cabeça dela, simplesmente para não ver aquele olhar perdido novamente. Porem, hoje tenho certeza que minha expressão não esta diferente.

– Vou te explicar tudo. – Keira tinha um olhar fraterno. – Acalme-se.

– Calma? Você acha mesmo que ela ficará calma Keira? Não temos tempo para isso. – Cassandra se aproximou.

– Eu falo, Cassandra... – Keira não conseguiu finalizar a frase.

– Leah, Vladimir queria muito se transformar em humano. Ele se apaixonou por Jane, antes dela ser uma Volturi. O amor dele foi tão poderoso que comoveu uma Bruxa que estava vivendo onde a família de Vladmir comprou terras e pessoas. Ele queria mudar, se arrependeu do que fez por amor. Kendra deu a ele uma informação milenar, um presente em troca de paz naquele vilarejo. Ela contou a ele sobre os poderosos dons dos Filhos Da Luz. Levou Vladmir até uma jovem que o fez voltar a ser humano com apenas um toque. Ele queria muito aquilo Leah, mas não contava com os planos de Aro. Que á meses tramava contra a Família de Vladmir. Marcus, Caius, e Aro destruíram o Clã Romeno, enquanto Vladmir passava pelos testes impostos por Kendra, Aro transformou Jane, e contou a ela toda a verdade sobre o assassino de sua família, Vladmir. Quando ela descobriu se transformou odiando Vladmir, e claro que o fez pagar sofrendo. O que nossa Kendra fez por um sentimento puro, se transformou na meta de vida dos Romenos. Aro vem a séculos humilhando os irmãos, e agora eles formaram um grande exército, sem que os Volturi sequer desconfiem. Stefan quer o poder de volta, esta há séculos planejando cautelosamente isso, mas Vladmir, quer Jane. Ele a quer para vê-la sofrer. Embora eles já tenham vampiros e Lobos suficientes para tomar de novo o poder, eles querem mais. Transformar Aro, Caius, Marcus, Jane e Alec em humanos dará uma vingança digna de milênios de humilhação. É ai que você e Jacob entram. – as batidas cadenciadas vindas do meu ventre me mantinham em pé.

– Meu Deus. Isso é surreal. – sentei novamente.

– Leah me escute. – Keira ajoelhou-se diante de mim. – Só geram filhos da Luz, aquelas que trazem isso em seu Gene.

– Só trazem isso em seu DNA, descendentes de Escudos, ou dos Próprios Filhos da Luz. – Cassandra completou.

– Vocês querem dizer que eu sou descendente de um Escudo? É isso? – estava me sentido entorpecida.

– Sara era um escudo Leah. Morreu defendendo a Filha Da Luz que nasceu para proteger. Jacob nasceu com esse Gene. Um Alfa maior. Que protegeria, ou seria capaz de passar o gene. Eu acredito que ele traz ambas as funções neste caso. Você é filha de... – ela me olhou e a informação ficou clara.

– Um Filho, ou Filha Da Luz. É isso?

– Sim. – Keira apenas confirmou.

Queria gritar, como uma garotinha indefesa.

Como diabos eu vim parar nesse maldito pesadelo?

Mas uma lembrança dominou minha mente.

Os sonhos de Kate.

Os sonhos de Reneesme, e os meus próprios sonhos.

Senti-me derrotada.

– Eu sei que é muita informação para processar Leah. – Keira tinha um tom calmo. – Mas preciso contar a história toda agora.

– Tem mais? – levei as mãos à cabeça. Uma ponta de desespero por não fazer a menor ideia de como sair desta situação começou a percorrer cada célula do meu corpo.

– Kendra. – Cassandra disse em tom de sentença.

– A bondosa mulher, que colocou nas mãos de Vladmir uma arma, certo? O que tem ela? – meu tom de julgamento incomodou Cassandra.

– Ela precisa ser libertada, ou... – Keira e Cassandra respiraram fundo. – Ou seu corpo libertado. – Kendra engoliu o bolo que parecia ter parado em sua garganta.

– Como assim libertada? Ela não é amiga deles? Não os vem ajudando há tanto tempo? – fitava o chão. Tentando ignorar o medo que toda essa situação esta começando a me causar.

– Há tempos ela não esta ao lado deles. Quando percebeu que sua busca por justiça jamais seria encontrada, desta forma. Destruindo e obrigando. – Keira tinha um tom de defesa irrefutável.

– Como você acha que conseguiu sonhar com Sara? – levantei a cabeça imediatamente após ouvir o nome da Mãe de Jacob. – Cassandra não media as palavras, não fazia rodeios.

– Como você sabe dos meus sonhos? – fiquei a centímetros de Cassandra.

– Ela nos disse. Sara não conseguiria. Jacob é forte. Kendra usou o pouco de força que ainda lhe restava para ajudá-la. Sentia-se culpada. – Cassandra praticamente cuspia as palavras.

Respirei fundo para não esmagar ambas em algum tronco de arvore.

– Kendra tentou ajudar Sara a desfazer o mal causado, por ela. – a voz de Keira trazia uma dor contida.

– Claro que isso não traria reparação, porem, traria conforto. – Cassandra conteve as palavras dessa vez.

– Mas ela esta morta, ou viva? Porque deve ser salva? – ajeitei minha postura. Por um segundo deixei o peso de tudo isso baixar meus ombros, e minha cabeça. Entretanto este não é o momento para fraquejar!

Keira e Cassandra se entreolharam.

– Kendra sentiu que corria perigo ao visitar Reneesme na reserva há algum tempo atrás. Sentiu que o propósito de Vladmir era apenas a conquista, não a justiça, como eles a deixaram acreditar por séculos que era. Agora Leah, eles estão com o poder nas mãos. Jacob só serviria para dar a eles uma soberania absoluta. – Keira abandonou o tom de dor na voz.

– Entre outras palavras ela abriu os olhos definitivamente. – Cassandra não enfeitava a situação como Keira, e senti que era mais fácil lidar com ela.

– Certo, o que a desconfiança de uma Bruxa morta tem a ver com Jacob? – preciso abrir os olhos e entender de uma vez por todas onde eu pisaria daqui para frente!

– Ela nos escondeu. Criou um laço com nós duas. Porem antes de conseguir uma autoproteção foi envenenada. – Keira empurrou as ultimas palavras.

– Leah, Kendra lançou alguns feitiços durante séculos que beneficiavam Vladmir e Stefan. Como você acha que eles têm vivido décadas armando contra os Volturi debaixo dos narizes deles, sem serem descobertos? Kendra os protegia com feitiços, que a consumiram. Porem existe um feitiço que a mantém presa em seu corpo. Ela não pode mais ser salva, porem, não pode descansar em paz. – pela primeira vez notei emoção nas palavras de Cassandra.

– Eu não sei... – Cassandra me interrompeu.

– Tem mais. Todos os feitiços que Kendra lançou para a proteção dos Romenos, e naquela mansão dos horrores, estão protegidos enquanto o corpo dela estiver lá. Nenhum hibrido. Ou vampiro conseguirá sair de lá. Existe uma proteção ao redor da casa. Se Vladmir ou Stefan não permitirem a saída das pessoas, elas ficam presas dentro daquele castelo de horrores.

– Meu Deus. – a cada minuto tudo ficava imensamente mais complicado. – Preciso voltar para a reserva. Tentar avisar Jacob que ele precisa se afastar.

Ajeitei minha roupa, e dei alguns passos em direção á mata.

– Leah. – o som que meu nome foi pronunciado por Keira quase me partiu ao meio. Era aquele tom de voz, que as pessoas usam para dar más noticias.

Fechei os olhos.

Não era possível.

Inacreditável se ela confirmasse.

– Não. Ele saiu de Forks. Saiu antes daquela bagunça. Não! – minha respiração ficou acelerada.

– Ele voltou Leah. Jacob esta com Vladmir e Stefan. Ele queria respostas. – Keira se aproximou cautelosamente.

Aquele pequeno pânico que tentou me dominar antes. Era esse o motivo.

– Vocês conseguem vê-lo? Como ele esta? Porque diabos se deixou levar. Droga Jacob. – senti as lágrimas molharem meu rosto.

– Não conseguimos. Kendra nos mostrou em um sonho esta noite, estava distante, mas é certo que ele esta na Itália. – a jovem bruxa tentou me acalmar.

– Preciso tirá-lo de lá! Preciso ajudá-lo. Não posso deixar Jacob pagar por querer me proteger. Vamos, onde fica este castelo? Ou esse lugar onde eles o estão aprisionando. – não conseguia pensar corretamente.

– Não podemos. Não em três. Precisamos de ajuda para distrair e libertar Kendra. Fazendo isso todos estarão em pé de igualdade. Os feitiços que ela lançou não vão permitir que Jacob lute como Espírito, ou qualquer outro amigo dele. – Cassandra esclareceu!

– Vamos! Sei quem pode nos ajudar encontrar Jacob. – engoli a dor, por simplesmente imaginar o que estaria acontecendo a ele neste lugar e comecei a caminhar.

– Voltar a Forks seria arriscado. – Keira ponderou.

– Não voltar, nos deixa no aguardo dela ser encontrada Keira. Precisamos ir. Podemos proteger a Leah e o bebê. Vamos. – Cassandra disse decidida.

Keira somente assentiu.

Fiquei apenas observando a movimentação das duas.

Não estava podendo decidir nada neste momento.

Só o fato de saber que Jacob estava preso, já me deixava totalmente fora de foco.

Elas caminharam até a pequena casa no meio do nada.

Encheram algumas bolsas com comida, e algumas ervas.

– Vamos descer a colina até o Rio. – Keira disse gentil;

No caminho, Cassandra encheu garrafas com a água natural.

Caminhamos alguns minutos, e finalmente chegamos à margem de um grande rio.

Um pequeno barco estava ancorado.

Nadamos até ele. Entramos e partimos.

Sentei ao lado de Keira, que parecia meditar.

Olhei fixamente para minha barriga.

Havia um pequeno, quase imperceptível aumento abaixo do umbigo.

Passei as mãos suavemente, senti um leve onda sobre as mãos.

– É possível eu... Bem eu sentir...? – olhei para Keira, que sorriu de olhos fechados.

– Seu Bebê? – ela abiu os olhos e me olhou divertida. – É possível sim. Bebês Lobos não são bebês comuns. O seu não será diferente Leah.

– Eu jamais imaginei sentir essa sensação de segurança. Ter um... Um... Ter uma vida dentro de mim. – respirei fundo, relaxando um pouco. – Não sei ao certo como me sinto em relação a isso, mas é tão bom, quero tanto contar á Jacob que eu sou uma mulher completa, inteira. Que eu não sou somente um corpo. – as palavras saíram naturalmente.

– E você irá contar. Em breve. Agora tente descansar. Estamos distantes. – estava com os olhos fixos em minhas mãos, que circulavam protetoramente meu ventre.

Levantei e entrei no saco de dormir no pequeno convés.

Um paz imensa me atingiu.

Não consegui manter os olhos abertos e adormeci.

O sorriso familiar dele me acalmou.

– Pai. – o abracei.

Ele me apertou em seus braços.

– Minha menina.

Ele segurou meu rosto entre as mãos.

– Sinto sua falta. Todos os dias. – confessei emocionada.

– Eu sei Leah. Eu sei. – meu Pai segurou minhas mãos. – Vou te pedir. Perdoe. Tenha em mente que nada disso tinha a ver com vocês, mas tudo foi para tê-los em nossas vidas. Suas respostas estão em casa filha. Pense, respire fundo e não aja por impulso, ou o pesadelo de Kate vai ganhar forma, cores e finalmente se tornar real.

Meus olhos não continham as lágrimas.

– Eu Te amo Pai.

– Eu também filha! E porque te amo, confio na sua força, e por isso te peço. Escute com os ouvidos de uma Mãe, que você será em breve! E perdoe!

– Do que você esta falando? – o apertei em meus braços, não queria soltá-lo.

– De amor. De proteção. – ele se soltou dos meus braços segurou meu rosto em suas mãos. – Estou falando de tudo aquilo que você não poderia compreender antes do seu filho estar crescendo. Escute minha filha. A sua história, de Jacob, e a do seu filho, precisa ser contada.

– Eu estou com tanto medo Pai. – soltei as palavras.

– O medo esta em nós para que a coragem triunfe sobre ele minha filha. Jacob precisa de você, faça sua coragem triunfar. Agora preciso ir. Tenha calma minha filha, pois sua história já esta sendo escrita muito antes do que você pudesse imaginar.

– Não vá ainda. – pedi.

– Eu te amo minha filha. Amo sua Mãe, e seu irmão. Nunca os deixarei sem proteção.

Meu pai depositou um beijo na minha testa.

Senti meu corpo leve, e ele não estava mais em meus braços.

Senti a leveza que ele trouxe evaporar.

Me vi em um lugar escuro.

O odor era insuportável. Algo podre, misturado a sangue.

Não sentia a brisa chegar de lado algum.

Olhei para frente e vi um homem acorrentado.

Ele estava sem camisa, com o corpo banhado em sangue. Braços presos no alto, corpo jogado ao chão. Cabeça baixa.

Senti cada célula do meu corpo congelar. Minha garganta secou. Minha respiração acelerou.

Caminhei lentamente, e a cada passo meu coração acelerava ainda mais.

Antes de chegar a poucos centímetros do homem senti um aperto frio no braço esquerdo.

– Saia! – senti meu corpo flutuar. Bati as costas na parede.

Neste exato momento o homem levantou a cabeça.

Parecendo um espectro.

– Nãooo!

!!!

– Jacob. – emergi na água. Estava completamente sem ar.

– Acalme-se. – Keira tentou me acalmar.

– Eu o vi, tenho certeza.

– Você estava dormindo. – Keira estava ofegante.

Cassandra estava alguns metros á frente, nas margens de uma praia.

Olhei ao redor.

Estava na beira da praia.

Como e tivesse mergulhado para um banho de mar.

– Como eu vim parar aqui? – sentei á margem sem fôlego.

Cassandra se levantou, e caminhou até mim, estendeu sua mão para me ajudar a levantar.

– Você tem o sono pesado. – seu tom era sarcástico.

– E nós um pequeno feitiço para ajudar a te transportar. – Keira completou.

Segurei a mão de Cassandra.

Conhecia aquele local.

Era uma praia distante da reserva, contudo era em La Push.

Senti um alivio imenso por estar ali, naquelas areias.

– Vamos. – apontei em direção a mata.

– Não sabemos se este lugar esta seguro Leah. Espere alguns minutos. – Keira tocou meu braço levemente.

– Eu tenho certeza que esta. Vamos. – caminhei até a mata.

Andava depressa. Estava ansiosa.

De longe a movimentação aumentou em nossa direção.

Um sorriso espontâneo se espalhou por meus lábios.

Olhei há alguns metros.

(musica)

– Leah! – Seth desceu a colina que nos separava em segundos, acabando com a distancia que nos separava, e me deu um belo abraço de urso. – Meu Deus. Leah! – Seth me soltou do aperto de seus braços. – Você esta bem? O que houve? Como chegou aqui? – ele me abraçou novamente. – Quem são vocês? – Seth se colocou protetoramente na minha frente.

– Elas estão comigo Seth. Me salvaram. – Acalme-se. – ele se virou e me abraçou novamente.

– Como estão as coisas? – perguntei sem esperança alguma de ter boas noticias.

– Caóticas. – ele respondeu fitando o chão. – Escute, eu quero que saiba tudo, e tenha calma, eu sei que... – o interrompi.

– Eu sei que Ele foi levado Seth. – ele me encarou sério.

– Como? Como poderia saber? – meu irmão tinha um olhar desconfiado, olhou para trás, verificando que estávamos nós ali..

– Elas são bruxas. Sabem mais do que parecem saber. – virei seu rosto em minha direção.

– Moira, Merida e Scott tentaram seguir a trilha, mas não conseguem localizar Jacob. É como se algo muito complicado bloqueasse a comunicação entre eles.

– Eu sei onde ele esta Seth. Só preciso saber como fazer para chegar até eles, sem ser morta antes de atravessar a porta. Agora vamos. Meninas? – estendi a mão para Cassandra. Seth fez o mesmo para Keira.

Cassandra deu de ombros, e segurou minha mão. A ajeitei em minhas costas, e Seth fez o mesmo com Keira.

Corremos pelo mata.

Ao chegar nos limites da reserva o ar parecia carregado.

Sam, Quill, Paul, Jared, Embry, Collin, Joseph, Evan e Brian começaram a Uivar assim que passamos por eles.

Passei a mão sobre a cabeça de Quill.

– Eu estou bem. Inteira. Estou em casa agora.

Todos da Matilha estavam na mata, tanto a minha quanto a de Sam.

Me aproximei da casa onde minha Mãe vive.

Os uivos cortavam os céus da reserva.

Antes que os pés de Cassandra tocassem o chão, minha Mãe abriu a porta com força.

https://www.youtube.com/watch?v=lAwYodrBr2Q

– Leah! – os joelhos dela cederam e antes que eles tocassem o chão a segurei em meus braços, e apertei em segurança junto ao meu corpo.

– Estou aqui. Em segurança. Estou bem, estou bem. – comecei a chorar junto com ela.

– Eu tive tanto medo, tanto medo. Eu não conseguia imaginar uma vida sem a minha filha, eu não posso perder mais ninguém. Perdoe-me, desculpe meu desespero, minha falta de fé. – ela me apertava nos seus frágeis e protetores braços.

– Mãe olhe aqui. – segurei o rosto dela em minhas mãos. – Eu estou aqui. Estou bem. Estamos juntas.

– Eu pedi para ele te trazer de volta. Eu sou culpada por ele não estar aqui. Por se deixar levar. Eu fui egoísta, cruel. Coloquei nas mãos dele a sua vida, e o fiz ir atrás disso. Perdoe-me, mas eu estava desesperada. – o desespero no tom de voz, dela era angustiante.

– Jacob iria atrás de mim no inferno Mãe. Ele passaria como um trator por cima de qualquer um que o tentasse impedir. Eu sei disso, pois faria o mesmo. Não se culpe. Suas palavras já não podiam mais alcançá-lo, pois a decisão dele estava formada desde o minuto que ele colocou os pés em La Push. Jacob iria ao inferno para descobrir a verdade, e esta nele por ela. – me controlei, para não deixar a imagem daquele sonho me convencer, que era ele naquele estado.

– Você vai buscá-lo não é Leah? – a pergunta era mais uma espécie de confirmação.

– Mãe tente se acalmar, eu... – ela não me deixou finalizar a frase e se levantou.

– Diga Leah. Você vai mesmo fazer isso? É uma armadilha filha. – o desespero dela parecia não me tocar.

– Se for uma armadilha, já estou presa nela. Ele foi ao Inferno para me salvar, e vou tirá-lo de lá. Custe o que custar.

– Pode custar a sua vida. Pode ser exatamente isso que eles querem. – as lágrimas e a dor dela eram angustiantes.

– Não vai custar nenhuma vida. – me levantei.

– E a visão de Kate? Os sonhos? – ela me abraçou.

– Mãe, vamos entrar. – dei dois passos.

– Filha. Estou com medo. Prometa-me que nãovai ficar, e se proteger. – o coração dela batia frenético.

– Escuta. Você é uma das pessoas mais importantes da minha existência. Faria qualquer coisa por você, para vê-la feliz. Mas esta no meu DNA. Jacob esta na minha pele como meu sangue. E nada que eu tente ou você, ou qualquer outra pessoa, vai me impedir de ir até lá, e resgatá-lo. Vou te prometer tentar, vou te prometer lutar para voltar, porém, não posso dar garantias de nada. Mas sempre que estiver desistindo, serão os seus olhos a me guiar, as batidas do seu coração vão me levantar e iluminar meu caminho, e vou me agarrar nisso. – ela me abraçou e começou a chorar compulsivamente.

Olhei para trás e estavam todos há apenas alguns metros.

Minha Matilha.

Sam e os meninos da sua.

Os amigos de Jacob.

Kate e Reneesme.

Sorri aliviada por ver todos ali. Salvos.

Cada olhar naquele espaço significava alguém que estaria comigo até mesmo no Inferno para onde eu estava indo.

Passei alguns minutos, abraçada a minha Mãe.

Ela se desprendeu dos meus braços, e entrou em casa, abraçada a Charlie.

Me virei para os amigos que estavam ali emocionados.

Não contive as lagrimas.

Rennesme correu e me deu um forte abraço, seguida por Kate, e Embry.

– Obrigada! – Reneesme agradeceu as duas Bruxas paradas ao lado da varanda.

Keira deu um sorriso largo, e Cassandra apenas assentiu.

Me aproximei de todos com um sorriso nos lábios.

Um sorriso de conforto para todos estarem ali. Vivos.

E recebi de volta o mesmo acalanto.

Me senti bem ali. Não me sentia protegida, entretanto sentia-me feliz.

– Preciso ver Reneesme. Tudo o que aconteceu aqui. Preciso saber exatamente o que ele disse como foi pego. – ela caminhou em minha direção.

– Antes você precisa ver alguém. – Merida saiu de trás das costas de Graham.

– Mike! Como ele esta? Sei que você o protegeria. – meu coração acelerou.

– Jacob o fez Leah. Salvou Mike quando eu não pude fazer. – meus olhos encheram de lágrimas. – Contudo Jacob não pode salvar o Pai dele, e ... – não fiquei para ouvir o restante da história.

Disparei pela mata.

Minha mente estava vazia.

Mas estranhamente eu parecia saber exatamente onde ele estava.

Nossa antiga casa.

Podia escutar o martelar de seu coração.

Mike estava do lado de fora. Sentado em uma cadeira no deque do nosso quintal.

Entrei sem ser notada.

Ele estava envolto em uma coberta, fitava a mata á sua frente.

– Você pode pegar um resfriado aqui fora. – ele não se assustou.

https://www.youtube.com/watch?v=G4q-0ApFX9I

– Leah! Graças a Deus. – Mike correu em minha direção e me abraçou. – Não acredito que você esta aqui.

– Eu estou. Eu estou. – envolvi meus braços e afundei meu rosto na curvatura de seu pescoço.

Estar aqui me remetia a paz que um dia foi minha. Uma vida onde eu era comum. E os monstros ficavam do lado de fora.

– Como eu posso dizer o quanto sinto por não estar ao seu lado? Como se diz: Eu sinto muito, muito sua perda, e realmente mostrar o quanto sente? – me esforcei para ser forte.

– Acho que deste jeito. – Mike começou a chorar. – Eu também não sei ao certo como me portar. Não existe um manual, existe o sentir. Existe o não saber o que isso causa. Isso sabemos direito certo?

– Certo! – me soltei do aperto de seus braços. E enxuguei as lágrimas que caiam de seus olhos. – Você esta inteiro. E isso é o que importa. Pensei tanto em você, e na sua segurança, e no quanto não o queria envolvido em nada disso. – confessei sinceramente, sem editar ou omitir nada.

– Eu pensei em você também. Não só por não saber onde estava. Mas pensei no quanto fui injusto em culpa-la por não me contar. Pensei no quanto queria minha vida comum de volta. E o quanto você jamais seria parte de algo comum. Sonhei com este momento, onde a veria a salvo. E feliz. – ele sentou-se no deque, ainda segurava minhas mãos.

– Estou a salvo. E inteira. – baixei a cabeça. – Eu estou aqui agora, por você.

O abracei novamente.

Mike se soltou dos meus braços, e me encarou.

– Ele não esta com você, não é mesmo? Jacob. – ele colocou o dedo indicador no meu queixo e o levantou suavemente. – Ele esta aqui na reserva?

– Não. Ele não esta comigo. E não esta na reserva. – engoli o bolo que ameaçava explodir dos meus lábios. – Mas quero saber como você esta? O que importa neste momento é você.

– Eu estou bem Leah. Com uma saudade imensa e um buraco enorme no peito. Que eu sei. Jamais vai se fechar. Mas Jacob me ajudou Leah. Ele não me deixou desmoronar, mesmo quando estava a ponto de fazer, por você. Mesmo quando estava partido por não estar aqui e te salvar. Jacob ficou e me ajudou. E eu consegui ver os motivos de você jamais conseguir deixar de amá-lo. Eu admiro poucas pessoas Leah, mas eu o admirei. Então hoje trata-se de nós. Dos nossos medos e das nossas dores. E pelo que eu conheço você esta aqui, como Jacob esteve. Esta partida em milhões de pedaços. Você não pode ser forte o tempo todo!

Dei uma risada sem humor.

Respirei fundo.

– Eu preciso admitir. Estou com medo Mike. Medo do que ele fez para me salvar. De onde foi para isso. Eu não sei como lidar com a possibilidade, de Jacob ter ido tão fundo que nem eu consiga tirá-lo de lá. Estou com tanto medo que sinto meus ossos congelarem. Não sei o quanto ele cavou, mas sei exatamente que ficarei junto a ele, se não conseguir puxá-lo de volta. – aquele bolo na minha garganta, explodiu sem controle.

– Você esta com medo do que não conhece. Sabe por que você não ficara com ele na escuridão, caso ele esteja lá? – Mike segurou meu rosto entre as mãos.

– Não sei. – as lágrimas idiotas mais uma vez molharam meu rosto.

– Porque você é a única que pode tirá-lo da escuridão Leah. E assim como ele cavou por você, sei que fará o mesmo por ele. Você não fica no escuro, e jamais ficará! – abracei Mike. E chorei. Limpando minha alma.

Ficamos ali por um tempo que não determinamos.

Apenas sofrendo por toda esta loucura ter dominado nossas vidas.

Entramos algum tempo depois, e Mike me preparou um chá quente.

Me contou os detalhes da morte do Pai. O que antecedeu sua morte.

Ouvindo Mike falar senti um desespero quase palpável.

Ele contava como Jacob o ajudou, não só salvando sua vida, mas também a se levantar, e por isso ele decidiu não deixar que a dor o dominasse. Nicholas sempre foi seu maior espelho, e continuaria sendo.

Mike contou como sua Mãe estava reagindo a toda esta loucura, como ela chora escondida para não fazer o filho sofrer, e como sempre traz um sorriso ao falar do marido, ele a admira por isso.

Em nenhum momento ele chorou. Falava do Pai com saudade, e a dor que esse sentimento muitas vezes traz!

Admirava Mike ainda mais.

Era claro, o quanto ele evitava falar da captura de Jacob. Editou muitas partes da conversa.

Tinha um receio imenso de perguntar a ele como aconteceu.

Muitas vezes quase o fiz porem, resolvi sofrer de uma única vez.

Reneesme me mostraria.

Mike subiu até o quarto, e ficou abrindo e fechando gavetas durante alguns minutos, ao descer, trazia consigo uma muda de roupa.

– Acho que precisa de um banho. Você parece cansada.

Sorri com a dica enrustida nas palavras.

Estava realmente me sentindo suja.

Subi e tomei um longo banho.

Estava me sentindo melhor. Mais forte.

Admitir minhas fraquezas era o primeiro passo para me sentir mais forte.

Ao descer senti um aroma delicioso dominar o ar.

E antes de chegar á metade da escada um sorriso se espalhou pelo meu rosto.

Minha família estava toda ali.

Alguns meninos da matilha que não estavam nas rondas. Quill, Paul, Embry, Jared, Sam e Collin. Seth e Nessie. Kate, Charlie e Mike.

Não disse uma única palavra.

Claire chegou com Emily, e Merida.

Apenas vaguei por ali. Entre as pessoas.

Ninguém estava animado, ou radiante.

Estávamos felizes por termos a oportunidade de nos reunirmos. Mais uma vez.

Tinha um toque de despedida.

Mesmo sem conversarmos sobre o assunto, sabíamos que tudo ia mudar.

Minha Mãe recebia a ajuda de Kate e Nessie.

Os meninos conversavam entre si, contando histórias de como se descobriram Lobos.

Me aproximei de Sam.

– Nem preciso dizer o quanto estou feliz de vê-la aqui. Bem. A salvo. – os olhos negros dele se encheram de lágrimas.

– Eu sei. Obrigada por isso. Estou feliz por estar em casa novamente. – fui sincera.

Não havia mais o peso de conversar com Sam.

Não sentia mais nada por ele, exceto amizade.

– O que aconteceu aquele dia Leah? Como foi levada? – Sam parecia tão preocupado, contudo eu também estava.

– Teremos tempo para conversar após o jantar Sam. – o tranquilizei. – Billy já sabe que estou aqui?

– Sim ele sabe Leah.Esta feliz por isso. Mas preferiu não vir. – Sam sabia o quanto não precisava desenhar os motivos de Billy, não querer de casa.

Apenas assenti.

Olhei para o deque, onde Keira e Cassandra olhavam a mata atentas.

Caminhei até lá.

– Esta acontecendo algo? – perguntei a Keira, mas olhando diretamente para Cassandra.

– Não Leah. Cassandra não se sente bem perto de outras Bruxas. – Keira dizia divertida, olhei na direção onde Cassandra tinha um olhava fixamente, e de forma nada amistosa.

No alto da colina podia ver com clareza. Ayra e Moira.

– Embora não goste nenhum pouco. Elas são boas. – admiti.

– Cassandra não acha. – Keira disse rindo.

– Oi. – Kate se aproximou. – O jantar esta pronto, e servido.

Cassandra se virou para olha-la. Tinha um sorriso discreto nos lábios.

Era difícil ver Cassandra sorrir com algo, ou alguém.

– Vamos. – chamei as duas, que entraram timidamente.

– Mike organizou uma mesa grande.

Todos sentaram-se.

Nos alimentamos entre conversas rotineiras.

Nada estava sendo realmente dito ainda.

O jantar foi agradável.

Há muito não nos reunimos desta forma.

Vi Mike conversar no canto da sala com Mérida.

Ela parecia dar a ele algo que jamais fui capaz. Verdade.

Me senti feliz por ter a certeza que Mike amaria novamente, e teria a chance de ser feliz, como eu tive a seu lado.

Sorri feliz por isso.

Sentia uma necessidade opressora de falar com Billy.

Fui ao deque, e respirei fundo.

– Reneesme, por favor. Traga Kate aqui. – pedi do lado de fora. Nessie podia escutar perfeitamente.

Senti uma cutucada tão suave.

Sorri e olhei para minha barriga.

“Acalme-se, preciso saber tudo, seja forte.” – segurei firme a madeira do deque, para não alisar meu ventre.

– Tem certeza que precisa realmente ver? – Nessie parou ao meu lado.

– Tenho Nessie. – Reneesme segurou meu braço.

– Preparada? – assenti.

Flutuava na minha mente as palavras dele para Nessie. A conversa de Kate, compartilhada com Nessie. Jacob deliberadamente se deixou levar. Não foi capturado. Isso me cortou mais que um milhão de facas afiadas. Mas o olhar dele era sempre obstinado, e ao mesmo tempo desesperador. Jacob acreditava que eu tinha sido levada pelos Romenos. Isso me enfureceu.

– Droga Jacob. – arremessei o vaso a quilômetros na mata. – Como ele pôde fazer isso? Como? – queria quebrá-lo por isso.

– Ele achou que você havia sido capturada, eu não conseguia ver nada que se relacionasse á você, só conseguia ver Jacob, Leah. – Nessie justificou.

– Eu sei Reneesme. – sentei derrotada. – É só que... Eu faria o mesmo. Entretanto, esse ato seria tão injusto com ele, como foi comigo.

– Eu posso ver com clareza onde ele esta agora Leah. – olhei Kate. – Não disse a ninguém, pois sabia que você estava chegando.

Olhei Reneesme.

– Você pode vê-lo. Mostre-me. – segurei nas mãos dela.

– Não posso. – ela soltou e se afastou.

– Reneesme. Não ouse. Mostre-me agora. – me aproximei e segurei a mão esquerda dela.

– Não posso. Preciso te poupar duplamente agora. – com a mão esquerda Nessie tocou minha barriga.

Minha respiração acelerou.

– Fiz o que Jacob acreditou que eu faria por você Leah. – Reneesme se aproximou. – ganhei foco, e parei de temer o que pode nos salvar.

– Não existe coragem sem medo Leah. – Kate segurou a minha mão. – Estamos juntas. Vamos lutar juntas.

As lágrimas rolavam soltas e sem controle por meus olhos.

– Precisamos ir até lá. Preciso ajudá-lo a sair daquele lugar. – a angústia por saber que algo muito grave estava acontecendo me dominou.

– E nós vamos. – Kate me deu um abraço.

– O que você viu? – o tom de desespero tingia minha voz.

– Muitas coisas. Muitas das quais sei que já sabe. – Kate olhou para Cassandra e Keira que agora estavam paradas na porta.

– Não faço ideia de como tirá-lo de lá. O lugar é protegido com magia. Uma bruxa presa lá dentro, e poderosa o suficiente para que ninguém que entre consiga sair. – levantei e respirei fundo.

– Nós estamos há dias pensando em formas de não morrermos indo até lá. Nessie sentou ao meu lado.

– Aquele local é uma fortaleza. – Keira se aproximou.

– Mas você pode ver além do que todos pensam Kate. – a voz de Cassandra me pegou de surpresa. – Não é mesmo?

Kate assentiu.

– É algo arriscado. E teríamos que ter ajuda, de Vampiros Leah.- Kate se aproximou de Cassandra.

– Do que esta falando exatamente? – caminhei até ela.

Os meninos se aproximaram.

Kate respirou fundo.

– Toda estratégia que traçarmos aqui, indo de peito aberto, vai nos levar ao mesmo lugar das minhas visões. Todos mortos, exceto Jacob e você. Os Romenos não vão abrir mão jamais de você e Jacob. Dado às ultimas circunstâncias, você não será mais uma isca Leah. – o tom de voz meigo de Kate, não existia mais. Sua voz tinha força, e a postura era firme.

– Quais são as ultimas circunstâncias? – estava sentindo um embrulho imenso no estomago.

– Você é uma das ultimas fêmeas da sua linhagem. Os Romenos perderam as que estavam ao lado deles. – Kate parecia editar algo.

Apenas assenti, tentando ignorar a sensação que isso estava me trazendo.

– E qual seria a estratégia correta Kate? Como podemos surpreender ou tentar não morrer para acabar com eles? – Sam parou próximo a porta.

– Por favor, eu queria saber! – minha angústia estava ameaçando explodir.

Kate tomou fôlego mais uma vez.

– Vamos blefar, usando apenas algumas cartas. – Nessie parou ao lado dela.

– Como fazem os jogadores de Pôquer. Mas usando o mesmo cuidado que só os de xadrez conseguem ter. – elas tomavam um cuidado imenso para não dizer o que estavam planejando. Era visível.

– Por favor, sem rodeios. – fui direta.

– Não existe uma forma segura de sairmos desse embate com os Romenos, sem perdas irreparáveis Leah. E não queremos perder, então resolvemos jogar. – Nessie nem parecia à mesma garota que eu vi crescer diante dos meus olhos.

– E vamos jogar com a vida de Jacob? Maravilha, estou amando mais e mais este plano de vocês. – a irritação já estava começando a sair do meu controle.

– Leah vamos todos jogar com nossas próprias vidas ao ir lá. E ninguém esta com medo. Acalme-se. – Kate ponderou.

Ninguém além de Nessie ou Kate ousava dizer uma única palavra.

Pior é que ela estava completamente correta.

– Vamos dar aos Romenos o que eles estão lutando para ter. – Kate ficou ao lado de Nessie. – Vamos dar a eles luta!

– Do que Diabos vocês estão falando? – perguntei confusa.

– Leah a única coisa que pode deter os Romenos, é aquilo que eles se ergueram para destruir. – Kate me olhava séria, meu coração disparou frenético.

– Os Volturi. – o nome do clã saiu naturalmente da minha boca, e a inquietação que quase me dominou passou a dominar todos.

– Vocês estão loucas?! – Paul quase gritou.

– Meu Deus, eu achando que tínhamos algo nas mãos. – Quill disse irritado.

– Vamos oferecer mais quem? Reneesme? Porque Jacob eles já tem! – Seth parecia indignado.

– Calem-se e escutem, por favor. – a voz de Kate era irritada. – Não vamos oferecer ninguém. Vamos tirá-lo de lá sem invadir nada ou bater de frente com os Romenos. Não temos poder o suficiente para fazer isso e sairmos de lá vivos para contar essa história aos nossos filhos!

– Um jogo de inteligência, e superioridade. Podemos não estar em vantagem, porem, temos que começar a nos articular para conseguir sairmos bem dessa situação! Agora nos ouçam e sem interromper! – Nessie olhou diretamente na minha direção ao finalizar a frase, engoli as palavras e cruzei os braços irritada.

– O maior trunfo dos Romenos, é a vantagem que eles têm para se articular. Os Volturi não conseguem ter noticias deles por anos. Enquanto Aro acha que eles estão se escondendo de Demetri em algum buraco, eles estão sendo protegidos por Bruxas bem embaixo dos seus narizes mofados e frios, enquanto os Romenos formam um exército. Porem eles querem a supremacia. Poder esse que Jacob de alguma forma pode dar a eles. – Kate me olhou sem esconder que já sabia do bebê.

– É ai que esta nossa chance de resgatar Jacob sem mortes, e sem fazer com que os pesadelos que Kate e Eu estamos tendo a meses se realizem! Um jogo duplo. – Nessie parecia animada com o que estavam tramando. – Os Volturi tiveram aqui uma mostra do que um Clã pode causar ao se opor á eles. É ai que podemos ter uma vantagem. Fazer um jogo. Ir aos Volturi a informar sobre todo o exército dos Romenos.

– Meu Deus!! – Sam quase gritou. – Vocês estão loucas? Os Volturi vão massacrar quem estiver com os Romenos. Inclusive Jacob.

– Isso não tem sentido. Como vamos entrar lá? Vocês acreditam mesmo, que os Volturi vão resgatar Jacob em agradecimento?! – foi a vez de Quill se exaltar.

– Por favor, não somos burras Quil, Sam. – Kate se colocou a frente. – mas temos visto bem o que vai nos acontecer caso não consigamos ser espertas. Claro que os Volturi não vão resgatar ninguém. Mas quem disse que os Volturi devam chegar perto de deduzir as nossas intenções, que tudo estará sendo feito para Jacob?

– Como assim? E como eles não vão saber? – perguntei interessada. Estava vendo a animação de Nessie.

– Por que vamos avisar aos Romenos que os Volturi já sabem! – Nessie tinha um sorriso sapeca nos lábios. - Vamos dar a eles a chance de defesa, a chance de não serem dominados pelos Volturi mais uma vez. Faremos um jogo duplo. Vamos colocá-los em guerra pelo poder, e esperar nossa chance de tirar Jacob daquele inferno.

Meu coração se comprimiu dolorosamente no peito. Jacob estava em maus lençóis.

Me foquei nos planos. E a sinceridade é: Nessie e Kate me deram uma esperança de tirar Jacob daquele lugar sem danos, que eu não tinha há alguns minutos atrás!

– E como faremos isso, sem entrar no meio da linha de guerra entre eles? – perguntei tentando manter uma linha racional de pensamento.

– Vamos colocar quem faça isso por nós. Aro se interessa pelo que temos aqui, eles sabem que isso nas mãos erradas pode complicar a sua vida. – Nessie e Kate completavam a frase uma da outra. Uma sintonia incrível.

– O que eles não sabem é que os Romenos já tem um exército. Por isso vamos jogar. E ficar de fora, para que nenhum de nós sofra qualquer tipo de retaliação. – Kate concluiu.

– Estou confusa, e irritada com toda essa encenação. Sejam diretas agora. – pedi sem humor algum para ver os rodeios que ambas faziam para me dizer algo que provavelmente eu ia detestar.

– Como ficaremos de fora? – Embry parecia estar sem ar. Com medo do que Kate estava prestes a dizer.

– Vamos ter a ajuda que precisamos. Vocês não podem ter sucesso sem ela. – Kate olhava para Embry quase se desculpando.

– Por isso pedimos ajuda. – Nessie sentenciou o que definitivamente ia me irritar.

– O que diabos vocês fizeram? – Sam disse entre dentes.

Nessie respirou fundo.

– Pedimos ajuda aos amigos que vieram antes. Alguns vampiros que estiveram aqui á dez anos atrás. Rosálie e Emmett foram atrás de alguns. Alice e Jasper encontraram outros.

Minha Mãe e meu Pai trouxeram quem mais precisamos neste momento. As Amazonas e Nahuel. – Seth trincou os dentes.

– Não acredito que vocês fizeram isso, sem nos consultar! – o tom de voz de Sam era completamente irritado.

– Eu o respeito muito Sam. Mas sou maior de idade, e não faço parte da sua matilha para pedir autorização dos meus atos, ou do que acho certo. – Kate ficou a centímetros de Sam, tão pequena e imponente, uma visão inacreditável. – Não pediria ajuda, caso não estivesse vendo o que vai acontecer se formos até lá bancar a Liga da Justiça. Então para cada Lobo irritado e indignado com a minha atitude, um aviso. As visões quem tem sou eu, não vocês. Pediram-me foco, pois bem, eu foquei, e posso ir aonde vocês sequer chegaram. Então de hoje em diante, vocês me consultem sobre os próximos passos!

Impressionante, como um simples mortal conseguiu calar cada ser que poderia viver eternamente, ou quebrá-la como um palito de dentes, com tanta imponência.

Embry parecia estar vendo Kate pela primeira vez.

E Sam assim como os demais, não tinha reação para revidar.

Reneesme tinha um sorriso orgulhoso nos lábios.

– Dito isso, vamos ao que realmente importa. – Nessie prosseguiu. – Temos entre nós duas Vampíras com habilidades específicas. Uma delas se chama Zafrina. Ela tem o poder de criar ilusões. Isso vai nos fazer chegar até os Volturi.

– Com calma e cautela. Não podemos deixá-los desconfiar nem por um segundo o que realmente queremos, ou estaremos mortos. – Kate advertiu.

– E o que essa Vampira faz? – Sam perguntou mais calmo, ou simplesmente contendo a raiva.

– Zafrina tem a habilidade de criar ilusões em qualquer mente. – Nessie respondeu com cautela.

– E quem é a outra Vampira? – olhava diretamente para Reneesme.

Ela não respondeu com palavras. Mas seu desenhou o rosto.

Um rosto que eu simplesmente não suporto ver perto ou fazendo menção de se aproximar de Jacob.

– Não! Você não teria essa coragem. – quase rosnei.

– Eu tive. E você terá de passar por cima do ódio, e de todas as diferenças que tem com ela, por Jacob. Leah, precisamos do Escudo da minha Mãe, para nos proteger, e proteger as ilusões que Zafrina vai criar tanto nas mentes de um Clã, como nas do outro caso seja necessário. Então sim Leah, eu tive coragem. Por você, por mim. – ela olhou diretamente para Seth. – mas principalmente por Jacob.

Minha garganta secou no mesmo instante.

– O que diabos vocês estão pretendendo? – Nessie podia ver Jacob de uma forma clara, pois havia medo nas palavras dela ai pronunciar o nome dele. Precisava me focar antes de ver essas imagens.

– Vamos provar a lealdade da nossa família em troca de proteção. Afinal os Romenos estiveram por aqui, nos enganaram para entrar na reserva. Vamos apenas devolver uma gentileza. – Nessie não tinha um único traço de medo na voz.

– Isso pode ser um tiro no seu pé Reneesme. O que irá acontecer com todos vocês caso os Romenos destruam os Volturi? – não estava gostando nenhum um pouco da ideia dela, de se colocar na linha de frente.

– Quando tomei minha decisão de ir até Volterra, Alice conseguiu ver algumas coisas. – seu tom de voz era seguro, e tranquilo.

Apenas assenti.

– E como vão fazer com os Romenos Nessie? Mandar sua família também? – Sam perguntou irônico e visivelmente irritado.

Nessie fez menção de responder, porem, Kate tomou a dianteira.

– Acho que eles não serão bem vindos não é Sam? – Kate cruzou os braços e respirou fundo, claramente não estava feliz com a postura de Sam. – Com eles a história será de uma lealdade forjada. – a expressão de paisagem, muito característica em quem não estava entendendo nada, estampava o rosto de todos ali, Kate sorriu ao perceber isso. – Vou explicar melhor.

– Obrigada! – respondi naturalmente.

– De nada. – Kate respondeu sorrindo.

– Quem vai até os Romenos é Nahuel. Com os Volturi dominando a cena, e os boatos de que os Romenos abrem os braços para os híbridos, Nahuel vai entregar a ação contra os Volturi. – Nessie explicava.

– Isso é arriscado demais. – ouvi a voz de Seth pela primeira vez.

– Sim é. – Kate respondeu.

– Não podemos contar com isso. Sei que vocês estão tendo visões, mas Jacob não gostaria de nos ver arriscar nossas vidas dessa forma, nos aliando a sanguessugas. – Sam completou.

– Acho que estamos contando com teorias. Aro tem milênios vividos, assim como os Romenos, vamos morrer tentando engana-los. – Embry ponderou.

– Jacob vai dar um jeito de nos contar algo, nos dar uma luz. – Collin se manifestou.

– Acho que se tivéssemos que atacar, Jacob teria nos avisado, ele pode viajar como espírito. – Jared deu de ombros.

– É precipitado e nojento nos unirmos aos frios mais uma vez. – Paul se referia com nojo à ideia de Kate e Reneesme.

– Não vamos fazer isso. Encontraremos entre nós uma forma de acabar com os Romenos sem causar uma guerra entre os Sanguessugas. Só temos que pensar com calma. – Sam sentenciou.

– Jacob vai nos ajudar quando estivermos prontos. Sei que ele pode. – Quill parecia confortar a todos.

Estava ali apenas observando a expressão de Reneesme. Os olhos fechados, o coração desesperado, a respiração acelerada a cada frase de auto plano dos meninos da matilha.

– Vamos nos reunir amanhã com o conselho, vamos buscar ajuda dos mais velhos para tirar Jacob e Leah da mira dos sanguessugas. Vamos aguardar um contato de Jacob, ele é poderoso, e sabemos disso. – Sam estava decidido.

– Não temos mais tempo! – Reneesme quase gritou. Meu coração disparou frenético.

– Do que esta falando? – Sam cruzou os braços.

– Nessie não. – Kate segurou o braço de Reneesme. – Leah esta aqui, agora não.

– Sinto muito Kate. Sinto muito Leah. – ela tinha um olhar dilacerado. – Mas não posso ouvir vocês divagarem sobre algo que não sabem. Kate e Eu sabemos, estamos vendo, estamos sentindo.

– Escuta Nessie, sabemos disso, respeitamos. Contudo não queremos causar uma guerra. Temos que achar outra forma. Jacob... – Nessie não deixou Sam terminar o raciocínio.

– Jacob não pode nos ajudar. Não agora. Não mais. – senti meu coração parar de bater por um segundo. – Jacob esta nas sombras agora Sam. Nada que você acredite que ele irá fazer é real.

O desespero que ameaçava me dominar me alcançou.

– DO QUE DIABOS VOCE ESTA FALANDO? – Sam se aproximou de Nessie, e só não a alcançou, pois Seth se colocou entre os dois.

Reneesme o ignorou e veio em minha direção.

– Jacob é poderoso. Enquanto eles derrubaram todos aqui, ele apenas observou, pois queria encontrar você Leah. Acreditava que pudesse ter sido levada. Acontece que existem pessoas naquele lugar que querem o poder, e Jacob não daria nada a eles. Então a única fraqueza de Jacob foi explorada. Com uma realidade impressionante.

– Por favor. – era apenas um sussurro, meus joelhos se dobraram em algum momento, pois minhas mãos tocavam o chão.

– Jacob acha que você esta morta Leah. – Nessie segurou minhas mãos. – Ele esta nas sombras agora. Vê repetidas vezes sua morte, e o som que ela teve.

– Não! Não! – não conseguia sentir minhas pernas.

– Meu Deus. – Sam sentou no chão.

– Como? O que fizeram. – não sabia distinguir as vozes ao redor.

Fixei meu olhar no de Nessie.

– Preciso ver. – pedi desesperada.

– Não posso. – ela baixou a cabeça.

– Nessie eu preciso. – não enxergava mais nada ao redor. – Preciso saber o que aconteceu.

– Não sei o que ele viu Leah. Só vejo o que ele diz, o que faz. É doloroso demais. Você e eu sabemos o que estamos protegendo alem de Jacob. Isso vai destruí-la. – ela tentou justificar.

– Somos fortes, e preciso saber o que vou achar quando chegar Nessie. Mostre-me. Por favor. – o tom de desespero e dor na minha voz fizeram Nessie chorar.

– Sinto muito Leah. – Reneesme me abraçou.

As imagens de Jacob começaram a dominar minha mente.

Não eram claras como TV. Era uma visão de quem observa algo de longe. Mas eu podia sentir cada aroma naquele lugar.

A conversa de Jacob com Vladmir.

Toda a história dele. Contada a Jacob.

Toda a história do meu filho, e os motivos dele ser tão precioso para os malditos Sanguessugas.

Jacob estava decidido e forte.

Até o maldito momento que acreditou na minha morte.

Desesperador o sentimento que estava claro no olhar dele.

Vi Jacob morrer diante dos meus olhos.

Os corações em suas mãos. O olhar sem vida. A agonia nas palavras.

Ele repetia consecutivas vezes sobre o som da minha pele sendo rasgada enquanto matava as mulheres. Jacob massacrou uma a uma sem chance de defesa.

O estado dele era desesperador.

Jacob esta a um passo de se tornar apenas um espectro. Uma sombra do grande homem que é.

Me soltei do abraço de Rennesme.

Olhei ao redor e a expressão de pavor era geral.

Levantei e caminhei até o ponto onde via claramente Aquiles, Graham e Moira.

– Vamos partir em duas horas. – meu tom de voz não tinha vida. – Reneesme onde estão seus ajudantes?

– Na casa dos meus pais. – ela olhava tentando me analisar.

– Vá buscá-los, vamos tratar dos detalhes. Seth reúna a matilha, vamos decidir quem fica e quem vai. – a imagem dele preenchia minha mente.

– Leah eu, eu... – Sam se aproximou.

– Se você quiser ficar, fique. Não vou pedir nada. Farei a mesma pergunta para cada Lobo da minha matilha. Eu vou. Mesmo que tiver que ir até lá sozinha. Prefiro morrer tentando provar a ele que estou viva, do que deixá-lo nesse mar negro onde ele se jogou. – não conseguia ver Sam, pois minha visão estava tomada por um Jacob que jamais vi antes.

– Não duvide da minha lealdade Leah. Farei tudo para tirá-lo de lá. Não fazia ideia do que estava acontecendo. Vou me reunir com os garotos. Me despedir de Emily. Sinto muito se passei a ideia errada. – o tom de voz era magoado.

Apenas baixei a cabeça, não respondi nada.

– Vou buscar ajuda. – não olhei para trás me lancei na direção dos Lobos amigos de Jacob.

Entretanto no meio do caminho senti minhas pernas fraquejarem.

– Leah você esta bem? – Scott me ajudou.

– Sim estou. – respirei fundo. – Avise a eles que vamos partir em duas horas. Caso queiram vir, vamos nos reunir para traçar nossa posição.

– Estaremos esperando. – ele me respondeu seguro.

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Uma dor massacrante dominou meu peito.

Corri pela mata. Sem um rumo certo.

Parei na beira do penhasco.

Soltei o bolo na minha garganta, que explodiu em forma de lágrimas.

– Meu deus! Como posso resgata-lo, dele mesmo? Como vou alcançar alguém que não enxerga mais nada?

Pela primeira vez desde o momento que fui levada da reserva me vi em um túnel sem luz.

Então senti uma ligeira onda vinda do meu ventre.

Os batimentos cardíacos do meu bebê pareciam uma cantiga de ninar, me embalando.

Fechei os olhos. E uma série de imagens invadiu minha mente.

“– Jacob, eu vou te dizer algo, mas não quero ouvir nada em troca, é só a verdade, e não acho justo não dizer, como me sinto. Por favor, não fuja. – o coração dele deu uma leve acelerada.
– Hum, fale e prometo verificar se haverá necessidade de fugas. – seu tom era divertido, porem notei um certo nervosismo.
Respirei fundo, não estava acostumada com esse tipo de coisa, e não sabia porque a necessidade de dizer isto a ele neste momento era tão grande assim. Porem ela estava me consumindo.
– Eu te amo Jacob. – o coração dele disparou, as batidas eram frenéticas. – Eu sei o longo caminho a minha frente para você sentir o mesmo, mas desta vez quando você se declarar, o sentimento será recíproco, e não platônico.
– Leah, eu... eu... er... – o interrompi.
– Não diga nada, não precisa, só fique aqui. Agora é tudo o que importa, com o tempo isso será tão natural para você dizer quanto foi para mim agora. – dei um beijo apaixonado em seus lábios.
Jacob me apertou contra o seu corpo com firmeza.

– Você tem sido a pessoa mais importante na minha vida Leah, e já estou apaixonado por você. – meu coração quase saltou do peito. – Fique e eu sei. Logo será amor, e não vou dizer antes de sentir eu prometo. Agora durma, minha Leah, eu estarei aqui.”

Lembrar desse dia, parecia tão distante agora.

Meu medo em jamais conseguir fazê-lo me amar, era quase infantil olhando agora.

Antes de abrir os olhos, as batidas no coração do meu bebê ficaram mais altas.

Mais uma lembrança dominou minha mente.

“– Eu te amo Jacob. – soltei as palavras, sem conseguir me segurar, ou tentar reprimir, a felicidade imensa, que estar nos braços dele me causa.
Me sinto mais forte, inteira ao lado dele.
– Eu também te amo Leah. – ele sussurrou. – Quando estava longe, muitas vezes, eu ficava tentando imaginar, como seria essa sensação. A de ter você novamente em meus braços, sentir o cheiro da sua pele. – ele me apertou contra o seu corpo.
– Sei, sei. Imagino, que a “doce” Moira, o ajudou a preencher vazios. – o ciúmes, de apenas imaginar, aquela mulher com as mãos no corpo dele, fizeram as palavras, saírem, mais amargas, do que eu gostaria.
Ele sorriu. Se divertindo claro.
– Nas noites frias era interessante. – dei um murro no peito dele, e sentei na cama.
– Saia Jacob! – tentei levantar, mas ele me puxou de volta para cama.
– Ninguém se aproximou, de preencher o vazio, que a sua ausência sempre me deixou Leah. Ninguém. O Imprinting não conseguiu, nem um, exercito de mulheres faria isso. Eu amei você sem magia alguma, e amei muito mais, quando percebi, que meu amor por você, era maior que qualquer encantamento. – ele me ajeitou ao seu lado. – Agora vem aqui, deite-se ao meu lado, vamos ficar do jeito que você quiser, apenas juntos.”

Abri os olhos.

Acariciei meu ventre..

– Obrigada meu amor. Obrigada por isso. Eu lutei contra a falta de amor do seu Pai, contra o Imprinting. Vou lutar contra essa escuridão que ele afundou. Aliás, vamos lutar. – senti uma cutucada suave. Sorri com a leveza e a força que este bebê me traz.

Levantei me sentindo forte.

Caminhei até minha casa.

Minha Mãe estava lá, ao lado de Charlie, Seth, e Reneesme.

– Olá. – não tinha o que dizer a ela. Não mais.

– As Amazonas estão a sua espera. Assim como os demais. – Nessie avisou.

Apenas assenti.

Minha Mãe chorava compulsivamente.

– Vou perder os dois. – Seth acariciava os ombros dela.

Fiz um gesto para que ele saísse, sem minha Mãe notar. Seth assentiu, e saiu com Reneesme sem ser notado.

Charlie subiu para os quartos. Claramente queria nos dar privacidade.

– Não vai acontecer nada Mãe.Você sabe que jamais vou deixar Seth se ferir. – me agachei para olhar o rosto dela.

– Mas e você? – ela chorava copiosamente.

– Já conversamos sobre isso. - levantei e sentei ao lado dela.

– Prometa-me que ficará longe dos Romenos Leah. Os Volturi não sabem o quanto você é valiosa, mas os Romenos sabem. Por favor. – ela segurou minhas mãos. As dela, estavam frias.

– Prometo tentar. Contudo se algo der errado, não posso garantir que vá ficar longe. – fui sincera.

– Leah já vi o que eles podem fazer por Uma Filha da Luz, ou quem pode carregá-los. Se eles colocam as mãos em você, nunca mais a verei. Por favor. – ela pediu desesperada.

– Vou tentar ficar longe. – dei um beijo no alto da sua testa. – Agora preciso ir. Eu te amo Mãe. – levantamos e ela me abraçou. – Logo estaremos aqui.

– Ah minha filha, eu a amo tanto, tanto. – ela chorava.

– Eu também Mãe. – tentei confortá-la.

Me afastei, e caminhei em direção a porta. Porem, antes de girar a maçaneta e sair, me dei conta de algo.

Keira e Cassandra disseram que estava no meu DNA.

Eu era filha de um Filho, ou Filha da Luz.

Inicialmente acreditei que fosse meu Pai.

Contudo lembrei do sonho. Aquele onde meu Pai pedia para eu perdoar.

– Como você sabe sobre os filhos da Luz. – me virei lentamente. – Quem te disse sobre isso?

– Do que... Do que?... O que? – ela estava visivelmente nervosa.

– Não minta! – meu tom de voz subiu. – Como você sabe?

O coração dela batia frenético em um ritmo descompassado.

Minha Mãe sentou-se derrotada.

– Tentei esconder isso por tantos anos, que nem lembro corretamente qual a verdade. Mas vendo minha filha assim... Escapou. É cansativo me controlar o tempo todo. – ela parecia feliz, por estar ali desabafando.

– Do que diabos esta falando? O que você sabe? – minha respiração acelerou.

– Eu sei que viver fugindo é triste. Mas quem acha o escudo, geralmente encontra o Filho ou a Filha da Luz. Bruxas fazem isso facilmente. Encontrar os escudos. – a voz dela não continha emoção alguma.

– Como você?... Porque não me disse antes? De onde descobriu isso? – meus pensamentos estão a mil.

–Porque vi o meu Escudo, ser achado consecutivas vezes. – ela disse em um tom frio.

Meu coração disparou.

– Meu Deus, – estava sem reação. – Você não...

– Sim eu sou. E enterrei isso por tantos anos. Que acreditei não ser mais. E acreditei por tanto tempo, até que finalmente não pude mais ser. – ela se aproximou.

Sentou- se no chão ao meu lado, e só neste momento percebi que havia sentado.

– Como você pode esconder isso? – não sabia ao certo definir o que estava sentindo. Era tudo imensamente inacreditável.

– Como eu poderia dizer sem que isso os colocasse em perigo? Como eu poderia ter uma vida, uma família contando quem eu realmente era? – o tom de voz da minha Mãe nunca me pareceu tão melancólico quanto neste momento.

– Mãe, eu.. Eu... – não sei como me sentir, ou o que pensar.

– Não tente, não agora. Escute. – ela segurou meu rosto entre suas mãos. – Vá a Volterra com os Cullens. Passe por cima do ódio que tem por eles, pela única coisa que vale a pena. O Amor. Proteja o seu segredo com unhas e dentes, ou será perseguida para toda a eternidade. – ela se levantou e estendeu sua mão em minha direção. – Agora vá Leah. Seja forte mais uma vez. Essa não é a primeira e não será a ultima vez que terá que provar o quanto é corajosa.

Respirei fundo e me levantei.

– Não se distraia. Você precisa voltar, eu preciso te explicar o que aconteceu. – ela segurava minhas mãos. – Eu te amo Leah. Eu amo Seth e faria tudo novamente, como fiz. Sem olhar para trás, porque acima de tudo eu tenho vocês. E isso é o que importa. – apenas assenti atordoada.

Abri a porta e o vento frio chicoteou o meu rosto.

Estava sem ar.

– O sonho com meu Pai. Era sobre isso. – dei alguns passos e sentei na varanda.

Vários passos se aproximavam da casa.

Respirei fundo tentando me recompor.

– Esta tudo bem Leah? – Sam perguntava ainda na mata.

– Sim esta. – me ergui e caminhei em direção a eles.

Muitos rostos, e Lobos na mata.

– Não podemos deixar a reserva sem proteção. – fui direta.

– Concordo. – Sam se aproximou. – Pensei em deixar os garotos novos por aqui. Não tivemos tempo de dar a eles um bom treinamento, e lá não poderei me concentrar caso tenha que me preocupar se um deles irá se ferir por conta disso.

Obviamente os meninos não gostaram.

– Tem razão Sam. E no mais a reserva precisa de proteção. E nós precisamos de foco. Os novos ficam. – fui taxativa.

– Vamos partir pelo mar, não queremos a ajuda dos Cullens para absolutamente nada. – Sam estava claramente se referindo ao dinheiro das passagens. – Tenho para alguns, mas não para todos,

– Não vamos precisar do dinheiro deles. Tenho um fundo de investimento para a loja, e uma conta para movimentar as finanças extras, no caminho vamos fazer uma retirada para viajarmos. – informei.

– Não acho certo você mexer no seu dinheiro por nós. Podemos muito bem ir pelo mar. – Sam insistiu.

– Você acha mesmo que eu me importo com loja neste momento Sam? Olhe para mim e responda do fundo de seu coração. – parei alguns centímetros dele. – Não temos tempo para discutir finanças, ou sermos orgulhosos Sam. A vida de Jacob esta em perigo, assim como a de todos aqui. Ou você acha que os Romenos vão desistir de Jacob? Eles vão espremer, e logo qualquer pessoa próxima a ele vira um alvo em potencial. Peguem uma mochila pequena, se agasalhem e vistam-se. Assim que estiverem prontos partiremos.

Algumas perguntas foram feitas para Sam. Que dava todas as coordenadas aos meninos que iam ficar na reserva,

Joseph, Brian, Evan e um mais experiente. Brady.

Os restantes partiriam todos.

Encontramos com Nessie e Kate no caminho.

Infelizmente e mesmo eu detestando isso, tivemos que contar com a ajuda dos Cullens, para conseguir embarcar.

Afinal nenhum de nós possui passaporte ou visto para sair dos Estados Unidos.

Enquanto conversava com Nessie sobre por onde embarcar, podia ouvir Graham, Aquilles, Scott, Eike, Mérida, Moira e Ayra se aproximando.

– Vamos partir que horas? – Graham ajudava Merida a descer de suas costas.

– Em uma ou duas horas. – respondi olhando para o mapa nas mãos de Nessie.

– O que é isso? – Scott olhou para o desenho quase infantil que Reneesme fez. Ela desenhou o que viu.

– Um mapa, ou a tentativa de um. – Reneesme se justificou.

Scott riu.

– Você pode mostrar a eles. – Ayra sugeriu.

– Mostre a Seth, e ele repassa. – Moira concluiu.

Nessie deu um sorriso amarelo.

– Claro. Farei isso. – ela respondeu claramente sem graça.

Nessie fechou os olhos e mostrou o que via a Seth.

Fez o mesmo com Os amigos da matilha de Jacob.

Cassandra e Keira estavam tão caladas que quase me esqueci da presença delas.

– Vocês estão bem? – me aproximei e sentei ao lado delas.

Elas se entreolharam.

– Sim estamos. – Cassandra respondeu. Seu olhar era fixo em Kate.

– Porque você a observa tanto? Desde o momento que a viu. – perguntei intrigada.

– Tenho uma dívida de gratidão com a família dela. – Cassandra respondeu sem rodeios.

– Como assim?

– Muitas vidas, para pouco tempo de explicações. – ela se levantou. – Precisamos ir Keira.

– Vamos – Keira se levantou, ajeitou a roupa e uma pequena bolsa ao lado do corpo.

– Do que vocês estão falando? Todos vão de avião, vocês estão inclusas nesta conta. – fui sincera.

– Leah nós não vamos de avião, pois, precisamos nos concentrar. – Keira se explicou.

– Vocês podem demorar dias para chegar lá. Não temos este tempo. Então por favor. Venham. – meu tom de voz era quase digno de piedade.

– Esta bem. – Keira me lançou um sereno. – Cassandra?

Ela suspirou irritada.

Quase ri, pois ela me lembrava demais meus velhos tempos.

– Tudo bem. Mas não precisa pagar a nossa viagem. Somos bruxas não pedintes. – Cassandra caminhou para longe de nós.

– Ela é assim mesmo Leah. Irritada. – Keira justificou.

– Ela é verdadeira. Impaciente. Eu gosto dela. – fui sincera.

– Eu sei que sim. – Keira olhou discretamente para a minha barriga. – Esta tudo calmo agora?

– Sim esta. Dentro do possível claro. – respondi tentando disfarçar o embaraço.

– Bem vou me preparar para a viagem. – Keira caminhou até a parte dos fundos da minha casa.

Estranhamente elas me davam mais segurança que todos os meninos da matilha reunidos.

– Podemos conversar Leah. – a voz de Moira era quase um sussurro.

– Sim. – ela estava na varanda da minha casa.

Caminhei até lá.

– Gostaria de saber quem vai para Volterra. E quem ficará nas imediações da Toscana? – o rosto dela estava abatido. Ela parecia mais fraca.

O maldito Imprinting.

– Não sei ao certo Moira. – ela estava apoiada na varanda. – O que você tem?

– Nada. – a voz era fraca.

Ayra se aproximou.

– Venha descansar Moira. A viagem será longa e cansativa. – Merida deu o braço para ajudá-la descer.

Como se já não fosse o bastante me preocupar com Jacob, ainda teria que cuidar do seu Imprinting.

Olhei ao redor, tentando achar Merida.

Ela não estava ali.

Sabia exatamente onde encontrá-la.

Com Mike.

Caminhei até a mata e antes de me lançar e ir até a casa onde vivi com ele, Nessie me impediu.

– Espere. – ela se aproximou.

– O que? – respondi irritada. Algo na postura cuidadosa dela em se aproximar me indicou que não ia gostar dessa conversa.

– Serei direta. – Reneesme respirou fundo. – Minha Mãe precisa conversar com você.

Trinquei os dentes.

– É uma piada? Porque se foi é tão ruim que me irritou ao invés de me fazer sorrir. – adentrei a mata caminhando.

– Você precisa falar com ela Leah. Ou pensa que eu não sei que vai a Volterra? – parei bruscamente.

– Não bastasse sua tia fria, agora você, vendo o que não deveria ver. – meu tom era irônico.

– Se não fossem essas visões estaríamos mais perdidos do que já estamos. – Nessie disse em tom de deboche.

Porem, ela tinha razão, e eu sabia disso.

– Não podemos falar quando chegarmos na Italia? – me virei para encará-la.

– Claro. Que não. – Reneesme cruzou os braços, imitando a minha postura.

– Droga. – passei por ela irritada. – Onde esta essa criatura?

– Nos limites do tratado. – Nessie me alcançou. Ela parecia ter um sorriso nos lábios.

– Engula esse sorriso, ou farei isso por você. – ameacei.

– Tudo bem. – ela passou um zíper imaginário nos lábios, e jogou a chave fora.

Caminhamos até os limites em silêncio.

Bella estava sozinha ali.

Era estranho vê-la novamente.

Antes isso era um motivo para acabar com o meu dia.

Agora nem esta reação a presença dela causa.

– Olá Leah. – Bella não era nem a sombra daquela garota por quem Jacob sofreu tanto.

– Desembucha. – não queria mais arrancar a cabeça dela, porém não tinha a menor vontade de fazer amizade.

– Para uma segurança maior alguns amigos vão nos acompanhar á Volterra. Não vão até os Volturi, pois a ultima coisa que nós queremos é representar perigo. Eles estarão lá para a nossa segurança. – assenti. – Lá será simples. Passar a informação. Ficarmos juntas no meu escudo. E partir. Caso não consigamos sair em duas horas. Nossos amigos farão o possível para nos tirar de lá. – ela não se parecia em nada com a mocinha indefesa agora.

– Você não precisa ir. Se colocar na frente desta forma. – olhei para Reneesme. Me sentiria mal caso algo acontecesse a sua Mãe.

– Não farei isso somente por Reneesme, Leah. – voltei meu olhar para ela no mesmo instante. – Farei por Jacob. Mesmo que ele me odeie, ou agora simplesmente me despreze ele acreditou em mim, lutou, sem pedir nada em troca, ou ligar se estava na linha de frente. E mesmo vivendo eternamente jamais poderei agradecê-lo por manter e salvar a vida de Reneesme.

– Você quem sabe. – dei as costas, porem voltei. – Eu vou junto a Volterra. Não posso ir até a Toscana antes de saber que os Volturi vão tomar alguma atitude. Fazer isso é arriscar ser capturada, e piorar a vida de Jacob. Então vou com vocês. – ela apenas assentiu.

– Posso ir agora Nessie? – fui irônica.

– Claro que sim dona Leah. – ela sorriu irônica.

Me lancei a mata. Contudo a corrida não foi tão veloz.

Estava com uma sensação de que não estaria nessas terras tão cedo.

Queria sentir o cheiro deste lugar. Sentir o movimento das folhas que somente a reserva tem.

Ao me aproximar da casa já podia ouvir a conversa entre Mike e Merida.

E mesmo sendo errado, eu precisava ter a certeza que ele ficaria bem.

– Escute Merida, Leah tem o temperamento difícil, mas é umas das melhores pessoas que eu conheci. Não deixe nada ruim acontecer a ela. – o coração dele era tão tranquilo.

– Não vou.

– E, por favor, não me faça sair daqui de jipe para salvar você ok?! – mesmo não o vendo, sabia que havia um sorriso em seus lábios.

– Pode deixar, vou tentar voltar inteira. – o som do beijo me fez sorrir.

Devo confessar que não sou uma das maiores fãs dela, porem, Mike esta feliz. Ou achou um caminho para isso.

– Perdi tantas coisas ultimamente Merida. Uma vida, a inocência de olhar o mundo com naturalidade, meu Pai. Não quero te perder. Eu me sinto leve ao seu lado. Você me dá uma paz que eu acreditei ter perdido. Por mim, volte. – o tom de voz dele era emocionado.

– Eu te amo Mike. – o coração de Merida batia frenético, o de Mike no mesmo ritmo assim que ouviu as palavras dela.

Resolvi me afastar.

Mike de certa forma ficaria bem.

Ia se refazer.

Olhei para a frente, e o único local que não tive coragem de ir, era aquele onde eu mais precisava estar.

Caminhei rapidamente, e em alguns segundos estava em frente a casa onde Billy vive.

A emoção já dominava meu corpo.

Dei duas batidas.

A Mãe de Embry abriu a porta.

Billy vinha logo atrás. Um olhar de pânico estampado nos olhos.

– Leah! – ele colocou as mãos no peito. – Achei que fosse uma má noticia. Desculpe.

– Acalme-se meu amor. Acalme-se. – ela o abraçou.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

Entrei e fechei a porta.

– Suba meu bem. Vou conversar com Leah e logo estarei no quarto. – ela depositou um beijo nos lábios dele.

– Fique bem Leah. – ela disse antes de subir.

Billy olhou fixamente a minha expressão.

– Estamos em uma enrascada, não é mesmo? – seu tom de voz era carregado de dor.

– Sim. Estamos. – fui sincera.

Ele assentiu.

– Eu não deveria ter ficado com ele Billy. Tenho certeza que Jacob ia embora. Mas fui fraca. Eu o amo de uma forma tão intensa, e não consegui guardar, esconder ou suprimir esse amor. Não mais. Isso atrapalhou meu julgamento. Me distraiu. – ajoelhei diante dele.

– Pare. E faça isso agora, antes que repita tantas vezes essa besteira que realmente passe a acreditar nela. Jacob não veio esperando conseguir. Ele veio disposto a isso. Tinha certeza. Nada que você tentasse o faria mudar. E mesmo se você passasse cem anos dizendo não, ele ficaria ao seu lado. Lutaria e iria ao inferno. Entenda Leah, Jacob aprendeu a amar. E isso o transformou. – ele passou a mão nos meus cabelos.

– Ele cavou fundo demais Billy. Estou com medo. – minhas lagrimas rolavam livremente.

– Eu sei Leah. Jacob não é um homem de metades. Ele é inteiro. Não ama pela metade, não sofre pela metade, não iria até a metade sem chegar ao fim da linha. Ele acha que foi longe demais. Mas não foi. – Billy colocou a mão no meu queixo e o ergueu, levantando minha cabeça. – O único coração que trará meu filho de volta, é aquele que poderia derrubá-lo. O seu. Então levante a cabeça, vá até lá, e mostre que se o amor dele foi forte o bastante para jogá-lo na escuridão, o seu é muito mais para tirá-lo dela, e não duvide disso.

Levantei e enxuguei minhas lágrimas.

– Você esta certo. Chega de temer aquilo que não posso e não quero mudar. Chega de ter receio. Eu amo Jacob e o trarei de volta. – senti minha força dominar meu corpo novamente.

– Agora preciso ir. Vamos viajar em pouco tempo. – depositei um beijo na cabeça dele.

– Diga a ele o quanto o amo. – Billy pediu emocionado.

– Você dirá a ele. Eu prometo. – Billy não conteve a emoção e as lágrimas.

– Obrigado Leah. Agora tenho certeza que verei meu filho novamente. – ele tinha as mãos no antigo amuleto de Jacob, que agora estava preso em seu pescoço e entre as suas mãos.

Ao fechar a porta, me senti uma fortaleza novamente.

Seth se aproximava.

– Estávamos atrás de você. Temos que partir. O voo sai em uma hora. – caminhei na direção de Seth e o abracei.

– Eu te amo Seth. – Ele sorriu.

– Também te amo Leah. – Seth me apertou em seus braços. – Pronta para ir?

– Sim. Vamos. – nos lançamos na mata.

Todos estavam prontos. Com suas mochilas nas costas.

Troquei de roupa na casa de Kate e Embry, ela havia preparado minha bagagem.

Fomos para Port Angels.

Os Cullens haviam cuidado dos detalhes para um embarque rápido.

Embarcamos tranquilamente. Nosso voo não teria escalas.

Keira e Cassandra pareciam dormir tranquilas.

– Descanse Leah. – Cassandra disse com os olhos fechados. – Você vai precisar.

– Quem me dera conseguir. – estava me sentindo inquieta por conta de uma besteira.

Nessie dormia nos braços de Seth, assim como alguns garotos da matilha, Kate, e as amigas de Jacob.

Os demais liam, ou conversavam aos sussurros.

– O que esta tirando seu sono? – Keira perguntou.

– A situação toda já tiraria meu sono por mais cem anos. Entretanto, depois do sonho que tive com meu Pai, venho tentando lembrar quais foram as minhas ultimas palavras para ele. Estranho e sem sentido, eu sei. Porem, em sua ultima manhã, ele sussurrou algo no meu ouvido antes de sair para caçar. Eu estava sonolenta, ainda não era uma Loba. Então meu Pai sussurrou o quanto se orgulhava de quem eu seria. E disse que nos veríamos no final do dia. – me remexi inquieta na poltrona. – Ele jamais voltou. Fiquei em choque, e sempre tento me lembrar o que disse a ele aquele dia. Quais minhas ultimas palavras. Será que ele sabia o quanto eu o amava? Era o bastante minha forma de demonstrar o quão importante ele era na minha vida? Foi algo importante, ou uma besteira desconexa que ele sequer entendeu?

– Nunca lembramos a ultima palavra importante dita para a pessoa amada, quando a perdemos. O único fato preenchendo nossa mente, é que não estávamos ao lado dela, em seus últimos momentos de vida. – Keira segurou minha mão.

– Leah seja lá quais foram as suas palavras o que aconteceu com seu Pai foi natural. Não tema, a história será diferente com Jacob. E tenho certeza que seu Pai sabia exatamente o quanto você o amava. Agora descanse. – a voz tranquila e o toque dela me fizeram adormecer.

Ouvia passos delicados.

Um martelar de coração tão gostoso e familiar.

Somente o som do seu coração, pode tirá-lo da escuridão.

Não sua voz. Nem seu rosto.

Somente o som do seu coração.

A voz era infantil.

Senti uma ligeira cutucada vinda do meu ventre.

Abri os olhos.

A aeromoça anunciava a chegada à Itália. Pedia para apertar os cintos.

Olhei ao redor e todos estavam calmos.

Paul e Quill esfregavam os olhos sonolentos.

O pouso foi tranquilo.

Era visível que Scott, Graham, Aquilles, Ayra, Eike, Moira e Merida estavam familiarizados com o local.

Assim como o Dr. Caninos.

– Bem é aqui que nos dividimos. – Nessie se aproximou e me deu um forte abraço.

Olhei por cima de seu ombro, e vi a movimentação de alguns sanguessugas que vi há tempos atrás em Forks.

– Tudo ficará bem Leah. – Kate também nos abraçou.

– Não ousem chegar perto demais. – recomendei.

– Não faremos. – Kate prometeu.

– Temos que ir Leah. – Carlisle pediu.

Revirei os olhos irritada.

Olhei para os meninos que tinham olhos acolhedores.

Alguns marejados.

O momento era difícil para todos nós.

Caminhei até eles.

– Eu os amo. Por isso não ousem, tentar algo estúpido. – fui firme. Prometi a mim mesma que já havia chorado por uma vida toda. E estava começando a acreditar que não era uma garota e sim uma Maria mole.

Caminhei em direção aos Cullens.

– Pedimos um carro separado para vocês duas. Acredito que não quisesse viajar com tantos vampiros em um único local. – Carlisle apontou o belo carro a minha espera.

– Obrigada. – dei um passo na direção do carro. – Espera. “para vocês duas”? Eu estou indo sozinha. – expliquei.

– Ah não esta não. – Cassandra se aproximou. – Eu vou junto para garantir que você vá sair de lá.

– Do que diabos esta falando Cassandra. Nada disso volte para lá.- apontei na direção do restante do pessoal.

– Leah, não faço parte de nenhuma matilha. A decisão de ir é minha. Não confio nos Volturi. E posso tirar todos de lá, sem arriscar nenhuma vida inocente. – ela olhou sugestivamente para o meu ventre.

Bufei irritada.

– Você é irritante demais. – cuspi as palavras.

– Estranho acho o mesmo de você, porem, preciso salvar minha espécie, e te aguentar é o melhor caminho para isso. – ela entrou no carro imponente.

Assim que Cassandra bateu a porta sorri com a atitude dela.

Entrei no carro sem o sorriso nos lábios. Se ela já era insuportável sem saber o quanto eu a admiro, não posso imaginar como ficaria se tiver certeza disso.

O caminho foi tão rápido quanto a minha aceitação em ser sobrenatural.

As imediações que cercavam Volterra eram maravilhosas, porem o cheiro da cidade era insuportável.

O carro parou em um local deserto.

O restante do caminho seria percorrido a pé.

Coloquei Cassandra em minhas costas e partimos. Corremos até entrar na cidade. O lugar era charmoso e poderia ser encantador, se não fosse dominado pelos Volturi.

Paramos diante de um lugar que mais parecia um castelo antigo.

Bella se aproximou.

– É só ficarmos juntos.

Estava começando o desenho que Reneesme e Kate pintaram para nós.

Olhamos para frente e um homem imenso parou diante de nós com uma expressão nada amigável.

– Bom Dia Félix. Viemos conversar com Aro. – Carlisle tinha um sorriso no rosto, e um tom amigável.

– O cão fica do lado de fora. – ele se referiu a mim.

Quase rosnei.

– Vamos ver o que o cão faz com a carne podre, quando ficam somente os dois do lado de fora. – desafiei.

Ele deu dois passos á frente, e uma voz ao fundo o conteve.

– Félix. Não seja rude. Ou o que nossos amigos vão pensar de nós? – a figura de Aro me assustava um pouco. Ele parecia um fantasma. – Amigos! Entrem. – ele abriu os braços. Parecia muito gentil.

Alice, Zafrina, Bella, Carlisle, Edward, Carmen, eu, Cassandra e Eliazar.

Caminhamos por longos corredores.

Sentia cada célula do meu corpo se agitar.

Uma porta imensa se abriu a frente.

Lá outros dois vampiros estavam sentados.

Pareciam duas múmias.

Pisquei e logo Aro estava ao lado deles.

– Saudade dos meus queridos amigos. Eliazar, Carlisle. Confesso que uma ponta de esperança, em tê-los novamente junto á guarda nasceu no meu coração congelado. – Ele juntou as mãos, no tom de voz sempre existia uma ameaça contida. – Vejo que a amizade com os híbridos continua firme. – trinquei os dentes.

– Viemos em missão de Paz Aro. E para alertá-lo de algo que pode nos complicar. – a expressão dele se alterou no mesmo instante. O sorriso no rosto desapareceu.

Aro se levantou.

– Não quero me intrometer nos seus assuntos Aro. Notei que é honrado. Depois de desfazermos o mal entendido de alguns anos atrás, minha filha e nossa família viveram em paz. Por isso estamos aqui. – Bella se aproximou.

– Me explique o que causa angústia a Bella Cullen. – ele estava claramente desconfortável.

– Vladmir reuniu um exercito. Esta pronto para atacar. – Bella foi direta.

Aro, Marcus e Caius gargalharam.

– Minha cara isso é impossível. – ele voltou a se sentar.

– Impossível? E onde eles estão? Os Romenos? Demetri ou Félix conseguiram encontrá-los em algum lugar na ultima década? – Bella provocou, e o sorriso dele voltou a se desfazer. – Não estou aqui para tramar, estou aqui pela minha filha. Não a quero em meio a essa guerra. Não quero meus amigos sendo caçados para servirem de cão de guarda.

Aro caminhou até Bella.

– O caminho trilhado pode ser perigoso, se não for o certo. – ele ameaçou.

– Veja você mesmo. – Bella estendeu a mão para Aro.

– Não podia ver nada da ultima vez que esteve aqui. – ele olhava a mão dela estendida fixamente.

– Eu não sabia dominar meu dom, agora sei. – Aro sorriu e segurou a mão de Bella.

Não olhei para o lado, porém sabia que Zafrina estava completamente concentrada.

Assim como cada membro da guarda naquele espaço.

Não sabia exatamente o que ela estava criando na mente dele. Mas era algo poderoso.

Após alguns segundos ele soltou á mão dela.

Estava visivelmente irritado.

Senti a tensão se solidificar ali,

Fiquei em um estado de alerta muito maior do que já estava.

– Como isso aconteceu? – Aro não aumentou o tom de voz.

– Não sabemos ao certo. – Bella olhou para trás. – Zafrina e Senna vieram o mais rápido que podiam. – Bella se virou para Aro. Estamos vivendo em paz. Contudo sei que os Romenos podem mudar isso. Não quero que Reneesme vire uma moeda de troca. Vim para protegê-la.

– Veio para pedir proteção. – Aro sorriu nada satisfeito.

– Não. Vim simplesmente para alertá-lo. Posso desaparecer no mundo com a minha família. Mas isso implicaria em ser desleal. Não fui quando humana, não serei agora. – Bella deu alguns passos para trás.

– Aro nós sabíamos que Stefan e Vladmir eram perigosos. – Eliazar completou. – Sempre soubemos do desejo dele em se vingar. – Eliazar olhou para Jane.

Jane não tinha o mesmo sorriso de deboche nos lábios. Ela parecia apreensiva.

– Bem amigos, vamos reunir a guarda. – Aro se levantou.

– Ficamos felizes por ajudar. – Carlisle agradeceu.

– Obrigada por nos receber. – ouvi a voz de Carmem pela primeira vez.

Todos caminhavam para a porta de saída.

– Mas onde vocês vão tão cedo? – a voz de Caius sacudiu meu corpo.

Apertei os olhos com força e olhei para Cassandra.

– Viemos fazer o certo. Agora vamos tentar não morrer com isso. – Carslisle ponderou.

– Vocês ficam. – Marcos e Caius estavam de pé.

– Não. Vamos partir. – Eliazar desafiou.

– Uns dez vampiros da guarda bloquearam a saída.

Jane se concentrava na direção do nosso grupo.

Bella acenou a deixando ainda mais irritada.

– Peguem-nos. – Caius ordenou.

– É parece que minha vinha foi proveitosa. – Cassandra tirou algo do bolso. Bateu a mão esquerda no chão e disse algumas palavras que eu não entendia.

– Omus phalvens dierth.

Dois Vampiros a minha esquerda.

– Todos juntos. Dentro do escudo. – Bella saltou e deteve um vampiro.

Carslisle, Edward e Eliazar cuidavam de outros.

Então senti a brisa fria agitar meus cabelos.

– Nada de escudo aqui. – Alguns Vampiros batiam no escudo que Cassandra mantinha e voavam longe.

Antes de saltar na direção de um vampiro ele começou a se debater.

Tentava segurar o peito.

Alguns outros ao redor faziam o mesmo.

– O que é isso? – Aro tinha uma expressão irritada.

– Você acha mesmo que eu viria aqui sem proteção, ou confiando na sua “honra”? – me aproximei. – Saiba que se Vladmir e Stefan conseguirem tomar este lugar, isso é uma mostra do que ele tem em mãos. E posso te garantir, não é nem o começo.

Alguns vampiros viraram pó diante de nossos olhos.

– Vou vencer os Romenos, e caçar vocês. – Aro ameaçou.

– Não, você não vai. – olhei na direção onde Demetri estava e apontei. – Ele.

Demetri deu um passo em minha direção, mas parou. Levou as mãos ao peito e começou a gritar.

– Não! – Jane gritou desesperada, tentou segurar o peito marmóreo dele, porem, alguns segundos depois Demetri era somente pó.

– Disgraziatos. – Marcos gritou.

– Viemos em missão de paz, e fomos apunhalados. – cuspi as palavras. Agora quem faz promessas aqui sou Eu. E prometo que se algum de vocês tocar na minha espécie, ou em qualquer pessoa que esteja aqui, farei isso com prazer, e jogo as cinzas nas mãos dos Romenos. – ameacei.

Me virei e a expressão de admiração era geral no nosso grupo.

Ignorei. Não precisava disso agora.

Saímos de lá rapidamente.

Inúmeros membros da guarda nos seguiram uma grande parte do caminho.

Depois Voltaram para o castelo de horrores que era Volterra.

Os Cullens se aproximaram de seus carros.

– Vocês só podem estar brincando não é? – perguntei indignada. – Cassandra venha. – estendi a mão para ela subir nas minhas costas.

Ela segurou e subiu.

Corri sem olhar para trás.

Segundos depois podia sentir os Cullens e os demais Vampiros vindo atrás.

A tensão em Volterra deveria ser deixada lá.

– Então você foi lá para trazer os Espíritos. – não era uma pergunta para Cassandra.

– Sim. Ou acha que não contava com o que aconteceu? Assim como os Romenos os Volturi são traiçoeiros. Os meninos e as garotas precisam apenas de uma rápida sugestão de como chegar quando não sabem exatamente onde ir. Iluminei o caminho e eles chegaram. Em Volterra não a um escudo protegendo os Volturi de Espíritos Guerreiros, como existe na Toscana, onde estão os Romenos. – Cassandra explicou.

– Obrigada. – fui sincera.

– De nada. Mas você sabe que esta com um alvo nas costas, não é mesmo? – ela disse debochada.

– Um a mais, um a menos, quem se importa. Fiz o que deveria ter feito. Dei paz a minha espécie, e a tantas outras que esse sanguessuga maldito caça, e mata, e leva para servir naquele castelo dos horrores. Seja lá quem for que fez o coração dele virar pó, eu vou agradecer. – não me arrependeria disso.

– Não se arrependa, você fez algo inteligente hoje. Deu uma pequena vantagem aos Romenos. Mas quem se importa, a vantagem maior é nossa. Agora precisamos destruir duas coisas naquele Castelo ensolarado e diabólico. O escudo criado por Kendra, e Ravenna. Sem ela Vladmir perde os feitiços para localizar bruxas. E sem isso ele passa a ter a mesma vantagem sobre nós que Aro tem sem Demetri. Nenhuma. – apenas assenti.

Faria o que deveria ser feito.

Corremos por uma hora.

Até chegar ao local onde já podia ver a matilha.

– Leah. – Kate correu até mim. – Graças a Deus. – ela sussurrava.

A abracei e vi Seth sentado sobre uma pedra com as mãos na cabeça.

– O que esta havendo? – minha respiração acelerou.

– Onde esta minha filha? – Bella passou por mim como um trovão.

– Ela entrou com Nahuel. Eu tentei impedir. Mas não pude. – meu irmão estava desesperado.

– Como isso foi acontecer? – Edward segurou o ombro de Seth.

– Porque ela é Reneesme. Mudou os planos. – o martelar do coração de Seth era lento.

– Kate, o que aconteceu? – me aproximei.

– Não sei. Ela viu algo Leah. – Kate baixou a cabeça.

– Alice? – Edward olhou para a irmã.

– Não posso vê-la Edward. – Alice disse com o tom embargado.

– Bom se é para falhar. Que seja. – respirei fundo. – Embry leve Kate embora. Vá junto. Não vou ficar aqui esperando Reneesme morrer. Vamos invadir. – sentenciei.

– Kate o que você vê? – Bella se aproximou.

– Os Volturi. Eles estão se armando em Volterra. Em pouco tempo estarão aqui. – Kate abriu os olhos. – Entrem.

– Vamos. Meninos. – um segundo e os meninos da matilha explodiram em suas roupas.

– Na frente da casa, as mulheres do Clã Denali se entreolharam e abraçaram.

O namorado de uma delas a beijou apaixonadamente.

– Seth escute. Cuide da Mamãe caso algo me acontecer hoje. – ele tentou dizer algo. – Caso a situação aqui fuja do controle, vá embora e pense que sua Mãe não pode ficar só.

– E você? Acha mesmo que ela vai superar? – Seth segurou meu rosto entre as mãos.

– Ela terá você. Seja o homem da casa e proteja nossa mãe Seth. Diga que eu, a entendi, e sempre a admirei, e agora minha admiração aumentou. Peça desculpas por eu tê-la julgado. Diga o que não consegui falar da ultima vez que nos vimos, mas gritei com os olhos a vida toda, e fui burra para guardar comigo. Eu estarei por perto para sempre, pois eu a amo. – o abracei, e dei um beijo na sua bochecha. – Agora vamos.

Descemos a colina.

Lobos e Vampiros circulando toda a propriedade.

Vi Graham, Scott e Aquilles vindo pelo meu lado esquerdo.

– Ora, ora, ora. – Vladmir tinha um sorriso no rosto. – Se não são nossos amigos? A adorável Leah.

– Onde esta minha filha? – Bella quase rosnou.

– Esta aqui dentro. Acalme-se ela esta bem. Sendo tratada como deve ser. – Seth quase rosnou, segurei seu braço.

– Bem se você a deixou falar, já sabe o que esta acontecendo. – cruzei os braços.

– Ela não disse muitas coisas. – olhei para Kate.

Reneesme não tinha intenção alguma de fazer trocas com os Romenos. Isso ficou claro como água agora.

Ela simplesmente queria atrasá-los.

– Alice, quanto tempo? – perguntei a Sanguessuga que podia ver os Volturi com clareza.

– Menos de vinte minutos. – ela sentenciou.

Vladmir tinha uma expressão de confusão no rosto.

– Claro que você não sabe. – dei dois passos. – Os Volturi estão vindo para verificar se existe mesmo uma plano para derrubá-los. Alice viu isso. Viemos buscar Jacob. Quem se colocar no nosso caminho não terá a chance sequer de lutar contra os Italianos.

– O que vocês fizeram? – Stefan saiu de trás de Vladmir.

– Nós? Nada. Mas não existem somente nós neste mundo não é mesmo? – informei.

Vladmir sumiu.

– Levem o que conseguirem encontrar. – Vladmir tinha um tom de desafio. Desapareceu dentro do lugar.

– Vamos... – chamei todos os Lobos.

– Alice fique perto da Leah. Mesmo que não veja nada que a envolva verá o que te envolve, e isso vai dar a vocês tempo.

– Não. Eu vou. – Kate segurou meu braço.

– De jeito nenhum. – Embry quase rosnou.

– Posso protegê-la. – Cassandra se pronunciou. – Criar um escudo e nenhum vampiro vai conseguir nos tocar.

– Embry proteja os demais. Eu ficarei bem. – Kate o beijou apaixonadamente. – Não vou mais fugir do meu dom. E nasci para isso. Para ajudar vocês.

– Não saia de perto de mim. – Embry saltou e explodiu em suas roupas.

Respirei fundo antes de entrar, estava próxima a ele, só tinha que achá-lo ali dentro.

Entramos no casarão.

Não tinha a mesma aparência luxuosa de Volterra, porém, era pior. Tinha um ar caseiro, e quase aconchegante.

Se não fosse o cheiro nauseante passaria por um grande casarão desses antigos. Que estavam ali como um local histórico.

– Leah é por ali. – Cassandra apontou.

– Leah! A esquerda. Sam, Paul Quill, a direita. – Kate gritou.

A sala estava cheia de sanguessugas e híbridos.

Saltei a parei diante de dois Lobos imensos.

Enquanto um tentava arrancar minha cabeça, o outro saltou.

Me esquivei e levantei a cabeça do Lobo em meus braços.

O outro a abocanhou de forma tão violenta que a separou do próprio corpo.

Antes de vê-lo se recuperar saltei em suas costas, e quebrei o pescoço. Levantei o corpo e antes que pudesse ter uma mira definida, o joguei no Lobo que corria em minha direção.

Seth veio por trás e abocanhou a cabeça do Lobo, separando-a do seu corpo.

Olhei para baixo, e Kate avisava os meninos, de onde viriam os demais ataques para protegê-los. Cassandra estava com os olhos fechados e com as mãos nos ombros dela.

A cena era inacreditavelmente desesperadora. Não aguentaríamos muito tempo.

Arrebentei uma porta.

E entrei em um grande salão.

Levei minhas mãos á boca para conter o grito de desespero que ameaçava rasgar minha garganta.

https://www.youtube.com/watch?v=forkuNNZ-Vw

– Reneesme. – corri na direção dela.

Nessie estava presa em uma parede, com estacas fincadas em muitas partes do corpo, que estava inerte e sendo sustendo apenas por estas elas.

Seth entrou na sala enquanto eu puxava as estacas.

O uivo de desespero dele sacudiu as paredes.

– Meu deus. Não. Não, não, não! – arranquei a ultima estaca, e o corpo inerte dela caiu em minhas mãos.

– Reneesme! – o grito de dor de Seth me partiu ao meio.

– Nessie, por favor. – pedi desesperada, quanto Seth massageava o peito dela.

Escutei um rugido sair da garganta de Bella no andar debaixo.

– Por favor, não me deixe. Por favor. – o coração dela não batia.

Levantei e arranquei as estacas que prendiam o corpo de Nahuel.

Ele ainda estava vivo.

– Me ajude. Ele segurou minha mão.

Seth ninava desesperado o corpo de Reneesme.

– Não, não. – ele gritava.

– Espere! – tive uma ideia desesperada.

Corri pelo coredor e saltei no ponto exato onde estavam Kate e Cassandra.

Keira protegia Quill, Paul, Embry e Sam. Inúmeros Vampiros batiam no escudo dela e caiam atordoados.

Os Vampiros lutavam contra seus iguais.

Emmett, Rosalie, Jasper e Edward contra Lobos.

A confusão de vários vampiros era clara, com as ilusões criadas por Zafrina.

Isso estava claramente dando vantagem ao nosso lado.

Segurei Kate pela cintura, e joguei Cassandra nas minhas costas.

Saltei para o andar de cima, sem me apoiar em nada.

Mas antes de entrar na sala Vladmir parou na minha frente.

Protegi as duas com meu corpo.

– Kate, alimente Nahuel e Nessie, eles não são venenosos e você pode salvá-los. – grudei as mãos no pescoço de Stefan e me lancei com ele para longe. Batemos em uma parede.

Ele circulou as mãos no meu pescoço e me arremessou.

– Tão prepotente de achar que poderia entrar aqui e me vencer. – fiquei em pé e antes de sentir o chute no meu rosto me esquivei e segurei sua perna.

Ouvi o grito desesperado de Bella sacudir as paredes.

– Reneesme!

Olhei para Vladmir que tinha um sorriso irônico no rosto.

– Determinada demais. Preciosa de menos. Assim que terminar com aqueles ratos traidores lá em baixo, vamos ter uma conversa. Não posso matá-la já que seu namorado exterminou minhas fêmeas. Mas a farei sofrer até que me seja útil. – ele se lançou contra o meu corpo mais uma vez.

Me esquivei e segurei seu pescoço o arremessando contra a parede. Antes que ele se levantasse me lancei e montei em suas costas. Vladmir se jogou fazendo as minhas costas se chocarem em outra parede. Cai no chão por um segundo. Quando olhei para frente Stefan estava no corredor.

Os dois sorriam vitoriosos. Stefan entrou na sala onde Nessie, Kate, Seth, Cassandra e Bella estavam.

Vladmir me olhou fixamente.

– Vamos acabar com isso. – Antes que ele pudesse se lançar um barulho chamou sua atenção.

Inúmeros passos.

– Boa sorte. – minha respiração era irregular.

Ele me olhou incrédulo.

– Stefan. Vamos.

Membros da guarda entravam no castelo.

Tinha pouco tempo até ficar na linha de frente deles.

Passei como um trovão pela sala onde Seth não soltava o corpo de Reneesme.

Fui até o pé da escada.

Eike colocou Keira nas costas.

– Vão. Saiam já daqui. Por aqui. –apontei o buraco feito na parte dos fundos da casa.

– Não conseguiremos sair. – Scott me lembrou.

– Protejam-se onde os Volturi e os Romenos não estejam, vou achar uma forma de nos tirar daqui. Agora vão. Não olhem para trás e fiquem juntos.

Todos subiram.

– ganharei tempo. – Zafrina me avisou. Apenas assenti.

Os Cullen estavam na sala onde Seth, ninava o corpo de Nessie.

– O que... – não conseguia ter uma reação.

– O coração dela não bate Leah, Reneesme é meio humana. Ela não resistiu. – Bella segurava os braços da filha, Edward segurava Bella, e Seth balançava o corpo inerte de Reneesme.

– Eu não consegui ver isso, meu deus. – Kate repetia desesperada.

Embry a segurou.

– Precisamos ser rápidos. Vamos meu amor. – Embry pegou Kate pela cintura e a levou.

Ajoelhei ao lado do corpo de Nessie.

– Leah. Você pode ajudá-la. Talvez. – Cassandra olhou para o meu ventre.

Seth me olhou e me senti vazia por um segundo.

O olhar dele não tinha vida. Emoção.

– Deixe-me tentar ajudar Edward. – pela primeira vez em toda minha vida eu vi emoção nos olhos dele.

– Bella meu amor, solte a mão da nossa filha. Por favor. – uma dor rasgava o tom de voz dele.

– Por favor, Leah. Por favor. – a dor nas palavras dela. Era a dor de uma Mãe. De todos os defeitos que ela teve, e das escolhas erradas, Bella lutou por Reneesme, como jamais lutou por nada em sua vida. Passou por cima do próprio amor para manter a vida da filha.

Segurei a mão de Nessie.

– Coloque-a no seu ventre. – Cassandra indicou.

Respirei fundo.

Coloquei a mão fria dela no meu ventre.

E fechei os olhos.

– O que você esta fazendo? – Seth estava deslocado.

Senti as batidas do coração do meu bebê ficarem fortes.

Podia senti-lo correr pelas minhas veias.

Senti um calor passar por mim e tinha a impressão que estava emanando por toda a sala.

– Ajude-a meu filho. – pedi com uma voz terna.

– Meu Deus. – a voz de Edward parecia incrédula.

Senti as mãos de Nessie ficarem quentes.

Uma Batida.

Duas. Três.

Nessie parecia ter surgido do mar. Sem ar. Assustada.

– Reneesme! – Seth quase gritou.

– Meu deus. – Bella e Edward a abraçaram.

– Obrigada Leah. – Bella repetiu várias vezes.

Reneesme me olhava com um sorriso nos lábios.

A respiração dela estava normal.

– Você entrou aqui, pois viu isso não é? – mesmo sabendo a resposta, quis ter certeza.

– Desconfiava. – ela deu de ombros.

Seth a beijava sem parar.

– Vocês precisam sair, e se proteger. Preciso encontrar Ravenna, e Jacob.

– Vamos juntos. – Nessie se levantou.

– Não. Você fica, acabou de voltar da morte. Procurem um lugar seguro. Zafrina esta atrasando os Vampiros. Vão. – Nessie me abraçou.

– Lá. Jacob esta ali. – ela apontou na direção de uma janela onde se via uma torre.

– Obrigada. Agora vão. – os empurrei para fora da sala.

Cassandra permaneceu.

– Vamos. Preciso libertar Kendra. – apenas assenti. Discutir com ela não me levaria a lugar algum.

Subi na janela olhando onde podia saltar.

Cassandra subiu em minhas costas. Antes de saltarmos ouvimos Vladmir e Stefan.

– Guardas em posição. Ataquem.

Saltei em uma sacada. E fui pulando em várias outras, até chegar à torre central.

Não havia janela ali.

– Como vamos entrar? – Cassandra parecia preocupada.

– Por aqui. – dei um murro na parede. E outro, seguido por vários outros. Esmurrava com uma mão e me segurava com a outra.

Em pouco mais de um minuto abri uma passagem.

Coloquei Cassandra e entrei em seguida.

O corredor era imenso.

O cheiro era insuportável e familiar.

Havia sonhado a muito tempo atrás com este lugar.

Sangue misturado a cadáveres.

Haviam duas saídas. Uma delas se via uma grande escadaria. A outra uma porta.

– Aqui. – Cassandra indicou.

Meti o pé na porta e me assustei com a visão.

Outro sonho que tive. Que olhando agora posso ter a certeza. Era uma visão.

Arrebentei as correntes, e então senti uma dor de cabeça horrível.

Olhei para o lado e uma mulher estava dizendo palavras sem conexão para mim.

Provavelmente Ravenna.

Uma paulada por trás dela.

– Não sou Loba, mas tenho força. Vadia. – Cassandra disse para a mulher inconsciente no chão.

Arrebentei as correntes que prendiam o corpo quase esquelético da mulher.

A respiração dela quase não existia.

Coloquei as mãos em seu peito e massageei. Segurei as mãos e a coloquei no meu ventre.

– Não. – Cassandra segurou minhas mãos. – Não tente salvar o que não pode mais ser salvo. Kendra cumpriu sua missão. Ela precisa partir. – Cassandra tirou uma adaga de sua bolsa. – Vá encontrar Jacob. Precisamos sair daqui. Vá.

– Tem certeza? – perguntei confusa.

– Absoluta. – ela alisava os cabelos da mulher, com lágrimas nos olhos.

Não olhei para trás.

Ouvia Cassandra dizer algumas palavras em um dialeto que eu não compreendia.

Desci as escadas.

O cheiro aqui era insuportavelmente mais forte.

Era escuro o caminho.

https://www.youtube.com/watch?v=GYLJooDQWJg&index=4&list=PLxd2J8LnUk6Feywbpk_lYbui5l-NDySvu

O coração dele batia em um ritmo desconhecido por mim.

Era lento. Sem um ritmo certo.

Passei por alguns corredores mal iluminados.

Precisava tira-lo de lá o mais rápido possível.

Cheguei ao fim do corredor.

A imagem era desesperadora.

Segurei as grades que me separavam dele, e as joguei longe.

Esmigalhei as correntes.

Jacob parecia estar em transe.

Encolhido em um canto.

Menor que seu tamanho.

Segurei seu rosto entre as mãos.

O desespero tomando conta do meu corpo

– Jacob olhe para mim. – levantei sua cabeça, seu olhar era vazio, sem vida, tomado de uma escuridão apavorante. – Olhe Jake. Por favor. – as lágrimas e o tom de desespero me dominaram.

Absolutamente nada havia me preparado para encontra-lo desta forma.

Ele parecia estar vazio.

Sem vida.

Então como um raio, veloz e mortal, Jacob se ergueu, arrebentando as correntes que o prendiam sem esforço algum.

Ele entrelaçou as mãos no meu pescoço.

– Afaste-se ser nefasto. Saia já da minha mente. – ele tinha uma força fora de controle. Jacob estava me sufocando.

– Por favor, me escute, olhe nos meus olhos. Jake. – seu olhar parecia vasculhar o nada.

Ele sacudiu a cabeça.

– O som, da pele dela sendo rasgada. – ele olhou fixamente nos meus olhos. – Sinto muito. – a mão dele vazou meu peito, rasgando minha pele como papel.

– Não! – a dor lancinante e opressora quase me calou, pela primeira vez, eu senti minha vida se esvair, e o pior pelas mãos daquele que estava nas sombras por ela.

– Escute Jacob. – minha voz era um sussurro. Não tinha ar, e nem forças para não fazê-lo não esmagar meu coração, e o pior ele nem ia se dar conta do que fez.

Então me apeguei às lembranças.

Uma noite no cinema ao ar livre.

“– Você não gostou da ideia de ir ao cinema ao ar livre? Tem lembranças ruins sei la. Notei sua apreensão. – ele parou na minha frente.

– Não é isso. Vamos é bobeira minha Jacob. – tentei seguir em frente,porem, ele segurou meu braço.
– Não deve ser bobeira sua Leah. Fale vamos, confiança lembra?! Você confia em mim eu em você. – Jacob me abraçou.
– Essas coisas pequenas para você, como ir ao cinema sendo ao ar livre ou não, criam lembranças Inesquecíveis sabe. E eu tenho medo dessas lembranças se virarem contra mim depois. Só isso.”

A forma com que meu coração bateu aquele dia. É exatamente como bate sempre que estou ao lado dele.

Então é isso.

Morrer por ele.

Meu coração batia tranquilo, nas mãos daquele que sempre o dominou.

Fechei meus olhos.

Circulei a mão no meu ventre.

Não tinha forças para falar muita coisa.

– Eu te amo Jacob. – senti a escuridão me dominar.

Um clarão parecendo um raio iluminou aquele lugar.

Sorri, pois sabia que Minha família estaria protegida de alguma forma.

– Não. Não. Não. – meu corpo quase tocou o chão. – Leah. Por favor. – ele pedia desesperado. – não faça isso comigo. Perdoe-me, por favor. Não.

Senti as funções do meu corpo se normalizando.

Abri os olhos.

A respiração dele era acelerada.

– Você esta viva. – ele chorava como uma criança.

Levantei e o abracei forte.

– Sim estou. Estou. – segurei o rosto dele entre minhas mãos.

O beijei. Com a necessidade que dominou meu corpo a vida toda. Como se fosse a primeira vez. O beijei com todo meu coração e minha alma. Olhos apertados coração acelerado.

– Eu te amo Leah. Desculpe-me. – ele pedia desesperado.

– Meu amor. Eu quase o perdi não me peça desculpas. Beije-me. – pedi e o abracei.

– Não posso viver sem você. Não quero. Não suporto. – ele me apertou em seus braços.

Me senti protegida pela primeira vez em dias.

– Não queria atrapalhar. – Jacob se levantou com cuidado, mas de forma protetora, estava visivelmente fraco. Mas precisamos sair daqui agora.

Saímos e o corredor estava iluminado com a passagem que abri.

Jacob não via luz há dias.

Colocou o braço para se proteger da luz.

Ele não viu a sombra da mulher de cabelos negros que passou por nós.

Me coloquei na frente dele.

– Ravenna. – Cassandra disse entre dentes.

– Vocês não vão sair daqui. – ela ameaçou.

Uma dor de cabeça impressionante.

Olhei para o lado e Cassandra parecia um reflexo meu.

Senti uma brisa passar por nós.

– Sinto muito. – o som da pele dela se rasgando e algo caindo no chão sendo puxado foram rápidos demais para serem compreendidos até que fiquei de pé.

O corpo da Bruxa estava estendido no chão.

O peito dilacerado.

A respiração de Jacob era irregular.

– Não deixarei que ninguém a machuque novamente. Nada de tréguas aqui. – o tom de voz era perigoso.

– Precisamos partir. O escudo esta quebrado. Mas a guerra começou. – Cassandra indicou uma pequena porta.

Passei por Jacob e a arrebentei.

Ele sorriu.

O corredor era estreito. Escuro e tinha cheiro de umidade, porem, no final dele podíamos ver um feixe de luz, que foi aumentando a medida que nos aproximávamos da saída.

Corremos até alcançar a mata.

O cheio de ar puro era maravilhoso.

Coloquei Cassandra em minhas costas.

Jacob estava debilitado. Corria em um ritmo mais lento.

Podia ouvir a movimentação na mata.

– Droga. – sete vampiros com sorrisos mórbidos no rosto.

Jacob parecia tão frágil. Pela primeira vez na vida o via desta forma. Debilitado.

Contudo a postura de alfa estava ali.

Ele saltou e no ar se transformou.

O uivo sacudiu as arvores.

Era o meu alfa diante dos meus olhos novamente.

E o melhor, estávamos juntos, e não pretendo me afastar nunca mais.


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Notas finais do capítulo

n/B: Olha então é isso...O Filho da Leah é um Filho da luz.
Sue a nossa Mamys Loba, já foi uma filha da luz.
E Amei Matar aquele sanguessuga.

Veremos quem será a próxima vitima kkkkkk


Meninas espero de coração que tenham gostado.