New Hogwarts escrita por Tortuguita


Capítulo 5
Capítulo 4 - A proposta




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Tudo aconteceu muito rápido, os dois vampiros olhavam fixamente dentro dos olhos um do outro. De certa forma o herdeiro admirava o moreno, pois mesmo vendo que ele realmente iria mata-lo Sirius continuou com o olhar corajoso e determinado, pronto a enfrentar qualquer um para defender a pequena loira. Sirius estreitou os olhos quando a ponta do punhal começou a fazer pressão sobre seu peito causando uma pontada de dor. Peter continuou pressionando o punhal lentamente, dando tempo para que o vampiro sentisse cada sensação de dor.

Ele parou de repente quando sentiu as pequenas, quentes e frágeis mãos de Lily se enrolarem em seu braço que sustentava o punhal, na intenção de segurá-lo, o herdeiro não pode deixar de sorrir... Era realmente cômico, querer para-lo com aquelas mãozinhas tão frágeis. Além de ser uma simples humana ainda era uma garota, uma garota tentando impedir Peter Scott, o Príncipe Herdeiro do Império dos Vampiros.

Peter deixou de pressionar o punhal, mas continuou segurando Sirius pelo colarinho. Ele virou a cabeça lentamente e seu olhar caiu sobre a menina, levantou levemente as sobrancelhas em surpresa e um pingo de vaidade e desafio. A garota olhava naqueles olhos verdes se perdendo dentro da escuridão e ficando cada vez mais amedrontada ate soltar o braço do vampiro devagar e recuar um passo, ela não conseguia mais segurar as lágrimas, elas já escorriam pelo belo rosto de boneca.

O vampiro sorriu mais uma vez, um sorriso vitorioso. Ele voltou o seu olhar para Sirius que observava sua irmã com os olhos marejados.

– Desculpa maninha... Eu não devia ter te trazido até aqui. – Sussurrou.

– Sirius... – Verbalizou num fio de voz se virando para Peter. – Não mata ele, por favor, eu lhe imploro. – Ela pediu ao herdeiro que voltou a olhar indiferente para ela.

– Por que não?

– Por favor. – A garota soluçou.

– O que vieram fazer aqui? – Ele voltou a perguntou sério.

– Procurar a cura... – Ela disse de cabeça baixa.

– Lily... – Kevin tentou fazer com que a garota se afastasse do vampiro.

– Sharon, Daniel será que da para cuidar deles por um momento? – Peter disse ao irmão e ao amigo que logo arrastaram Kevin e Cathy, em meio aos protestos, para dentro do quarto no final do corredor.

– Que cura? – Peter questionou novamente, abaixando um pouco o punhal e virando-se ligeiramente para encarar a garota.

– A cura para o vampirismo. – Ela murmurou.

– Então você quer voltar a ser humano? – Peter agora se dirigia a Sirius. – Que idiota! – Ele sorriu debochado.

– Esse é o único motivo por estarmos aqui, não machuque a minha irmã.  Eu queria a cura, nenhum deles tem culpa disso. – Sirius murmurou ainda com um pouco de dificuldade, estava profundamente ferido devido ao primeiro golpe em seu estômago.

– Nem o meu pai conseguiu. Isso não é o suficiente para entenderem que essas tentativas são inúteis? – Peter soltou a camisa do garoto que escorregou pela parede até se sentar no chão.

– Talvez ele só precisasse tentar mais algumas vezes, nós não vamos desistir e as tentativas do seu pai são o mais perto que conseguimos chegar da cura. – Lily dissera chamando a atenção do vampiro. Ela tentava tomar controle sobre si, mas ainda estava apavorada.

– Meu pai não iria gostar que levassem os estudos dele, muito menos a taça da irmandade. – O herdeiro disse indiferente, mas parecia pensar na possibilidade. Ele guardou o punhal no bolso e se afastou um pouco, o que fez com que Lily fosse rapidamente em direção ao irmão ampara-lo. Peter apenas examinou a cena sem dizer nada.


– Como sabe que ele não gostaria? Se descobríssemos a cura através desses papeis seria a prova de que não foram feitos em vão. – Lily se levantou e deu alguns passos em direção ao vampiro, ela pedira olhando nos olhos dele e pela primeira vez naquela noite enfrentou todos os seus medos. Ele a encarou com sua expressão fria, mas novamente parecia refletir sobre o que a menina dizia.

– Lily! – Sirius a repreendeu.

– Certo, mas eu quero uma garantia de que vão trazer a taça de volta, não é uma taça qualquer, tem muito poder dentro dela. Além disso, eu não faço nada de graça – Ele disse com um sorriso galante brincando em seus lábios vermelho-sangue.

– Que garantia você quer? – Sirius perguntou após se levantar com dificuldade e se colocar ao lado de sua irmã.

– Vocês ficam com o que precisam e a garota fica comigo. – Os dois irmão arregalaram os olhos aflitos. – E mais uma coisa, – ele encarou Sirius profundamente, – se você descobrir a cura e esconde-la, pode ter certeza que eu vou saber e quando isso acontecer ela será a primeira a morrer. – Ele encarou Lily por um instante. – Depois dela o resto dos seus amiguinhos, um na frente do outro e bem devagar, você me entendeu? – Ele disse frio e com um olhar intimidador. Seu tom e a autoridade em que falara fizeram com que os dois irmãos se arrepiassem da cabeça aos pés e o medo os consumisse.


– Eu não posso deixar minha irmã com você – Sirius disse passando as mãos no cabelo preocupado.

– Sirius... – Lily murmurou tentando acalma-lo.

– Eu não vou deixar você com eles! – Ele gritou nervoso. Não sabia o que fazer naquele momento, talvez tudo o que Sirius precisava estivesse naqueles papeis, mas não poderia deixar sua irmã com aquele vampiro apenas por querer a cura. Ele preferia viver sendo um monstro a viver sem sua irmã. Se algo acontecesse com ela, ele nunca se perdoaria.

A risada singela de Peter chamou a atenção dos dois irmãos que olharam para ele sem entender até que a voz do mesmo cortou o ar.


– Se você ainda não entendeu, caso não aceite a proposta vão morrer todos aqui mesmo e ainda faço o favor de começar por ela, para você poder gravar em sua memória. – Peter disse e sem esperar uma resposta foi em direção a porta onde Sharon e Daniel haviam entrado a abrindo e chamando os dois que trouxeram Kevin e Cath com eles.


– A onde esta? – Peter perguntou.

Kevin olhou para Sirius em busca de saber o que fazer, o moreno que estava sem cor apenas assentiu com a cabeça. O loiro tirou a teça de baixo da capa e entregou ao Herdeiro, Cathy olhava assustada cada movimento.

Peter segurou a taça com as duas mãos e conjurou um feitiço desconhecido.


– Você vai machuca-la? – Sirius perguntou quase sem voz.

– Não pretendo – O vampiro respondeu indiferente.

– O que esta acontecendo Sirius? – Kevin perguntou ao irmão confuso com a conversa.

– Lily vai com ele. – Sirius disse atordoado. Kevin abriu a boca perplexo, enquanto Cath arregalou os olhos.

– O que? Como você foi capaz de fazer isso? – O loiro gritou furioso.

– Cala a boca! – Sirius gritou de volta e se virou para a parede de punhos serrados tentando se controlar.

– Eu não acredito que você vai fazer isso. – O loiro sussurrou andando de um lado para o outro.

– Digamos que ele não tem escolha – Peter disse indiferente.


Kevin encarou o herdeiro e depois sua irmã que se aproximou dele.


– Se não for assim ele vai nos matar aqui mesmo. Não se preocupe Kevin, quando vocês descobrirem a cura, devolvem tudo e ele me solta. – Ela disse e Kevin se sentiu culpado, pelo que disse a Sirius e por ter sugerido que as duas garotas fossem, boa parte da culpa era dele. O loiro abraçou a irmã com força.


– Me dê sua palavra que irá cumprir o acordo e que não vai machuca-la. – A voz de Sirius cortou o ar, era visível o desespero não só nela como nos olhos do vampiro.

– Eu te dou a minha palavra. – Peter declarou.


Lily se soltou de Kevin e abraçou Cath com força, em seguida foi até o mais velho que observava o chão, ela o abraçou sentindo ele a apertar contra seu corpo.


– Me desculpa... – Sirius sussurrou.

– Esta tudo bem. – Ela disse sorrindo e o soltou.


A loira se aproximou de Peter lentamente e atenta a qualquer movimento brusco, ela não conseguia não ter medo do vampiro e ele sorriu ao perceber isso.


– Eu estarei por perto – Peter disse e logo em seguida como a luz em sua velocidade e junto de um vento forte desapareceu levando consigo a pequena Lily e então Sharon e Daniel fizeram o mesmo.


(...)


Lily abriu os olhos lentamente fitando o teto desconhecido. Havia desmaiado com a pressão da velocidade em que o vampiro a levara e não se lembrava de nada desde então.

Ela levantou bruscamente fazendo com que a manta azul que a cobria escorregasse para a cama.

A loira levou a mão rapidamente ao pescoço procurando por alguma ferida causada pelos vampiros, sem muito sucesso com a busca correu seus olhos pelo quarto procurando por um espelho, assim que o encontrou correu até ele.

A primeira vista ela parecia intacta, pelo menos era isso que o seu reflexo no espelho a dizia. A garota se assustou quando a voz penetrante e autoritária invadiu o quarto.

– Eu não seria tão covarde em te morder dormindo, até por que o mais interessante é ver as vitimas implorando por misericórdia.

Ela não se virou, olhou através do espelho e lá estava ele, encostado na porta com seu sorriso debochado, lindo, mas assustador, ela sabia que ele não levaria assim tão em conta aquela maldita proposta e não hesitaria em mata-la, mas ela pouco se importava com isso agora, ela estava com muita raiva por estar presa ali e tão longe de casa.

– Você é um monstro! – Ela disse baixo se virando para ele com um olhar furioso. O vampiro sorriu de lado e girou os olhos categoricamente.

– Você não esta em uma boa situação para me chamar de monstro, não acha? – Ele sorriu debochado

– Eu não tenho medo de você. – Ela disse confiante, mas a gargalhada que saiu pela boca do vampiro ao ouvir aquilo a fez duvidar de sua própria confiança.

Ele se aproximou dela ainda rindo e a garota continuou o encarando séria, próximo até demais ela pensou e logo se arrependeu de tê-lo provocado.


– O que você disse? – Ele perguntou ficando sério repentinamente, seus olhos verdes se afundaram nos dela mantendo-se arrogantes e intimidadores, estavam a poucos centímetros de distancia, seus narizes quase se tocavam e era difícil de se concentrar com aquele vampiro tão próximo de si. Talvez por que seus olhos a hipnotizavam ou então por que a mataria em menos de meio segundo sem qualquer dó, se ele assim quisesse.


– Disse que não tenho medo de você. – Ela se atreveu a repetir, mas mediocremente amedrontada. Os olhos dele brilhavam seu verde intenso, prendiam a atenção da garota. Ele sorriu o que chamou a atenção dos doces olhos azuis e eles se desviaram para os lábios vermelho-sangue onde as presas brancas se destacavam. Nesse instante o cérebro da garota começou uma gritaria intensa para que ela se afastasse rapidamente dele. Os lábios do vampiro se movimentaram suavemente enquanto pronunciava as palavras.


– Eu adoraria retirar cada gotinha de sangue do seu corpo. – Ele disse devagar. A garota pode sentir a respiração do vampiro em seu rosto e o cheiro dele invadir suas narinas o que foi o suficiente para calar seu cérebro. Suas pernas amoleceram e seu coração disparou.

– Eu não tenho medo. – Ela disse num fio de voz e tão baixo que nem ela mesma pode ouvir direito. Lily estava zonza e não conseguia tirar os olhos daqueles lábios, travando uma batalha que fazia com que seu olhar passasse dos lábios para os olhos do vampiro varias e varias vezes. Ele ameaçou um ataque e a loira gritou aterrorizada.


O vampiro sorriu satisfeito, ele sabia como tirar a confiança de uma garota, mas de qualquer forma a achava intrigante, ela era tão pequena e frágil e mesmo sabendo que ele era um vampiro, o enfrentava e resistia a ceder à inferioridade de poder.


– Não parece tão confiante agora não é? – Ele queria entorpecê-la, tirar todas as suas defesas. O vampiro sussurrou em seu ouvido as breves palavras de um modo assustador, que fez a garota se arrepiar horrorizada. Ele levou uma das mãos ao pescoço dela deslizando-a até o ombro da garota deixando um rastro de fogo. Se ele cravasse aquelas presas afiadas ali, seria o fim dela, a garota pensou engolindo em seco e se xingando por ter sido tão idiota – Cuidado com o que fala garotinha, não é sempre que eu estou de bom humor. – Ele a soltou.

– Des...culpa... – Ela sussurrou com a voz tremula, estava perdida e as palavras que disse surpreendeu o vampiro de certo modo. Lily não sabia lidar com os arrepios que aquela voz em seu ouvido a causava e ele depois de observa-la acabou por perceber isso, o que o intrigou ainda mais.

Lily estava desnorteada, era impossível ficar tão perto dele e não se lembrar do quanto ele era perigoso, mas naquela situação tinha a certeza que ele nunca precisou ir atrás de vitimas... Quantas não se ofereceriam por livre e espontânea vontade?

A porta se abriu e uma garota de longos cabelos negros e olhos castanhos entrou no quarto, era uma garota muito bonita que parecia ser um pouco mais velha que o vampiro. Peter olhou para a porta irritado a vendo entrar e eu acompanhei o olhar do vampiro até ela, que caminhava em nossa direção.

– Meu mestre! Senti sua falta. – Ela se aproximou dele e fez uma leve reverencia ignorando completamente a presença da pequena loira.

– Que bom. – Ele respondeu ríspido olhando para ela indiferente.

– Eu sei que é cedo, mas nós ainda vamos seguir com os planos de seu pai, certo?

– Não Rebecca, meu pai esta morto.

– Peter, você precisa assumir o reino e dar continuação a descendência. – Ela disse meio impaciente.

– Eu decido o que eu vou ou não fazer e com quem também, então caso resolva assumir o reino, assumirei sozinho. – Ele permaneceu indiferente.

– Mas você... – Ela gritou revoltada, mas abaixou a voz percebendo seu erro – precisa de mim. – Ele riu sarcástico.

– Rebecca – O vampiro sussurrou com uma voz diferente da que mantinha ao falar com Lily, a loirinha temeu pela garota.

Peter começou a andar em volta da garota como uma serpente prestes a atacar, seus olhos emanavam uma raiva descomunal, um ódio que a loira ainda não tinha visto naqueles olhos verdes que agora estavam escuros como a noite. O vampiro parou atrás dela e a garota engoliu em seco. Seus olhos se encheram de lagrimas quando ele disse em seu ouvido com uma voz cheia de rancor e ódio.

– Eu já estou cansado de você. – Um longo silêncio se sucedeu até que a morena resolveu perguntar, quando uma lágrima caiu de seus olhos.

– Você vai me matar?


Rebecca conviveu tempo suficiente com ele e com seu pai para saber quando Peter estava chateado, sabia que não devia ter falado aquilo, muito menos ter levantado à voz. Ele não se incomodaria em mata-la e certamente não faria diferença, mas Peter não faria isso por tão pouca coisa, não se irritaria com ela do jeito que estava por simples palavras, havia algo mais na fúria dele, ele sabia de algo e isso preocupava a morena.


– Vou, mas preciso de uma coisa antes.

– Qualquer coisa. – As lágrimas desciam pelo rosto da garota de longos cabelos castanhos.

Ele se colocou em frente a ela e indicou para que ela retirasse o cabelo do pescoço e ela imediatamente puxou todo o cabelo para o outro lado. O vampiro se aproximou e em um movimento lento cravou as presas no pescoço da garota que tentou abafar um grito de dor. Aquilo fez com que Lily que observava tudo calada se encolhesse em um canto do quarto levando às mãos a boca assustada. Após longos minutos ele se separou do corpo da garota e se afastou.


– Por que você esta com tanta raiva? – Ela perguntou quando ele se virou de costas e começou a caminhar em direção a porta. Ela pode ouvir outro riso sarcástico vindo dele.

– Rebecca, você ainda não me viu com raiva. – Ele ainda estava de costas quando gritou – Sharon!

– O que...? Não... Não... Peter me mata você, por favor, mas não me deixa com ele.

– Por que não? – Ele agora se virou com um sorriso debochado nos lábios.

– Ele vai abusar de mim, vai me torturar antes de fazê-lo... Ele... – Ela foi interrompida por mais uma risada.

– Vai abusar de você? – Ele disse ainda rindo.

– Não finja que não sabe como ele é Peter! Ele...

– Por que abusar? Você faz isso tantas vezes não se incomodaria em fazer mais uma, mas sinceramente acho que ele não vai querer alguém como você – Ele a olhou com nojo.

– O que você disse? – Ela perguntou ofendida.

– Disse que é algo que você já esta acostumada a fazer, só que dessa vez não é o meu pai, não é? – Seus olhos ficavam cada vez mais negros, a morena arregalou os olhos ao ouvir tais palavras. O que ela mais temia havia acontecido, ele realmente sabia. – Sharon! – Ele disse mais alto.


O vampiro de longos cabelos castanhos e olhar temível apareceu na porta do quarto poucos segundos depois, Peter indicou com o olhar a garota a sua frente à Sharon. De inicio o vampiro lançou um olhar confuso ao amigo, mas ela denunciou a si própria com seu desespero e Sharon sorriu malicioso ao perceber sobre o que se tratava. A garota olhava de Peter para Sharon de maneira desesperada.

– Peter, por favor! Eu te imploro… – Ela chorava recuando alguns passos.

– Divirta-se! – Peter disse com um sorriso frio para o amigo que retribuiu e em meio segundo desapareceu do quarto com a garota. Ele deu mais um de seus olhares frios a Lily que ainda estava encolhida o observando assustada em um dos cantos do quarto e sem dizer nada  saiu do quarto fechando a porta atrás de si.


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se: Cada review que você não deixa, um autor morre! EU SOU NOVA DEMAIS PARA MORRER GENTE! D: