Ps I Love You escrita por lucas esteves


Capítulo 23
The Cards


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 23

THE CARDS
"As Cartas"



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Capítulo 23 – “The Cards

Naquela manha o segundo ano tivera a prova de matemática mais difícil do ano. Quando Ju saiu, achando que tinha ido razoavelmente bem, Seb, Chuck, Pierre, Pat, Karol, Jeff e David ainda não haviam saído. Alias, pra ser mais claro, apenas uma japonesa que a morena não conhecia havia saído. Já ouvira dizer que ninguém em toda escola era tão inteligente quanto aquela menina.

Juliana, por outro lado, não deu muita atenção à isso e foi logo em direção a biblioteca municipal, onde encontraria Bri para que a amiga lhe ajudasse em um trabalho de ciências-sociais.

Contudo, diferente do que pensava, acabou por avistar a amiga na frente do Shopping, que era exatamente cinco blocos antes da biblioteca, indo por ali, claro.

Quando a loira a viu, acenou de longe, e Juliana correu até a amiga.

- Pensei que te encontraria já na biblioteca. – disse Ju.

- E ia. – a menina lhe sorriu. – Mas eu cheguei lá uma hora antes e comecei adiantar a pesquisa pra você até ouvir alguém dizer que estão promovendo um evento relacionado a circos, como os brasileiros, aqui no shopping. Começou hoje e eu achei que você ficaria interessada em dar uma olhada antes de irmos, afinal é uma coisa meio que do seu país.

Ju olhou para a porta automática do shopping. Mas é claro que estava interessada. Estava a apenas alguns pouquíssimos meses em Montreal e, inevitavelmente, já sentia muita saudade dos pais, da sua casa e das lindas praias do Rio de Janeiro.

- Esta lá dentro? – perguntou, vendo Bri assentir quase eu imediatamente. – Bom, então vamos.

A amiga lhe abriu um lindo sorriso e acompanhou ela até a área do shopping onde estava sendo o evento.

O lugar estava decorado com uma mistura de cores quentes e frias que tornavam o lugar o destaque do shopping. No centro do espaço reservado ao evento havia uma enorme lona que cobria, provavelmente, uma miniatura do que o circo realmente era. Ao redor havia algumas cabanas de jogos, onde Ju e Bri brincaram rapidamente, conseguindo ganhar apenas um urso de pelúcia rosa enorme e um outro bicho de pelúcia azul, que parecia muito com uma zebra apesar da cor.

Animada como nunca, Bri arrastou Ju para a tenda mais ao canto, que mal-iluminado dava um tom quase mal assombrado a pequena cabana.

A tenda era azul marinha, cheia de estrelas e planetas desenhados.

- Madame Kunflit? – indagou Bri, lendo um pequeno bilhete pregado a tenda. – Diz aqui que ela trabalha com previsões místicas... Vamos!

- O que? Você deve estar brincando!

- Ué, você não acredita em destino, minha cara amiga. – brincou Bri. – Vamos, não vai doer...

- Eu não vou gastar dinheiro com isso!

A loira pegou a mão da amiga, puxando-a para dentro da tenda. – Não se preocupe, eu pago pra saber seu futuro.

Lá dentro havia muitas almofadas espalhadas pelo chão e, atrás de uma mesinha de centro coberta por um pano roxo, havia uma mulher vestida espalhafatosa com os cabelos fixados – por muito laquê – em um coque exatamente acima da cabeça.

- A senhora prevê o futuro? – perguntou Bri e a mulher assentiu.

A loira tirou umas moedas do bolso e as jogou em cima da mesa, sentando-se em uma das várias e grandes almofadas.

- Por favor, preveja nosso futuro.

A mulher analisou lentamente as duas meninas, enquanto esperava Ju sentar-se contrariada, e por fim sorriu.

- Me dê as suas mãos. – pediu a mulher.

Bri atendeu ao pedido com prontidão, enquanto Ju hesitou até fazê-lo. A mulher pegou com cada uma de suas mãos a das meninas.

- Diz, como vai ser o meu futuro profissional. – perguntou Bri.

A mulher apertou suas mãos e olhou para ela.

- Excelente. Você certamente será uma ótima profissional, a funcionaria que qualquer um gostaria em sua empresa.

Ju bufou. Ainda achava que não passava de uma charlatona. A mulher olhou pra ele.

- Você será muito bem de vida também, embora não venha a ter uma reputação profissional tão perfeita quanto a sua amiga.

- Ah claro. – disse desanimada. – E eu devo deduzir que vá ter muita sorte no amor?

- Na verdade, não. – respondeu a mística, atraindo o olhar curioso de Ju. – Sei que você acha que alguém como eu diz apenas o que o cliente quer ouvir, e de fato é assim com alguns, mas acredite ou não, estou sendo completamente verdadeira. Você não terá a sorte que preza no amor.

- O que vai acontecer? – perguntou Bri, curiosa.

- Inimigos... – respondeu a mulher. – Há quem não queira essa sua felicidade. E você deve tomar muito cuidado com essas pessoas maldosas que querem te derrubar.

Ju espantou-se. Annie... Era só uma coincidência... Certo?

- Eu vejo muito sofrimento no seu caminho, querida. – a mulher esfregou de leve o polegar pela mão da menina. – Você foi obrigada a fazer uma decisão importante demais, cedo demais.

Juliana novamente espantou-se.

- Você fez alguma grande decisão? – perguntou Bri.

- Eu... Eu apenas me lembro de ter decidido entre Canadá e Estados Unidos antes de vir pra cá.

- E isso mudará a sua vida de uma maneira que você não imagina... – a mulher fez uma pausa e sorriu. – Justamente por amá-lo.

- C-como?

- Você não esta confusa como pensa, querida, esta apaixonada.

Bri sorriu, sussurrando para si mesma algo como “o senhor bravinho”. A loira não conhecia o rapaz, bem como nenhum dos outros amigos de Ju, mas já ouvira a morena falar muito dele.

- E-eu...

- Não precisa dizer nada. – interrompeu a mulher. – Basta saber que não poderá mostrar esse seu lado bonzinho para sempre, ainda que você seja assim em geral. Chegará um momento no qual terá que ser forte, terá que arregaçar as mangas e mostrar a força que esta escondida ai dentro. – ela apontou para o peito da menina. – uma força que talvez você nem saiba que existe.

Juliana tentou dizer algo, mas a voz não saiu. Bri também ficou seria, olhando preocupada para a amiga.

- A senhora não pode ser mais específica? – perguntou. A mulher soltou as mãos das duas.

Abaixou-se e pegou um monte de cartas debaixo da mesa.

- Tarô? – indagou Bri.

- Quase isso...

Ela embaralhou o baralho e colocou-o em cima da mesa.

- Peguem um carta cada uma. – instruiu.

Ju e Bri o fizeram e depois de olharem suas respectivas cartas a colocaram na mesa.

A carta de Ju mostrava uma mulher em frente à um espelho, vendo que seu reflexo não era exatamente igual como deveria. A da amiga o lado era uma mulher que tinha sua sombra estendida no chão, na forma do que parecia ser a morte.

A mulher pegou as duas cartas e, primeiramente, olhou para Bri.

- A sombra... Diz basicamente que você ainda encontrará um grande estorvo na sua vida. – ela pos o dedo sobre a sombra desenhada. – E como pode ver, algo muito a ver com a morte.

Ela depois virou-se para Ju, deixando a loira pensativa.

- O reflexo distorcido... Como pode ver, a carta mostra que há alguém muito diferente de você que possui apenas uma semelhança com você. E se você reparar na expressão maliciosa do reflexo, eu diria que é uma característica que você tem com seu inimigo.

A menina não respondeu. Teve um rápido e curioso impulso de pegar outra carta e assim o fez, novamente seguida de Bri.

Agora a carta que Ju havia tirado trazia a imagem de um relógio com muito mais do que somente dois ponteiros, e alem disso, tinha um coração azul bem no centro do mesmo.

A de Bri era um homem de cabelos curtos sorrindo, ajoelhado nas areias de uma praia quase paradisíaca.

- Interessante. – a mulher sorriu para a loira. – Parece que o momento mais feliz da sua vida será em um lugar tão paradisíaco quanto essa praia. E... – voltou-se então para Juliana. – O Amor Atravez do Tempo é uma carta curiosíssima. Ela sugere que o amor que você tem por esse rapaz durará por muito tempo, se não eternamente, mas novamente devemos reparar nos detalhes. Você vê a distancia entre o ponteiro mais e o menor? – Ju assentiu. – Essa distancia pode sugerir exatamente a distancia entre você e a pessoa amada.

- Eu vou ficar distante dele? – perguntou Ju, sem se preocupar se estava passando por cima do próprio orgulho ao admitir aquilo.

- Talvez... Tirem mais uma carta.

As duas obedeceram. A carta de Ju mostrava um pergaminho antigo com um texto quase interminável, e em um dos cantos a tinta estava borrada, como se uma gota de água tivesse caído ali.

A de Bri mostrava uma menina em uma sala de aula, desenhando em uma folha de papel, uma longa estrada com vários caminhos. Na frente da sala, acima de uma mesa branca, havia uma ampulheta a alcance da menina.

A mulher, pela primeira vez, pareceu surpreendida pelas cartas a sua frente.

- Certo. – ela disse mais para si mesma do que para as outras duas. – A Carta de Téris, retrata claramente uma carta de adeus, mas estranhamente significa adiamento, ou uma retardação de algo que deveria acontecer antes... – seus olhos voltaram-se para Bri. – Agora, nenhum de meus clientes nunca conseguiu tirar A Doma do Destino. Uma carta que dificilmente é sacada, ela indica que a pessoa que a tirou tem uma força interior tão forte que consegue controlar o próprio destino.

A menina sorriu e, não muito depois, um ruído semelhante ao de um despertador soou pelo local.

Bri suspirou, olhando para o relógio enquanto Juliana encarava as cartas a sua frente com espanto.

- Acabou o nosso tempo. – disse se levantando e depois ajudando a amiga fazer o mesmo; o gesso ainda dificultava muito certos movimentos.

Elas já saiam da tenda quando mulher as chamou.

- Esperem um minuto. – disse novamente fuçando em baixo da mesa. – Há algo que quero lhes dar.

Ela retirou uma pequena caixinha de madeira debaixo da mesa. A caixinha era linda, era moldada em um estilo de esculturas renascentistas, embora fosse de madeira. Seu fecho de metal brilhava diante da luz que entrava rala pelas frestas da tenda.

- Essa caixa possui algumas cartas, completamente diferente dessas que vocês tiraram. Quero que a leve com vocês, mas abram-na somente e, lhes repito, somente, quando estiverem em apuros e precisarem de conselhos.

As duas meninas assentiram, ainda atônitas.

Ju pegou a caixa, sorrindo forçadamente a mulher e saindo dali.

Andou calada ao lado de Bri até a biblioteca. Ainda estava chocada, a idéia de estar apaixonada ainda não estava muito bem aceita pelo seu consciente, mas sabia que de certa forma, a palavra amor explicava tudo. Todos os confusos sentimentos da menina.

Ela olhou para a caixinha de madeira em suas mãos e, finalmente, sorriu.

Oh Gosh, eu estou realmente apaixonada por aquele estúpido... Eu amo Sebastien Lefebvre...


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