Ps I Love You escrita por lucas esteves


Capítulo 13
Five Buddies


Notas iniciais do capítulo

Depois de um “almoço em família” que fora um completo desastre – do ponto de vista dos dois homens da casa –, a segunda não demorou a chegar.
— NÃO-CREIO! – Ka berrou histérica, indo para o laboratório de química com Ju. – Você esta louca? Pirou de vez? Quer morrer?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/18863/chapter/13

Cinco Amigos

 

Depois de um “almoço em família” que fora um completo desastre – do ponto de vista dos dois homens da casa –, a segunda não demorou a chegar.

- NÃO-CREIO! – Ka berrou histérica, indo para o laboratório de química com Ju. – Você esta louca? Pirou de vez? Quer morrer?

- Não... Ué, você deixaria aquela mocréia te humilhar do jeito que ela tentou fazer comigo? – perguntou Ju, indignada, ajeitando o jaleco branco.

- Não, mas a questão é que ela nunca faria isso comigo e com qualquer outra garota que fizesse, ela deixaria... A Annie tem algum tipo de soberania aqui na escola, nenhuma garota daqui ousa contraria-la! Nem mesmo os professores o fazem.

Ju pareceu se assustar com essa informação, ela tropeçou na entrada do laboratório e quase caiu em cima de uma estante cheia de produtos químicos. Por pouco não foi flagrada pagando aquele mico.

- Mas porque todos têm medo dela? Isso não faz sentido, ela não pode intimidar os próprios professores!

- Pode sim. – disse Ka, abaixando a voz para não ser ouvida pelo professor, enquanto arrumava na mesa o que precisaria para a experiência que fora indicada. – A Annie é presidente do Grupo de Direção Estudantil.

- E o que é isso?

- É uma espécie de grêmio estudantil, só que é secreto... Eu só sei da existência dele porque já namorei um garoto que era do grupo. Nele só entram os alunos com maior poder de decisão, lábia, pulso firme. Isso a Annie tem.

- Mas se é secreto, como esse fato deixa ela tão poderosa? – Ju perguntou, misturando cuidadosamente alguns mililitros de Azul de Bromitimol com uma outra substância a qual não se lembrava o nome.

- Ah, os alunos ela “controla” pela popularidade mesmo. Pensa bem, ela é a única que vai, diz e faz, entende? Ela xinga, ela briga... Uma menina assim em meio a um colégio cheio de meninas, sejam patricinhas ou não, envergonhadas, facilmente domina a situação, entende?

- Mais ou menos.

- O negocio dos professores é porque o GDE opina nas decisões da direção, como, por exemplo, dispensa de professores, entende?

- Então ela os ameaça com o poder de decisão que tem por ser presidente do GDE?

- É, porque pros professores ele não é segredo...

- Que horror! – disse Ju, indignada. – Essa menina é um monstro, por isso ninguém a contraria... Deve ter sido por isso que todo mundo na casa do Seb estranhou quando eu bati boca com ela.

- Com certeza f...

- Senhoritas, como está indo a experiência? – interrompeu o professor, com um olhar severo.

- Perfeita. – Ju respondeu rapidamente, mostrando o frasquinho com um substancia roxa clara. – Por quê? Achou que não estávamos fazendo?

O olhar severo e o sorriso diabólico dele desapareceram como fumaça, deixando uma expressão abobalhada.

- Não, de maneira alguma. – ele respondeu em um tom de falsa simpatia, indo verificar as outras duplas do laboratório.

As duas meninas desataram a rir.

 

What a good friend you've been to me

And I owe it all to you**

 

- Ju! – a menina ouviu alguém gritar quando saia da aula de matemática.

Ela se virou para trás e deu de cara com Chuck.

- Oi Chuck! Tudo bom?

- Tudo certo.

- Faz tempo que você não anda mais comigo e com a Ka. – ela disse, fingindo-se de brava.

- Ah, desculpa... Esses dias eu andei mais com os meninos por causa do concurso de banda que estamos participando... A gente ensaiou bastante.

- Ah, sim... – ela sorriu. – E como estão indo?

- Estamos indo muito bem. – ele olhou rapidamente para a direção para a qual ela ia. – Estava indo embora?

- Estava, por quê?

- Queria saber se você não quer conhecer os meninos.

A menina sorriu, olhando para a saída. Depois foi até o armário e guardou o material lá, trancando-o depois.

- Quero sim...

O rapaz pegou a mão da amiga e a guiou até uma sala que ela não conhecia ainda.

A sala era grande, uma das paredes e o centro eram completamente vazios – exceto por um tipo de palco coberto por cortinas, o que dava a impressão que atrás daquela cortina tinha mais um grande pedaço da sala –, mas nas outras extremidades encontravam-se dois enormes armários, cheio dos mais diversos tipos de roupas. Ao lado, em sacos pretos, encontravam-se chapéus, perucas, e vários outros tipos de acessórios.

O chão era totalmente de carpete preto, possibilitando que os alunos transitassem descalços por ali sem maiores incômodos.

- O que é aqui? – ela perguntou, maravilhada com o lugar.

- É a sala de teatro... Mas enquanto não começa os ensaios para a peça que eles sempre fazem no baile de formatura, nós estamos usando como sala de musica, já que a de verdade esta em reforma. – ele explicou, subindo no pacto e estendendo a mão para ajudá-la a subir.

- E seus amigos estão aqui? – ela perguntou confusa, ainda olhando a sala com admiração.

Chuck apenas riu, achando engraçado como a menina estava maravilhada. – Não... – ele andou até a cortina bordô e a abriu. – Estão aqui!

A menina virou o olhar para onde o rapaz olhava.

Atrás a cortina, lendo distraidamente umas folhas que pareciam ser notas musicais, estavam cinco garotos.

Um deles, sentado em uma caixa de som com um microfone na frente, tinha cabelos castanhos puxados para cima. Litros de gel.... O short largo que usava caia um pouco pela cintura, deixando uma parte da cueca azul a mostra. Ele balançava os pés distraidamente, enquanto lia concentrado o papel.

Um outro, de cabelos loiros puxados em um moicano milimetricamente perfeito, estava sentado no chão, também lendo um papel idêntico. Ele segurava nas mãos um baixo aparentemente velho, mas bem cuidado. E cantarolava baixinho o que Ju supôs ser a musica do papel.

Ao lado do loiro, lendo no mesmo papel, estava um de cabelos... Bem, sem muitos cabelos, alias, quase completamente careca. Tinha um piercing nos lábios que refletia a luz, que agora entrava pela abertura da cortina. Ele usava uma camiseta de manga longa vermelha, escrito “When the world turns back to you, fuck it*”.

Em frente ao loiro e ao careca, estava um outro loiro, que tinha o cabelo um pouco mais arrumado que os outros, mas ainda assim sem chegar ao status de “arrumadinho”. Ele segurava na mão uma câmera digital de ultima geração, e filmava incansavelmente os dois a sua frente, fazendo o zoom ir e voltar sem parar.

No entanto, apesar do barulho agudo que a cortina fazia ao ser arrastada, o primeiro que desviou a atenção do papel para ela foi um outro moreno, de cabelos castanhos claros.

Ju podia se dizer, no mínimo, chocada. Entre todos os amigos que seu melhor amigo poderia ter, o ultimo era ele... Aquele que, muito provavelmente, a odiava com todas as forças. Aquele que namorava a menina que mais odiava, e que mais a odiava também.

Seb estava igualmente assustado, olhando para ela como se tivesse visto um fantasma.

Chuck tinha realmente comentado sobre uma garota que tinha se tornado uma grande amiga sua, mas como poderia saber que era justo aquela que ele mais desprezava?

Quer dizer, ele ia ser o guia dela, eu sabia disso, mas ele nunca disse que a nova amiga era a Juliana.

Eles trocaram um olhar intenso, quase podiam sentir uma corrente elétrica percorrendo seus corpos.

- Ju. – disse Chuck, só então atraindo a atenção de todos os rapazes. – Esses são: Pierre – disse apontando para o moreno que segurava o microfone. – David... – e apontou para o loiro de moicano. – Jeff... – e apontou para o careca. – Pat. – tornou a dizer, agora apontando para o loiro com a câmera na mão, que começava a dar zoom na cara da menina. – E o Seb... Que você já conhece...

- Oi... – ela disse, ainda sentindo-se hipnotizada pelos olhos azuis que teimavam em encará-la.

- Oi! – disseram todos, vindo complementá-la com abraços gentis e sorrisos empolgados.

Apenas Seb não o fez, continuou a encará-la, enquanto ela começava um dialogo tímido incentivado pelos outros cinco garotos que estavam ali.

 

 

 

* quando o mundo virar as costas para você, foda-o.
**  que ótimo amigo você tem sido pra mim, eu devo tudo isso a você (Good Friend - Nine Days)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ps I Love You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.