Ps I Love You escrita por lucas esteves
Notas iniciais do capítulo
O sábado havia finalmente chegado e Ju, na tentativa de fugir do clima chato que sempre se abatia na casa de Seb, quando este estava lá, acabara chamando a amiga para ir ao shopping, que não era longe de onde estava morando.
- Ai, o aniversário do Tony ta chegando e eu preciso comprar alguma coisa pra ele. – disse Karol desesperada, examinando cuidadosamente todas as vitrines de roupa masculina que via pela frente.
- Ele sabe que você é louca por ele? – perguntou Ju, mais entretida com o saquinho de pipoca de arroz doce nas mãos.
O sábado havia finalmente chegado e Ju, na tentativa de fugir do clima chato que sempre se abatia na casa de Seb, quando este estava lá, acabara chamando a amiga para ir ao shopping, que não era longe de onde estava morando.
- Não, claro que não! Eu mantenho uma super amizade com ele, como se fosse a melhor amiga mulher e conselheira que ele tem, assim é mais fácil de manter as vadiazinhas daquele colégio longe dele... Mas eu não sou louca por ele, só gosto um pouco, desde... Bom, desde que me conheço por gente. – ela disse, agora parando em frente a uma loja de roupas masculinas, encarando uma blusa azul com desenhos em verde e branco. – Essa é bonita, não é?
Ju colocou mais um punhado da pipoca na boca, encarando rapidamente a blusa. – É sim... Só é um pouco cara, quer dizer, pra mim... – ela viu a amiga concordar com ela, em lamentação, e depois voltar a andar pelo shopping. – Então, mas... Se você não é louca por ele, saiba que parece.
- Eu não pareço! – Ka protestou.
- Ah não? Então, me diga, se uma menina agarrasse o Tony na sua frente, você não pularia em cima dela e a espancaria?
- Claro que não – ela respondeu, como se aquilo fosse uma ofensa. – Você tem que saber ser estratégica. Se eu fizesse isso o Tony nunca mais ia querer me ver na frente... Eu ia dizer que eles formam um lindo casal e abrir um sorriso forçado. Daí, só depois de cerca de uma semana puxando o saco dos dois, eu a levaria para uma estrada deserta, amarraria os pulsos dela no aerofólio de um carro qualquer, colocaria a boca dela no escapamento e sairia andando pela estrada mais esburacada do Canadá... Pratico, simples e fácil de lembrar...
Ju tossiu, deixando algumas pipoquinhas escaparem da boca e atraído olhares enojados. – Gente, que horror!
- O que?
- Nada, é que eu, sem querer, imaginei a cena, e não foi agradável.
- Mas não era pra ser... Qualquer uma que chegar perto dele merece morrer dolorosamente.
- Cara, você é louca!
- Talvez...
Ju riu da amiga, voltando a comer as pipocas.
O dia passou rápido e, por fim, Karol acabou comprando uma calça jeans e uma camisa com a estampa gravada em um pano na frente, dando a impressão de que fora costurada.
Ela se despediu de Ju e foi embora, dizendo que ainda precisava passar na casa do Tony para ajudá-lo com um trabalho de geografia.
“Eu não sei muita coisa de geografia, mas pelo menos é um pretexto pra vê-lo”, ela confessara.
Ju só foi sair do shopping a noite, depois de conhecer melhor o lugar.
- Oh, querida, onde você estava? Eu fiquei preocupada. – disse a Sra. Lefebvre, maternalmente, quando ela chegou em casa.
- Desculpe, eu sai com uma amiga e quis conhecer melhor o lugar.
- Não precisa se desculpar, apenas me ligue para avisar, da próxima vez, tudo bem?
- Claro, eu...
- Você quer jantar? – a mulher perguntou, interrompendo-a.
- Ah, não, eu comi no shopping. Muito obrigada, Sra. Lefebvre.
- Esta bem, então. – ela disse sorrindo, mas logo mudando a expressão para desgosto, como se tivesse lembrado de algo bem nojento. – Quase que esqueço, amanha gostaria que você acordasse mais cedo, se não tiver problema...
- Magina, não tem, não... Por quê?
A mulher virou o olhar para o filho e o marido, que no sofá ao lado, apreciam distraídos com a TV.
- Bem, o Seb convidou um certo individuo para almoçar aq...
- Cahãm! – o Sr. Lefebvre fez, mostrando-se não tão alheio a conversa, mas sem tirar os olhos da TV.
- A namorada dele, se chama Anniele, ela vai almoçar aqui!
- Ah, sim... Sem problemas, eu arrumo o despertador e ajudo a senhora.
A mulher lhe sorriu, um sorriso de extrema satisfação.
- Ótimo querida... Obrigada.
- Bom, eu vou subir... Vou tomar banho e dormir! Boa noite.
Todos responderam, A Sra. e o Sr. Lefebvre, com sorrisos contentes, Seb sem tirar os olhos da televisão.
A mulher sentou-se no sofá, olhando-o o filho e o marido com um olhar “que vergonha, quem menos tem a obrigação de ajudar, ajuda, enquanto os dois patos ficam vegetando em frente à TV”.
- Filho – ela começou – Você não acha que já está na hora de dormir?
- Mãe, hoje é sábado.
- Ótimo, então levante amanha para preparar um almoço pra uma desfrut... Digo, pra sua Annie! – disse ironicamente.
O rapaz buffou, irritado.
- Ok, eu já vou subir. – disse se levantando.
Sua mãe sorriu satisfeita. – E avise a Ju que não precisa ser cedo demais, oito e meia, nove horas, já ta ótimo.
- Mas...
- Vai!
Seb subiu ao quarto, trocou-se e depois foi ao quarto de Ju, dar o aviso conforme sua mãe pedira.
Ele, não acostumado a ter que bater na porta de qualquer cômodo da casa antes de entrar, pareceu esquecer-se que, naquele quarto, dormia uma menina com a qual ele mal conversava.
Sem enrolar, abriu a porta de supetão, chamando pelo nome dela, mas parando subitamente, de olhos arregalados, ainda na porta.
A menina estava de pé, em frente ao armário.
Seus cabelos molhados caiam pelos ombros, junto a algumas gotas de água. Apenas uma toalha rosa clara escondia seu corpo, do busto até pouco abaixo da cintura. Ainda que não pudesse ver “nada de mais”, Seb sentiu-se completamente paralisado. Ela ainda não tinha computado as palavras que ouvira, nem o barulho da porta.
As gotas que escorriam do cabelo iam até o busto, onde eram absorvidas pela toalha, e na outra extremidade da mesma, as pernas bem torneadas estavam quase totalmente secas, tendo apenas algumas gotas que escorriam das suas coxas.
Ao perceber que o rapaz estava ali, ela se escondeu rapidamente atrás da porta do guarda-roupa.
- E-eu... Me desculpe, eu... Eu esqueci que você tinha... – ele correu os olhos pelo pouco que se via do corpo dela, agora quase totalmente escondido pela porta do guarda-roupa. – Ido tomar banho...
Ela lhe sorriu incerta. – Não, tudo bem... Eu também devia ter trancado a porta.
Ele também sorriu, sentindo-se aliviado, mas ainda assim, sem conseguir sair dali, ou ao menos desviar o olhar, como ela achou que faria.
And when she walks, all the wind blows and the angels sing.
- Você poderia... sair?
- Ah, claro! – ele respondeu, sendo tirado daquele estado de transe. Sabia que tinha que sair dali, mas para isso, teve que lutar contra a própria vontade.
Envergonhado e com a cabeça fervendo, ele deixou o quarto dela, indo tentar dormir, mas não conseguindo.
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