My Best Friend... Pansy? escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 8
I'm gonna miss her. A lot.


Notas iniciais do capítulo

E aí, gente linda! Na verdade, eu não ia postar hoje, mas eu não resisti e acabei postando logo, é.
E leiam as notas lá embaixo. Não vai ser uma coisa muito boa pra se falar, mas será necessário '-'



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Ficamos nós cinco jogando videogame até umas quatro horas, que foi quando Mikey e Ray finalmente foram embora (não antes, é claro, de roubarem alguma coisa da geladeira). De repente, senti uma tristeza.

–Frankie, o que foi? – perguntou Gerard ao ver minha expressão desanimada.

–É só que... Faltam só cinco horas para a Pansy ir embora.

Os olhos metálicos de Pansy demonstraram uma certa tristeza que ela se apressou em esconder.

–Pois é, né. – comentou Pansy. Mas eu sabia que, debaixo desse comentário duro, ela também estava triste por ter que voltar a ser uma guitarra.

–O que faremos agora, então? – perguntou Gerard.

–Podíamos fazer uma coisa que ela nunca mais vai poder fazer se ela for uma guitarra novamente... Mas o que?

Pensamos por alguns minutos, até que eu tive uma ideia:

–E se nós levássemos ela para o shopping? Nós podemos fazer várias coisas lá.

Gerard assentiu.

–É uma boa ideia.

–X-

–Mãe, eu, Gerard e Amelie estamos saindo pro shopping.

–Ok. – disse ela, sentada no sofá, assistindo TV.

Saímos de casa, conversando animadamente. Pansy parecia estar muito mais leve do que algumas horas atrás, quando tinha acabado de virar humana. Ela parecia estar... Sei lá... Mais feliz depois que se acostumou. Não posos afirmar que ela estava de todo feliz por ser uma humana, mas ela com certeza parecia ter se acostumado mais com a ideia e, quem sabe estivesse até um pouco triste por ter que voltar a ser um instrumento. Mas eu não posso afirmar nada. Mesmo que ela tenha se soltado um pouco, ela continuava sendo um livro fechado e cheio de mistérios.

Fizemos praticamente de tudo no shopping: Rimos das vitrines e das pessoas, olhamos lojas, babamos em cima das roupas de rockeiro, tudo. Mas a parte mais divertida foi com certeza quando Gerard inventou de nos arrastar até a parte de trás do shopping, que é onde ficam todos os jogos eletrônicos, essas coisas.

–Eu vou acabar me arrependendo de ter vindo aqui com você... – bufei enquanto ele me puxava para dentro.

–Ah que isso, Frankie, vai ser divertido!

–Aham. Muito.

Entramos na sala escura, iluminada mais pelos jogos eletrônicos do que pelas lâmpadas fracas que pendiam do teto.

Olhei em volta e vi as centenas de máquinas barulhentas. Havia vários tipos de jogos: Aquele de acertar o martelo tosco de plástico no bichinho que sobe dos buracos, tiro ao alvo, joguinhos de corrida... Entre vários outros.

Fui até o balcão e comprei um daqueles cartões idiotas para você poder jogar os jogos e dei para Gerard.

Com certeza, foi uma má ideia.

–Ai meu deus, é Resident Evil! Fui! – disse Gerard, pulando a grade que o separava dos jogos de atirar nas pessoas... Ou, no caso de Left 4 Dead, por exemplo... Ex-pessoas.

Gerard pegou a arma que estava pedurada ao lado da máquina e apontou para a tela da mesma, começando assim a matança.

–Ew. – Pansy franziu o nariz – Isso é meio nojento.

–Meio? Isso é totalmente nojento. Estou surpreso que ele ainda não tenha virado um assassino psicopata. Cruzes. – fiz um gesto negativo com a cabeça.

–Ei, seu viciado. Vamos logo, sim? – gritei para ele quando a tela mostrou um Game Over.

–Ah, mas eu ainda não ganhei! – disse ele fazendo um biquinho fofo. Eu quase deixei ele lá jogando, se não fosse Pansy, que se interpôs e disse:

–Foda-se, se formos esperar você ganhar, nós vamos demorar mais três anos aqui. – disse ela, pulando a grade também e tirando a arma das mãos de Gerard.

–Vamos logo. – disse Pansy, impaciente, ao ver a cara de espanto do Gee. Ela pulou a grade de novo, seguida de um Gerard indignado, protestando.

Olhamos em volta e escolhemos mais um jogo, e depois mais um, e depois mais um, e assim sucessivamente.

–Ok, nós só temos dinheiro pra mais um jogo. – eu disse após ver quanto ainda tínhamos no cartão para jogar – Pansy, por que você não escolhe?

–Eu? – ela franziu a testa.

–É, ué. Você é quem vai embora daqui a umas poucas horas. Nada mais justo. – sorri levemente e ela olhou em volta, desconcertada.

–Uhmm... Que tal aquele ali? – ela apontou para uma grande maquina com uma plataforma e algumas setas no chão.

–... Você só pode estar brincando.

–Por que?

–Por que? Eu vou te dizer porque: Porque você tem que dançar nesse jogo.

–Sério?

–Sim.

Ela pensou por um minuto.

–Ótimo, então vamos. – ela deu de ombros e pegou o cartão da minha mão, passando-o no jogo.

–Isso vai ser divertido... – comentei para Gerard enquanto me apoiava na pilastra para ver o fracasso dela.

–Com certeza vai. – ele respondeu, passando um braço na minha cintura.

Pansy foi para a plataforma, no meio das setas e pisou na da direita para escolher a música. Um curto espaço de tempo depois, ela acabou escolhendo uma qualquer e pôs os dois pés no centro das setas novamente e aguardou.

–Boa sorte. Você vai precisar. – pisquei para ela e a menina apenas mostrou a língua para mim, infantilmente.

Ela pareceu se preparar psicológicamente e, quando a música começou, eu e Gee tivemos um choque: Ela movia os pés para lá e para cá, acertando todas as setas que apareciam na tela.

–Mas... Isso não é possível! – exclamou Gerard.

–Ah, é sim! – exclamei – Está acontecendo na nossa frente!

Pansy dançava tão bem que acabou chamando a atenção de algumas pessoas que estavam em volta. Em poucos minutos, todos estavam aglomerados para ver Pansy arrasar naquele joguinho.

Quando ela pisou na última seta, todos começaram a aplaudir, inclusive eu e Gee. Pansy sorria, corada e suada.

–Affe, qualquer um consegue jogar isso aí.

Ela procurou quem tinha dito isso e logo vimos uma menina alta no meio da multidão.

–Mary Kate Black? – disse Gerard, surpreso.

–Gerard! Frank! Que surpresa! – disse ela, sorrindo falsamente.

Mary Kate Black era uma colega minha e de Gerard. Infelizmente, ela estudava na nossa sala. Era alta, tinha os cabelos castanhos encaracolados e usava quilos de maquiagem no rosto.

Aqui vai uma rápida explicação de quem é Mary Kate:

Uma vaca.

Não, sério. Ela era a vadia mais chata da sala inteira. Aposto que mais da metade da escola já comeu ela, na moral.

–Não estou surpreso. Todos sabemos que atrás do shopping tem um monte de gente rodando bolsinha. – respondi, de mau humor. Ela arqueou as sobrancelhas.

–Está revoltado, Iero? Bom, de qualquer forma meu negócio não é com você. Qual é o seu nome? – disse ela, virando-se para Pansy.

–... Amelie... – disse ela, confusa.

–Ah, é francesa, não é? Prazer, meu nome é Mary Kate. – ela deu um sorrisinho amarelo – E eu quero que saiba que a pontuação mais alta nesse jogo é minha e não quero que ninguém a tire de mim.

Além de vadia, era mimada.

Mas era um pacote completo mesmo.

–Bom, então eu tenho más notícias. – Pansy pisou na seta para baixo e mostrou os High Scores. O primeiro tinha o nome Pansy, enquanto o segundo tinha o nome Mary Kate.

É óbvio que aquele projeto de prostituta ficou vermelha de raiva.

–Ah é? Então que tal uma revanche? Eu e você dançamos. Quem ganhar, fica com a pontuação mais alta e anda vai ter que fazer o qeu a outra mandar. Topa?

Pansy mordeu o lábio e pensou por um minuto. Ela olhou para mim, em busca de socorro. Apenas dei um sorrisinho, encorajando-a.

–Ok, eu topo. – disse ela.

Mary Kate deu um sorrisinho cínico e tirou o próprio cartão, colocando-o no jogo.

–Então, que a luta comece!

Pansy bufou e se preparou.

–Pode escolher a música, queridinha. – disse Mary Kate. Pansy escolheu a música e, logo que ela começou, as duas começaram uma luta de dança.

Era incrível como as duas pulavam para lá e para cá como se não houvesse amanhã. Mary Kate, na verdade, parecia um pato que não sabia para onde ir e que, infelizmente, acertava as setas. Já Pansy, pulava levemente de seta em seta, acertando todas, mas de um jeito elegante.

Na última seta, aconteceu algo inacreditável:

Mary Kate não acertou a última, enquanto Pansy sorria e pulava para a direita.

Todos vibraram, obviamente. E levantaram ela do chão. E aplaudiram. E assoviaram. E até chamaram de gostosa, mas tudo bem.

Quando puseram ela no chão de novo, Mary Kate abriu um sorrisinho desagradável.

–Bom, parece que você venceu né... – ela fez uma careta de desgosto – O que é que você tem pra me dizer?

Parece que várias possibilidades passaram pela cabeça de Pansy, mas ela acabou escolhendo a mais simples e, na minha opinião, a mais nobre:

–Pratique mais. Quem sabe, um dia, você volte a ter sua pontuação alta. – disse ela, descendo da plataforma.

–É... É só isso? – perguntou Mary Kate.

Pansy deu de ombros.

–É. Eu não vou fazer você sofrer, pois eu sei que era isso que você queria fazer comigo. Me ver sofrer. Eu não vou me igualar à você. Eu sei que eu posso fazer muito melhor. – Pansy abriu um sorriso vitorioso.

Eu e Gerard arregalamos os olhos enquanto a menina andava na nossa direção e ficava entre mim e ele.

–Que foi?

–Isso foi... Foi muito... Corajoso da sua parte. – gaguejei, sem jeito. Gerard assentiu, já que ele estava boquiaberto e não podia dizer nada.

Ela deu de ombros.

–Eu sei. Agora vamos voltar para casa.

Foi aí que ela fez um gesto surpreendente: passou os braços no meu ombro e no ombro de Gerard e ficou assim enquanto andávamos.

Não pude deixar de sorrir internamente e de constatar uma coisa:

Eu ia sentir falta dela. Muita falta.


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Notas finais do capítulo

Bom, péssimo aviso:
Esta fic está no fim.
Só mais dois capítulos, contando com o epílogo. (#choremos)
Enfim, não vou ficar me lamentando aqui né. Eu vou é pro Word, escrever os dois últimos. Beijos e até o próximo ;*