My Best Friend... Pansy? escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 4
What do we do now?


Notas iniciais do capítulo

Estou surpresa. Tanto esta fic quanto a My Bulletproof heart estão com mais reviews do que eu achei que teriam. Killjoys, vocês são demais o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/188395/chapter/4

–Ahn, olha... Eu não estou com muito sono, na verdade, então... Você pode dormir na minha cama se quiser.

Ela balançou a cabeça.

–Também não estou com sono.

Assenti. Ela se sentou na minha cama, me observando inocentemente. Olhei para os lados, constrangido. Eu não estava acostumado a ter meninas na minha casa, muito menos no meu quarto, sentadas na minha cama.

–O que vai fazer agora? – ela perguntou.

–Sinceramente? Não sei. Estou agitado demais para dormir, mas está tarde demais para fazer qualquer coisa.

Pansy mordeu o lábio e disse:

–Aquela pessoa que te ligou. Era aquele menino que você gosta, não é? Ele é seu namorado.

–Como sabe disso?

Ela deu de ombros.

–Você me levou para tocar uma música pra ele, oras. Eu vi o primeiro beijo de vocês.

–Ah. Verdade.

–Por que não vai lá falar com ele?

–Tá doida? São quase duas da manhã!

–Eu não acho que ele esteja dormindo. Acho que ele está muito ocupado tentando descobrir o que houve com você.

–Como sabe disso?

–Intuição feminina. – ela piscou.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, até que disse:

–Quer saber? Eu vou até a casa dele, mas se ele brigar comigo por ter batido na porta da casa dele às duas da manhã, a culpa vai ser sua, ouviu?

Ela deu de ombros mais uma vez.

–Tanto faz. Agora vai lá falar com ele!

Peguei minha jaqueta dentro do armário.

–Escuta aqui, eu vou lá e não pretendo demorar. Por tudo que é mais sagrado, se comporte, eu imploro.

–Não se preocupe, eu vou me comportar! –disse ela – Credo... – a menina disse isso baixinho.

–Eu ouvi!

Ela revirou os olhos e se jogou na cama, encarando o teto.

–X-

Fui andando até a casa de Gerard. Era tipo umas três ou quatro quadras depois. Não era tão perto, mas dava para ir andando.

Enquanto andava, pensei no dia em que conheci Gerard. Foi mais ou menos ha um ano atrás. Me lembrei de como ele era aquele novato antisocial que desenhava maravilhosamente bem, me lembrei de como ele conseguiu quebrar a barreira que eu tinha construído em volta de mim mesmo para me proteger dos outros... Me lembrei de como ele conseguiu me conquistar de uma forma tão misteriosa.

Ri baixinho ao me lembrar de como eu era (e, ás vezes, ainda sou) infantil no ano passado. De repente, me lembrei também, com pesar, do meu amigo Bob.

Ah, Bob, eu sinto falta de você me enchendo o saco, fazendo piadinhas... Claro, ainda tenho o Ray, mas eu e ele concordamos que não é a mesma coisa sem você.

Olhei para o céu estrelado. Era uma noite linda.

Pena que tinha sido estragada por um pedido idiota.

Quando vi a casa cor de creme, comecei a tremer. O que eu diria ao Gerard? Como explicar para ele sobre a Pansy? E o mais importante: Como contar a ele de um modo que não faça ele achar que eu e ela estamos namorando?

Nós somos só amigos!

Nem eu acreditaria nessa frase clichê.

Bati na porta com os nós dos dedos e esperei. Esperei. E esperei. Até que, finalmente, um Gerard sonolento surgiu na porta.

–Sim? – disse ele com a voz rouca, coçando os olhos. Ele vestia um roupão azul e pantufas. Em outra ocasião, eu riria disso, mas eu estava muito tenso para demonstrar qualquer vestígio de riso.

–Gerard?

–Ah. É você. – ele automaticamente não parecia mais tão sonolento – O que você quer.

–Eu queria conversar...

–A essa hora da noite?

–É que é importante. Muito importante.

–Ai... Tá legal... Entra aí logo. – ele fechou os olhos em um gesto de impaciência e me deu passagem.

–Obrigado... – murmurei timidamente. Segui-o até o seu quarto, onde ele fechou a porta e se sentou na cama.

Eu já tinha estado várias vezes neste quarto: Quase não se dava para ver a parede branca por causa da quantidade de pôsteres e desenhos colados nela. A cama, obviamente, desarrumada a esta hora da madrugada, era cor de creme. Em um canto, havia um quadro magnético com várias fotos minhas com ele. No fundo do quarto, havia uma mesa com um notebook, várias coisinhas como lápis, borrachas, lápis de cor, etc. Porém, ao lado, havia um porta-retrato médio com (outra) foto minha e dele. Por cima do vidro que cobria o porta-retrato, eu tinha escrito com caneta permanente:

To the love of my life,

Never forget how much I love you!

–Frank

Sorri ao ver aquela frase novamente.

–Então? – perguntou Gerard, impaciente – O que você quer?

Sentei-me ao seu lado, segurei seu rosto e o beijei.

–Você acha mesmo... Que eu ia te trair? – perguntei, com as nossas testas coladas. Ele olhou nos meus olhos e eu pude ver uma expressão de dor neles.

–M-me desculpe Frankie, é só que... Você parecia tão distante... E o barulho do chuveiro...

Pus meu indicador nos seus lábios.

–Eu sei. Eu lhe devo explicações. Mas antes, apenas entenda que eu nunca, nunca iria te trair. Entendeu bem? – dei um meio sorrisinho e ele assentiu. Retirei meu indicador e ele me deu outro beijo.

–Então... As explicações?

–Bom, primeiro quero lhe pedir que escute tudo o que eu tenho a dizer antes de sair correndo, me chamar de doido, ligar para o hospício, qualquer coisa assim. Pode ser?

Ele assentiu.

Contei a ele tudo o que tinha acontecido: Desde que ele foi embora até minha vinda até aqui. Ele escutou tudo pacientemente. Quando terminei, eu disse:

–Tudo bem. Pode me chamar de maluco agora.

Ele simplesmente me deu um beijo na testa.

–Eu não te acho maluco. Se você diz que a guitarra virou uma menina, eu acredito em você, Frankie.

Suspirei, aliviado. Ele notou e riu baixinho.

–Então, você precisa de ajuda com a Pansy?

–Na verdade sim... Mas já está tarde e os seus pais não podem saber que você saiu...

Ele fez um aceno vago com a mão.

–Eles não me viram chegando. Provavelmente vão constatar que eu dormi na sua casa.

Arqueei as sobrancelhas.

–Tem certeza?

–Claro! – ele parecia animado.

Suspirei fundo.

–Ok, ok. Então veste uma roupa e vamos.

Ele trocou de roupa e logo fomos andando de volta para a minha casa, conversando e de mãos dadas.

Abri a porta com o maior cuidado do mundo para não acordar minha mãe e a fechei com o mesmo cuidado. Fui tocando nas coisas para tentar não esbarrar nos móveis até chegar no meu quarto.

–Tem certeza que quer me ajudar? – perguntei, sussurrando.

–Claro. – ele respondeu no mesmo tom. Dei de ombros e abri a porta delicadamente. Pansy olhava o céu pela janela. Quando ouviu o barulho da porta abrindo, rapidamente se virou. Seus olhos metálicos passaram de mim para Gerard e se detiveram neste último. De repente, ela arregalou os olhos e olhou para os lados, constrangida.

–Gerard, essa é a Pansy...

Ele acenou levemente, corando. Ela acenou de volta, ainda assustada.

–Ah, qual é, gente! Vocês se conhecem! Foi com você que eu toquei a música pra ele! E foi você que disse que ela era uma guitarra bonita!

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que Pansy se pronunciou:

–Ele tem razão.

Gerard concordou com um tímido “Verdade”.

–Então... Oi.

–... Oi.

–Ele já te contou o que aconteceu comigo, não?

Gerard assentiu.

–Alguma ideia? – perguntei.

–Bom, podemos fingir que ela é uma prima distante sua...

–É, mas e pra minha mãe?!

Ele mordeu o lábio e de repente notou uma coisa.

–Frank, posso falar com você?

–Claro.

Entramos no banheiro e fechei a porta.

–Você notou que ela parece... Sei lá... Francesa?

Abri um pouquinho a porta para espiar a menina. Realmente, ela era alta, magra, pálida...

–É mesmo. Mas o que isso tem a ver?

Gerard suspirou e abriu a porta.

–Pansy...

–Sim?

–Você estaria disposta a... Fingir que é francesa?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Yeeep. Por hoje é só! Beijos ;*
Ah não sei se notaram, mas eu meio que entrelaçei essa com a My Bulletproof Heart haha ^^