Olhei em volta e não pude ver quem me chamava. Olhei para a guitarra e ela continuava lá, sem falar. Franzi a testa e achei que fosse coisa da minha mente.

-Frankie! – ouvi de novo. Olhei mais uma vez em volta e não vi quem tinha me chamado.

-Frank Iero! Acorda!

De repente, eu estava na minha cama, de pijama, e minha mãe estava em pé ao meu lado. Levantei um pouco a cabeça.

-Hã... O que...

-Feliz aniversário, meu lindo! – disse ela, com um sorriso estampado no rosto.

-Ah... Como que...

Olhei para a parede e Pansy estava pendurada.

-O que houve? – perguntou minha mãe, franzindo a testa.

-Ah, nada não. Deixa pra lá. – balancei a cabeça e me deitei novamente.

-Adivinha só quem veio te ver? – ela sorriu mais ainda e abriu a porta.

-Gee!

-Parabéns, meu amor. – ele caminhou até mim, se ajoelhou e me beijou. Vi minha mãe sair discretamente do quarto para nos dar um pouco de privacidade.

-Obrigada... – respondi, meio aéreo.

-Frankie? O que aconteceu? – perguntou ele, visivelmente preocupado.

-Nada não... É só que eu tive um sonho...

-Foi um pesadelo?

-Muito pelo contrário... Foi um sonho muito bom. – sorri.

-Quer me contar sobre ele? – perguntou Gerard, se sentando ao meu lado e acariciando meus cabelos.

-Bom... Eu sonhei que a Pansy... – fiz um gesto em direção à minha guitarra – Tinha virado humana. E... No início ela era teimosa mas... Depois descobri que ela era uma menina doce e legal... – sorri, lembrando-me do sonho.

-Jura? Parece alguém que eu conheço. – Gerard riu e beijou meus lábios levemente – Agora levante-se, troque de roupa e vamos para a minha casa, pois eu tenho um presente para você.

Franzi a testa e me levantei, sentando na cama.

-Ah, Gerard, não precisava...

-Shh. – ele tocou meus lábios – Eu sei, mas eu quis. Apenas vista-se.

Ele beijou minha testa e saiu do quarto. Arqueei as sobrancelhas, mas pulei da cama e vesti uma roupa qualquer.

-X-

Falei para minha mãe que tomaria café da manhã mais tarde e saí atrás de Gerard, até que ele me levou para a casa dele. Acompanhei-o até o quarto dele e sentei-me na cama.

-Então... ?

-Feche os olhos.

Arqueei as sobrancelhas e ele fez uma expressão cansada.

-Frank...

-Ok, ok. – fechei os olhos.

-E não pense em espiar. – ele riu.

Ouvi passos, mas não pude detectar para onde eles estavam indo. Esperei por um tempo que parecia uma eternidade, até que sentir ele se sentar ao meu lado.

-Pode abrir. – sussurrou ele.

Abri os olhos lentamente e ele estava segurando um pacote em formato de caixa. Peguei-o da sua mão e me surpreendi:

-Erm... É impressão minha ou esse pacote está tremendo?

Ele sorriu divertidamente e fez um gesto em direção ao presente. Arqueei as sobrancelhas, desconfiado, mas abri-o e encontrei um filhote de cachorro, feliz e com o rabo abanando.

-Aww Gerard, que coisinha mais linda! – eu tirei o pequeno animalzinho de dentro da caixa. Ele começou a lamber minhas mãos e a tentar morder meus dedos.

-Eu vi ele uma vez em uma loja... E achei que você ia gostar. – ele deu de ombros – E não se preocupe, eu já falei com a sua mãe e ela disse que você pode ter um cachorro, contanto que tome conta dele.

-Pode deixar. – abri um enorme sorriso, admirando o cachorrinho.

Ele tinha o pêlo marrom claro e seus olhos grandes eram negros. Ele era muito pequenininho e fofinho. Parecia ser um labrador, o que me deixou um pouco preocupado, pois labradores são grandes. Porém, depois, pensei: Que se dane! Eu tenho um cachorro e eu vou tomar conta dele!

Dele?

-Erm... Gerard... É macho ou fêmea? – perguntei.

Ele ficou em silêncio.

-Você ficaria muito bravo se eu dissesse que não sei?

Putz, não é só no sonho que os meus amigos são idiotas. Ok.

Eu estreitei os olhos.

-Era brincadeira! – disse ele, morrendo de rir – É menino.

-Não teve graça. – respondi, emburrado.

-Teve sim!

-Não teve.

Gerard rolava de rir na cama, até que ele abraçou minha cintura.

-Ok, ok. Desculpa, Frankie.

-Tudo bem... – murmurei, pus o cachorrinho ao meu lado e me virei para Gerard – Obrigado.

-Não foi nada.

Peguei seu rosto e aproximei-o do meu, selando nossos lábios.

-X-

Um tempo depois, eu e Logan voltamos pra casa.

Sim, eu dei o nome do meu cachorrinho de Logan. Algum problema?

Enfim, como eu ia dizendo, eu e ele voltamos para casa. No caminho, passamos na casa de Ray, onde também se encontrava Mikey. Os dois me deram todas as temporadas de The Big Bang Theory e de Friends. Claro que eu só pude agradecer umas milhões de vezes, né?

Enfim, voltei para casa para me preparar para pegar os doces e para a minha festa de aniversário. Porém, antes disso, eu tinha uma coisa a fazer.

Subi as escadas correndo, sendo seguido por Logan. Abri a porta e, enquanto ele cheirava tudo, peguei minha guitarra e falei:

-Obrigado. Por tudo. Eu não vou atrapalhar você. Apenas... Fique assim. E obrigado por tudo que você me ensinou. – sorri e pus a guitarra de volta.

Juro que ouvi uma voz doce e melodiosa dizer:

-Obrigada a você, Frankie.

Sorri e desci para curtir o meu dia.